2+2 = 42
N/A: Então, só avisando que tem um draminha aqui no começo, eu me senti tentada á fazer e nao aguentei. AIOEHOAIUEHOIAUHEOIAUHEOIEH. E sim, se preparem para finalmente descobrir o que estava no tal papel que indignou tanto o Albus e o Scorpius ao ponto de eu ter que relatar todo o acontecimento. HAIOHEUHEOIAUHEOIAUEHOIAUHEOIEAU. E um aviso: ocasionalmente, pessoas com camisetas amarradas na cabeça aparecerão nesse capítulo. Então, cuidado. Boa leitura :D
Scorpius parou bruscamente de andar e, cambaleando, encostou suas costas na gelada parede. Fechou os olhos com força e segurou a cabeça com as mãos.
O único movimento que Albus fez foi com os olhos, acompanhando as reações do loiro, analisando o quão grave era a situação. Agora, já no sexto ano, ele aprendera á lidar com as crises de enxaqueca do amigo (nos primeiros anos Albus armara vários escândalos, onde o mesmo acabou tendo que ser medicado junto, tamanho seu desespero) – e provavelmente era o único, pois Scorpius fazia questão de esconder isso de todo mundo, dizendo ser irrelevante ás outras pessoas, mas Albus entendera que, na verdade, Scorpius não queria dar trabalho ás pessoas, pois se sentia extremamente frágil, por isso se escondia atrás desse pseudo-orgulho.
Lentamente Scorpius escorregou até o chão; seu cérebro, tão transtornado pela dor, esquecendo de mandar força para suas pernas. Dobrou as pernas e afundou o rosto em suas mãos. O cabelo loiro lhe cobrindo o semblante.
Albus contraiu as sobrancelhas. Raras vezes o vira tão abertamente afetado. Agachou-se ao seu lado.
- Menino Malfoy? – Chamou-o o mais suave que conseguiu; o mais simples ruído agora poderia causar um sério estrago – Ta assim, tão tenso? – Albus estava com seus já expressivos olhos verdes arregalados. Pareciam dois plácidos lagos refletindo cautela e preocupação.
Para o seu total espanto e horror, Scorpius não deu nenhuma resposta atravessada ou esboçou um sorriso enviesado, como sempre fazia – mesmo em suas crises – mas, ao contrario disso, tirou suas mãos do rosto, largando-as esquecidas ao lado de seu corpo, de encontro ao chão, e encarou Albus, seu rosto expressando o mais silencioso e desesperador grito de socorro que Albus jamais chegara a ouvir.
Ao encarar os olhos quase pratas de Scorpius, Albus sentiu aquele pânico irracional e incontrolável que ele á muito custo aprendera a controlar, crescer dentro de si. E então, em um instante que passou diante de si como um filme em câmera-lenta, o loiro levantou uma de suas mãos no ar, procurando alcançar qualquer coisa que o livrasse daquela dor insuportável, antes de ser tragado completamente pela escuridão de sua inconsciência.
- SCORPIUS! – Albus gritou e agarrou o mesmo pelos ombros, antes que seu corpo inerte tombasse no chão.
Sem se dar conta de que sua varinha repousava suavemente no bolso de seu casaco á um movimento de distancia, Albus, agindo por total e completo instinto (que não é nada inteligente ou prático, diga-se de passagem), jogou o loiro sobre seus ombros num anormalmente ágil movimento, como se ele fosse um saco de batata, e saiu, literalmente, correndo e gritando pelos corredores.
E sua urgência era tão grande, que nem percebeu quando passou, ocasionalmente, por duas Mary’s em um dos corredores em direção a enfermaria, e muito menos percebeu o olhar enigmático e interessado que elas o lançaram.
Quando Scorpius despertou, ele precisou de um longo minuto para conseguir lembrar o que tinha acontecido. Seus olhos, ainda embaçados, percorreram todo o branco de enfermaria com certa confusão. O alto teto lhe dava certos calafrios, pois parecia que alguns de seus sonhos inconscientes ficavam flutuando ali, entre os afrescos e lustres.
