(des)confiando.



N/A: Ihá, personagens novos! :D. Galere me desculpa pelas montagens meio mal feitas, é que eu nao tive tempo de fazer melhores :T














- Que Corvinais do sexto ano? – Mary F. levantou, massageando a costela, onde tinha sido atingida pelo pé de Scorpius.


 - Eu não sei. No nosso clube só aceitamos pessoas do quinto ano. – Mary S. respondeu já de pé, pegando os envelopes que os dois tinham deixado no chão.


 - Precisamos descobrir quem são essas cinco pessoas. Se são amigos, inimigos, ou intrometidos.


 - Definitivamente. E, talvez mais importante do que isso, descobrir como os dois descobriram o clube! Isso é inadmissível, nós fomos extremamente cuidadosas em relação á tudo. Agora nós estamos comprometidas! Ontem de manhã, aquela cena maravilhosa foi uma armadilha! E todos do clube caíram, inclusive nós duas! – Mary F. falava num tom afetado, como se fosse um comandante que acabara de perder uma batalha.


 Mary S. ficou um tempo quieta, e então uma expressão de horror desdobrou-se por todo o seu rosto, e ela abriu a boca levemente enquanto organizava tudo em sua cabeça antes de falar.    


 - Eu já sei F. Antes de ontem eu mandei uma foto pra Lizze da Grifinória, por que ela tinha me pedido, através do imbecil do Johnny. A Lizze não recebeu a foto! Eu achei que o idiota do Johnny tinha esquecido o que ia fazer no meio do caminho, ou simplesmente ido comer mas... ELE PERDEU A FOTO. É ISSO! E um deles achou! Ah, maldição! – Mary S. afundou o rosto nas mãos, sentindo-se um grande fracasso. – Tanto é que ontem ele ficou evasivo o dia inteiro.


 - Eu sabia que um dia, mais cedo ou mais tarde, a falta de intelecto do Johnny ia causar um grande problema pra nós. Mas por agora vamos nos concentrar em pegar esses Corvinais malditos que estragaram tudo. – Mary F. falou com um brilho maníaco nos olhos. – Depois pensamos em como iremos castigar o idiota do Johnny – falou como se tortura fosse algo totalmente trivial na sua vida. – Vamos Mary S.


 - Vamos Mary F.


 As duas cruzaram os braços uma com a outra – hábito que tinham desde pequenas – e saíram andando, conversando casualmente sobre coisas banais, como se tudo o que tinha acontecido, de duas uma: ou nunca tivesse acontecido, ou fosse considerado completamente normal pra elas.


 



 
Albus e Scorpius estavam radiantes quando entraram no salão comunal da Corvinal. Na verdade Albus estava, Scorpius estava dividido entre isso, e o enorme desconforto físico e psicológico por estar sem tomar banho á mais de 24 horas.


 Porém, àquela manhã parecia estar muito empenhada em colocá-los em situações que eles não conseguiam distinguir se eram boas ou ruins. Então, a primeira visão que tiveram, foi á de dois meninos sentados em poltronas, de frente pra eles, com expressões misteriosas.


 - Ah não, são os dois Corvinais. O QUE É? VÃO QUERER EMPALAR NÓS DOIS? É ISSO? VOCÊS SÃO UNS OTÁRIOS! – Albus ficou subitamente alterado; começou a xingar e gritar e gesticular e se escabelar e apontar e pular e correr e chorar e surtar até que, enquanto fazia a imitação de um porco super-inteligente que morava em um pântano elétrico-alienígena e tramava algo contra a sociedade humana contemporânea (era uma metáfora extremamente elaborada e muito pouco aplicável sobre o que aqueles dois meninos supostamente estavam fazendo com a sua vida), ele tropeçou na borda de um tapete e caiu no chão, batendo a cabeça na quina de uma mesa, ficando inconsciente por alguns minutos.


 Scorpius e os dois meninos assistiram atônitos àquela cena, sem saber o que pensar ou como agir.


 Passado alguns segundos no maior silêncio e inércia – cortados apenas pelos ocasionais espasmos da perna direito do desmaiado Albus – os três deram os ombros, conformados com o que tinha acontecido, e Scorpius se voltou pra os dois.


