Capítulo II



Enquanto Draco intencionava uma aproximação, Hermione rezava para que ele a esquecesse e nunca mais a procurasse.  Desde que abandonou sua antiga vida, a castanha procurava viver um dia após o outro, contentando-se somente com uma falsa paz gerada pelo silêncio e anonimato.


 


Ficar sozinha, tendo como única companhia um gato não é fácil, ainda que se trate do melhor gato do mundo – pensou a moça, tomando o felino alaranjado em seus braços. Mas mesmo com toda a solidão que lhe afligia não se sentia grata por reencontrar Malfoy e se ver obrigada a confrontar seu passado depois de tantos anos. Tinha certeza que ele a odiava e que tornaria sua vida um inferno. Rezou novamente para que ele a esquecesse, mas suas preces não foram atendidas


 


Dois dias se passaram; Dias de profunda angústia para Draco, que estava cada vez mais tentado a descobrir o segredo de Hermione e acabou decidindo procurá-la. Precisava com urgência livrar-se daquela mulher que sem pedir licença tomava conta de seus pensamentos e de seus sonhos, revelando-se uma obsessão inexplicável. Na época de escola jamais se cansara de perturbá-la, mas agora, ainda que inconscientemente, ela lhe dava o troco. Entrou novamente no ambiente que tanto lhe desagradava, mas não a viu servindo, como de costume.


 


Bastaram alguns segundos para que Ted se aproximasse e lhe oferecesse uma mesa. Estava muito satisfeito com a quantia que recebera noites atrás pelo pagamento de uma peça aparentemente sem valor que fora contrabandeada da América Central e certamente gostaria de mais um pouco, caso surgisse uma oportunidade.


 


Draco odiava aquele lugar, mas aceitou a oferta. Sentou-se em uma mesa e continuou procurando mais um pouco até que perdeu a paciência e perguntou:


 


-Onde está sua garçonete mais difícil, Ted?


 


- Ah! Esta noite ela está muitíssimo ocupada... – respondeu o homem com um sorrisinho malicioso e despertou a fúria de Draco Malfoy.


 


- Pensei que havia dito que ela não aceitava propostas. – disse o loiro sentindo um ciúme inexplicável tomar conta de seu ser.


 


- Sim, é verdade! Ela não aceita... Mas hoje ocorreu um milagre e o cavalheiro foi muito generoso! – começou Ted se aproveitando da situação.


 


- Quão generoso? De quanto estamos falando? - perguntou o loiro sem disfarçar.


 


- Ora, bem...


 


-Não enrole, diga quanto e faço seu cheque! – falou Draco decidido.


 


-Se é assim, volte amanha e traga essa quantia – respondeu o homem lhe entregando um cartão.


 


Era uma quantia exorbitante, mas ele não se importava. Ainda não acreditava que ela tinha se vendido a um cliente e ao mesmo tempo se censurava por pensar assim... Servindo-se de uma dose de firewhisky, sorveu parte da bebida, sentindo-a amargar como nunca e num breve descontrole, atirou o copo contra um espelho, provocando uma chuva de pequenos estilhaços cortantes. Por que não conseguia esquecê-la? Afinal, ela não era nada! Era uma sangue-ruim vadia, então porque ele se importava? Pagaria, a teria por uma noite e se libertaria dessa obsessão - foi o que pensou o loiro jogando-se em sua cama derrotado, mas sem conseguir dormir.


 


Hermione chegou em casa cansada e com muita dor de cabeça. Aquela noite definitivamente merecia ser apagada. Após anos de isolamento, reencontrou simplesmente seu pior inimigo que parecia tão arduamente disposto a destruir o pouco que lhe sobrara que saiu fazendo perguntas demais e acabou revelando o seu paradeiro a quem jamais poderia saber: Harry Potter.


 


Harry trabalhava em um cargo executivo no Ministério da Magia, era rico, famoso e muito bem relacionado. Não acreditou quando lhe informaram que havia alguém fazendo perguntas sobre Hermione Granger; Havia se passado muito tempo... Mas ao ouvir o nome da amiga não hesitou em investigar.


