Capitulo III



Capitulo III




- Mamãe, olhe para mim!
A corrente do balanço rangeu quando Gina deu um impulso maior, pressionando os pezinhos contra o solo rígido, para alcançar mais velocidade enquanto admirava o lindo céu azul.
- Olhe para mim, mamãe! - Com os cabelos esvoaçando, ela dava gritinhos excitados enquanto subia cada vez mais alto em direção a uma meta impossível: fazer um giro completo sobre a barra de aço que su­portava o balanço. Não sabia o que aconteceria quan­do estivesse de ponta-cabeça, mas sabia que sua mãe ficaria orgulhosa se fizesse algo que apenas os garo­tos ousavam tentar.
-Mamãe! - Gina procurou pelo rosto orgulhoso da mãe, mas não pôde distingui-la do cenário turvo. Subitamente, não podia ver nenhuma das outras crianças, mães e pais... Estava sozinha no grande parque vazio e começava a escurecer. Não havia ninguém vibrando com seu esforço corajoso, apenas o ranger da corrente enferrujada para acompanhar seu grito histérico quando percebeu que estava indo rápido demais e que ninguém iria pegá-la se caísse, ou impedi-la de voar para o espaço e se perder para sempre.
- Mamãe? "Mamãe!"
Gina acordou sobressaltada, abrindo os olhos e agarrando os lençóis amassados. O sol da manhã se infiltrava através da cortina, pintando faixas brilhan­tes no desbotado papel de parede. Ela respirou fundo para tentar se livrar do sonho perturbador que ainda ecoava em sua cabeça.
Gemeu. Não precisava de um psiquiatra para in­terpretar o significado daquele sonho. Sua concepção acidental não impedira a mãe de se graduar na uni­versidade com louvor. As finanças eram ruins, e não havia dinheiro para boas creches. Exigências infantis por atenção eram freqüentemente contempladas com impaciência ou desprezo. Gina recordava-se de ficar deitada embaixo da cama no pequeno apartamento em que morava, sussurrando histórias para si mesma, porque sua mãe precisava estudar coisas importantes e não tinha tempo para jogos pueris.
Ela virou a cabeça no travesseiro, tentando se livrar do rangido da corrente. Embora o rangido não fosse da corrente nem estivera vindo de sua cabeça, perce­beu de repente. O barulho que sugeria alguma forma de roedor vinha de trás da cabeceira da cama. Pensou que um rato poderia ter entrado na casa durante a noite. Continuou ouvindo o estranho ruído irritante, que parecia cada vez mais alto.
"Ratos!"
Gina se sentou ereta da cama, pegou o pacote de biscoitos que deixara aberto sobre o criado-mudo e colocou um na boca, mas mesmo enquanto mastigava sabia o que viria, e correu para o banheiro.
Pela segunda vez num espaço de 12 horas sentiu enjôo.
Nunca passava mal. Jamais. Até um mês atrás, seu mecanismo biológico estivera em perfeita sincronia com seu estilo de vida agitado. Então, comprara aque­la pequena caixa na farmácia e sua vida deu uma re­viravolta.
- É tudo culpa sua, Harry Potter - murmurou, enquanto ainda lutava contra a náusea.
Se assim fosse, pelo menos teria uma razão para odiá-lo. Mas a verdade era que Harry sempre fora absolutamente cuidadoso em usar proteção. Mesmo depois que Gina começou a tomar anticoncepcionais, ele ainda insistia em usar um preservativo toda vez que faziam amor.
- Nenhum método contraceptivo é cem por cento seguro - dizia ele. - Então, se usarmos dois métodos, diminuímos as chances de uma gravidez.
E Gina estava grávida!
Ela se lavou e voltou para a cama.
Pelo menos parecia ter espantado o roedor, pensou, deitando-se de costas e mordendo um outro biscoito. O barulho havia desaparecido.
