Capítulo 4



Capítulo 4


 


- Rony?


Harry ouviu uma voz ao longe. Parte de sua consciência queria permanecer imersa naquela escuridão, enquanto a outra parte insistia em fazê-lo acordar. Mesmo parcialmente inconsciente Harry sabia o quão ridículo devia estar caído naquele chão.


- Rony, acorde!


Lentamente Harry abriu seus olhos e encontrou os de Dorcas, preocupada, sem saber exatamente o que fazer. Com um suspiro, ele aceitou a mão que a menina oferecia e se colocou de pé, passando as mãos pelas roupas logo em seguida.


- Oi Dorcas! – Harry a cumprimentou, ajeitando os óculos em seu rosto.


- Você está bem? – a menina perguntou preocupada. Dorcas pertencia a Lufa-Lufa e sempre lhe pareceu uma pessoa bondosa. Tinha olhos azuis e um rosto angelical, o que de fato era.


- Sim, eu estou. – ele mentiu, e ao vê-la erguer a sobrancelha em descrença, percebeu que precisaria mentir melhor – Ok, eu não estou tão bem assim. Minha cabeça dói um pouco, mas isso foi porque eu caí e meti ela naquela maldita pedra.


- Você quer que eu chame algum professor? Se você bateu a cabeça com tanta força a ponto de desmaiar, precisa voltar logo para a escola e ir ver a Madame Pomfrey.


Harry lembrou-se de todas as vezes que fora parar na enfermaria e de todas as poções com gostos terríveis que fora obrigado a tomar, e decidiu que era melhor passar essa. Sua cabeça não estava dolorida a ponto dele precisar de um exame completo, e com certeza só seria liberado pela enfermeira do colégio depois de um check-up geral.


- Não Dorcas, está tudo bem ok?! Não precisa se preocupar com nada e nem incomodar um professor – Harry garantiu – Agora me responda uma coisa: como foi que você me achou aqui?


Dorcas sorriu e deu de ombros.


- Bom, já que a Lene e a Emme estão ocupadas em seus encontros, e a Lily está vigiando a Alice de perto para que ela não ataque a acompanhante do Frank, não sobrou muita coisa para eu fazer, não é? Daí eu vim dar umas voltas pelo vilarejo e como vi você caído, decidi vir ver se precisava de alguma ajuda.


- Ah sim – Harry suspirou aliviado. Por um segundo pensou que Dorcas havia o seguido e presenciado seu encontro macabro com a Morte. – Bom, já que está aqui, quer voltar comigo para a Dedosdemel? Acho que o James e o Sirius estão lá ainda.


Dorcas deu uma risadinha e balançou a cabeça negativamente.


- O James está lá, mas o Sirius não. A essa altura ele está preparando alguma coisa para ferrar o encontro da Lene.


Harry franziu o cenho, confuso. Tudo bem que seu padrinho fosse loucamente apaixonado por Marlene, mas chegar ao ponto de estragar um encontro dela por isso? Ele achava que não era possível.


- Por que o Sirius faria isso com a Lene?


- E por que ele não faria? Ah, Rony, vamos lá. Seus amigos não são santos... Quero dizer, a maioria dos seus amigos, já que o Remus é santo até demais para o gosto de qualquer garota. Enfim, a questão é que desde que o Sirius descobriu que ama a Lene, ele não para de infernizar a vida dela. Sério mesmo, ele sempre arruma um jeito de ser inconveniente e detonar qualquer encontro que ela tenha.


Harry balançou a cabeça. Era praticamente impossível acreditar que Sirius fizesse o tipo de cara egoísta, que gosta de infernizar a menina que ama só porque não pode tê-la.


- Isso não me parece a cara do Sirius...


- Espere só para ver. Já, já a Marlene vai aparecer furiosa, soltando os cachorros no Sirius, e ele vai se esquivar, dizendo que não fez nada...


 


 


 


~*~


 


 


 


Dorcas estava certa. Sirius estava mesmo aprontando uma das suas.


Depois de seguir Marlene e Amos discretamente por todo o vilarejo, Sirius decidiu que era hora de impor um pouquinho mais a sua presença. Foi por isso que quando viu o casal entrar na Casa de Chá de Madame Puddifoot, tratou logo de convidar a primeira menina que passou a sua frente, apenas para fazer o mesmo e provocar Marlene um pouquinho mais.


