The Beggining
Chovia muito naquela tarde de verão em Londres, nenhuma surpresa até aí, pensava Scorpius. Sua cabeça estava encostada no vidro da janela da sala de seu apartamento, os cabelos loiros platinados despenteados, os olhos cinza olhavam as gostas de chuva que caiam na calçada lá fora. Nos lábios havia um meio sorriso, o qual não conseguira tirar desde a noite anterior, quando finalmente aceitara o que custava a aceitar desde a época do colégio, que estava completamente apaixonado por Rose, filha do maior concorrente empresarial de seu pai. Os Weasleys e os Malfoys tinham uma história rodiada de ódio e rancor que começou séculos atrás, por isso ninguém realmente sabia o por quê de toda essa inimizade.
Conheceram-se a partir do melhor amigo de Scorpius, que também era primo de Rose, mas essa proximidade não mudava o fato de que o contato entre os dois era proibido. Eram rivais em tudo: notas, esportes, amigos, popularidade. Estavam a todo o momento se provocando, encontrando defeitos nos trabalhos um do outro mesmo onde não havia nenhum. Passaram todo o período escolar assim e, mesmo depois de se formarem, embora não se encontrassem com a mesma freqüência, ainda freqüentavam os mesmos lugares e não perdiam a chance de se irritarem. Essa situação já era rotina, a presença de um já era familiar para o outro, e eles se sentiam confortáveis assim. Até que começaram os problemas no paraíso.
CAPÍTULO I
Albus, amigo de Scorpius e primo de Rose, os havia convidado para comemorar seu aniversario em um clube já conhecido pelos três, mas Rose, além do presente, trouxe uma outra surpresa, seu novo namorado, Braden McLaggen, uma antiga inimizade de Scorpius. Sentaram – se à mesa e Scorpius percebeu que Braden não parava de encará-lo. A única coisa que queria fazer naquele momento era quebrar a cara daquele rapaz. ‘Só porque ele é um imbecil’ pensava SCorpius ‘Não tem nada a ver com a Rose, nada mesmo. ’ Ele precisava acreditar que não estava interessado nela. Tudo bem que ela estava maravilhosa naquele vestido preto tomara que caia curto, deixando a mostra o colo e as pernas que poderiam fazer inveja na mais bela rosa branca, de tão brancos que eram, e os cabelos vermelhos presos em um coque bem feito, os olhos azuis pintados, deixando-os ainda mais belos. ‘Mas é só uma atração carnal. ’ Estava tão distraído com seu conflito interno, que Seth quase não notou o quanto Braden estava alterado por causa da bebida. Só percebeu de fato o que acontecia quando ouviu a voz de Rose.
- Braden, pare com isso. Vamos para casa! - mas o rapaz estava tão descontrolado que falou mal a moça e continuou a rir e a beber.
Scorpius começou a ficar vermelho e , levantando, disse:
- Você não precisava ser grosso com ela, sabe.
- Ah é? É o que você acha? - disse Branden, batendo as mãos na mesa enquanto se levantava.
- É, é o que eu acho sim. - Replicou Scorpius.
- E o que você vai fazer se eu fizer isso? - falando isso, Braden pegou Rose pelo braço e lhe deu um tapa na cara.
O sangue de Scorpius, que já estava bem quente, ferveu ainda mais e então voou para cima de Braden. Este que não era nem um pouco fraco, retribuiu a gentileza. Depois de muitos socos e gritos, Albus e Rose, com a ajuda de mais algumas pessoas que se encontravam no clube, conseguiram separar os dois rapazes, que estavam muito machucados. Decidiram que Albus levaria Braden e Rose levaria Scorpius para suas respectivas casas, já que nenhum tinha condições de dirigir. Despediram-se e, antes de partirem, Rose deixou claro que o namoro entre ela e seu, agora ex, namorado estava acabado e que não era mais para ele a procurar. Embora não tivesse conseguido ouvir toda a conversa, a expressão de rejeição de Braden iluminou o rosto de Scorpius que, escondendo um sorriso, entrou no carro.
Durante todo o trajeto, Scorpius e Rose ficaram em silencio, nenhum dos dois tentando iniciar uma conversa. O loiro notava que, vez ou outra, Rose olhava para ele, mas quando ele olhava de volta, ela desviava o olhar e podia-se notar uma vermelhidão em suas orelhas e por todo o seu rosto. ‘Ela fica mais bonita ainda quando está com vergonha’. O rapaz balançou a cabeça com esses pensamentos, chamando a atenção de Rose que o olhou de um modo estranho, mas ele apenas deu de ombros e virou a cabeça para olhar pela janela. Só percebeu que haviam chegado quando a moça pediu para que ele se apressasse.