Colocou uma das mãos em seu abdome reto. Ali estava um problema que não desapareceria tão cedo. Na verdade, estava crescendo a cada dia, embora ainda fosse metade do tamanho de um dedo, de acordo com os livros que lera.
Era incrível ter alguma coisa tão minúscula em seu interior, entretanto invadindo sua vida de maneira tão ampla! O susto que levara quando havia feito o teste de gravidez logo se transformara em medo.
Era um medo que certamente Harry não comparti­lharia. Ele não queria filhos. Nunca! Não desejava elos físicos que comprometessem sua independência emo­cional. Precisava estar sozinho para escrever, avisara a Gina logo que se conheceram, e nada nem ninguém precediam seu trabalho de escritor. Como pesquisado­ra na Enright Mídia, Gina podia compreender as de­mandas do talento particular dele. Pega na excitação de ser desejada por um homem tão complexo e fasci­nante, tinha entrado no relacionamento com olhos bem abertos. Aceitara que Harry não era do tipo que se casaria. A medida que o envolvimento deles aumen­tava, ela entendeu que, se protestasse pelos desapare­cimentos periódicos de Harry, seria dispensada rapi­damente de sua vida. Então, apesar de ter se apaixo­nado, convencera a si mesma que estava contente com a situação. Era uma mulher realista, prática e auto-suficiente. Tinha um amante perfeito, um emprego exigente, com um bom salário, e muitos amigos para sair quando Harry estava fora da cidade. A falta de elos era bem-vinda. E até agora estivera muito absorvida em sua carreira para pensar sobre bebês...
Farelos do biscoito entalaram em sua garganta, fazendo-a engolir em seco.
Harry havia ficado em Auckland por três meses antes de partir para escrever seu novo livro... o perío­do mais longo que os dois haviam passado juntos. Gina ousou ter a esperança de que aquilo indicava que estavam alcançando um novo nível de confiança. Depois que ele partiu, ela culpou as náuseas constan­tes a seu estado depressivo, ou que talvez tivesse contraído uma gripe, associada ao estresse pelo tra­balho. Mas o aumento de peso e os seios levemente inchados eram mais difíceis de serem explicados, e quando fez as contas e percebeu que seu ciclo menstrual estava com dez dias de atraso, foi à farmácia comprar um teste de gravidez.
Estava grávida do bebê de Harry Potter! Parará de tomar as pílulas imediatamente, mas levara dias para absorver a realidade da situação, e quando isso aconteceu, lidou com o fato de sua usual maneira pragmática. Calculou que devia estar grávi­da de poucas semanas. Diferentemente de sua mãe, que se casara com um estudante universitário com o único propósito de receber uma pensão, Gina tinha descoberto sua gravidez cedo o bastante para consi­derar diversas opções.
Considerara todas cuidadosamente, antes de esco­lher a única que seria aceita pelo seu coração de mulher.
Não iria ter um filho indesejado. Esse bebê já era uma parte invisível sua, um sím­bolo de seu amor, um triunfo de esperança sobre pessimismo. Seu bebê fora concebido contra todas as probabilidades, e agora dependia de Gina lutar pelo melhor de seu futuro.
Não se enganava pensando que Harry seria um bom pai. Mas iria ser pai, e ela devia decidir se o queria participando da vida de seu filho ou não. Tinha sofrido muito pelo egoísmo de seus pais para sujeitar uma outra criança à dor de uma constante rejeição emocional. Até que se decidisse, não contaria a nin­guém sobre seu estado, a confiança em sua habilida­de de ser uma boa mãe ainda era muito frágil para arriscar expô-la às opiniões alheias.
Então, havia seguido Harry para seu esconderijo numa tentativa desesperada de estabelecer um melhor relacionamento entre os dois, antes que o corpo reve­lasse seu segredo. Precisava decidir quando e como contar-lhe sobre a gravidez, e descobrir o quanto de envolvimento ele iria querer depois que o bebê nas­cesse.