A sortuda da vez foi Caridade Burbage. Sirius se recordava vagamente de sua presença na escola. Sabia que ela pertencia a Corvinal graças a cor do seu cachecol, mas nunca havia reparado em seus cabelos loiros e cacheados, e muito menos em seus olhos cor de mel.


Assim que passaram pela porta da Casa de Chá, Sirius abriu um sorriso malicioso. Marlene estava o encarando com uma expressão indignada, e isso o agradava demais. Quanto mais brava ela ficasse, mais rápido o encontro dela com o babaca do Amos terminaria, e então ele poderia voltar a perturbá-la como de costume.


- Não ‘tô acreditando! – Marlene disse entre dentes quando viu Sirius se aproximar da mesa em que estava. Ele parecia se divertir muito com tudo aquilo, e isso a deixava mais irritada do que de costume.


- Oi gente! – Sirius os cumprimentou como se os dois fossem seus melhores amigos – Sabe, aqui está bem cheio. Importam-se se nós dois nos sentarmos com vocês?


- Você ‘tá de brincadeira com a minha cara, não é? – Marlene perguntou. – Você e ela não podem sentar com a gente.


- Lene, como você é má. O lugar está cheio e a Caridade queria tanto um chocolate quente... Garanto que o Diggory não vê nenhum problema nisso, não é?


Amos encarou Sirius por um breve segundo e depois olhou para Marlene, que parecia muito irritada para dar qualquer opinião. Por fim ele suspirou e apontou para as duas cadeiras vagas a sua frente.


- Podem sentar se quiser. Não vejo nenhum problema.


Sirius abriu um largo sorriso e puxou a cadeira para que Caridade se sentasse, fazendo o mesmo em seguida.


Não demorou muito para que fossem atendidos e pedissem suas bebidas – três chocolates quentes e um chá para Marlene, que alegou precisar de algo que a acalmasse.


- Então – Sirius começou a puxar assunto – eu estava conversando com a Caridade antes de vir para cá, e descobri que ela na verdade é uma menina bastante inteligente. Acredita que é a melhor aluna do quinto ano?


- Sério? – Marlene sorriu quase gentilmente – Fico impressionada! O Amos também é ótimo aluno. É um dos melhores do nosso ano. Sabia que ele tirou nove “O” e três “E” nos N.O.M.s?


Sirius fingiu surpresa com aquela notícia e estendeu a mão para cumprimentar o colega de escola.


- A Caridade é Monitora, com grandes chances de ser Monitora-Chefe daqui a dois anos. Ela se interessa muito pelos trouxas e pretende observá-los mais quando se formar. Talvez faça como sua tia e dê a volta ao mundo para adquirir novas experiências.


- Que lindo! – Marlene disse a contragosto – O Amos, cons...


- Caridade, você não quer ir comigo ao Três Vassouras? – Amos interrompeu aquela pequena disputa – Lá nós podemos tomar uma Cerveja Amanteigada e conversarmos sobre nós, sem termos a impressão de que somos objetos expostos em feira.


- Ótima ideia! – Caridade se colocou de pé – Eles parecem que não vão terminar tão cedo a disputa de quem tem o melhor “prêmio”.


E sem dizer mais nada, Caridade e Amos saíram da Casa de Chá, deixando Marlene e Sirius para trás. Ela com uma expressão chocada e ele com um sorriso no rosto.


- Aqui estão suas bebidas, senhores. – um elfo doméstico apareceu e colocou a bandeja com as canecas de chocolate e chá sobre a mesa, e depois com um estalido desapareceu.


Sirius, muito satisfeito consigo mesmo, pegou sua caneca de chocolate quente e bebeu um gole generoso, enquanto observava Marlene – que parecia ainda muito chocada pra dizer alguma coisa.


- Já que eles dois se foram, você e eu podíamos...


- Você planejou isso tudo, não foi? – Marlene pareceu finalmente encontrar a sua voz – Planejou isso tudo e detonou mais um encontro meu. Você é tão idiota, Black!


Marlene esbravejou e em seguida se colocou de pé, saindo do local com passos firmes e largos.


- Marlene, qual é? Você não precisa ficar tão brava – Sirius disse. Ele a alcançou na rua sem muito esforço.


- Não preciso? – Marlene se virou para encará-lo – Não preciso? Você realmente não deve ter a mínima noção das coisas que faz, não é? Você sempre, sempre, estraga um encontro meu e acredito que faça isso pelo puro prazer de me ver zangada.


Sirius passou a mão por seus cabelos pretos de um jeito nervoso e encarou Marlene.


