A Missão de Harry potter



O garoto girou sobre o seu próprio eixo com a varinha bem segura em sua mão; a iluminação era precária e ele ainda não havia localizado Dorothy.


_Eu realmente o subestimei, garoto _ disse Dorothy.


Alvo tentou descobrir de que lado vinha a voz, mas o som reverberava por toda a sala.


_Realmente o subestimei _ voltou a dizer ela _ como você descobriu o feitiço que pode nos destruir?


_Já faz tempo _ Alvo achava que era uma boa idéia manter um diálogo com o monstro até que ele conseguisse localizá-lo _ estava escrito em um livro.


_Um livro... por acaso se chama O Segredo das Artes das Trevas?


_Sim! _ disse Alvo surpreso _ Como... como você sabe?


_Eu conheço esse livro há mais tempo do que você pode imaginar... uma leitura realmente interessante para um aprendiz, não é mesmo? Como você o conseguiu?


_Ele... ele apareceu.


_Eu já imaginava isso. Mas você não se lembrava do feitiço, certo?


_Sim. Então eu pedi ao Doni que pegasse a Pedra das Nove Luas e fosse até o meu dormitório olhar o livro.


_Uma grande idéia; mas como o garoto passou por nós sem ser percebido?


_Ele tem o poder de ficar invisível; eu já o conhecia de outros... lugares.


_Fascinante! Você é o Alvo Potter, não é mesmo?


_Como você sabe o meu nome?


_Eu sei tudo sobre você, todos nós sabemos... você é um garoto famoso.


_Famoso?!


_Sim. E pelo que vi hoje, você não tem apenas fama; também é corajoso, inteligente, um talento e tanto! É uma pena que eu terei que lhe matar...


Alvo ouviu um repentino bater de asas e em seguida foi atingido na cabeça sem nem ao menos entender como.


_PORQUE VOCÊ NÃO APARECE?! _ gritou o garoto com a mão na nuca _ SUA COVARDE!


_Já que você prefere assim... _ Dorothy voou sobre o Alvo e parou bem na frente do garoto; antes que ele tivesse tempo para reagir, ela cravou suas garras afiadas feito navalhas em sua barriga.


_AHHHH! _ gritou ele.


_O que foi? Eu estou lhe machucando? Eu esperava mais de você, garoto!


Ela levantou Alvo com suas garras e em seguida deu um sopro que mais pareceu um tufão; o garoto foi arremessado contra o parece oposta, onde bateu as costas e caiu com um baque feio.


_Vamos Potter! Reaja!


_AMPUTIS EXCRARUS! AMPUTIS EXCRARUS! _ Alvo lançava o feitiço a esmo.


Ele mal conseguia se concentrar em sua oponente; sua barriga sangrava muito e sua cabeça parecia que estava partida ao meio.


_A-AMPUTIS EX-EXCLARUS! _ disse ele mais uma vez sem muita convicção.


_Já que você não quer brincar mais... _ disse Dorothy _ vou pegar o seu brinquedinho.


Ela foi até o canto em que Alvo estava jogado e retirou-lhe a varinha; o garoto sentia-se sem forças para reagir...


­_Eu vou ser piedosa Alvo, vou acabar logo com seu sofrimento; bem... foi um prazer conhecê-lo...


A natilive abriu sua boca e Alvo pode ver suas longas presas e sentir seu hálito fétido; uma tênue fumaça verde começava a se formar, Alvo percebeu que iria receber o golpe mortal da criatura...


Ele fechou os olhos se preparando para o pior; depois de tudo que havia passado, depois de tantos perigos... ele queria reagir, mas a dor era alucinante, ele mal conseguia mover um músculo, quanto mais enfrentar um monstro daqueles sem sua varinha...


O que aconteceu em seguida realmente o surpreendeu; sem a menor explicação o chão começou a tremer; primeiro de forma leve, mas logo ele balançava como um terremoto de grandes proporções.


_O que você está fazendo? _ perguntou o garoto com a voz fraca; ele realmente não esperava aquele golpe.