A manhã estava fresca, mas com a promessa de esquentar mais tarde, então Gina vestiu uma saia de um tecido fino e uma camiseta larga e amarrou os cabelos num rabo-de-cavalo. Comeu uma torrada com mel, e quando que sentiu que seu estômago não mais a in­comodava, cortou banana e kiwi numa tigela e acres­centou iogurte de baixa caloria. Segurando a tigela com uma das mãos e uma xícara de chá na outra, foi para a varanda e sentou-se no degrau para tomar um café-da-manhã relaxada. A água do mar parecia um espelho brilhante, enquanto pequenas ondas estoura­vam quase na praia. Lambendo o restante do iogurte da colher, Gina deixou a tigela no degrau e andou para a praia com a xícara na mão. A areia estava fria, e a água cristalina muito gelada, quando chegou à altura de seus tornozelos.
Quando se virou para voltar, viu uma figura mas­culina solitária parada no terraço da casa vizinha. Ele estava sem camisa, o peito bronzeado brilhando ao sol. Encostado contra o muro do terraço, não se via o corpo da cintura para baixo, e Gina perguntou-se se estaria totalmente despido. Harry não possuía pijamas e não sentia a menor inibição em relação ao próprio corpo. Na primeira noite em que tinham feito amor, ela ficara surpresa com a falta de inibição dele, e muito ciente de sua própria hesitação em se despir. Gina tentara disfarçar seu embaraço, e, sem querer, acabara excitando-o ainda mais com sua timidez.
Se não tivesse tomado alguns drinques a mais do que o usual no almoço com Harry, provavelmente não teria tido coragem de aceitar o convite dele para ficar no quarto do hotel.
Um arrepio a percorreu com a lembrança do peso da mão máscula em suas costas quando Harry tinha aberto a porta do quarto. Uma vez lá dentro, Gina estudara o ambiente grande e sofisticado, enquanto tentava esconder o nervosismo.
- Isso é o máximo para uma pessoa solitária, não é? - comentou ela, olhando para os pilares de már­more pretos, tapetes finos e móveis luxuosos.
Harry sorriu, jogou sua jaqueta de couro sobre uma cadeira antiga e pegou-lhe a bolsa para colocar no mesmo lugar.
- Como dono de uma rede de hotéis e meu editor, Draco tem um acordo comigo -justificou ele.
- Você menciona os hotéis de Draco em seus li­vros em troca de quartos grátis? - perguntou Gina hesitante.
- Está enganada, querida. Ao contrário do que dizem os intelectuais, tenho algumas éticas artísticas. Não abuso de meus leitores com propagandas de efeito subconsciente inseridas no meu texto. E um acordo honesto... Eu dou todas as entrevistas à im­prensa nesses hotéis, e autografo as primeiras edições para ele. E os quartos não são grátis, ainda pago al­guma coisa, embora não o real valor exorbitante. Por que não apreciar o melhor das ofertas? Gosto do contraste extravagante com a austeridade de minha outra vida - acrescentou Harry quando ela o olhou com expressão interrogativa. - Os meses em que minha vida se resume a um teclado e um monitor de computador, vivo como um asceta. Por isso, preciso gastar energia toda vez que saio de minha cela de monge... para reduzir o risco de uma fusão criativa.
- Escritores têm muito mais problemas emocionais do que as pessoas comuns. Especialmente depressão - apontou Gina.
- Será? - questionou ele. Ela sorriu timidamente.
- Pelo menos é o que as pesquisas indicam.
- Como pesquisadora, você deve ter informações interessantes armazenadas num canto do cérebro, es­perando emergir de seu subconsciente – murmurou Harry, os olhos verdes estudando-a com tanta intensidade que por um momento Gina se sentiu in­visível.
- Sim, mas só as uso para assuntos importantes - replicou ela, encolhendo os ombros.
- Além de ter boa memória, você é inteligente.
- Eu não diria isso.
Harry a encarou.
- O que a faz achar que não é inteligente?
Ela pensou em sua luta infinita com os exames escolares, e do sermão que sua mãe lhe dera quando tinha secretamente se candidatado a um emprego em vez de tentar a universidade.