- Ver você zangada é um prazer a parte, Lene. – ele brincou e pela expressão no rosto dela, percebeu que foi a coisa errada a se fazer – Não sei por que fica tão irritada. A culpa disso tudo é sua, oras. Se não fosse tão cabeça dura nada disso aconteceria.


- Quer dizer que a culpa por você ser um retardado agora é minha? – Marlene perguntou indignada.


Sirius riu. Aquela risada que lembrava um latido de cachorro e irritava tanto Marlene – mas que a maioria das meninas achava muito sexy.


- Lene, Lene... Se você não fosse tão cabeça dura e aceitasse logo sair comigo, descobriria que eu sou o cara certo e não precisaria ficar pulando de garoto em garoto, tentando me provocar e não pensar em mim.


- Eu? Tentando te provocar? Faz-me rir, Black! – Marlene deu uma risada seca. – Eu não sou o tipo de pessoa que faz esse tipo de joguinho. Se eu saio com outros caras é porque realmente quero, e não para te provocar. Aliás, para que eu iria querer provocar você? Você não é nada para mim, Black. Quanto mais cedo perceber isso, melhor vai ser!


Aquela altura, vários alunos – entre eles Harry e Dorcas – haviam parado para ver a pequena confusão que ocorria próxima a Casa de Chá. Sirius e Marlene com certeza seriam motivos de fofoca no dia seguinte.


- Você me ama, Marlene, e sabe disso.


- Você é um imbecil, Black, e sabe disso.


- Aceite sair comigo de uma vez e vamos parar com essa discussão.


- Quer saber de uma coisa, Black? Vai se ferrar! – Marlene encerrou a discussão e se enfiou no meio da multidão de alunos a fim de se afastar logo dali.


Sirius, por sua vez, deu uma risada, colocou as mãos nos bolsos do casaco e deu meia volta, indo em direção a Dedosdemel a fim de terminar suas compras. Sua missão aquele dia estava cumprida, não havia mais com o que se preocupar.


Harry, que havia ouvido apenas o fim da discussão, encarou Dorcas sem acreditar. Sirius havia mesmo detonado o encontro de Marlene, e sua expressão não era de alguém que se sentia culpado por isso.


- Ele...


- É, Rony, ele ferrou com o encontro da Lene. – Dorcas balançou a cabeça positivamente – Eu avisei que ele faria isso.


- Isso é inacreditável – Harry disse.


Dorcas deu de ombros.


- O Sirius só vai parar com isso quando ela aceitar sair com ele, mas como sabemos que isso não vai acontecer tão cedo... – Dorcas suspirou. Sentia dó da amiga por ser vítima desses planos ridículos – Bom, Rony, acho que você está melhor, né? Eu preciso encontrar a Lene. Ela deve estar furiosa agora.


- Estou bem sim, Dorcas, pode ir. Com certeza ela precisa mais de você do que eu.


Dorcas sorriu e foi atrás da amiga, enquanto Harry balançou a cabeça e seguiu na mesma direção que o padrinho. Como se não lhe bastassem os problemas que envolviam salvar seus pais e lidar com o aviso da Morte, agora precisava colocar um pouco de juízo na cabeça de Sirius.


 


 


 


~*~


 


 


- Oh Merlin, por que ele não gosta de mim? – Alice se lamentou pela milésima vez aquele dia – Quero dizer, o que aquela menina tem que eu não tenho? Ok, ela faz o estilo Emmelinda Vance com aquele cabelo loiro e aqueles peitos, mas ao contrário da nossa amiga, ela não tem nada de natural. Você reparou, Lils? As raízes dela estão aparecendo, e ela com certeza usou algum feitiço maligno para aumentar os peitos. Você viu que...


Alice parou de falar. Não porque seu discurso havia terminado, mas sim porque percebeu que sua amiga não estava mais ali. Quer dizer, o corpo de Lily estava ao seu lado, mas sua mente estava em um ponto mais a frente, concentrada em James e na garota que estava ao lado dele sorrindo demais.


- Sabe de uma coisa? Aquela garota com ele poderia ser você.


De repente, Lily despertou de seu devaneio e encarou Alice como se fosse louca.


- Desculpe, você por acaso bebeu Uísque de Fogo enquanto eu não estava olhando? – Lily perguntou com uma pontada de irritação – Só isso explica o que você acabou de falar agora.