 


Não foi tão simples, mas com alguma ajuda chegou aos nomes de Draco Malfoy e Ted Carson; Sendo que o último não hesitou em contar o que sabia, mediante a um pequeno incentivo, e acabou revelando à Harry o paradeiro de Hermione. A garota não acreditou quando o viu entrar no bar. “É um pesadelo!” – pensou.


 


Inutilmente, tentou fugir, mas ele a segurou.


 


- Precisamos conversar. Venha comigo, vamos sair desse lugar! – disse o moreno, puxando a garota pelo braço e levando-a em direção a saída.


 


- Um instante, senhor! Minha funcionária não está autorizada a abandonar seu posto. – disse Ted Carson se colocando a frente de Harry.


 


- Estou certo de que ela pode contar com sua compreensão por alguns minutos... – disse Harry tentando manter a calma.


 


- Creio que será impossível, meu senhor. Digo-lhe que ela é indispensável! – afirmou Ted fazendo os olhos verdes do rapaz faiscarem de raiva.


 


Perdendo completamente a paciência, Harry mandou que Hermione lhe esperasse ali e arrastou Ted para um canto perguntando-lhe quanto dinheiro queria para deixá-los em paz. Conhecia bem aquele tipo de gente e desde o primeiro momento sabia quais eram as intenções do homem e buscando recuperar a paz que havia perdido, não hesitou nem mesmo diante da quantia absurda que lhe foi exigida; Simplesmente entregou o dinheiro.


 


- Ela retornará ao trabalho amanhã, se desejar! - falou Harry levando Hermione pelo braço, fazendo com que Ted sorrisse satisfeito e ficasse a imaginar coisas.


 


A conversa não foi nada fácil. Desenterrar o passado e remoer antigas feridas é sempre algo doloroso, mas Harry não se importava. O destino havia lhe dado uma oportunidade e ele não estava disposto a desperdiçá-la. Hermione não queria ouvir nenhuma palavra, mas diante da insistência do ex-melhor amigo, não teve escolha.


 


Flashback:


A casa permanecia vazia, certamente chegara antes dos amigos. Com as vestes molhadas pela chuva que castigava a cidade, a jovem caminhou em direção a lareira, com a intenção de se aquecer. “Pelo jeito, partiram com muita pressa!” – pensava a moça observando as xícaras e biscoitos esquecidos em cima de uma pequena mesa, equilibrados sob uma pilha de documentos.


 


Sem pensar muito, Hermione que já estava fora da cidade há dias, quis saber os fatos que ocorreram em sua ausência, imaginando que poderia antecipar um plano para tentar coibir o que quer que Voldemort estivesse  tramando dessa vez. Analisou vários relatórios sobre o desaparecimento de artefatos mágicos, antigos e poderosos; Sobre os últimos confrontos entre membros da Ordem de Fênix e Comensais e por fim, deteve-se em um dossiê a cerca de um atentado na Londres trouxa.


 


“Queensland” – assustou-se a garota, ao saber que o atentado que Harry e Rony mencionavam na última carta havia ocorrido no bairro em que morava. “Por que eles não me disseram... Não faz sentido!” – dizia para si mesma a menina cada vez mais nervosa, folheando os papéis, até que foi interrompida.


 


-Mione? – chamou Rony observando a namorada segurando os documentos com as mãos trêmulas. – Apenas fique calma...


 


- Calma? Porque eu deveria ficar calma? Porque não me disseram! Essas pessoas eram, minhas amigas, minha família! E se meus pais estivessem lá? – questionou a moça raivosa.


 


-Ouça, Mi! Não queríamos que você soubesse dessa maneira, planejávamos falar com calma... – tentou Harry, alarmando a garota que imediatamente desviou seus olhos para a lista de vítimas fatais, deparando-se com o nome de seus pais e sentindo uma dor que jamais poderia explicar.


 


Fim do Flashback


 


Pedir perdão é um exercício de humildade e paciência, e Harry estava disposto a enfrentar a situação e provar à amiga que estava arrependido e que a queria de volta em sua vida; Hermione teria sido grata pela visita e provavelmente aceitaria as desculpas do amigo, se jamais houvesse ocorrido o segundo golpe. Aquilo era maior do que ela, não conseguia ser superior e esquecer e se viu forçada a pedir a Harry que se retirasse e não voltasse a procurá-la.


