The Ending
O dia tão esperado chegou. Scorpius e Rose se encontraram no café e conversaram até tarde da noite, combinando de se encontrarem na outra semana também. E assim, a cada semana, iam se encontrando duas ou mais vezes. Nunca imaginaram como a companhia de um seria tão divertida, tão animadora. No dia anterior a cada ‘encontro’, os dois ficavam nervosos, não conseguiam dormir, tamanha era a vontade de se verem. Sabiam que essa amizade era proibida. Se seus pais descobrissem, poderiam até ser deserdados! Pode parecer besteira, mas a rivalidade entre as famílias era tão forte, que seus patriarcas recusavam-se a freqüentar os mesmos lugares, mesmo quando havia alguma festa de confraternização da escola, pois assim como os filhos, hviam estudado juntos. Os jovens tinham medo que, se seus pais descobrissem, eles os impedissem de se verem. A única pessoa que sabia dessa amizade entre eles era Albus, mas ele não contaria a ninguém.
Eles estavam enganados.
CAPITULO III
Scorpius não podia acreditar no que ouvia. Como Albus pode ter traído sua confiança tão facilmente? Era inacreditável. Depois de tantos anos de amizade, de segredos, ele justamente contou o mais importante, o mais secreto.
Rose estava sentada no sofá do apartamento de Scorpius. As mãos tampando o rosto. Não queria que ele a visse chorar ainda mais. Seus olhos estavam inchados e vermelhos. Havia chegado apressada no apartamento do rapaz para contar o que havia acontecido no ultimo jantar de família que seus avós organizavam toda semana, aonde iam todos os tios e primos, até os parentes mais distantes.
Estavam todos se divertindo, bebendo muito, mas Albus sempre tinha sido fraco para a bebida e não demorou muito até ficar completamente bêbado e dizendo coisas sem sentido. Ninguém estava prestando muita atenção nele e, percebendo isso, falou mais do que devia.
- Vocês sabiam que a Rosie está de amizade com o Scorpius, o filho do velho inimigo do pai dela? - sua voz estava arrastada por causa da quantidade de álcool que ele havia ingerido.
Todos na sala olharam para a ruiva, seu pai com o rosto completamente vermelho. Este chamou sua esposa e filhos para irem para casa, pois teriam uma ‘conversa’. Ninguém soube o que aconteceu depois, mas tinham certeza que não seria nada bom para a menina.
Depois, cerca de duas da manhã, quando todos achavam que ela estava dormindo, Rose saiu de casa e foi para o apartamento de Scorpius que, por sorte, ainda estava acordado. Contou o que acontecera e que seu pai a havia proibido de encontrar-se com ele.
- Mas eu não quero! Não quero ficar longe de você! - dizia ela com a voz embargada pelo choro.
Ele também não queria ficar longe dela. Os momentos que tinha com ela eram os momentos mais maravilhosos que ele já havia tido. Sentando-se ao lado dela, abraçou-a pelos ombros.
- Você não vai ficar longe de mim, sabe por quê? Porque eu não vou a lugar nenhum. Eu não vou te deixar. - disse ele baixinho, perto de seu ouvido. Rose começou a chorar ainda mais e apoiou a cabeça em seu ombro, segurando a sua camisa. Com ele, ela sentia-se protegida, como se nada de ruim pudesse acontecer a ela se estivesse perto dele. Os braços de Scorpius se apertaram ainda mais ao seu redor, com medo de que ela pudesse sair correndo a qualquer minuto, embora ele soubesse que ela não faria isso. Ele apenas queria te-la mais perto dele.
- Não precisa chorar, a gente vai resolver isso, certo? - ele tentava acalmá-la. Rose apenas assentiu com a cabeça e seus soluços começaram a diminuir. Ficaram alguns minutos naquela posição até que Rose levantou a cabeça e olhos nos olhos do rapaz.
- Scorpius, eu acho que te amo. - Ela disse baixinho, os olhos brilhantes sorrindo para ele.