Rose insistiu em subir com o rapaz para seu apartamento para que pudesse cuidar de seus ferimentos. Este tentou recusar, mas a moça era insistente, então Scorpius acabou aceitando. Logo que entraram no pequeno apartamento, Rose o empurrou em direção ao sofá e fez com que ele se sentasse.
- Onde está o kit de emergência? - perguntou ela.
- No armário da cozinha. - respondeu ele de mau gosto enquanto a via sumir por entre os corredores do apartamento. Depois de alguns instantes, ela voltou.
O clima estava tenso entre eles, principalmente quando a ruiva se debruçou sobre ele para cuidar de um corte extremamente grande em cima de sua sobrancelha. O silêncio era a única coisa que se ouvia. Passaram-se alguns minutos quando Rose resolveu falar.
- Você não precisava ter feito aquilo, sabe. Eu sei me cuidar muito bem sozinha.
- Você não fez nada para me impedir, e eu não ia deixar aquele cara sair impune depois de bater em você. - retrucou Seth.
- E desde quando você se preocupa comigo? Da ultima vez que a gente se encontrou, você não poupou esforços para me irritar.
Scorpius ficou um momento sem falar nada. Por que ele foi abrir a boca?
- É que você é prima do meu melhor amigo. O Albus também nunca gostou daquele tal de Braden. Você merece alguém melhor que aquele projeto se sapo gigante mutante.
- E eu mereço alguém como?
Podia-se ver nos olhos da moça como ela estava se divertindo com tudo aquilo.
- Você precisa de alguém inteligente, porque você não pode negar que aquele Braden não tinha cérebro nenhum. Você precisa de alguém que a faça rir, porque eu sei que você gosta de rir. Você precisa de alguém que te desafie, não alguém que concorda com tudo o que você diz. Você precisa de alguém que te entenda, que saiba que você come miojo cru quando acha que ninguém está olhando, que saiba que você odeia quando te chamam de Rosie, que saibam que mesmo quando você diz que não está com fome, você está mentindo, porque você está sempre com fome. Você precisa de alguém que te ame de verdade.
Scorpius olhava diretamente nos olhos de Rose, que ainda estava muito próxima a ele no sofá. Por essa proximidade, tomou um susto quando ela se jogou no sofá e começou a rir. O loiro ficou lá, perplexo, olhando enquanto ela gargalhava do que ele havia dito. ‘Qual é o problema dela?’ Ele se perguntava. Será que ela achava que ele estava brincando?
Demorou alguns instantes até que Rose percebesse que ela estava rindo sozinha, então parou e endireitou-se no sofá. Ele ainda olhava para ela e esta se sentiu um tanto constrangida com a intensidade desse olhar.
- Então... Você não estava brincando. - constatou a garota, mas, como não obteve nenhuma resposta, continuou. - É que isso é bem engraçado sabe Você, logo você, a pessoa que eu menos suporto no mundo, me falando sobre o tipo certo de cara pra mim. Eu achei que você só estava brincando. Me desculpe.
Scorpius ignorou o pedido de desculpas e apenas disse que ela precisava continuar a ajudá-lo com os machucados. As feições de Rose tornaram-se tristes, mas esta não disse nada, apenas voltou a cuidar do loiro. Um instante depois, quando Rose limpava um ferimento, Scorpius soltou um gemido de dor, mas a garota não ligou e continuou com o seu trabalho, fazendo com que Seth se contorcesse e soltasse mais gemidos.
- Fique quieto! - disse Rose.
- Isso dói, o que você espera que eu faça? - retrucou o garoto.
- Se você ficar quieto, não vai doer tanto.
O rapaz tentou se livrar das mãos da ruiva, mas esta continuava muito próxima dele, e após um movimento brusco, Rose acabou caindo em cima do garoto, seus rostos a milímetros de distancia, os olhos colados um no outro. Seus rostos foram se aproximando ainda mais até que seus lábios se encontraram em um beijo cálido e forte. Beijaram-se por muito tempo, e quando o ar já lhes faltava, foram se separando. O único som que podia ser ouvido eram suas respirações ofegantes e descompassadas. Rose estava um tanto atordoada e, quando abriu os olhos e encontrou os dele a fitando, percebeu o que havia feito.
- Eu... Eu preciso ir pra casa. - disse ela
E, levantando desastradamente, foi em direção à sua bolsa e casaco, que se encontravam em uma cadeira próxima.
- Rose, - disse Scorpius - Rose, espera!
Mas ela não lhe deu ouvidos e, apressadamente, saiu do apartamento. O loiro não foi atrás dela, pois sabia que o orgulho da garota não a deixaria olhar nem um segundo para trás. Não havia muito que fazer, na verdade. Scorpius precisava de um tempo para pensar, por os seus sentimentos em ordem. Só quando descobrisse o que estava acontecendo com ele, o que era aquele aperto no peito que sentira quando a vira saindo pela porta, é que falaria com ela e colocaria um fim nesse desconforto.
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