_Não sou eu, garoto burro!


Alvo abriu os olhos e viu que Dorothy parecia tão surpresa quanto ele.


_Mas então... _ disse ele.


_Isso só pode significar uma coisa; alguém está usando o Tirante de Gáia novamente.


O chão tremia descontroladamente, Alvo se sentiu dentro de um barco no meio de oceano revolto; Grandes pedaços de concreto se desprendiam do teto, as colunas desabavam das paredes...


_Isso não pode estar acontecendo! Não de novo! _ disse a natilive que parecia verdadeiramente assustada.


Alvo tentou se levantar, as paredes a sua volta estavam desmoronando perigosamente...


_Onde você pensa que vai garoto? _ perguntou Dorothy.


_Eu temos que sair daqui! Esse lugar vai desabar!


_E você acha que vai sair por onde?


Alvo olhou para a escada que era a única saída do local, ela estava completamente obstruída por uma grande coluna que havia desabado.


O garoto olhou mais uma vez para Dorothy e ficou surpreendido ao ver que ela havia voltado a ser uma bela garota.


_Ponha sua mão aqui! _ disse ela segurando a Pedra das Nove Luas _ Vamos sair desse lugar!


Alvo segurou a Pedra; alguns segundos depois aquele cômodo macabro ficou para trás...


O garoto se sentia bem; já não havia dor, cansaço, tremores de terra... na verdade ele se sentia extremamente bem! O silêncio naquele local era muito reconfortante, o lugar não chegava a ser bonito, mas também não era feio... na verdade não existia nada no lugar, mas Alvo demorou um bom tempo para perceber isso.


_Onde nós estamos? _ ele perguntou finalmente.


Dorothy estava com o olhar triste, parecia muito frágil e vulnerável, era incrível pensar que há pouco tempo atrás ela era um monstro horrendo.


_Em lugar nenhum... _ respondeu ela com uma lágrima no rosto.


_O que você quer dizer com isso? Não se pode estar em lugar nenhum...


Ele olhou novamente em volta, mas não havia nada para se ver, apenas o vazio... aquilo começou a incomodá-lo.


_Onde nós estamos? _ perguntou ele novamente.


_Eu já disse, nós estamos... se esconda!


Alvo achou essa ordem muito estranha, como ele poderia se esconder em um lugar onde não havia nada?


Dorothy se abaixou e o garoto fez o mesmo, ele teve a sensação que estava caindo, mas não estava muito certo disso. Também teve a impressão de que alguém estava passando perto deles, o que também era bastante questionável.


_Alvo... _ disse Dorothy _ esse... é o futuro.


_O futuro?


_Sim.


_Mas... em que tempo estamos exatamente?


_Isso não vai importar no futuro.


_E porque não?


_Porque não existe nada.


_Mas porque não existe nada? Quem fez isso?


_Você terá que descobrir por conta própria, Alvo.


_Mas porque eu?


_Porque você é o único que pode impedir que isso aconteça; é bastante irônico não é? Assim como o seu pai, você também foi escolhido, apenas você poderá salvar o mundo...


_O quê?! Mas quem me escolheu?


_Isso você também terá que descobrir... lamento.


_Porque você me trouxe até aqui? Porque está me contando isso tudo? Pouco tempo atrás você estava tentando me matar! Porque eu não estou mais ferido?!


_Se acalme! Um pergunta de cada vez! Você não está mais ferido porque nós estamos no futuro, já se passou um bom tempo e provavelmente você foi tratado no passado; eu estou lhe contando isso porque você precisa estar preparado, em breve você terá que enfrentar perigos que nem imagina; e eu lhe trouxe até aqui porque precisava lhe salvar...


_Mas você queria...


_Eu sei que eu queria lhe matar... _ disse ela com um sorriso bondoso _ mas não foi por mal... você precisa entender o que aconteceu, eu vou lhe mostrar.


Ela novamente levantou a Pedra das Nove Luas e Alvo entendeu que ele devia segurá-la também.


