Do Vinho Para a Água
Alvo demorou algum tempo para absorver as palavras de Dumbledore, com tanta coisa acontecendo, ele mal se lembrava da conversa que haviam tido naquele momento antes de entrarem no elevador.
_Professor... _ começou Alvo, mas parou no meio, ele não sabia bem o que queria dizer.
_Você consegue compreender Alvo? _ perguntou Dumbledore de forma grave.
_O senhor está querendo dizer que...
_Exatamente isso que você está pensando.
_Então elas... elas! _ disse Alvo apontando para a cela.
_Sim Alvo _ disse Dumbledore _ elas são as natilives.
O garoto olhou para mulheres mais uma vez; ele sentia um desconforto, um aperto o coração... nunca havia experimentado algo igual.
_Então... nós teremos... que deixá-las morrer?!
_Alvo... _ disse Dumbledore com tristeza nos olhos _ não será tão simples assim...
_O que o senhor quer dizer com isso?
_Hum... _ disse Doni _ será que vocês poderiam me contar o que está acontecendo?
_Algo muito sério Doni _ disse Dumbledore _ agora vocês precisam...
Dumbledore parou de falar porque ouviu passos apressados descendo as escadas, ele e os garotos olharam para o início do corredor e logo viram o príncipe Guelvim vindo na direção deles.
_Sr. Dumbledore! _ exclamou ele excitado _ O que aconteceu com os guardas?
_Eu precisei intervir na situação... e o que aconteceu com você? _ disse Dumbledore olhando para a ferida que Guelvim tinha na perna direita.
_Bem... eu também precisei reagir, um guarda me feriu enquanto eu lutava com eles... mas consegui dominá-los!
_Fico satisfeito. Agora nós precisamos conversar sobre...
O príncipe desviou sua atenção de Dumbledore; seus olhos passaram rapidamente da mesa com comida para a cela das mulheres.
_O QUE ESTÁ ACONTECENDO? _ rugiu ele.
_COMIDA! COMIDA! _ berraram as mulheres mais alto.
Ele caminhou até a cela e começou a forças as grades.
_Guelvim, espere... _ disse Dumbledore, mas o outro não lhe deu atenção.
_DOROTHY! DOROTHY VOCÊ ESTÁ AÍ?
_SIM! _ gritou uma voz fraca que vinha do fundo da cela.
_MEU AMOR! ONDE VOCÊ ESTÁ?
A moça foi se desvencilhando de dezenas de corpos à sua volta e conseguiu chegar até as grades. Apesar do corpo sujo e repleto de hematomas, sua beleza ainda estava visível; tinha grandes olhos verdes, cabelos negros e um rosto harmonioso que no momento estava banhado em lágrimas.
_Meu amor _ disse ela baixinho _ eu tive tanto medo...
_Não se preocupe... tudo vai ficar bem.
Alvo observava a cena com certa apreensão, não estava gostando nada da expressão de Dumbledore.
_Como... você soube? _ disse Dorothy _ Porque voltou? Você tinha acabado de partir...
_Bem... vamos dizer que eu tive um pressentimento sobre o que iria acontecer... mas agora nós precisamos tirar você daí; Sr. Dumbledore, o senhor poderia me ajudar?
Dumbledore não se moveu.
_Nós precisamos conversar meu jovem.
_Tudo bem... mas primeiro vamos tirá-la...
_Você se recorda sobre o que conversamos antes de entrarmos no castelo?
Alvo pensou que Dumbledore estava fazendo com Guelvim a mesma coisa que havia feito com ele; o professor parecia ter o conhecimento de muitas coisas que iriam acontecer naquele lugar.
_Sim _ disse Guelvim sem paciência _ o senhor disse que eu iria sofrer um grande choque e agora eu entendo o que queria dizer... disse que não iria permitir que cumprisse meu acordo com o feiticeiro... e disse que eu precisava obedecer suas ordens para que tudo terminasse bem.
_Exatamente _ disse Dumbledore _ essa última parte é a que eu gostaria de salientar no momento.
_Mas... o que o senhor quer exatamente?
_Você não irá poder ficar com essa moça, meu rapaz _ disse Dumbledore duramente.
_Do que você está falando?! Depois de tudo que fizemos... o senhor acha que eu à deixarei aqui? _ disse Guelvim se aproximando de Dumbledore.
_Certamente que ela não irá ficar aqui, nenhuma delas ficará.