Alice riu sem humor e balançou a cabeça negativamente. Lily era tão cabeça dura que as vezes ela se perguntava como conseguia ser a menina mais inteligente da Grifinória.


- Não precisa se irritar, estressadinha, só disse a verdade. – Alice deu de ombros – Você e a Lene são duas tontas que lutam contra um fato óbvio: o amor que sentem pelos caras mais galinhas da escola. E nem venha me dizer que não sente nada, queridinha, porque eu sei que sente ok?! Você só não aceita sair com ele por uma questão de orgulho.


- Se acha tudo isso, por que você não sai com ele?


- Porque não é de mim que ele gosta. E também porque sou totalmente fiel ao meu amor não correspondido pelo Frank. – Alice respondeu com simplicidade. – Todas as garotas da escola gostariam de estar no seu lugar e no da Lene, e com certeza não pensariam duas vezes para aceitar um convite deles dois. Quisera eu ter essa sorte, viu? Eu fico aqui morrendo de amores por um cara que nem sabe que eu existo, enquanto você joga o grande amor da sua vida fora.


Lily deu uma gargalhada e encarou Alice como se ela estivesse mesmo bêbada.


- Amor da minha vida? Sério? – ela disse com ironia.


- Sim, sério! – Alice respondeu com convicção – E depois não diga que não avisei, Lilian Evans. Estamos no último ano da escola, e depois da formatura sabe-se lá Merlin quando vocês vão se ver de novo. Aquele cara – ela apontou para onde James estava – pode ser o homem da sua vida, e quando você descobrir isso pode ser tarde demais.


Lily pensou em responder aquilo, mas se calou. De repente a ideia de nunca mais ver James fez com que seu estômago desse um nó e seu coração ficasse apertado demais.


 


 


 


~*~


 


 


Sirius estava perto da loja de Penas Escriba conversando com uma garota da Sonserina, quando Harry o achou. Pelo sorriso gigante da menina estava na cara que seu padrinho estava usando e abusando do charme.


- Sirius, finalmente te encontrei. – Harry se aproximou falando alto, a fim de chamar a atenção dos dois antes que decidissem se agarrar.


- Ei cara! – Sirius acenou para ele, visivelmente irritado por ter sido interrompido – O que faz aqui?


- O James pediu para te achar. Precisamos de ajuda para comprar você sabe o que – Harry disse, fazendo menção a todas as mercadorias proibidas que eles comprariam apenas para pregar peças no Zelador Filch e nos sonserinos.


Sirius murmurou um pedido de desculpas a garota, que ficou muito desapontada por ser deixada de lado, e seguiu com Harry. Pregar peças era a segunda coisa que mais gostava de fazer.


- Certo, onde o Pontas está? – Sirius perguntou.


- Não faço ideia – Harry deu de ombros.


Sirius parou no meio da rua e encarou Harry com a sobrancelha erguida.


- Cara, você acabou de dizer que...


- Sim, eu disse, mas era só para que você tivesse uma desculpa para se livrar da garota. – Harry explicou – Eu precisava mesmo falar com você.


- E não podia esperar até que eu...


- Não, não podia – Harry o interrompeu sem dó – Precisamos conversar sobre a Lene.


Sirius estava mais confuso que antes, mas apenas fez um aceno com a cabeça, indicando que estava ouvindo.


- Sei que não deveria me meter em assuntos que não me dizem respeito, mas sinceramente? Você está agindo como um idiota. – Harry disse com sinceridade – Garanto que o Remus e o James pensam a mesma coisa, mas você não dá a mínima.


- Ei, ei, ei, espera um minuto. – Sirius o interrompeu – Desde quando você se interessa dessa forma pelo o que faço ou deixo de fazer com relação à Marlene?


- Desde o momento que você magoa a única menina que te ama de verdade. – Harry respondeu sem rodeios, sabendo que Marlene o odiaria por isso – E, pelo que eu percebi, você também ama. Caso contrário não se importaria em ferrar com a vida amorosa dela desse jeito.


- Você está brincando, certo? Eu não...


- Ah, você sente sim e nem adianta tentar negar, Sirius, porque todo mundo sabe. – Harry garantiu – Sabe, não sou a melhor pessoa para falar sobre relacionamentos, já que levei seis anos para notar que a garota que amo estava bem ao meu lado, mas o que você está fazendo é bem pior do que imagina. Você diz que ‘tá a fim dela, depois ferra um encontro, discute e vai ficar com outra menina? Isso não me parece uma atitude de alguém que está realmente apaixonado.


