The Middle



A primavera já se fora, e o ar quente do verão tomava conta de toda Londres. Passara-se cerca de dois meses desde que Scorpius vira Rose pela ultima vez. Claro que no decorrer desse tempo havia pedido de modo indiferente, informações sobre como a ruiva estava a Albus, que, por sua vez, dizia que ela estava quieta de mais, só saía de casa para ir à faculdade ou para comprar uma coisa ou outra no mercado. Scorpius estava preocupado com ela, o que era algo bem incomum, já que ele raramente se preocupava com alguém, e agora ele estava preocupado logo com ela, que até algum tempo atrás, era a principal vítima de suas brincadeiras de mau gosto. Mas o pior era saber que ela estava se excluindo, em parte, por causa dele. Ela evitava sair com o grupo para não se encontrar com ele. Isso o estava matando por dentro, ainda mais porque não tinha certeza do que estava sentindo por Rose. Depois daquela noite em seu apartamento, o loiro não conseguira mais tirar a ruiva da cabeça. Estava sendo difícil se concentrar em outras coisas. Talvez ele deve-se procurá-la o quanto antes para esclarecer tudo, ou esclarecer nada, já que provavelmente, ela também estava tão confusa quanto ele. Mesmo assim, decidiu visitá-la em seu apartamento para colocar tudo em pratos limpos. Mas ele não precisou ir atrás dela, já que, de um jeito ou de outro, ela acabou indo até Seth, mesmo que intencionalmente. Parece que a sorte estava com ele.


CAPÍTULO II


 


            Depois de um dia cansativo na faculdade, Scorpius decidira relaxar em uma cafeteria que costumava freqüentar com os amigos ainda nos tempos de colegial. Era um lugar aconchegante, onde poderia tomar um café com waffles e descansar antes de ir para casa. Quando chegou lá eram cinco horas da tarde e foi logo fazer o seu pedido, mas no momento em que se virou para escolher uma mesa, acabou trombando com alguém que, se Scorpius não tivesse segurado bem na hora, teria caído no chão.


            - Me desculpe... - começou a falar a pessoa, que pela voz, era uma mulher. Mas foi só quando Seth pousou o olhar em sua face, percebeu quem era.


            - Rose! - disse ele.


            - Ah! Scorpius... É você... - respondeu Rose, com as bochechas vermelhas. - O que você está fazendo aqui?


            - Vim descançar um pouco, tomar um café... Tenho me estressado muito com a faculdade. - Respondeu ele. - Você está voltando do seu campus agora não é? Não quer se juntar a mim? A gente pode tomar café juntos. - Disse o loiro animado.


            Rose não sabia o que dizer, estava nervosa com aquele súbito encontro entre os dois. Ela sabia que precisavam conversar, mas não saberia o que dizer se Scorpius começasse a falar da noite do aniversário de Albus. Sua cabeça estava uma bagunça, um turbilhão de sentimentos misturados. Talvez devesse aceitar o convite, quem sabe ela não descobriria algo sobre os sentimentos dele também?


            - Claro, por que não?


            - Ótimo! - exclamou Scorpius, sua expressão em um misto de felicidade e hesitação.


            Dirigiram-se, então, para ma mesa afastada e sentaram-se em de frente para o outro.


            - Então, - começou Scorpius - como você tem passado?


            - Estou bem, um pouco ocupada com a faculdade, mas bem... E você?


            - Ocupado com a faculdade também, mas só isso. - respondeu.


            E assim foram. Por incrível que pareça, não discutiram nenhuma vez. Conversaram sobre a faculdade, família, amigos. Para tranqüilidade de ambos, nenhum tocou ‘No Assunto’. Estavam tão entretidos na conversa que nem notaram que já eram nove horas da noite. Tinham ficado conversando por 4 horas! Decidiram, então, se encontrar na próxima semana, nesse mesmo dia e horário, para conversar mais.


            Scorpius insistiu em levá-la para casa, mas Rose recusou, já que morava a apenas algumas quadras dali, não seria problema ir sozinha.


            - Mas também não vejo problema em eu te acompanhar. - contrariou o garoto.


            - Sério, não precisa. - Retrucou Rose


            - Eu vou achar que você não gosta da minha presença.


            Rose acabou cedendo depois dessa.


            O prédio em que a moça morava era parecido com o dele. Havia uma grande porta na entrada com o interfone ao lado, alguns degraus separando o prédio da calçada. Rose subiu dois degraus, ficando da altura do rapaz, e virou-se para ele.


            - Obrigada por me acompanhar.


            - Não foi nada, além do mais, não é muito seguro uma moça bonita ficar zanzando pelas ruas à essa hora. - elogiou Scorpius.


            Rose ficou envergonhada, seu rosto ficou da mesma cor que seus cabelos.       


            - Obrigada pelo elogio, mas eu sei me defender muito bem agora, tenho feito aulas de auto defesa. - disse ela, olhando para o chão.


            Por essa ele não esperava. Aquela garota sensível, delicada, pequena, estava aprendendo a se defender? Scorpius estava realmente surpreso.


            - Nossa! Isso é muito surpreendente, quer dizer, você não costumava gostar desse tipo de coisa.


            - Pois é, mas esse mundo de hoje não é? Tudo está muito perigoso.


            Ficaram um instante em silencio apenas olhando um para o outro. Mas um carro, que passava pela rua, quebrou o encanto. Envergonhados, desviaram o olhar.


            - Bem, eu acho que já vou indo. Deixar você descansar. - Scorpius decidiu.


            - Tudo bem. - respondeu Rose.


            O loiro teve vontade de abraçá-la, mas não sabia o motivo. Esticou, então, a mão para que ela apertasse, e ela, ainda um pouco envergonhada, a apertou fracamente.


            - Até semana que vem então. - lembrou Rose, ainda segurando sua mão.


            - É, até semana que vem. - respondeu o loiro.


            Soltando as mãos hesitantes, desejaram-se boa noite e cada um seguiu seu caminho, Rose entrando pela porta do prédio, e Scorpius voltando pela rua na qual tinha vindo.


            Quando ambos já estavam em seus respectivos quartos, deitados na cama prontos para dormir, o ultimo pensamento de um, antes de cair no sono, foi o outro. A expectativa do próximo encontro sem deixar seus sonhos.


 

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