_Então eu não entendo.
_Você precisará ser forte. Seria muito cômodo eu deixá-lo num estado inconsciente, mas você precisa ver para poder entender e aceitar.
_O senhor poderia falar as coisas de forma mais clara?!
_Eu vou fazer melhor do que isso _ disse Dumbledore.
Alvo sentiu um frio na espinha, ele estava começando a entender o que o professor estava planejando.
_Protego! _ disse Dumbledore lançando o feitiço na direção de Guelvim. Ele tentou se aproximar de Dumbledore, mas foi impedido, era como se um muro invisível tivesse surgido entre eles.
_O QUE VOCÊ FEZ?! _ gritou o príncipe.
Dumbledore não respondeu; vendo que o príncipe continuava gritando, ele lançou um feitiço abaffiato para que os gritos não chamassem a atenção do resto do castelo. Em seguida ele se aproximou da cela; Guelvim que estava preso do outro lado teve um mau pressentimento.
_Alohomora! _ disse o professor e a porta de cela abriu, ele retirou Dorothy de dentro e voltou a trancar o cadeado.
_O que... o que você vai fazer com ela? _ perguntou Guelvim desesperado.
_Você logo vai ver _ disse Dumbledore calmamente.
Ele pegou a lança de um dos guardas que estavam desacordados, examinou o objeto por algum tempo e de repente enfiou-lhe com toda força na barriga de Dorothy.
_NÃO! _ berrou Guelvim descontrolado enquanto assistia a moça cair no chão com a lança atravessada pelo corpo _ SEU DESGRAÇADO! O QUE VOCÊ FEZ!
Alvo e Doni assistiam chocados, tudo havia acontecido tão rápido que eles estavam sem reação.
_EU VOU ACABAR COM VOCÊ! _ continuava berrando Guelvim _ VOCÊ A MATOU!
_Infelizmente não _disse Dumbledore.
_O QUE VOCÊ QUER DIZER?
_Apenas observe, por favor.
Seja lá o que o professor estava esperando, Alvo não conseguia entender. Dorothy continuava imóvel com seu sangue a jorrar pelo chão de pedra.
Guelvim continuava a berra a plenos pulmões, parecia alguém que perdeu a sanidade; mas de repente ele parou uma ofensa no meio porque algo incrível estava acontecendo.
_Uau! _ exclamou Doni maravilhado _ Ela... ela está...
_Sim _ disse Dumbledore.
Dorothy moveu lentamente a cabeça, em seguida tossiu e apoiou os braços no chão para se levantar.
_DOROTHY! _ voltou a berrar Guelvim _ VOCÊ ESTÁ VIVA! MEU AMOR!
Até mesmo Alvo não conseguiu deixar de sorrir, era uma cena fascinante; mas então ele viu que algo estava errado...
Dorothy se levantou, mas ela parecia muito diferente; encarou Dumbledore com um sorriso de deboche e em seguida arrancou a lança de seu corpo como se fosse a coisa mais simples do mundo.
_Você achou que isso iria me matar? _ perguntou ela com uma voz gutural.
_Eu tinha certeza que não _ respondeu Dumbledore.
_Meu amor! _ continuava Guelvim _ O que está acontecendo?
Ela se virou para o príncipe e falou com a voz mais doce e angelical do mundo.
_Querido! Eu tive tanto medo!
_Vai ficar tudo bem; eu lhe prometo!
_Me diga uma coisa, meu amor; você por acaso está com uma Pedra?
_C-como você sabe?
_Está ou não está?
_Sim, mas...
_Eu preciso dela.
_Ele não vai poder lhe entregar nada _ disse Dumbledore _ enquanto o feitiço Protego não for desfeito.
_Você realmente pensa em tudo, não é mesmo feiticeiro _ disse ela se virando mais uma vez para Dumbledore _ bem... acredito que você não irá desfazer o feitiço por bem; nesse caso...
Ela andou alguns passos na direção de Dumbledore com a lança bem firme nas mãos.
_Dorothy! _ disse Guelvim _ O que você vai fazer?
_Nada de mais querido! Apenas resolver algumas diferenças com o feiticeiro.
_Você sabe que essa lança não é nada comparada com magia _ disse Dumbledore.
_É claro...
_E você está muito fraca para fazer uma transformação decente.
_E você logicamente, não vai permitir que eu me alimente.