 - Então, vocês estavam esperando a gente? – Perguntou sem dar uma entonação exata se aprovava ou não aquilo.


 - Sim.


 - E não.


 - Ah ta, obrigado pela coerência. – Scorpius crispou a boca e levantou uma sobrancelha, sub-entendendo na sua expressão o adjetivo: IDIOTAS!


 - Mais ou menos assim, não era nossa intenção ficar aqui esperando por vocês, mas isso acabou acontecendo, no decorrer da noite. – Um deles explicou.


 - Exato. Nós precisamos conversar com vocês dois. – O segundo garoto disse encarando profunda e seriamente Scorpius, e apontando para o corpo jogado de Albus no chão.


 Scorpius ponderou por um instante se aquilo poderia ser algum tipo de armadilha, mas as expressões dos dois era sinceramente genuína, e ele acabou por arrastar uma poltrona e sentar de frente pra eles. Apoiou as costas confortavelmente no encosto e cruzou os dedos em frente o corpo.


 - Sou á todo ouvidos. – Disse e pela primeira vez observou os dois. Ficou surpreso ao ver como eram diferentes, mas ao mesmo tempo iguais. Aquele tipo de semelhança que os amigos têm depois de anos de convivência, quando ambos se constroem lado á lado e acabam se transformando em lados opostos e diferentes de uma mesma e única moeda; parecendo ás vezes ser até mais forte do que a semelhança genética que há entre irmãos.


 Ambos muito brancos, cabelos pretos espetados num quase moicano, traços delicados e expressões misteriosas. Alargadores, tatuagens e piercings.


 - Eu sou Jay, e ele é o Lett. – Jay se apresentou com a voz calma, apontando para si e depois para o menino ao lado dele. – Nós sabemos, pelo menos temos uma boa noção, do que está acontecendo com vocês. E eu acho que houve um problema de má interpretação no geral da situação. Pelo que eu percebi, tem algum clube misterioso zuando com a reputação de vocês por aí, dizendo que vocês são um casal e mimimi... – Scorpius ficou tenso ao ouvir Jay expôr o assunto que estava corroendo sua mente e corpo de uma forma tão simples e casual -... E, eu repito, houve uma má interpretação em tudo. Depois de eu e o Lett conversarmos um pouco aqui e juntar outras informações ali, nós acabamos concluindo que vocês dois provavelmente acham que nós estamos fazendo parte desse tal clube, e talvez até tenham suposto que nós somos os líderes, depois da experiência de ontem de manhã.


 Scorpius sentiu-se intimidado de uma forma nunca antes provada. Aqueles dois meninos, que ele nem conhecia, tinham conseguido sacar todo o esquema deles. Sentia-se irremediavelmente estúpido.


 - Porém, eis o grande detalhe, que na verdade não é um detalhe, é uma placa gigante e luminosa escrita em letras néons: quando vocês descobriram a existência do tal clube, e fizeram aquele totalmente justificável e compreensível escândalo, vocês não estavam sozinhos. Nós dois, mais três meninas estávamos, coincidentemente, aqui, e acabamos por descobrir tudo diretamente da boca de vocês. Então, ontem de manhã quando vocês viram nós cinco olhar o tal tombo, nós na verdade olhamos porque, de certa forma, fazia sentido e, com certeza, era uma estratégia de vocês pra descobrir quem estava por trás de tudo. – Fez uma leve pausa, vendo que Scorpius estava tendo certa dificuldade em digerir tudo o que estava ouvindo dado ao horário inescrupulosamente cedo e a falta de banho que estava corroendo toda á sua razão – Meu ponto é: nós não fazemos parte do clube, nem sabemos quem faz. MAS, estamos totalmente dispostos á ajudar vocês á descobrir tudo isso.


 - Exatamente. – Lett completou o discurso, sua voz arrastada e melódica, com um sorriso que se encaixava perfeitamente com os primeiros raios de sol que entravam preguiçosamente pelas enormes janelas de vidro.


 - VOCÊS PODERIAM TER DITO ISSO ANTES, NÉ? Poxa... – Albus disse se levantando, totalmente curado da pancada.