- Não que eu seja ignorante - respondeu ela. - Ape­nas não tenho foco intelectual. Suponho que tenho inclinação para conhecer um pouco sobre todos os assuntos, e não me dedicar a um em particular - con­cluiu suavemente.
O sorriso dele era sexy e perverso.
- Ah, uma prostituta intelectual... meu tipo de mu­lher!
Os nervos de Gina aumentaram com a bizarra imagem sexual induzida por aquela frase. Não sabia se devia sentir-se insultada ou lisonjeada.
- Pensei que estivéssemos aqui para discutir sobre quem fez o papel de Velda em Kiss Me Deadly - dis­se ela, olhando para a tela grande presa na parede acima de uma caixa eletrônica. - Você disse que po­deríamos assistir ao filme em DVD.
- Tenho uma idéia melhor - disse ele se aproxi­mando.
- Oh? - Gina estremeceu com a expressão de de­sejo que viu nos olhos verdes.
Harry não a beijara no táxi quando seguiam para o hotel, mas quisera fazê-lo, e a recusa de Gina au­mentara ainda mais o desejo dele.
- Nós dois sabemos que Maxine Cooper era Velda, portanto, vamos esquecer o filme e eu lhe mostrarei o verdadeiro motivo pelo qual sempre fico nesta co­bertura. - Harry pegou-lhe a mão e começou a con­duzi-la para uma escada em espiral no canto do quarto.
Que tipo de devassidão ele estava prestes a revelar? Uma cama de ouro maciço com lençóis de seda ver­melhos? Uma banheira de mármore preta, cheia com champanhe?
Mas eles continuaram subindo a escada até chega­rem a um cenário mágico. Luzes sombreadas ao redor de paredes altas iluminavam uma selva de plantas e uma multidão de flores perfumadas.
- O jardim do telhado... para meu uso exclusivo e privado - anunciou Harry calmamente, permitindo que ela seguisse na frente ao longo do gramado verde cercado por samambaias e palmeiras.
- É fantástico - exclamou ela, inalando o perfume de laranjeiras mexicanas.
- É o que acho. Toda vez que estou na cidade e sinto-me vítima de meu próprio sucesso, fujo da mul­tidão e subo para relaxar um pouco. É a cura perfeita para problemas emocionais... um pequeno pedaço do paraíso. E agora o paraíso possui sua própria Eva.
Ela ouviu alguma coisa e virou-se para o som da música suave que vinha de alto-falantes escondidos.
Para seu espanto, Harry tinha tirado os sapatos e a camisa branca, e estava retirando o cinto. Com o murmúrio de Gina, as mãos dele pararam.
- Você mudou de idéia? - Ela hesitou.
- Não, mas... Nós devemos? Aqui fora?
- Por que não? A temperatura está agradável, a grama é macia e estamos literalmente mais perto do paraíso do que em qualquer outro lugar da cidade. Mas se você tem medo que podemos ser bombardea­dos por um helicóptero da polícia... - Ele pegou o controle remoto que usara para operar o aparelho de som e apertou um botão. Com um ruído suave, um telhado curvado, de painéis coloridos, moveu-se da extremidade do jardim murado e se fechou, ocultando as estrelas.
Quando ela desviou os olhos daquele pedaço de engenharia fascinante, Harry estava tirando o restan­te das roupas, expondo-se sem falsa modéstia aos olhos arregalados de Gina. Com os braços na lateral do corpo, fechou uma das mãos, como se segurasse alguma coisa.
- Quero fazer amor com você agora - disse ele, com uma confiança arrogante.
- Estou vendo - murmurou ela, trêmula, tentando não parecer surpresa com o tamanho e a beleza do sexo masculino, tão magnífico que colocaria qualquer profissional do sexo na sombra.
Ele se moveu irrequieto.
- Você vai agir com reciprocidade? - perguntou, gesticulando para o vestido preto clássico de Gina, acompanhado por um casaco azul com design orien­tal.
