Horizonte esfacelado



Progs pulou do navio assim que Lucky chegou à água. Pedro, Lockhard e Lovegood já estavam na beirada, olhando para o rastro de sangue contrastando com o azul. Em um assomo de consciência, Pedro correu até uma bóia salva-vidas e jogou onde o capitão mergulhara, segurando a ponta de uma grossa corda que serviria para puxá-los de volta.


Logo ele submergira com a garota inconsciente em um dos braços. Agarrou a bóia e colocou-a no buraco firmemente, tomando cuidado para não encostar na flecha em seu ombro.


_Puxem. – Ordenou ele. E os três puxaram-na para cima.


Logo jogaram a bóia novamente para que o capitão pudesse subir e, ao chegar ao convés, Progs viu três caras pálidas olharem para ele, Moony e Padfoot chegando e parando abismados ao ver a cena.


_Capitão, estávamos retirando a blusa del...a por causa da flecha.


Deitada inconsciente, estava não mais Lucky, e sim uma garota.


 


 


A primeira coisa que senti foi uma pressão sobre minha boca. Tentei puxar ar, mas sentia-me afogada. A pressão sumiu e então retornou e tentei me desviar desesperadamente. Precisava respirar.


Tossi água, muita água. Minha visão se clareou e eu vi o capitão Progs com os cabelos pingando sobre mim, escutei muitas vozes e senti meu ombro de um jeito que eu nunca havia sentido, como se milhares de facas estivessem cutucando-o. Minha visão estava embaçada.


_Lucky! Lucky! – Progs batia em meu rosto e eu me perguntei por quê. Se pudesse, dar-lhe-ia um tapa.


As luzes foram se apagando e as vozes sumindo.


 


Acordei de um sono secular. Parecia que eu havia acabado de nascer e minha mente estava toda embaçada. Levantei-me de uma vez para ficar sentada e senti uma fisgada no meu ombro, caindo novamente sobre o travesseiro.


_Opa, opa. Vai com calma, mocinha.


Olhei para o lado. Eu estava em um aposento mal iluminado. Moony se levantava de uma cadeira, colocando um pequeno livrinho de lado e vindo em minha direção.


_Como está se sentindo?


_O que aconteceu?


_Não se lembra de nada?


Parei para pensar. Aos poucos as coisas foram se encaixando em minha cabeça e eu lembrei da flecha, e alguns flashes de cenas. Mas algo estava estranho. O capitão Moony não deveria ter me chamado de mocinha, deveria? Voltei-me para ele com os olhos arregalados, como se esperasse que ele tirasse uma espada e me matasse por traição.


_Moony, sua vez de jant... – A voz de Progs se fez presente e ele entrou no recinto. – Lucky!


Eu me encolhi para o canto da cama, ignorando as pontadas em meu ombro. SE eu tivesse alguma chance contra um maroto, contra dois definitivamente eu estava frita.


_Por favor, eu só queria encontrar uma pessoa. Foi o único jeito de...


_Ei, calma. Nós não vamos te machucar. Moony já sabia que você era uma garota. – Progs falou, com as mãos levantadas para sinalizar que não ia fazer nada e se aproximando, para então sentar na beirada da cama.


Fiquei olhando para eles, de um para outro. Moony tinha um leve sorriso e Progs olhava-me sério.


_Agora volte a se deitar para eu ver se você não abriu o corte.


Não me mexi. Então Moony começou a andar em direção à porta.


_Vamos, Lucky. Não cuidamos de você por uma semana para te matar agora. – Ele virou-se para me dar uma piscadela. – Mas não fique andando por aí. – E saiu.


_Deite-se novamente. – Olhei para o capitão restante sem saber o que fazer. Não confiava totalmente neles. – Anda, menina. Eu que te salvei e fiz esse curativo aí. Um voto de confiança. – Ele me pediu.


Eu pensei um pouco e escorreguei devagar até ficar deitada, mas ainda na borda da cama perto da parede.


_Vem mais pra cá. Não vou te morder. – Ele esboçou um pequeno sorriso, que me acalmou.


Aproximei-me dele e ele dirigiu-se para minha camiseta, fazendo menção de tirá-la.


_Ei!


_Como você quer que eu cuide de seus ferimentos? – Ele parecia estar ficando nervoso, mas eu não pretendia deixá-lo tirar minha camiseta. – Você esta toda enrolada em curativos, não vai aparecer nada. E para de frescura antes que eu te faça desmaiar de novo.


Apesar de sua ameaça aparentar não ser séria, desisti. Ele tirou minha camisa e eu notei que eu estava envolta firmemente até a cintura com uma fica branca. Havia dois lacinhos, um sobre meu estômago e outro sobre meu peito. Quando ele desamarrou a do peito, percebi que só descobriria meu ombro. Era como se eu estivesse vestida com um espartilho, que segura apenas o dorso.