Ele ficou sem palavras. Ela o amava? Um sentimento de felicidade se apossou do coração de Seth e ele ficou olhando para ela. Sem perceber, disse o que tentava negar a muito tempo.
- Eu te amo também. - e abaixou a cabeça e encostou seus lábios nos dela gentilmente. Uma explosão de sentimentos acontecia dentro deles.
O beijo começou a ficar mais apressado, mais determinado. Mãos se moviam pelos seus corpos, não querendo perder nenhum contato. Rose jogou seus braços ao redor do pescoço de Scorpius e este colocou suas mãos na cintura da menina. Nem perceberam que haviam saído do sofá e chegado ao quarto do rapaz. Scorpius colocou Rose delicadamente em cima de sua cama e olhou em seus olhos.
- Você tem certeza? - ele perguntou preocupado.
A ruiva apenas assentiu.
Naquela noite, consumaram seu amor, um amor que ninguém, nem mesmo seus pais, poderia separar.
Scorpius acordou com o barulho da chuva. Abriu os olhos preguiçosamente e, olhando para o lado, viu um emaranhado de cabelos vermelhos espalhados pelo travesseiro. Inconscientemente, sorriu, lembrando dos acontecimentos da noite anterior. Devagar, para não acordar Rose, levantou da cama e viu em seu relógio que já eram duas e meia da tarde. ‘Os pais dela devem estar preocupados. ’ Pensou ele, indo em direção ao banheiro para fazer sua higiene. Logo depois preparou um café e dirigiu-se para a cadeira perto da janela, sentando lá e admirando a chuva. E lá ficou ele, pensando, lembrando. Certamente eles passaram por muitas coisas até chegarem ali. Scorpius teria que ter uma conversa séria com os pais de Rose se ele quisesse um relacionamento sério com ela, o que, com certeza, ele queria. Teria que falar com seus pais também, o que não seria uma tarefa fácil, já que não falava com eles havia muito tempo. Mas isso não importava agora. O que importava é que ele e Rose estavam juntos. Indo para o seu quarto, Scorpius apoiou seu ombro na soleira da porta, uma mão segurando a caneca de café e a outra no bolso de sua calça. Ficou admirando Rose dormir, decorando cada detalhe de seu rosto, ouvindo sua respiração calma. ‘Parece um anjo’ ele pensou ‘O meu anjo’.
Seus pensamentos foram cortados por uma batida forte na porta. Deixou o café na cozinha e se apressou em abrir-la, que correria o risco de cair se não o fizesse, tamanha a força das batidas.
Nem teve tempo de olhar direito para quem estava em sua frente quanto recebeu um soco bem no meio de seu rosto.
- Cadê a minha filha, seu desgraçado? O que você fez com ela? - Perguntava Ronald Weasley, pai de Rose. Scorpius, que estava caído no chão por causa do soco, ficou olhando enquanto o mais velho vasculhava a sua sala. Estava pasmo. Quem aquele velho pensava que era para invadir o seu apartamento desse jeito?
- Pai? - ouviu-se uma voz vinda do fundo. Scorpius levantou-se e virou em direção a voz, vendo Rose envolta do lençol de sua cama. Devia ter acordado por causa do barulho que vinha da porta. Ela não podia ter escolhido pior momento.
Vendo sua filha, sua pequena Rose, daquele jeito, Ron partiu para cima de Scorpius.
- Você vai ver só, seu desgraçado!
Rose correu e segurou seu pai antes que ele pudesse machucar o mais novo ainda mais.
- Me solta Rose, você não vê que eu estou tentando te proteger?
- Me proteger do que? Scorpius não fez nada de errado! - respondeu Rose, com lágrimas nos olhos. Não queria que isso estivesse acontecendo.
Ron olhou para sua filha e, vendo como a estava deixando infeliz, parou de tentar sair de seu aperto. Rose soltou-o devagar, receosa do que ele poderia fazer.