_Para onde nós vamos agora? _ perguntou o garoto.


_Iremos reviver um dia muito triste da minha vida...


Eles novamente viajaram no tempo/espaço e chegaram em um bonito vilarejo medieval; o céu estava claro e as pessoas circulavam tranquilamente pela praça central onde havia um belo jardim de petúnias e uma fonte com a escultura de um anjo.


_Nós... _ disse Alvo sem saber exatamente como expor seu pensamento _ nós estamos aqui? De verdade? Ou é uma... lembrança?


_Nós estamos aqui, Alvo; mas as pessoas não podem nos ver.


_Porque?


_Porque estamos em outra realidade.


Alvo ficou pensando por algum tempo.


_Nós subimos a montanha do castelo dos Guelvim’s sem conseguir vê-la... mas ela estava lá.


_É exatamente isso que está acontecendo aqui.


_Mas então nós podemos tocar nas pessoas? Elas irão sentir?


_Sim, elas sentiriam; mas isso seria catastrófico para o futuro... vem, eu estou logo ali!


Eles atravessaram a praça, Dorothy que ia na frente se desviava das pessoas de forma cuidadosa, Alvo fez o mesmo. Chegaram até a porta de uma casa onde a Dorothy do passado estava conversando com outras duas garotas.


_E então Mary? _ disse uma das garotas _ O seu vestido para o baile já está pronto?


_Sim! _ respondeu a garota loira abrindo um grande sorriso _ Minha tia fez um trabalho fabuloso! Mal posso esperar para usá-lo.


_E você, Dorothy? Está ansiosa pelo baile?


_É claro que ela está! _ disse Mary _ Afinal ele vai estar lá!


As duas garotas deram risadinhas enquanto Dorothy ficou vermelha.


_Então vocês estão mesmo namorando Dot?


_É claro que não, Sophie! _ disse Dorothy tentando parecer indignada.


_Ainda não _ disse Mary com mais uma rodada de risadinhas.


Aquela conversa pareceu despertar algo dentro de Alvo...


_Elas lhe chamavam de Dot? _ perguntou o garoto.


_Sim. Porque?


_Porque eu tenho...


_Espere um minuto! _ disse ela _ Vai acontecer agora!


De repente o céu escureceu como se a noite tivesse chegado mais cedo; um vento cortante atravessou a praça do vilarejo fazendo as flores murcharam instantaneamente.


_São eles! _ disse a Dorothy do presente com ódio.


Um grupo de aproximadamente vinte bruxos trajando longas capas negras entrou no vilarejo enfeitiçando todas as pessoas que viam na frente; o povo tentava fugir desesperadamente, mas as varinhas eram muito mais rápidas, eles pareciam estar de divertindo muito.


As três garotas rapidamente correram em direção à floresta que ficava na outra saída do vilarejo... elas não perceberam que estavam sendo seguidas.


Cinco dos invasores foram atrás das garotas, Alvo e a Dorothy os seguiram.


_O que eles vão fazer? _ perguntou Alvo assustado.


_Você logo vai ver.


_Mas você disse que apesar de estarmos invisíveis, nós estamos aqui de verdade! Vamos impedi-los!


_Isso não deve acontecer Alvo, apenas atrapalharia o futuro.


As moças continuaram correndo até que chegaram às margens de um lago circundado por grandes rochas que eram impossíveis de se escalar; elas não tinham mais para onde ir.


_Olá garotas! _ disse um dos homens quando eles se aproximaram.


_O que vocês querem? _ perguntou Mary que tremia nitidamente.


_Nós queremos... vocês _ disse o homem; seus companheiros gargalharam com gosto.


As garotas tentaram entrar no lago, mas foram impedidas pelo feitiço do bruxo que fez com que elas retrocedessem.


_Então elas serão as guardiãs da Pedra? _ perguntou o último bruxo do grupo.


_Sim _ respondeu o que parecia ser o líder _ é realmente uma pena não é? Elas são tão bonitas...