Sentou-se bruscamente. Sentiu a boca muito amarga e, ao lado direito da cama, em cima de uma mesinha, viu um vidro de remédio pela metade e um copo de água, que ele tomou em um segundo. Nas janelas á frente, a noite parecia estar ao seu limite, não agüentando mais conter sua escuridão.
A dor tinha passado, afinal, e só isso importava para ele. Deitou-se de volta, suspirando aliviado, e só então se deu conta de que Albus estava na cama ao lado.
O moreno estava com um dos braços dobrados atrás da cabeça e olhava desgostosamente a foto-montagem deles dois deitados abraçados – e muito provavelmente nus – que ele achara há um dia atrás.
- Você lembra desse dia, Scorpius? – Albus perguntou virando sua cabeça ao perceber que o outro acordara. Scorpius o olhou irônico, totalmente carregado de seu típico mau-humor matinal.
- Ah sim, como você foi sensível querido. – Disse com uma voz e um olhar tão enjoativo que poderia fazer um diabético entrar em crise.
- Idiota! Voce sabe que não é isso que eu estou falando! – Tacou um travesseiro em Scorpius e esse começou a rir maldosamente. – Cala a sua boca ou eu vou até aí e chuto o seu rim, entendeu?
- Ai, selvagem. Pode vim, eu tenho dois. – Fez a maior cara de Wanessão e dessa vez começou á gargalhar ao ver Albus se indignar ao ponto de ficar sem palavras. Isso era bem raro. No fim, Albus suspirou resignado.
O que Albus estava tentando dizer era que a foto, de fato, era composta de imagens verdadeiras, porem totalmente deturpadas e modificadas. O dia em si acontecera á poucas semanas atrás, num quente e luminoso sábado, quando, lá pelas dez da manhã, os dois, ao chegarem no cume do tédio e da falta do que fazer, resolveram dar asas e pernas á imaginação.
Então, á partir disso, foi um passo de “deitados-na-grama-do-jardim-pensando-no- que-poderiam-fazer” á uma gigantesca “guerra-de-balões-baldes-bacias-copos-de-água-gelatina-voando-pelo-ar-pessoas-rolando-no-chão-gravetos-enroscados-no-cabelo-fazendo-montinhos-loucamente-uns-nos-outros-e-uma-gritaria-incontrolável”; o momento fluiu rápido, natural e totalmente fora de controle.
E no meio de toda aquela bagaça – praticamente todos os alunos estavam participando da “brincadeira”, então estava uma loucura (parecia um clipe da Ke$ha, pra você ter uma noção) – em um momento não muito exato, Albus e Scorpius, com suas camisetas amarradas na cabeça, rolavam de um lado para o outro na grama, como duas minhocas loucas depois de um ecstasy estragado, e riam escandalosamente jogando água e grama um no outro. Logo após, outras pessoas se juntaram á eles e o ‘rolamento’ foi transformado em uma competição – com critérios e regras muito duvidosos, diga-se de passagem.
Mas a questão é: alguém provavelmente estava gravando e/ou fotografando essa cena, porque na imagem que Albus segurava agora via ele e Scorpius deitados na grama – ainda com as camisetas na cabeça (não conseguiram consertar isso) – só que Albus com seu tórax colado nas costas de Scorpius e seu queixo apoiado na curva do pescoço do mesmo, as pernas encaixadas, e do cós da calça dos dois pra baixo, poucos milimetros antes de acabar a foto, colocaram uma sombra escura, dando a entender claramente que Albus estava encoxando Scorpius sem estar devidamente usando a parte de baixo de sua roupa, e o loiro TAMBÉM; e, pra regaçar total, tudo isso numa luz cálida e alaranjada do pôr-do-sol. E o mais intrigante e assustador, é que no canto estava escrito: “Sexy, não? Estamos melhorando!!! Quem saiba um dia não damos a sorte de vermos de verdade?”
- Ah é, eu ganhei a competição do rolamento... – Scorpius com a voz suave e ao mesmo tempo empolgada, com um sorriso que parecia brilhar mais em seus olhos do que em seus lábios. Albus estreitou os olhos.