 


Chorou até dormir e teve pesadelos terríveis com a guerra e com Rony, o namorado a quem amava profundamente e que no pior momento de sua vida, a traiu com sua amiga Luna Lovegood. Rony não a amava; E Harry não era seu amigo, não depois das mentiras e tentativas de acobertar a conduta indigna dos outros dois. Sentiu-se novamente ferida e desprezada pelas pessoas que mais confiava no mundo.


 


Não queria sair da cama, mas quando o relógio indicou às 18 horas, se viu forçada a partir para o trabalho. Enquanto vestia uma mini-saia preta, pensava o quanto odiava aquele lugar... Mas seria por pouco tempo, pensava esperançosa, imaginando conseguir um emprego em um lugar digno.


 


Por mais que estivesse bonita, com a blusa levemente decotada e as sandálias de salto alto, tudo o que via refletido no espelho era a tristeza que sentia, por constatar que não havia outro caminho para ela senão a solidão. Desejava apenas se sentir querida e amada por alguém, mas Harry, em nenhum momento usou essas palavras. Intencionava apenas dar paz a sua consciência – pensava a moça decepcionada, caminhando pelas ruas que começavam a se tornar escuras.


 


Abatida, entrou no bar e se dirigiu ao balcão, assumindo seu posto de garçonete; Mas logo foi abordada pelo ambicioso Ted, que anunciou:


 


- Pode deixar essa bandeja, minha flor. Hoje não precisará servir mesas! – anunciou o homem surpreendendo Hermione.


 


- Não estou entendendo... – disse Hermione sem querer acreditar na situação.


 


- Não se faça de boba! Um cavalheiro a espera no segundo andar e deve subir imediatamente! – ordenou Ted.


 


-Já lhe disse que não faço esse tipo de coisa! – respondeu a castanha ofendida.


 


- Se fez ontem, pode muito bem fazer hoje! – disse o homem arrastando-a pelo braço. – Vá agora, o senhor Malfoy pagou muito caro por você e não tolera atrasos!


 


- Malfoy? Aquele Maldito! – esbravejou Hermione soltando-se do homem e seguindo em direção a porta e sendo imediatamente cercada por dois capangas mal encarados a serviço de Ted.


 


- E então, doçura? Vai subir por bem ou por mal? – indagou Ted deixando a garota sem nenhuma escolha.


 


Estranho admitir, mas estava nervoso. Servindo-se de uma dose de uísque trouxa, Draco Malfoy tentava controlar a ansiedade, e acabou sendo surpreendido por lembranças dos tempos de escola, quando nunca perdia a oportunidade de maltratar aquela garota somente para poder ver seus olhos brilharem raivosos em sua direção.


 


Ela é como o vento
Através de meus sonhos
Ela conduz a noite até mim
Ela me guia até o luar, só para me queimar com o sol
Ela tomou meu coração, mas não sabe o que fez


 


De repente, a porta se abriu e o loiro sentiu a boca seca diante da visão, de uma bela morena ofegante, que entrou no quarto e bateu a porta atrás de si, denunciando toda a raiva que sentia. Lembrando-se do passado, Draco julgou que ela fosse xingá-lo ou mesmo atacá-lo, como fez há anos atrás, mas não foi o que aconteceu.


 


Tomada por um turbilhão de sentimentos inexplicáveis, Hermione entrou naquele quarto e sem pensar duas vezes, tirou a blusa que vestia, deixando completamente a mostra o sutiã adornado com rendas negras e caminhou com passos firmes em direção ao rapaz que a observava hipnotizado, dando-lhe um beijo avassalador.


 


Draco jamais imaginou que viveria tal situação. Hermione simplesmente o agarrava com força; Tinha uma de suas mãos enterradas em seus cabelos e a outra deslizava por suas costas, pressionando-as como se pretendesse aumentar ainda mais o contato. Que gosto incrível aqueles lábios tinham... – pensava o loiro correspondendo plenamente à ação da garota e a agarrando-a com todo o desejo que se encontrava acumulado em sua mente e em seu corpo.


