Recepção





N/A: Att adianta \o/


Continuem COMENTANDO xD


Bjss


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CAPÍTULO III


RECEPÇÃO






Um suspiro prolongado rugiu-se ao infinito e tardou-se ao agora, porque as coisas devem sempre seguir seu rumo diante de suas conseqüências.




Sentadas à mesa jaziam.




Refeitório espaçoso e categoricamente lotado de alunos, nada interessante ou peculiar... Mas não, não era o que podia se pensar e ver...




Andando distraído, um olhar a perseguir, dois tempos, dois seres, um pé, uma bandeja a cair a sua frente seguida por um corpo magricela... Risos e mais risos. Um eterno fetiche de suspensão aérea diante de uma cena um tanto cômica. Fechou os olhos e jogara a cabeça para trás, patético, era isso, aquilo e o inexpressível perante a tal atitude peculiar.




Oprimido, oh não, reerguido...




Empurrões, xingamentos, risos, deboches.




Críticas ao vento, a cena girou tão rapidamente quanto os olhares conseguiram acompanhar. Um soco desferido e um meio sorriso esboçado na face.




- Dá próxima vez que fizer isto não vai ganhar apenas um olho roxo, estamos entendidos?




Uma ameaça, não houve resposta, porém o silêncio dava seu aval.




Imprescindível, ah não, intrigante isto sim.




Levantou-se, andou-se e sumiu-se através da porta. Nada incomum, nada novo, nada. Permanecer pra que?




Mente sagaz, mente instável, mente atormentada... Recostou-se na parede gélida, encarou-se o nada. A morena sorriu. Sorriu debochada, alegre e irônica... Como a vida dava voltas, não? As coisas ficariam mais interessantes. Sorriu, aquele novato era algo e ou alguém imprevisível quando subjugado por outra pessoa.




Mediante estava.




O clarear da visão, ouvidos apurados e olhos ávidos, surpreendente. Quem esperaria uma reação dessas de um reles novato? Riu-se, olhou ao redor, sua melhor amiga havia se levantado e ido embora. Talvez devesse fazer o mesmo. Não, definitivamente não.




Silêncio.




A mente sagaz a avaliar tal reação, um olhar furioso, digno de um aviso. Ah, que meras atitudes não os fazem tão simplórios durante um ato de virilidade, não? Revirou os olhos, consciente. E logo em seguida deu uma olhadela em Alice e Elizabeth. Suspirou. Recompôs-se mentalmente e levantou-se.




Andar cauteloso, ocioso, precioso...




Parou de frente aos dois pequenos homenzinhos, sorriu debochada para ambos, e encarou tediosa aos olhares alheios.




- O show já acabou? Ou devemos continuar a contemplar suas caras ridículas?




Olharam no fundo daqueles olhos azuis, o novato sentiu-se acuado por alguns instantes, já o tão jovem incentivador daquela situação deu de ombros.




- Andem logo “ô” projetos de homens, ou vão ficar aí com essas caras estúpidas.




Ela disse enquanto virava as costas e saía de lá para ir atrás de sua amiga. Onde será que a doce Hermione se enfiara? Riu-se, doce, meiga e angelical... Imaginação pura diante de uma descrição visual de um ser um tanto mais complexo e oscilante, que lá no fundo temia não conhecer a si próprio, temia rejeitar-se e cativar-se as regras ilógicas imprimidas no espaço social humano dentro de suas mentes preenchidas com uma perigosa definição moral do que se devia e deve ser feito perante à sociedade.




Perdidas, era isso que as definia naquele instante, mas não largadas, não mesmo.




De fronte. No Corredor. Na Parede. Olhos. Recostada. Pensamentos. De frente. Olhando. De fronte.




Uma sobrancelha erguida, um sorriso de canto esboçado. Um jogo, oh sim, um jogo de sinais. Levantou de leve a cabeça, ajeitou-se o braço na cintura, deu-se de ombros e estava feito. Comunicação perfeita. Jogo finalizado?  Não, um riso abafado, esconde-se os rostos, lêem-se as mentes, olha-se de lado e por fim aproxima-se.




À parede, recostada, a encarar de perto os orbes castanhos...




- Por que foges?




- Por que me procuras?




Nada de respostas, apenas perguntas jogadas ao vento, era uma brincadeira, era um jogo, um jogo de palavras e gestos, estes que tinham a função de dar-lhes a resposta sem que fosse necessário a pronuncia, a deletação da mesma de forma concreta. Sorrisos estridentes, então jogou-se o cabelo loiro de lado e por fim deu-se uma olhadela pelo corredor...




Livros e canetas ao chão. Um semblante aterrorizado. Duas garotas a rir enquanto afastavam-se da cena.




- Mas hoje é o dia, hein!




Esbravejou a loira pendendo seu corpo para frente de modo a encarar aquela situação às avessas. A morena ponderou-se, esticou-se e respirou, mas ainda sim jazia recostada a parede.




Minutos, oh não, somente segundos a passar ou seriam os milésimos?




Um olhar e tudo gira. Hoje era dia, dia de ajudar pessoas indefesas... Mas que pessoa indefesa?




Olhou-se para a tal sofredora, ah não, oh sim... Céus! Por que abristes meus pensamentos! Era o que se pensava, era o que deveria se pensar? Questionamentos, apenas isto, questionamentos internos, reclusos e vibrantes.




Indefesa olhando e olhando, olhares cruzados, loira olhando loira. Risos internos. Victoire De Beavou.




Um suspiro. Andou cautelosa até a menina acuada num canto. Recolheu suas coisas e as lhe entregou. De todo mal, de todo bem que há contido dentro de si.




- Obrigada.




Ela agradeceu-lhe sorrindo tímida, Luna apenas olhou-a terna e voltou sua atenção à morena que apenas observava a cena calada e absorta.




Temida, briguenta, teimosa... Ah mas as atitudes enganam também, aparência jovial, angelical e delicada, e então a verdadeira essência transcende para fora, como o desabrochar de uma flor. Sorriu, mordeu a ponta do dedão da mão direita, tendência as coisas corretas e concisas, tendência a ajudar as pessoas, mas como a si ainda sim ela é uma bagunça em seu próprio interior.




Motivos para serem unidas, concisas e estáveis: briguentas e instáveis. Irônico não?




A loira voltou-se para a morena, caminhou e passou por ela, esta que em uma rápida observação de campo encarou Victoire da cabeça aos pés, recostada na parede por alguns minutos e depois saiu atrás de Luna.




Pensamentos corretos, realidade precisa... A vida devia ser menos previsível às vezes...




Lamentos à parte e descobertas em entrelinhas surreais, filosofia pura diante do imensurável.


 

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