Vá fazer trancinhas nas barbas
Gabrielle, Felix e Emily faziam anotações em seus livros furiosamente, acompanhando a lenta explicação do professor Binns ao mesmo tempo. De vez enquanto faziam-lhe perguntas, e o professor parecia realmente surpreso que alguém estivesse prestando atenção em seu discurso histórico.
Só que ela não ouvira o que havia acontecido com os gigantes, porque um pergaminho rosa e cheio de glítter fora colocado em sua mesa. Abriu o bilhete, que dizia:
Querida Gabrielle, Felicia está altamente preocupada com a situação de seu namorado, o Chuck, que você obviamente conhece melhor que ninguém. E claro que ela não queria que eu contatasse você, mas o caso é urgentíssimo e ela está meeeega surtando.
Gabrielle soltou um alto suspiro, e rabiscou num canto do bilhete:
Se ele não disse nada, é porque não está acontecendo nada e sua amiga não tem mais o que fazer além de perseguir meninos.
Louise, vá ler um livro, decifrar uma runa, transformar seu bule num cachorro, fazer trancinhas nas barbas do Dumbledore... Qualquer coisa, mas me deixe em paz. Não sei nada do Chuck, e não me interessa. Raramente falo com ele. E se nem ele mesmo quis se abrir com Felicia, então é porque não acha que ela é digna pra isso. Pare de se meter entre os dois, e saiba que a cor que você está usando no seu cabelo só fica bem na Felicia.
- E então senhorita Emily, pensou em minha proposta? – ele sorria, e até deu uma piscadela particularmente intimidadora.
Gabrielle se segurava muito pra não cair na risada, imaginando Wes perseguindo os gêmeos com vários garfos nas mãos, vermelho, e gritando em plenos pulmões coisas como Voltem aqui seus merdinhas, vou deixar vocês caolhos.
- Isso é verdade, Emmy? – Fred fez beicinho, entristecido.
Emily olhou pra amiga. Estava apavorada com a idéia dos dois Weasley a chamando pra sair, assim, do nada. E mais apavorada ainda por Gabrielle ter dito que era namorada de Wes. Pensou, enquanto andava em passos apressados, seguida pelos três, e decidiu que era melhor se passar por namorada do Wes e se livrar dessa. Era perigoso demais.
- É, desculpem, rapazes. Mas namoro o Wes.
Gabrielle puxou Emily pelo braço e se meteu no banheiro feminino com ela.
- Ufa, obrigada. Essa foi por pouco. – Emily se encostara num box.
E ela contou.
Pensou mais uma vez no que Louise havia escrito, e não pôde deixar de se perguntar se seria verdade. Imaginou Chuck sentado confortavelmente como de habitual no sofá da sala comunal, bebendo e se afundando em algum mal que desconhecia. Sentiu-se mal por ele, e gostaria de ajudar, apesar de tudo. Mas algo lhe dizia pra que ficasse fora disso, que não era de sua conta, e como todos sabem, às vezes ouvir os próprios conselhos é muito bom.
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