_Mas nós poderíamos nos divertir um pouco antes da transformação... o que vocês acham? _ os outros homens sorriram satisfeitos.


As garotas estavam paralisadas pelo feitiço e nada puderam fazer para evitar o que veio a seguir.


_É o suficiente Alvo _ disse Dorothy com o rosto lavado em lágrimas.


_Mas... nós vamos deixá-las? Nós vamos te deixar?


_Sim, não há nada que possamos fazer.


Ela segurou a Pedra das Nove Luas e Alvo colocou uma mão no objeto; eles partiram novamente.


Dessa vez eles foram para um elegante gabinete que tinha em uma das paredes um belo relógio de madeira enfeitado com pedras preciosas.


_O que aconteceu com... vocês? _ perguntou Alvo.


_Depois que eles se divertiram bastante... nos enfeitiçaram com uma maldição que nos transformou nas natilives... nós nos tornamos praticamente imortais, mas nosso extinto se transformou; nos passamos a ter a necessidade de matar pessoas... isso até hoje... porque por algum motivo isso saiu de dentro de mim.


Alvo olhou para a moça, apesar de parecer triste, ela sorriu para o garoto.


_Onde nós estamos agora? _ perguntou ele.


_Você logo verá, mas antes que eu preciso que me prometa que não irá interferir no que vai acontecer aqui, eu sei que vai ser difícil para você, mas é o único jeito do futuro ser salvo!


_Mas o que vai...


A porta do gabinete se abriu, um homem negro de meia-idade entrou no local, Alvo o conhecia.


_É o 1º Ministro!


_Fale baixo _ cochichou Dorothy _ ele pode nos ouvir.


Kingsley Shacklebolt caminhou até sua cadeira e sentou-se soltando uma exclamação de alívio; ele parecia muito pálido e cansado. Mal havia se recostado quando um gongo soou em algum lugar da sala e uma voz grave anunciou: Harry Potter, Chefe da Seção dos Aurores chegará em instantes. O 1º Ministro que quase havia caído da cadeira devido ao susto, se endireitou para poder receber o seu visitante...


_Como vai Harry? _ disse o Ministro quando Potter finalmente chegou _ Tudo bem, eu espero.


Harry Potter estava com uma expressão preocupada; seus olhos estavam com olheiras e seus cabelos negros pareciam ainda mais desarrumados do que o habitual; ele vestia um longo sobretudo bege e calçava sapatos pretos que pareciam não ver a cor da graxa há um bom tempo.


_Estou bem Kingsley _ respondeu Harry enquanto se largava na cadeira em frente à mesa _ me sinto apenas um pouco cansado.


_É natural, você tem trabalhado muito, aliás, devo dizer que você tem feito um trabalho formidável!


_Muito obrigado ministro, mas creio que o senhor não me chamou aqui para falar sobre isso.


_Você está certo Harry, como sempre! _ completou ele com uma risada forçada _ Deseja beber algo?


_Eu aceito um tônico com gim.


_Ótima escolha! Eu vou lhe acompanhar _ Kingsley fez um movimento com a varinha e logo apareceu uma garrafa e dois copos sobre a mesa, ele serviu os copos e Harry bebeu com gosto.


_Podemos ir direto ao assunto? _ perguntou o auror _ Eu acordei cedo hoje para poder levar os garotos até a estação.


_Ah! É verdade, Alvo também foi para Hogwarts esse ano, certo?


_Sim.


_Como o tempo voa! Mas vamos ao que interessa; e na verdade, o assunto que eu quero tratar com você também é relacionado à Hogwarts.


_O senhor quer dizer... _ começou Harry um pouco impaciente.


_Espere eu terminar, tudo bem? Eu sei que você não gosta muito do Barton...


_Mas eu não estou sozinho nessa opinião, não é mesmo? Ninguém acredita nele, na verdade, muito me admira a confiança que o senhor deposita nesse homem.


_Mas ele sabe das coisas! Eu não sei como, mas ele consegue... informações.


_E o que ele lhe contou dessa vez? _ perguntou Harry com um leve ar aborrecido na voz.