 - É, você preferiria logo após você surtar antes do jantar, gritando e correndo pelos corredores com o Scorpius desmaiado no seu ombro, totalmente sedado, ou gritando metáforas esquisitas cinco minutos atrás? – Jay perguntou olhando-o como se fosse uma criança mal-criada.


 Albus ou ouvir aquilo se indignou, colocou as mãos nas cadeiras e limpou a garganta, pronto pra perguntar de uma forma bem floreada e criativamente desapropriada que olhar insolente era àquele? Porém, no ultimo segundo parou, ao ver Scorpius se levantar.


 - Eu vou tomar banho e dormir um pouco, porque nada mais faz sentido na minha cabeça. E só depois disso eu vou voltar á pensar nesse assunto. Eu sugiro todos vocês á fazer o mesmo. – Anunciado isso, saiu do salão comunal e foi pro quarto. Um instante depois, os três resolveram aceitar o conselho do loiro, e o seguiram.


 Todos tomaram banho, vestiram seus pijamas e dormiram igual uma pedra á ultima hora disponível até o horário de levantar.


 Os outros meninos do sexto ano da Corvinal levantaram sobrancelhas, desconfiados, naquela nova manhã, ao ver que a nuvem de mal-humor da manhã anterior tinha se arrastado sorrateira e completamente para mais dois meninos.    


Albus, Scorpius, Lett e Jay pareciam que iam matar por osmose qualquer um que ousasse ultrapassar seu caminho. Dizer que estavam apenas mal-humorados era um senhor eufemismo. Os quatro tinham atingido um novo nível em que nem conseguiam mais serem nomeados com simples adjetivos.       


 - Só por curiosidade... eu posso ver o que tinha naquele tal papel? – Lett perguntou depois de um anormalmente longo bocejo, já sentado á mesa da Corvinal no salão principal.


 Albus, que estava sentado á sua frente, olhou pra direita, depois pra esquerda; olhou pra Scorpius – que parecia estar ali apenas em corpo –, olhou para Jay – que comia uma maçã calmamente e lia um livro –, e por fim encarou Lett. Suspirou e passou as mãos nos olhos, tinha a sensação de eles estarem cheios de areia.


 Tirou a foto, que guardara na mochila, e entregou pro menino.  


 Lett pegou a foto e passou cuidadosamente seus olhos azuis como o céu na imagem. E então sorriu.


 - Foi o dia do rolamento...


 - É, mais ou menos – Albus respondeu, sentindo a urgência de sub-entender que aquele momento exato da foto não acontecera de fato, apenas a composição do cenário e suas imagens separadas.


 - Vocês conseguiram descobrir quem estava mandando para quem? – Lett perguntou, fazendo menção á mensagem infame escrita no canto da foto.


 - Bom, nós não conseguimos isso... Mas conseguimos coisa muito melhor! – Albus sorriu.


 Nesse instante Jay, pela primeira vez desde que tinham sentado á mesa, levantou seus olhos do livro e fitou Albus, interessado.  


 - Hoje de manhã, na verdade era mais madrugada do que qualquer outra coisa, quando eu e o Scorpius estávamos saindo da enfermaria, nós tropeçamos nas duas Mary’s da Sonserina. Elas de manhã tinham caído na nossa “armadilha”, e tinham passado a noite inteira ali nos espiando. Então ficou mais do que óbvio que as duas estavam realmente metidas na coisa. E a gente, NA VERDADE EU... – Apontou para si mesmo orgulhosamente, como se tivesse ganhado um prêmio Nobel. -... Achei em baixo de uma delas vários envelopes, que eram convites nomeados para pessoas em específico com lugar e horário, e coincidentemente OU NÃO, batia exatamente com todas as pessoas que nos olharam no “acidente”. – Albus não agüentava mais falar sobre o acontecimento da manhã anterior. Vamos seguir em frente, por favor, pensou.


 - Exceto pelo nome de vocês, obviamente... – Scorpius deu sinal de vida pela primeira vez naquele café da manhã -... Então nós tínhamos concluído que vocês eram os líderes. Mas pensando bem agora, as duas Mary’s são as líderes. – Deu um gole em seu café extra-forte sem açúcar – Vocês disseram que vocês dois mais três meninas viram quando nós descobrimos o tal do clube. Quem são as três meninas? – Mudou de assunto drasticamente no maior jeito Scorpius de ser.