_Isso é certo.
_Bem... eu terei que tentar, não é mesmo?
Alvo poderia ter imaginado que qualquer iria acontecer, menos o ocorreu em seguida...
Um brilho estranho emanou do corpo de Dorothy e de repente ela começou a se transformar; sua pele lisa e macia foi ficando escamosa e esverdeada; seus braços frágeis foram aumentando de tamanho ao mesmo tempo em que seu tronco também ia ganhando músculos; seu rosto belo e harmonioso foi se deformando, longas presas surgiram em sua boca, seus olhos ficaram vermelhos e dois chifres apareceram em meio aos seus cabelos que haviam ficado brancos e ralos; suas pernas delicadas viraram duas patas, com cascos no lugar dos pés; no final do processo, duas asas gigantescas, como de morcegos, surgiram em suas costas.
_Do-dorothy? _ disse Guelvim assustado.
_O que foi meu amor? _ disse ela numa bizarra imitação dos trejeitos doces que possuíra anteriormente.
_O q-que aconteceu com você?
_Oh! Eu não estou bonita? Isso pode ferir o coração de uma garota! Agora me deixe conversar um pouco com nosso amigo...
_Alvo! Doni! _ disse Dumbledore _ Saiam daqui!
Alvo achou que havia perdido a sensibilidade das pernas e só se moveu, quando Doni começou a puxá-lo; eles se abrigaram numa cela próxima que estava destrancada.
_Agora vamos ao que interessa feiticeiro! _ disse o monstro que outrora fora Dorothy.
_Está certo _ disse Dumbledore tranquilamente _ vamos resolver logo isso; EXTERMINUS DEMONIUM!
Um raio prateado cortou o ar e foi diretamente na direção da natilive. Ela cambaleou por um instante, mas logo se recompôs.
_Isso é o melhor que você pode fazer, feiticeiro? _ disse a natilive.
Dumbledore a olhou aturdido e desorientado; pela primeira vez Alvo viu o professor com a expressão de quem não sabia o que fazer.
_Você... esse feitiço... _ balbuciou ele.
_Isso não pode me derrotar! _ em seguida ela abriu a boca a lançou uma gosma verde que cobriu o corpo inteiro de Dumbledore.
_O q-que! _ de repente calombos gigantescos foram surgindo no corpo do professor, eles foram crescendo até alcançarem o tamanho de laranjas; a dor que ele sentia devia ser terrível, pois ele começou a gritar de desespero.
Alvo sentiu que precisava fazer alguma coisa, ele sabia que havia lido no livro dos Segredos das Artes das Trevas uma forma de derrotar as natilives, mas ele não conseguia se lembrar...
Os calombos de Dumbledore começaram a estourar formando feridas horríveis, ele gritava cada vez mais alto.
_O que foi feiticeiro? _ disse a natilive _ Eu o machuquei? Oh! Perdoe-me!
Ela caminhou até o professor, levantou-o pelos cabelos e o arremessou contra parede.
_Agora se você me permite... preciso ajudar minhas amigas...
A natilive caminhou tranquilamente até a cela onde as outras mulheres estavam presas; segurou a grade e a arrancou com a facilidade de quem rasga um pedaço de pergaminho.
As mulheres juntamente com Dorothy, correram na direção da mesa repleta de alimentos; elas comeram de forma selvagem, pegando comida com a mão, lambuzando seus rostos, lambendo restos de comida na boca umas das outras, como verdadeiros animais; a etiqueta parecia ser a ultima de suas preocupações. Depois de devorarem toda a comida, elas sorriram satisfeitas para Dorothy e começaram a se transformar.
_Agora ninguém poderá nos deter! O que você acha feiticeiro? O que vai fazer sozinho, contra todas nós?
_Pois saiba que ele não está sozinho! _ disse Alvo se adiantando em direção aos monstros.
Elas olharam surpresas para o garoto no primeiro momento; para logo em seguida caíram na gargalhada, gargalhadas medonhas, que mais pareciam guinchos...
_Oh! Veja que bonitinho! _ disse Dorothy apontando para a varinha de Alvo _ Um aprendiz de feiticeiro!
_Quase chego a ter pena dele! _ disse outra delas.
Alvo havia tomado sua decisão num impulso, havia pensado rapidamente em um plano, mas tinha sérias dúvidas quanto ao sucesso dele; o garoto ainda não havia conseguido se lembrar do feitiço...