_Ontem à noite nós tivemos uma reunião, a Prof. Minerva veio e também alguns parlamentares...


_E?


_Bem... na verdade o Sr. Barton não tinha nenhuma grande novidade, mas algo incrível aconteceu.


_É mesmo? _ disse Harry em meio a um bocejo _ E o que foi?


_O Tirante de Gáia se moveu.


Harry encarou o ministro com a boca semi-aberta.


_Como é?! _ disse ele _ Você está me dizendo que...


_Sim, o Tirante de Gáia se moveu.


_Quem deu essa informação? Não me diga que foi o Sr. Barton!


_Não Harry, Barton estava bem aqui, quem contou o ocorrido foi o Sr. McFisher, que era o responsável pela segurança do Departamento de Mistérios ontem à noite, o coitado chegou aqui em péssimo estado.


_E... isso foi verificado? _ perguntou Harry que ainda parecia incrédulo.


_Sim, alguns aurores foram enviados até lá, eu queria mandá-lo pessoalmente, mas ninguém sabia onde você estava.


_Eu estive resolvendo alguns problemas _ disse Harry evasivo.


_Ainda ocupado com aquele assunto? _ disse Kingsley encarando Harry.


_É possível.


_Mas logicamente não vai ser hoje que você vai me contar do que se trata, não é mesmo?


_Infelizmente não, espero que o senhor entenda.


_Tudo bem Harry, você mais do que ninguém é digno de minha confiança.


_Mas se o Tirante de Gáia se moveu, quer dizer que...


_Quer dizer que a Lenda é verdadeira.


_Eu não acho que seja assim tão simples.


_Não seja tolo Harry, olhe para os fatos! Mesmo não gostando de Barton, você não pode negar que agora tudo se encaixa perfeitamente.


_Eu ainda não sei...


_Bem, você vai poder verificar pessoalmente.


_O que o senhor que dizer com isso?


_Eu quero que você vá para Hogwarts, Harry. Quero que investigue pessoalmente o que está acontecendo.


_Eu?! Mas ministro, eu tenho assuntos mais importantes para resolver!


_Assuntos esses, que eu não sei do que se trata...


_O senhor disse que compreende meus motivos!


_Sim, mas você também precisa entender o que eu estou dizendo, acho que algo muito grave está para acontecer em Hogwarts... alem do mais, tem outra coisa que você precisa saber.


_E do que se trata?


_Bem... _ começou Kingsley que parecia bastante desconfortável _ o Sr. Barton me contou algo há algum tempo... e eu... eu preferi não falar sobre o assunto com ninguém... pelo menos por algum tempo...


_E porque não?


_Porque se trata de algo muito grave; e como ninguém estava confiando nos resultados das investigações de Barton... mas o fato é que ele acredita ter descoberto quem é o escolhido Harry, a pessoa que será perseguida por ter o poder de acabar com os planos desse grupo de bruxos da trevas...


_E quem é a pessoa.


O ministro ficou mudo por algum tempo, respirava de forma lenta e demorada como quem se prepara para um mergulho.


_Seu filho, Harry _ disse Kingsley encarando as próprias mãos _ Alvo Potter.


_O quê?! _ disse Harry se levantando abruptamente e derrubando a cadeira _ Que absurdo é esse! Como Alvo pode... porque seria ele?


_Ele é seu filho, não é mesmo?


_Mas... está bem! Eu vou para Hogwarts, vou descobrir se essa tal história é verdadeira.


_Eu sabia que podia contar com você _ disse o ministro aliviado.


_Então até mais, Kingsley. Partirei o mais rápido possível.


_Até, Harry. E boa sorte!


Alvo viu seu pai entrar novamente na lareira e em seguida desaparecer em meio às chamas, Kingsley permaneceu sentado por algum tempo com uma expressão preocupada, depois ele se levantou lentamente e caminhou na direção da porta, um segundo antes de deixar a sala, Alvo pode ouvi-lo resmungando:


_Ele vai mesmo precisar de sorte... todos nós vamos...