 


Sinto sua respiração em meu rosto
Seu corpo perto de mim
Não posso olhar em seus olhos
Ela está fora do meu time


 


Não é possível saber quanto tempo permaneceram naquele estado. Mas do mesmo modo inesperado que começou, o beijo terminou; E quando ela se aproximou novamente, ele, deduzindo que algo estava muito errado, a segurou procurando ler seus olhos e para sua surpresa, já não haviam mais faíscas de raiva ou de desejo nos olhos castanhos. Agora, repletos de lágrimas, eles revelavam toda a dor da moça, que movida pela mágoa e pelo desespero começou a falar:


 


- Vamos Malfoy! Não é isso que você quer? Não foi para isso que você pagou? Está feliz em destruir a única coisa que me restou? – gritou descontrolada, diante da hesitação do rapaz.


 


-Do que está falando? – ele quis saber, um tanto confuso. – Eu não fiz nada a você! Nada!


 


-Nada? Você contou a todos onde eu estava! Por sua causa vou ser obrigada a deixar minha casa e o pouco que eu tinha até agora! E como se isso fosse pouco, você roubou a minha dignidade me obrigando a me deitar com você! – esbravejava a moça, enquanto lágrimas corriam por sua face.


 


- Não é verdade! - ele se defendeu. -Você se faz de santa, mas não é! Todos sabem onde estava ontem à noite! O que foi? Será que meu dinheiro não é bom pra você? Ou eu não sou bom o suficiente para a ex- melhor aluna de Hogwarts?


 


-Você é desprezível! É um infeliz! – berrou a menina.


 


- Sim, eu sou! Tão infeliz quanto você! – respondeu com raiva puxando-a novamente para perto de si.


 


- Me larga! – disse furiosa.


 


- Por quê? – perguntou cafajeste.


 


-Eu não quero você!


 


-Mas ainda pouco você queria! - disse beijando o pescoço dela


 


Imediatamente, Hermione o empurrou, pegou a blusa que minutos antes havia atirado ao chão e tentou sair do quarto, mas obviamente, Draco não permitiu, colocando-se entre ela e a porta.


 


- Deixe-me ir! – ordenou a garota, tentando passar.


 


-Não! – respondeu decidido.


 


- Por que está fazendo isso? – ela quis entender.


 


- Eu não sei – confessou. Desde que te vi servindo mesas nessa espelunca não consigo me concentrar em nada... Apenas diga-me o que aconteceu com você? Do que tem medo? O que te impede de voltar para o seu lugar?


 


Ela o olha perplexa, imaginando porque ele se importaria...


 


- Não se preocupe, não vou te forçar a nada. Apenas fique e converse comigo. – pediu deixando-a atônita.


 



Só um tolo para acreditar
Que eu tenha algo que ela precise
Ela é como o vento


 


Ele tinha falado com gentileza? Draco Malfoy, o ex-sonserino frio e arrogante, demonstrava alguma preocupação com uma sangue-ruim? – Hermione não podia acreditar, mas ao mesmo tempo queria saber até onde ele chegaria.  Devagar, foi se afastando da porta, enquanto observava Draco servir mais uma dose de uísque.


 


Com gentileza, estendeu um copo para ela, que a esta altura havia recolocado suas roupas nos devidos lugares. Tomando o copo em suas mãos, Hermione perguntava a si mesma por que ainda estava ali; Afinal, ele n estava lhe prendendo... Ou melhor, sim, ele estava! De alguma maneira ela estava presa aquele olhar que parecia hipnotizá-la.


 


Baixar a guarda não era do feitio de Hermione Granger e Draco sabia disso. Estava claro que ela não revelaria seus segredos facilmente, por isso ele decidiu tentar uma abordagem menos direta. Sem olhá-la diretamente, começou a falar sobre uma briga que tiveram na escola, que culminou em um belíssimo soco de direita que o atingiu sem nenhuma chance de defesa, fazendo-a rir. A bebida também ajudava a relaxar e logo Hermione havia se esquecido de toda a raiva e mágoa que sentia, deixando apenas a sensação de ter alguém familiar para conversar.


 


Pouco a pouco, Draco foi se dando conta da mudança de humor da garota. E sorriu satisfeito ao constatar que estava tendo mais sucesso do que o esperado. Aproximou-se dela, ajudando-a se levantar e a conduziu até a cama, onde a colocou sentada e se ajoelhou a seus pés desamarrando cuidadosamente as sandálias que calçava e a deixando o mais confortável possível.