Sem saber ao certo por onde começar, Gina fez o que normalmente faria em casa quando se preparava para ir dormir, e removeu a fivela que lhe prendia os cabelos, deixando-os cair sobre os ombros e, em se­guida, balançando a cabeça para soltá-los mais. Então, hesitou e mordiscou o lábio, pensando em que lugar colocaria a fivela.
- É só isso que você vai fazer? - pressionou Harry. - Nem mesmo vai tirar os sapatos?
Ela achou que ele estava bravo, impaciente com o seu nervosismo.
- Ah, não, eu... -A fivela escorregou de sua mão, caindo silenciosamente no gramado quando percebeu que ele não estava zangado. Longe disso! Na verdade, parecia ainda mais excitado do que antes, os olhos brilhando na luz parca, a tensão na voz puramente sexual.
- Você está me provocando, Ginevra?
- Não, é claro que não - negou sem fôlego, hipno­tizada pela masculinidade diante dela.
Harry abriu a mão que estivera fechada e mostrou-lhe diversos pacotes de preservativos. Tantos? Ela sentiu uma onda de apreensão, sua confiança abala­da pelo físico perfeito daquele homem, enquanto pensava nas próprias imperfeições. Instintivamente, puxou o casaco mais junto ao peito quando ele se aproximou mais.
- Não? A virgem envergonhada então? - disse ele, jogando os preservativos no chão ao lado da fivela de cabelo dela.
Gina enrubesceu.
- Dificilmente!
- Você dorme com outros homens? - Ele começou a tirar-lhe o casaco.
- Não, eu não durmo com outros homens - replicou Gina. - Mas já vivi esta experiência algumas vezes ou outra - admitiu com uma dignidade que o fez sorrir.
- Não comigo, querida, ou você não estaria agindo com tanta frieza.
Frieza? Ela estava praticamente queimando!
- Apenas... - Gina sentiu alguma coisa quente e macia beijar-lhe a barriga através da saia, mas não ousou olhar para baixo, com medo de perder o pouco de autocontrole que lhe restava.
- Só o quê? - sussurrou ele. - Só que você está com medo?
- Não!
- Não - ecoou ele com satisfação. - Então, você deve ser muito recatada para não querer despir-se num primeiro encontro. - Mãos fortes seguraram-lhe os quadris, os polegares massageando o tecido fino sobre a pele do abdome de Gina. - Você já decidiu deixar os cabelos soltos. - Harry inclinou-se para roçar o rosto na lateral do pescoço dela, e inalar o aroma de xampu misturado com um leve odor almiscarado de excitação feminina -, mas, obviamente, quer ser aquecida antes da ação principal. Quer que eu faça amor com você de roupas...
Os olhos castanhos mel de Gina se arregala­ram.
- Você pode fazer isso?
O ceticismo dela o divertiu.
- Oh, querida, posso fazer qualquer coisa que você quiser.
Mãos grandes e quentes desceram para a bainha de sua saia, erguendo-a até os quadris. Ele deslizou as mãos por baixo da saia e começou a lhe acariciar as pernas.
- Humm, meias de náilon. Isso facilita as coisas - sussurrou com voz rouca. - Oh, sem ligas - acres­centou, enquanto os dedos encontravam a delicada faixa que circulava a parte superior da coxa. - Mais fácil ainda...
Harry suspirou quando achou a calcinha de renda, e Gina tremeu quando ele afastou a peça de lado para tocá-la sem a barreira do tecido.
- Não importa. Trabalharemos ao redor dela - pro­meteu num sussurro rouco, segurando-lhe a perna entre suas coxas e fazendo com que ela perdesse o equilíbrio quando lhe ergueu uma das pernas e colocou-a ao redor do próprio quadril. - Adoro um desafio...
Harry inclinou a cabeça e roçou-lhe os seios com a boca, por sobre o tecido do vestido.