_Então meu pai foi mesmo para Hogwarts?! _ perguntou Alvo para Dorothy quando eles finalmente ficaram a sós no local.


_Sim, ele foi.


_Mas então... o que aconteceu depois? Ele ainda está lá?


_Vou lhe mostrar o que aconteceu depois, vamos lá _ ela levantou a Pedra das Nove Luas e os dois viajaram no tempo mais uma vez.


_Você conhece esse lugar? _ perguntou Dorothy quando eles chegaram ao destino.


_É claro! _ disse Alvo olhando para o cômodo repleto de retratos de bruxos importantes _ É a sala do diretor de Hogwarts! Em que tempo nós estamos?


_Poucos dias depois da reunião que nós vimos.


O lugar estava muito mal iluminado, pela janela Alvo pôde ver os últimos raios do pôr-do-sol; de repente, um movimento na mesa do diretor assustou o garoto, havia alguém ali, mas estava tão parado e silencioso que Alvo nem havia notado sua presença; era a Prof. Minerva.


Ela se levantou e em seguida retirou os óculos do rosto, Alvo ficou muito surpreso ao ver que ela estava chorando. Depois de caminhar alguns passos, ela ficou em frente à maior moldura da sala que estava bem atrás da cadeira do diretor, o quadro estava vazio.


_Dumbledore... _ disse Minerva _ onde você está? Eu preciso tanto que você apareça... sinceramente não sei mais o que fazer, não sei como resolver essa questão...


Ela continuou parada por longos minutos, os últimos vestígios do dia se foram e o local ficou na completa escuridão; leves batidas na porta despertaram a diretora de seu transe, ela iluminou a sala com um aceno de varinha, se sentou à mesa e disse:


_Pode entrar!


Os professores Flitwick, Neville e Pickwick entraram e se assentaram cansados nas cadeiras em frente à diretora.


_E então? _ perguntou ela com a voz esperançosa.


Neville se limitou a balançar a cabeça negativamente.


_Nenhum sinal dele? _ perguntou a diretora _ Como é possível? Ele tem que estar em algum lugar deste castelo!


_Nós procuramos em todas as salas e corredores, em cada passagem... _ disse Flitwick _ e ele... ele não está em lugar nenhum.


_Era só o que me faltava! Além de tudo o que está acontecendo, agora Harry Potter desaparece em Hogwarts! Vocês verificaram o sétimo andar?


_Cada centímetro _ disse Neville _ como foi que aconteceu mesmo?


A diretora soltou um longo suspiro, não seria a primeira nem a segunda vez que iria contar aquela história.


_Ele chegou ao castelo ontem à noite _ começou ela _ conversou rapidamente comigo e se encaminhou para a ala sul do sétimo andar, onde segundo as informações do Sr. Barton, fica a suposta passagem para Gáia; eu me ofereci para acompanhá-lo, mas ele fez questão de ir sozinho... depois disso, ele não foi mais visto.


_Será... que ele conseguiu? _ disse Flitwick com muito cuidado _ Será que ele encontrou a passagem e foi para Gáia?


_Eu não sei... _ disse Minerva _ o senhor está calado, Prof. Pickwick; como historiador, qual a sua opinião sobre isso tudo?


Pickwick pareceu assustado, olhou um pouco alarmado para seus colegas e disse de forma hesitante:


_B-bem... se trata de... de uma lenda, mas... parece ser verdadeira, quero dizer... pode ser que ele... ou talvez...


_Onde está Dumbledore? _ perguntou Minerva sem paciência, interrompendo o colega.


_Ainda está na ala sul do sétimo andar _ disse Neville _ continua procurando por algum vestígio de Harry, os outros professores estão escoltando os alunos.


_Está certo... _ disse Minerva recuperando aos poucos seu tom autoritário de voz _ creio que por hora não podemos fazer mais nada, continuaremos as buscas e eu quero que todos os alunos sejam vigiados vinte e quatro horas por dia! Não quero mais ninguém desaparecido, logo os aurores chegarão para auxiliar na segurança.