Sirius ficou em silêncio por um instante, apenas processando aquela informação e por fim suspirou pesadamente, passando a mão por seus cabelos pretos.


- Você tem razão... – Sirius disse com um ar meio sombrio – Você não deveria se meter.


E sem dizer mais nada, Sirius caminhou na direção oposta, deixando Harry para trás com uma expressão perplexa e cheio de raiva.


 


 


 


~*~


 


 


 


Marlene estava sentada em um banco de madeira, um pouco afastado da rua principal. De lá ela podia ver as pessoas indo e vindo nas lojas, e parte dela ficava contente por saber que nem todos tinham que sofrer com dilemas idiotas relacionados ao amor.


Por que diabos Sirius tinha que fazer essas coisas? Chamá-la para sair e importuná-la durante as aulas não era suficiente? Parecia que não, já que ele sempre dava um jeito de atravessar o seu caminho e fazê-la sofrer em dobro.


Marlene estava tão perdida em seus pensamentos que não notou a aproximação de Dorcas, que mantinha aquela expressão solidária no rosto.


- Lene? – Dorcas a chamou gentilmente, e não conseguiu conter uma risadinha quando viu sua amiga saltar com o susto – Desculpa, eu não queria te assustar.


- Tudo bem, nem esquenta. – Marlene disse – Você não deveria estar com a Lily e a Alice?


- Sim, eu estava indo com o Rony para lá, quando... Bom, quando vi você o Sirius discutirem.


Marlene riu sem humor. É claro que Dorcas viu a briga que teve com Sirius. Toda escola havia presenciado aquela confusão, e mais uma vez ele havia conseguido acabar com seu dia. Sirius Black iria se arrepender feio por se meter com ela de novo.


- Não precisava ter vindo me procurar, Dor. Está tudo bem!


Dorcas a encarou com uma expressão repleta de dúvida e balançou a cabeça em um sinal negativo.


- Não está tudo bem, e nós duas sabemos disso. – Dorcas falou – Mas se não quiser conversar sobre isso eu vou entender.


Marlene ficou em silêncio por alguns segundos e então sorriu para a amiga.


- Obrigada, Dor! – ela agradeceu – Mas é sério, você não tem que se preocupar. Brigar com o Black já é algo tão comum que nem me surpreendo mais. Fico chateada? Claro que fico! Mas não é como se eu pudesse fazer alguma coisa para evitar ou mudar isso. Eu já tentei de tudo para tirar ele da minha vida, mas não adianta. O Black parece sentir um prazer doentio em ferrar com a minha vida, e o que me mata é que ele sempre consegue.


Dorcas suspirou triste e passou o braço por cima do ombro da amiga, abraçando-a.


- Ele é mesmo um idiota! – Dorcas disse – Mas ainda acho que faz isso tudo porque te ama e não tem coragem de admitir.


- Amar? Dorcas, o Black não consegue amar ninguém. Não é da natureza dele, fato.


Dorcas ia rebater essa acusação cruel, mas seus olhos caíram sobre Emmeline e Remus, que estavam saindo de dentro da sorveteria aos risos, como um casal realmente apaixonado. Seu coração se apertou com a tristeza.


- Ei, não fica assim – Lene pediu – Você não tem que sofrer com isso.


- Sei que não, mas não dá para evitar.


- No seu caso dá sim, Dorcas. Você precisa aprender a gostar de quem gosta de você e ponto final. O Remus nunca conseguiu esconder de ninguém o que sentia pela Emme... Você se iludiu sozinha, Dor. – Marlene disse em tom amigável.


- Eu sei... Queria poder mudar isso.


- E você pode! Como eu disse, você precisa aprender a gostar de quem gosta de você... E para esse papel não existe ninguém melhor do que o Amos Diggory.


Dorcas encarou Marlene com a expressão confusa.


- O Amos? Mas ele não...


- Não, ele não gosta de mim. Se você prestasse mais atenção, saberia perfeitamente de quem ele é a fim. – Marlene garantiu – Mas, por hora, vamos deixar esse papo de meninos de lado. Não quero ficar aqui chorando por ter brigado com o Sirius e você também não merece ficar se lamentando. – ela se colocou de pé e estendeu a mão para ajudar a amiga se levantar – Venha, vamos ao Três Vassouras. Vamos encontrar a Lily e a Alice, tomar muita Cerveja Amanteigada e rir da nossa vida trágica.