- Eu só quero o seu bem Rose. - disse, desolado.
- Senhor, eu juro que eu não tenho intenção de machucá-la. Eu sei que o histórico das nossas famílias não é muito amigável, mas é só porque ninguém nunca tentou cruzar essa linha, e se alguém o fez, foi discriminado como eu e Rose estamos sendo agora. Eu sei que o senhor não aprova o nosso relacionamento, na verdade, aprovações não importam pra mim, mas eu sei que isso seria muito importante para sua filha. Eu quero me casar com ela e gostaria da sua benção. - confessou Scorpius.
Aquilo surpreendeu não só a Ronald, mas como a Rose também.
- Você quer? - perguntou ela emocionada, indo em direção a Scorpius.
- Quero, muito. - respondeu o rapaz.
Ron estava perplexo. Aquele loiro aguado estava querendo tirar a sua menininha dele? Aquela menina que o chamava quando estava com medo do monstro que vivia debaixo da cama? A mesma menina que, quando ia pegá-la na escola, vinha correndo com os braços abertos gritando ‘papai’ e o abraçava forte? A mesma que há apenas alguns anos era uma criança, mas que agora havia virado uma bela mulher, em sua opinião, muito rápido? Ron sempre soube que um dia Rose iria encontrar um homem com o qual gostaria de passar o resto de sua vida, mas ele ainda não estava preparado para deixá-la ir, principalmente com um Malfoy. Estava pronto para proibir essa união quando percebeu o modo com que se olhavam. Havia carinho, ternura, companheirismo, compaixão, mas acima de tudo, havia amor. Quem era ele para separar algo tão divino como o amor?
- Vocês tem a minha benção. - disse ele subitamente.
A principio, Scorpius pensou ter ouvido errado, mas quando viu Rose abraçando o pai fortemente, percebeu que era verdade. Rose chorava de felicidade, por um momento pensou que o pai a proibiria de casar-se com Scorpius, mas ele a surpreendera. Ron sempre fora um pai super protetor, não deixava a filha sair de casa à noite, muito menos namorar. Os rapazes dempre evitaram ficar muito amigos dela por medo do que seu pai poderia fazer. Rose sabia que ele só tinha medo de perdê-la.
- Eu sempre vou ser a sua menininha, papai. - disse a moça.
Ron sorriu e deixou uma lágrima escapar de seus olhos, percorrendo seu rosto. Abraçou sua filha ainda mais forte e depois a soltou, dirigindo-se para Scorpius.
- Ela é minha filha, você quebra o coração dela, eu quebro a sua cara. - ameaçou, apontando o dedo para o rosto do loiro.
- Eu nunca a deixaria sofrer, senhor. - garantiu, esticando a mão para o seu futuro sogro. Este, ainda um pouco receoso, esticou sua própria mão e apertou a de seu genro. Era um contrato silencioso de trégua entra as duas famílias. Rose sorriu ao ver aquela cena.
- Bem, acho que isso merece uma comemoração não é? Scorpius, chame sua mãe e aquela doninha que você chama de pai para um jantar lá em casa semana que vem, Rose o deixará saber quando. Imagine o que sua mãe fará, Rose. Herminoe vai começar a gritar feito uma louca. - riu Ronald, desfazendo o aperto de mão. Despediu-se de sua filha e seu genro e foi embora, deixando-os sozinhos.
- Então, parece que vamos casar. - comentou Rose, com um sorriso no rosto.
- Pois é. - respondeu Scorpius, abraçando a noiva por trás.
- E o que o senhor pensa que está fazendo? - perguntou Rose, brincando.
- Não posso aproveitar esse momento abraçado junto à minha noiva? - retrucou o loiro.
- Claro que pode. - respondeu a ruiva, girando o corpo para poder olhar nos olhos do rapaz. - Eu não ia querer de outra forma. - disse Rose, sorrindo, fechando os olhos e colando seus lábios nos de Scorpius.
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