_O que vocês são afinal? _ perguntou ele decidido a ganhar tempo...
_O que nós somos? _ disse Dorothy _ Nós somos as criaturas mais poderosas do mundo!
_É mesmo? _ disse Alvo com desdém _ Vocês não pareciam tão fortes quando estavam amontoadas naquela jaula.
Várias delas grunhiram em protesto.
_Aquilo foi uma covardia! _ disse Dorothy nervosa _ Nós fomos traídas! Esse maldito rei nos ofereceu um acordo, quando na verdade... queria nos destruir!
_Hum... vocês realmente devem ser muito espertas!
_EU VOU ACABAR COM ELE! _ disse uma natilive que estava logo atrás da líder.
_Se acalme Mary _ disse Dorothy _ vamos deixá-lo dizer o que pensa... todo mundo tem direito de suas últimas palavras antes da morte, não é mesmo? Então vocês acha que somos burras, garoto?
_Claro que não! Só porque vocês foram enganadas por um simples rei? Isso pode acontecer com qualquer um, até mesmo com as criaturas mais poderosas do mundo...
_Ele disse que nos ajudaria a dominar todos os outros reinos, desde que nós deixássemos o dele em paz! Mas na verdade nos apunhalou pelas costas! Prendeu-nos num momento de fraqueza e ainda tentou nos roubar a Pedra das Nove Luas!
_Ah! Então que dizer que a Pedra era de vocês?
_É claro! _ disse Dorothy _ Há vários séculos!
Alvo percebeu que o feitiço de Dumbledore estava enfraquecendo, logo a barreira entre eles e Guelvim não existiria mais; por incrível que pareça isso fazia parte do seu plano.
_Pois eu acho que você está mentindo! _ disse Alvo para uma nova onda de indignação das natilives.
_Não seja estúpido, garoto! Do que é que você sabe? Por acaso conhece a história do Tirante de Gáia?
_Já ouvi algo a respeito... _ disse Alvo fingindo não estar interessado.
_Pois saiba que foram os próprios criadores do Tirante de Gáia que nos criaram e nos deram a Pedra das Nove Luas!
_E porque eles fizeram isso?
_Ninguém poderia se apoderar da Pedra e nós recebemos a missão de protegê-la.
_Bem... Parece que vocês fracassaram nisso!
Foram ouvidas novas exclamações de indignação, elas pareciam estar perdendo a paciência.
_Você está enganado garoto tolo, nós não deixamos que o rei se apoderasse da Pedra, nós a entregamos para um feiticeiro aliado.
_Acho que ele também enganou vocês, afinal ele entregou a Pedra para o príncipe.
_É aí que você se engana; tudo isso fazia parte do plano.
As natilives riram satisfeitas; Alvo olhou para Dumbledore que parecia pior a cada minuto.
_E que plano maravilhoso seria esse? _ perguntou Alvo.
_Todas as natilives haviam sido presas _ disse Dorothy _ todas menos eu. Nós havíamos entregado a Pedra para o feiticeiro, então a primeira parte do plano havia sido realizada com sucesso; em seguida eu me aproximei do filho do rei, esse rapaz estúpido e mimado, que não conhecia nada do mundo; foi muito fácil fazê-lo se apaixonar por mim. O pai dele propôs que ele viajasse por um tempo, para pensar melhor em sua decisão, eu já esperava por isso, o velho tinha conhecimento de quem eu era de verdade e sabia que mesmo que contasse ao filho, ele não acreditaria. Depois que o príncipe se foi, eu permiti que me prendessem e fingi que havia morrido; quando o príncipe voltou ao reino e soube de minha suposta morte, ficou transtornado; abandonou o castelo e viajou sem destino, essa era a hora de feiticeiro entrar em ação; ele explicaria ao príncipe como a Pedra funcionava, diria que ele poderia voltar no tempo para me salvar; o idiota certamente pegaria a Pedra em troca de algo que ele nem se preocuparia em saber o que era; essa era a recompensa do feiticeiro. E como você vê, ele voltou no tempo e trouxe junto a Pedra das Nove Luas, que agora voltará a ser nossa.
Alvo ficou incrédulo por algum tempo, era realmente uma idéia muito bom e havia funcionado perfeitamente... isso, é claro, no caso de seu plano fracassar.
_Agora se você não tem mais perguntas... _ disse Dorothy.