 


 


 


~*~


 


 


 


Horas depois...


 


O dormitório dos meninos estava silencioso – exceto pelos roncos de Peter e Sirius – e Harry estava deitado em sua cama, completamente sem sono, pensando em todos os acontecimentos estranhos daquele dia.


A Morte havia ido encontrar com ele e tinha sido bastante clara em seu aviso: uma vida por outra vida. Isso significava que ele não poderia interromper o destino das pessoas que o cercavam – a não ser que quisesse matar alguém do futuro. Mexer com o passado era estritamente proibido, e Harry se via de mãos atadas para impedir a morte de seus pais.


- O que você faria em meu lugar, Hermione? – Harry murmurou, pensando no quanto sentia falta da sabedoria de sua melhor amiga naquele momento. Parte dele sabia que estava sendo um idiota por pensar em ignorar um conselho como aquele, enquanto a outra tinha certeza que ele estava deixando alguma coisa passar.


“Ok,” ele pensou “deve haver alguma coisa que eu possa fazer. Não é justo deixar que eles morram por causa do Voldemort... O que eu faço, Merlin?”


A mente de Harry parecia que ia pifar. Estava deixando escapar alguma coisa. Matar Voldemort era um plano estúpido, pois para isso teria que sair novamente a caça das horcruxes – já que era o ano de 1978 e os objetos com fragmentos da alma do Lord ainda estavam espalhados por aí.


Aparecer na noite da morte de seus pais também era proibido. Salvá-los significava matar alguém do seu tempo e não estava disposto a colocar vidas de inocentes em risco. Se era para salvar as pessoas que amava, faria isso sem arriscar a vida de ninguém.


“Merlin, eu preciso achar uma solução. Eu preciso encon...”


Os pensamentos de Harry foram interrompidos no momento em que a solução tomou conta de sua mente.


As regras daquele jogo eram claras quanto a não impedir a morte de ninguém. Mas nada constava a respeito do nascimento.


Determinado a não esperar nem mais um segundo, Harry pegou o livro de magia antiga, e se concentrou em seu ritual silencioso. De olhos fechados, ele podia sentir a atmosfera mudar ao seu redor. Era como se estivesse sendo tragado para a escuridão, sem chances de voltar.


Em um segundo, ele estava sentado em sua cama no dormitório masculino. No segundo seguinte, estava no ano de 1924, de pé em um gramado de uma casa antiga. Pela janela da casa, teve a visão de um pai e um filho conversando. Eles não o interessavam de uma forma ou de outra, por isso não se concentrou naquelas figuras específicas. Discretamente, ele andou pelo jardim da casa, se escondendo por trás das árvores de folhagem seca, apenas para ter a visão da janela da cozinha. Não foi preciso muito esforço para reconhecê-la. Ela estava de costas para a janela, mexendo alguma coisa no fogão. Tinha a silhueta magra, e seus cabelos longos, pretos e sem vida batiam em sua cintura. O coração de Harry falhou uma batida e voltou a acelerar, ao avistar a única pessoa que poderia impedir todas as tragédias que aconteceriam no futuro: Merope Gaunt, a mãe do Lord Voldemort.


 


 


 


 


 


 


~~


 


 


 


 


 


N/A: Oi meus amores *-*


Finalmente postei o capítulo! O que acharam? Espero que tenham gostado. O capítulo não é muito grande, mas por experiência própria sei que é melhor capítulos curtos e com nexo, do que capítulos cheios de informações e totalmente confuso.


Ahhhh, eu percebi que algumas de vocês ficaram chocadas com o aparecimento da Morte no capítulo anterior, maaaasss já aviso logo que o Harry e a Morte terão mais alguns encontros hauhauhauahuha


Enfim, essa nota não vai ser muito grande, até porque não tenho muito que dizer.


Muito obrigada a todos que leram/comentaram no capítulo passado *-*


Não se esqueçam de comentar nesse aqui também ok?! Gosto bastante de saber o que vocês pensam e sempre que tiverem uma sugestão/pedido, deixem aqui que prometo dar um jeito de encaixar na história.


Até a próxima!!!


Xoxo,


Mily.

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Suas ideias realmente são perfeitas e o modo como você consegue deixar claro o que prentede fazer *-* perfeiiito!

    2011-12-06
  • hell yeah

    QUE IDÉIA GENIAAAAAAAAL! você tem idéias muito boas e escreve muito bem! estou amando a fic mais a cada capítulo!

    2011-07-12
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