 


Aquela era uma cena realmente inusitada. Hermione estava um tanto alterada, mas não o suficiente para deixar de observar e sentir cada movimento e cada toque. Não acreditou quando o viu ajoelhar-se a seus pés, o que ele queria afinal? Enlouquecê-la? Pois definitivamente estava funcionando – pensou a garota emitindo um suspiro, enquanto sentia as mãos do rapaz deslizarem por seus tornozelos.


 


- Eu não sei se gosto disso... – falou Hermione, enquanto observava o loiro se sentar ao seu lado na cama e a puxar para si, fazendo com que descansasse a cabeça em seu ombro.


 


- Sim, você gosta. – respondeu o loiro sorrindo e a abraçando-a.


 


Depois de uma noite regada a revelações, lágrimas, risos e uísque, Draco Malfoy despertava sentindo o perfume que vinha dos cabelos de Hermione Granger. Sem se mexer, a observava adormecida sobre seu peito e dizia para si mesmo que logo ela seria sua. Para quem pretendia simplesmente se livrar de uma obsessão e continuar sua vida, o rapaz havia acabado de adentrar um caminho completamente oposto.


 


Eu olho no espelho e tudo o que vejo é um jovem homem velho
Com apenas um sonho
Estarei enganando a mim mesmo
Que ela cessará minha dor
Se eu vivesse sem ela - Enlouqueceria


 


Ainda que sob efeitos do álcool, Hermione mostrou que era de fato a garota mais inteligente e sagaz que ele conheceu em toda sua vida, a única capaz de saber como provocá-lo e ao mesmo tempo responder suas provocações. Era linda, esperta, engraçada e definitivamente capaz de enlouquecê-lo. Estava decidido: Hermione Granger seria de Draco Malfoy e de ninguém mais.


 


Hermione acordou estranhando a cama e agradeceu mentalmente ao constatar que permanecia vestida. Levantou devagar sentido os efeitos da noite passada e tentou reconhecer o ambiente. Definitivamente não estava no quarto localizado no andar de cima do Diamond´s. Aquele era um quarto amplo e extremamente luxuoso... Observava os detalhes, quando se deparou com Draco trajando apenas uma calça de cor escura, saindo do banheiro, com os cabelos molhados denunciando que acabava de sair do banho.


 


- Bom dia! – disse o loiro.


 


Confusa e ainda tonta, Hermione nada respondeu, recolheu suas coisas e começou a pensar numa maneira de voltar para casa. Draco observou cada movimento da castanha, até perder a paciência e segurá-la pelos ombros.


 


- O que está fazendo? – perguntou o rapaz, forçando a garota a encará-lo.


 


- Eu não sei bem o que aconteceu... Nós bebemos demais, você me trouxe para cá, eu falei demais... Mas agora eu preciso ir embora! – falou a moça confusa.


 


- Vai fugir novamente? – ele perguntou sério.


 


- Não tenho escolha...


 


-Sim, você tem! Eu poderia te ajudar! Eu não quero te ver novamente naquele bar! – disse Draco autoritário.


 


- Não é assunto seu. – limitou-se a dizer, enquanto sentia-se profundamente incomodada pela maneira como ele falava com ela.


 


Somente naquele instante, o loiro se deu conta do erro que cometeu e imediatamente voltou atrás. Não estava disposto a perder. Calmamente, caminhou até uma poltrona, sentou-se e começou a lhe dizer:


 


- Acho que temos uma coisa incomum, Hermione; E eu não apenas posso, como quero ajudá-la... Diga-me, depois da noite de ontem, ainda me odeia? Será que minha companhia lhe é tão detestável?- pergunta com uma irresistível cara de menino carente, a fazendo perceber o quanto estava gostando de receber toda aquela atenção repentina.


 


- Eu realmente preciso ir agora! Talvez um dia agente se encontre... – disse a garota virando-se em direção a porta.


 


Vendo-a se afastar, Draco se levanta depressa e a segura, fazendo-a se virar em sua direção. A garota estremece com o toque e sente o perfume dele invadir seu corpo, deixando-a ainda mais tonta.


 


-Vou providenciar isso! – diz o loiro dando um suave beijo em sua face e a soltando em seguida.

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