- Ei, foi um empate! Você sabe disse! – Guardou a foto no bolso da calça.
Scorpius o encarou profundamente por um segundo.
- Então, porque você está aqui mesmo? – Apenas para não perder o hábito, mudou de assunto de repente.
Albus pareceu relutante.
- Erm... é que eu precisei de um sedativo. – Scorpius lançou o mesmo olhar esquisito e inquisitivo que lançara ao moreno cinco anos antes na mesma situação. – EU ME DESESPEREI. DESCULPA, FOI MAIS FORTE QUE EU!
- Ta bom, eu acredito! – Scorpius disse levantando as palmas das mãos em frente do corpo, em sinal de paz, ao ver que Albus ficara afetado.
- Você nunca tinha tido uma crise como essa! E daí voce caiu no chão que nem um salsichão e parecia que ia derreter igual manteiga á qualquer minuto. Eu não sabia o que fazer eu pensei que voce fosse entrar em coma e...
- CALMA ALBUS! EU ENTENDI. TA BOM. VAMOS DEIXAR ISSO PRA TRÁS... – Albus concordou com a cabeça e ficaram um tempo em silêncio. – Porque você ainda ta de tênis?
- Ah é, esqueci de tirar!
- Voce dormiu de tênis. Uau. Nem tira agora Albus, deve ta uma caatinga dos infernos aí dentro.
- Há, então somos dois que estamos catingados! – Albus sorria apontando pro pé de Scorpius.
Scorpius olhou assustado pros seus pés. Também estava usando tênis.
- MANO, COMO VOCE NÃO TIROU MEU TÊNIS? EU ESTAVA AQUI COM MEU CEREBRO VIRANDO GELÉIA E VOCE NEM PRA TER A CAPACIDADE DE TIRAR MEU SAPATO!
- Ah, eu tenho nojo de pé, você sabe... – disse casualmente, como se isso explicasse completamente o seu comportamento. Scorpius passou as mãos no rosto, inconformado.
Lá fora o sol já começava a aparecer, empurrando facilmente a escuridão para longe.
Albus então, de repente, subitamente, totalmente do nada (autora sendo redundante), começou a rir sadicamente.
- Ih, isso não é bom sinal. Do que você está rindo gordinho? – Scorpius perguntou mexendo distraidamente em seu cabelo, e, por um segundo, Albus ficou sério e o metralhou com os olhos. Na verdade ‘gordinho’ era a maior ironia do mundo, pois Albus era um vara-pau intratável.
- A gente não tomou banho ontem. Nosso ultimo banho foi antes de ontem. – Um sorriso sadicamente satisfeito deslizou pelos seus lábios ao ver a reação do loiro na cama ao lado.
Scorpius reagiu como se tivesse ouvido a noticia de um atentado terrorista na sua casa. Seu rosto foi tomado por profundo desespero e ele sentou de uma vez na cama.
- O QUE?!
- Ah, qual é, nós somos ingleses. – Falou irônico.
O loiro fingiu que nem ouviu o que Albus falara e se levantou rapidamente.
- Vamos gordinho. – Disse aflito, sentindo a parte sistemática de sua personalidade ferida.
Saiu andando quase correndo, sem nem olhar por onde passava. Albus rolou os olhos antes de levantar e sair atrás dele na velocidade de um faraó obeso sendo carregado por um porquinho-da-índia sem as duas patas traseiras numa subida íngreme contra o vento. Então ouviu um barulho oco e ao mesmo tempo estralado. Apressou o passo, curioso, e encontrou um Scorpius estatelado no chão. Começou a rir escandalosamente sem se preocupar de que eram cinco e meia da manhã e os dois estavam bem longe de seus quartos.
- VOCÊ CAIU! EU NÃO ACREDITO! EU ACHEI QUE ESSE DIA NUNCA FOSSE CHEGAR! – Albus tinha a face corada e jogava a cabeça pra trás á cada nova onda de riso, colocando a mão na barriga, tentando respirar.
Scorpius se levantou incomodado a passou a mão em sua roupa, ajeitando-a.