- Aquelas três ali. – Lett mostrou três meninas sentadas mais na ponta da mesa. – Mas quando nós fomos falar com elas, sobre nos ‘aliar’ á vocês, elas disseram que não estavam interessadas e que tudo isso era muito problemático. Vai entender, né – Deu os ombros.


Scorpius estreitou os olhos na direção delas, analisando-as. As três tinham um ar pacífico, quase atemporal, em volta de si, e conversavam descontraidamente.


- Ah tá! – Albus falou incrédulo. – Pela minha experiência, elas com certeza estão tramando algo ainda maior e mais vergonhoso pra acabar com a gente, estão só disfarçando!


- Albus, essa é a sua trágica experiência com a sua irmã mimada; não necessariamente todas as outras garotas vão ser assim. – Scorpius falou olhando por cima da borda de sua xícara de café.


O moreno não respondeu, pois achava a afirmativa de Scorpius um ultraje, e voltou sua atenção para seu café da manhã. Mordeu seu bolinho e observou Lett e Jay. Eles eram esquisitos, pensou. Tinham um olhar que parecia esconder algo, e mostrava apenas o que lhes era conveniente.


- Quais são seus sobrenomes? – Scorpius perguntou de repente, tirando as palavras da boca de Albus.


Os dois se entreolharam por um segundo, e depois encararam o loiro, com um sorriso nos lábios.


- Não temos. – disseram juntos.


- COMO LIDAR? – Albus gritou horrorizado.


- Somos bastardos... – Jay falou normalmente, como se fosse algo irrelevante. – Na verdade nós temos sobrenomes, mas são apenas nomes aleatórios que colocaram em nós, para não sermos excluídos da sociedade, não significam nada.


- Vocês são irmãos? – Albus perguntou ainda chocado.


- Quem sabe? – Lett deu os ombros, e sorriu. – Nós éramos do mesmo orfanato, por isso nos conhecemos, não temos memória dos nossos pais, e quando perguntávamos como tínhamos parado lá, desconversavam.


- Vocês não têm curiosidade de saber?


- Não. De qualquer forma, o passado, uma hora ou outra, sempre dá um jeito de nos encontrar. – Jay filosofou.


- É verdade... – Albus concordou dramaticamente com lágrimas nos olhos.


Não disseram mais nada depois dessa descoberta, simplesmente por não saberem o que seria certo ou não dizer numa situação daquelas. Albus estava particularmente chocado, pois crescera em um lar cheio de amor, com seu pai, sua mãe, seus irmãos, e mesmo tendo consciência da guerra que acontecera no passado, esse fato nunca tinha sido relevante na sua vida, seu terror tinha sido guardado e selado nas páginas da história. E de repente se deparar com duas pessoas com a vida tão trágica e machucada pelo destino, o fez perder o fôlego de suas narinas, e o chão dos seus pés, ao se imaginar na situação deles. Sozinhos no mundo, sem a referência de qualquer pessoa para se amparar, exceto eles mesmos.


Jay pegou sua mochila e se levantou.


- Eu tenho uma idéia! – Anunciou sorrindo adoravelmente.


Andou casualmente entre as mesas da Corvinal e da Sonserina, em direção á saída, e quando passou exatamente pelas duas Mary’s, lançou um olhar de desafio e um sorriso enviesado pra elas; se divertiu ao ver as duas se espantarem com a ameaça não verbal tão explícita, e logo depois do primeiro susto, uma chama de ódio se ascender em seus olhos e seus rostos ficarem vermelhos.  Quando já estava perto da porta ouviu uma voz feminina gritar um palavrão e um punho socando sonoramente a mesa. Sorriu e passou as mãos pelos cabelos, meninas eram tão fáceis de serem provocadas, pensou divertido.



N/A: Yoooo-ho pessoas! :D, como voces estão? Eu quero agradecer do fundo do meu coração todas as pessoas que estão comentando, isso ajuda muito na hora de escrever, quando dá aquelas faltas de inspirações x-x. Eu amo voces. (:

Beeeijos :*
Capitã Is.

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