_Pois saiba que o plano de vocês não funcionou! _ blefou Alvo.
_E porque não?
De repente Guelvim soltou um grito de espanto, aquilo também fazia parte dos planos de Alvo, mas era essencial que as natilives não percebessem a movimentação que estava acontecendo.
_Porque vocês não contavam que nós voltaríamos com o príncipe! _ disse Alvo.
Houve um rápido clarão no local onde Guelvim estava.
_O que foi isso? – disse Dorothy.
_Você não ouviu o que eu disse?! _ disse Alvo tentando desesperadamente chamar a atenção das natilives.
_Dorothy! _ disse um dos monstros _ Esse brilho só pode ser...
_Da Pedra das Nove Luas! _ disse a líder irada.
Alvo reuniu toda a coragem que tinha e fez algo no mínimo... surpreendente para não dizer estúpido; correu na direção de Dorothy e quando estava bem próximo, pulou sobre o monstro.
_O que?! _ disse ela espantada; a surpresa foi tanta que ela cambaleou e caiu; o que aconteceu em seguida foi uma completa confusão.
_Peguem ele! _ gritou Dorothy.
Eles rolavam no chão em meio ao enxame de patas das natilives; logo várias delas também caíram como num jogo de boliche; no meio do tumulto, ninguém conseguia localizar Alvo.
Houve um novo clarão próximo e em seguida Alvo pode ouvir gritos de uma voz conhecida.
_AMPUTIS EXCRARUS! AMPUTIS EXCRARUS! _ berrou Doni.
_É isso! _ disse Alvo satisfeito com o sucesso de seu plano; ele sacou a varinha e gritou _ AMPUTIS EXCRARUS!
Foi como se alguém tivesse congelado a cena, todos os presentes pararam para observar o que aconteceu com a criatura que havia sido acertada pelo feitiço de Alvo; o jato de luz azul atingiu o tronco da natilive; seu corpo de repente ficou eletrocutado, vários raios se espalharam até atingir seus membros que começaram a inchar assustadoramente até explodir; seu sangue azulado voou para todos os lados, a criatura agonizou por algum até finalmente morrer.
_MATEM O GAROTO! _ gritou Dorothy
Todas as natilives se precipitaram para cima de Alvo, lançando incessantemente o mesmo golpe que Dorothy havia usado contra Dumbledore; elas estavam tão alvoroçadas, que não conseguiam acertar o garoto; acabavam lançando as gosmas verdes umas nas outras. Alvo aproveitou a confusão para exterminar o máximo de natilives que conseguia.
_Hum... A-alvo? _ disse Dumbledore recuperando a consciência.
_Professor! _ disse o garoto _ Amputis Excrarus! Esse é o feitiço que acaba com elas!
Dumbledore rapidamente se levantou e começou a ajudar o garoto.
_VAMOS SUAS IDIOTAS _ gritava Dorothy alucinada _ ACERTEM ELES!
Mas Alvo e Dumbledore estavam dizimando todas elas com certa facilidade; quando Dorothy viu que a batalha estava perdida, se aproveitou da confusão e roubou a Pedra das Nove Luas que estava com Doni
_Professor! _ disse Alvo _ Ela está fugindo!
_Vá atrás dela Alvo! _ disse Dumbledore _ Quando eu acabar com as criaturas irei me juntar a você!
Alvo pulou sobre dois ou três corpos de natilives carbonizados e correu atrás de Dorothy; ela estava indo para o fim do corredor, um lugar que Alvo ainda não conhecia.
A iluminação estava ficando cada vez mais fraca; as tochas agora eram escassas e as poucas que existiam estavam com a chama muito fraca.
No fim do corredor havia uma estreita escada em espiral que Dorothy desceu rapidamente; Alvo a seguiu e quando terminou a descida, se viu num cômodo sombrio repleto de maquinas de tortura com caveiras despedaçadas espalhadas por toda a parte; ele caminhou um pouco, o único som que ouvia era o de algo que pingava do teto e ecoava no chão grosso; ele sentiu um arrepio só de imaginar que liquido seria aquele que pingava; quando estava mais ou menos no meio da sala, ouviu um estalo agudo e quando se virou, viu uma grade havia obstruído a passagem para a escada que ele havia descido... estava preso.
_Agora somos apenas eu e você, aprendiz de feiticeiro _ disse uma gutural que Alvo imediatamente soube de quem era...
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