- É, mas olha o porquê que eu caí. – Apontou pro chão.
Albus olhou na direção que a mão de Scorpius apontara e levou um susto.
- AH! – Deu um pulo - AS DUAS MARYS!
As duas Mary’s da Sonserina estavam deitadas dormindo ali, meio que encostadas na parede, meio que jogadas no chão, ao lado da porta.
- Elas estavam vigiando a gente. Com certeza. – Scorpius observou, mal acreditando no que acabara de tropeçar.
- Ahhhhhhh, agora que eu lembrei. Quando voce desmaiou e eu estava correndo e gritando pelos corredores em total pânico carregando voce no meu ombro, eu passei por elas! Por isso elas estão aqui! – Albus falou se sentindo inacreditavelmente realizado por ter conseguido ligar um ponto no outro sozinho.
- Aonde voce me carregou? – Scorpius perguntou ultrajado. – Voce é um bruxo sabia? Voce tem uma VARINHA!
- Ah, isso nem me ocorreu na hora.
Ficaram alguns segundos em silêncio, sem saber exatamente o que fazer, de frente pras duas meninas adormecidas. Elas eram incrivelmente iguais e incrivelmente bonitas. Ambas loiras como o sol, brancas com algumas sardas em cima do nariz perfeito, altas e magras como duas modelos.
Albus então percebeu alguma coisa embaixo de uma delas e se abaixou pra pegar.
- Cuidado, você vai acordá-las! – Scorpius disse desesperado quando Albus começou á cutucar e fuçar embaixo e em volta delas, virando-as de um lado pro outro como se fossem bonecas.
- Olha meu querido... – risadinhas -... Se com você dando uma bicuda elas não acordaram, com uma mexidinha aqui e ali é que não vão mesmo!
Scorpius virou de costas e deu alguns passos, colocando as mãos no bolso da calça, balançando a cabeça negativamente.
- AHÁ! – Albus se levantou num pulo, não se agüentando de alegria. – Olha Scorpius, acho que isso era tipo um convite pra próxima reunião deles! – Disse segurando vários envelopes. Scorpius se virou de uma vez, e tomou os envelopes das mãos de Albus bruscamente.
Passou um por um diante de seus olhos, lendo os nomes. E por fim, olhou pra Albus com uma expressão misteriosa. O moreno contraiu as sobrancelhas e entortou um pouco a cabeça, tentando entender o que Scorpius estava pensando.
- Todos os nomes das pessoas que nós vimos hoje, ou melhor, ontem de manhã, estão aqui... – começou o loiro com a voz baixa -... Menos os do cinco Corvinais do sexto ano. – Estreitou os olhos na direção de Albus. – Certeza que eles são os líderes Albus! Logo, eles não precisam de um “convite” dizendo o horário e o local porque foram eles que selecionaram isso! – Abriu um sorriso de orelha á orelha, com um brilho nos olhos que Albus só conseguira definir como ‘brilho Malfoy’; misturava obstinação, realização e no fundo um quê de maldade; apenas Scorpius sabia usar. E ele tinha quase certeza que o Senhor Malfoy também usava.
- YEEEAH! – Albus gritou, entusiasmado como nunca, e abraçou Scorpius. Scorpius retribuiu o abraço, com direito á tapinhas nas costas e piadinhas idiotas que só o moreno conseguia ouvir.
Após se afastarem deram um HIFIVE e saíram dali com sorrisos no rosto, sabendo que no outro dia, ás onze da noite, ele tinham uma reunião pra ir.
Quando os dois já tinham virado o corredor e suas vozes tinham sumido, as duas Mary’s se sentaram e se olharam, confusas.
- Que Corvinais do sexto ano? – Mary F. levantou, massageando a costela, onde tinha sido atingida pelo pé de Scorpius.
N/A: Yooo-Hooo galeres! :D Nao tenho muito á dizer aqui, espero que voces estejam gostando! Por favor comentem seus elogios e críticas :B
ps: o nome do capitulo voces só vao entender no capítulo que vem, provavelmente. E sim, 42 é uma citação do guia dos mochileiros das galáxias *-*
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