_A senhora acha... _ disse Neville _ que Harry está bem?


_Eu nunca conheci ninguém com tanto talento para escapar de confusões, além do mais, ele é auror altamente competente, tenho certeza que ele sabe o que está fazendo.


_Venha Alvo _ disse Dorothy baixinho _ já é o bastante, vamos voltar.


O garoto encostou a mão na Pedra e a sala da diretora desapareceu da sua frente.


 Eles chegaram a um local em ruínas, as paredes estavam caídas e o chão repleto de escombros.


_Onde nós estamos? _ perguntou Alvo.


_Nós voltamos ao castelo dos Guelvim’s.


_Sério?!


_Sim, como você vê, tudo desabou, era o destino desse lugar.


_Mas onde estão os outros?


_Provavelmente eles estão naquele mesmo corredor.


_Então nós precisamos ajudá-los!


_Sim. Nós vamos fazer isso, mas preciso falar com você antes.


_Meu pai... _ disse Alvo _ meu pai realmente está em Hogwarts? Esteve lá esse tempo todo?


_De certa forma sim, mas ele não está exatamente em Hogwarts, está em Gáia.


_Pois então eu tenho que ir para lá!


_E você vai ir, Alvo, eu vou lhe entregar a Pedra das Nove Luas. Mas antes, preciso lhe explicar uma coisa.


_E o que é?


_Quando você for para Gáia, alguém de Sonserina irá com você, não me pergunte como eu sei isso, mas isso irá acontecer. Você precisa proteger essa pessoa, Alvo.


_Proteger um sonserino?


_Sim! Você precisa se certificar que ele volte de lá com você, a segurança de todo o mundo depende disso!


_Eu não entendo.


_Não há tempo para lhe explicar agora, você precisa ir antes que seja tarde!


_Está certo.


Eles abriram caminho em meio aos escombros e subiram as escadas em espiral; alcançaram o corredor das celas que havia se transformado num amontoado de entulho, com muito esforço conseguiram localizar os outros.


_Professor? _ disse Alvo quando encontrou Dumbledore que estava com boa parte do corpo soterrada por pedras e ferro retorcido _ O senhor pode me ouvir?


_A-alvo? _ disse ele abrindo lentamente os olhos _ O q-que aconteceu?


_Depois eu explico, agora precisamos sair daqui.


Um pouco adiante eles avistaram o príncipe Guelvim que estava numa situação parecida.


_Onde está o Doni? _ perguntou Alvo.


_Eu não sei... _ disse Dumbledore.


_O que faremos agora? _ perguntou Alvo.


_Você e o feiticeiro precisam sair daqui _ disse Dorothy _ eu cuido do príncipe e do outro garoto.


_Mas...


_Vocês precisam ir à Gáia, Alvo! Você se lembra?


_Está certo...


_Segure a Pedra junto com Dumbledore e imagine o lugar para onde você precisa ir, a Pedra fará o resto.


_Tudo bem, hum... muito obrigado Dorothy, você... ajudou muito.


_Não se preocupe com isso...


_Ah! Espere um minuto! Eu tenho um recado para você!


_Para mim?


_Sim! Eu me lembrei quando suas amigas lhe chamaram de Dot... um homem em um quadro pediu para que nós lhe disséssemos algo.


_O que é? _ perguntou ela desconfiada.


_Ele disse que a concha está guardada embaixo do painel dos ventos... você sabe o que isso significa?


_É claro! _ disse ela radiante _ Ele disse, foi! Então ele ainda está... muito obrigada Alvo! Você não sabe o quanto isso foi importante para mim!


_Hum... tudo bem.


_Agora vá!


Alvo segurou a Pedra em suas mãos, o calor do objeto aqueceu seu corpo, ele se sentiu confiante, pediu para o professor colocar uma mão na Pedra e eles partiram; não diretamente para Hogwarts, porque eles precisavam resolver um assunto em um certo elevador...


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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