Gina jogou a cabeça para trás, fechando os olhos quando sentiu os dentes de Harry mordiscando-lhe os mamilos, ao mesmo tempo em que o sexo ereto pressionava contra o centro da feminilidade dela, incapaz de acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Estava se permitindo ser violada por um estranho sem roupas, no topo de um telhado... e esta­va amando cada momento perverso daquilo!
Naquela noite esplêndida, Gina aprendeu que Harry Potter era um homem de seu próprio mundo. Entregava-se à sensualidade, fazendo amor da mesma maneira que escrevia seus livros... com total concen­tração e atento a todos os detalhes, dedicando-se a fazê-la atingir o clímax com muita intensidade.
Depois que eles tinham feito amor diversas vezes sob as palmeiras, foram para o quarto do hotel, e, mais tarde, para a sala da suíte, onde continuaram explo­rando seus corpos com sensualidade e se amando com paixão.
Nenhum dos dois dormiu, e, pela manha, Gina estava cambaleando levemente enquanto se vestia, sabendo que o fato de precisar ir para casa mudar de roupa a faria chegar atrasada no trabalho.
Sentado no meio da cama, com o lençol cobrindo-lhe a parte inferior do corpo, Harry observou-a se vestir.
- Eu nunca me atraso para o trabalho - murmurou ela, guardando as meias de náilon na bolsa e calçando os sapatos de salto, incerta de como fazer uma parti­da graciosa. - Isso não foi uma boa idéia - acrescen­tou, referindo-se ao fato de eles terem permanecido preguiçosamente na cama pela manhã, mas para seu desapontamento Harry entendeu diferente.
- Nenhum de nós estava pensando. O que aconte­ceu não teve nada a ver com escolha, foi apenas química sexual - disse ele abruptamente. - Não se preocupe. É como fogos de artifício. Deslumbrante, mas essencialmente efêmero. - Os olhos verdes endureceram com uma cínica resolução. - Mas você está certa. Isso não pode acontecer de novo. Seria um erro tentar transformar nossa relação em algo que não é. Estou indo para Los Angeles depois de amanhã, para então viajar pelos Estados Unidos enquanto es­crevo um novo livro.
Gina disfarçou sua súbita palidez virando-se para o espelho do guarda-roupa e erguendo os braços para prender os cabelos em um nó.
Harry estava lhe dizendo para não incluí-lo em seus planos. Eles não teriam um futuro juntos.
Pelo canto do olho, podia ver o reflexo parcial de Harry. Ele massageava o peito como se a área esti­vesse dolorida. Não estava tão relaxado quanto pare­cia, teve certeza, notando a tensão pela postura da cabeça. Talvez esperasse que ela tivesse um acesso de raiva pela franca rejeição a qualquer elo emocional entre os dois, ou, pior, insistisse que tivessem uma longa discussão sobre os sentimentos deles.
Gina não lhe daria a satisfação de saber que ela acreditava que eles tinham alguma coisa especial.
Lição número dois em lidar com o imprevisível Harry Potter:
"Nunca lhe dê o que ele espera."
Ela esboçou um sorriso e virou-se.
- Certo. Um erro. Bem, estou indo, então. Até qualquer hora. Não, não precisa se levantar para me levar até a porta. - Ela acenou casualmente, quando ele se movimentou sob os lençóis. - Fico feliz em fazer as coisas do meu jeito. Venho agindo assim há alguns anos - explicou com uma ponta de sarcasmo. - Oh, e se você precisar de outra aula de química... sinta-se livre para assobiar para mim.
Antes que ele pudesse reconhecer aquela vaga alusão, Gina chegou à escada em espiral, onde parou e olhou provocativamente por sobre o ombro.
- Você sabe assobiar, não sabe, Harry?
A dor de partir quase valeu a pena quando viu a expressão dele, que revelava um misto de desejo e admiração.
Quase...
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N/A: Obrigado a todos que estão comentando e lendo...


Espero que estejam gostando tanto da história quanto eu gostei.


Lembrando que quanto mais comentários mais rápido serão postados os capitulos

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