         Lembrei-me que Progs dissera que fora ele quem fizera o curativo. Apesar de ter ruborizado inconscientemente por ele ter me visto antes das faixas que me cobriam, fiquei grata por ele ter pensado no depois.


_Quem mais sabe sobre mim? – Perguntei timidamente quando ele terminava de desenrolar a parte de cima e revelava o ferimento, que eu preferi não ver.


_O navio todo. – Respondeu ele olhando-me momentaneamente para voltar ao corte. Ele abaixou para pegar uma bacia com água e um pedaço de tecido que estava no chão, ao lado da cama.


 _Querem me matar, né? Ai! – Senti uma fisgada quando ele encostou o pano umedecido. Pelo visto não havia só água ali.


_Querem. Foi loucura sua entrar em um navio pirata de contrabando. Fica quieta, menina. – Ele cansou-se de meus desvios, baixando o pano e me repreendendo.


_Mas dói.


Ele respirou fundo, molhou mais uma vez o pano na água e colocou a vasilha no chão, para então segurar minha mão com a dele agora desocupada.


_Há ervas nessa água que ajudarão o ferimento a não infeccionar. Preciso passar. Aperta minha mão bem forte quando doer, ok?


Ele esperou meu consentimento para então voltar a passar o líquido. Apesar da dor, senti que seus movimentos eram suaves.


Meus olhos já estavam cheios de lágrimas quando ele deu-se por satisfeito e jogou o pano de volta a vasilha.


_Pronto. Pode voltar a descansar assim que eu colocar as bandagens novamente. – Ele falou baixo, levando a mão ao meu rosto para enxugar a única lágrima que escapara.


Eu estava abobada demais para dar-me conta de um ato tão carinhoso por parte de um capitão pirata. Ele cobriu meu ferimento novamente e levantou-se para sair do aposento.


_Espera. – Ele virou-se para mim, interrogativo. – Agora que vocês já sabem da verdade, seria muito ousado de minha parte fazer uma pergunta?


_Outra, você quer dizer. – Ele sorriu minimamente, instruindo-me a prosseguir.


_Uhm, vocês conhecem alguém chamado James, que foi raptado há sete anos atrás por este navio?


_É a ele que você procura? – Sua expressão se anuviou imediatamente.


_Sim.


_Ele está morto, menina.


Entrei em choque. Meus olhos se embaçaram imediatamente por novas lágrimas que chegavam, meu peito começou a subir e descer ofegantemente e eu fiquei com muita raiva daquele navio. Muita raiva de tudo.


_MENTIRA! – E eu me vi sentada na cama, ciente apenas da última frase de Progs.


_Volte a se deitar ou irá demorar meses para esse ferimento fechar. – Ele disse, virando-se para sair do recinto.


_Seus ogros! Seus selvagens, piratas! – Eu fiz menção de levantar da cama. Eu queria bater em qualquer pirata maroto que estivesse na minha frente. Qualquer um que se atrevesse a dizer que meu querido James estava morto. Mas ele me parou antes de eu colocar os pés no chão. Segurou meus pulsos e deitou-me de volta. Tentei chutá-lo, mas ele passou uma perna por cima de mim, impedindo meus movimentos.


_James suicidou-se. Esqueça-o. – Ele falou, a feição indecifrável.  Parecia não fazer esforço algum para me conter, o que me deixava mais furiosa ainda. Senti então meu ombro fisgar e parei de me debater, para então a pressão sobre meu pulso se afrouxar. – Esqueça-o, pequena. Viva novamente a SUA vida, apaixone-se de novo. – Sua voz estava suave.


Deixei escapar um soluço. Ele levou uma mão ao meu rosto para secar novamente uma lágrima. Desenhou o formato dos meus lábios com o indicador e enganchou a mão em meus cabelos suavemente, parando na nuca. E me beijou. Esqueci de qualquer razão, qualquer pergunta. Ele permaneceu ali, com os lábios encostados nos meus por uns instantes. Antes de se afastar, dirigiu-se à minha bochecha, beijou-a e disse em meu ouvido.


_Durma bem. – E saiu do quarto deixando-me congelada, sem saber o que pensar, e com meu primeiro beijo roubado. 


*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

N/A: Olá gente! Desculpem a demora, estava em semana de provas da facul  >.<
Esse cap ficou pequenininho pq eu estou para viajar e nao quis deixar vcs sem nada. Mas nao se preocupem, estarei escrevendo e pretendo postar durante minhas ferias também, por isso nao deixem de comentar ok? *-*

 Fê Black Potter 
Quando q ela vai descobrir? >=D
segredo =xx
easueiaheuiasehuiase
mas espero que tenha gostado desse cap
te espero no prox
;**

 Susy Mello
Sério que gostou da idéia? Segredinho, tirei de um mangá a ideia inicial xP
Pedro é uma anta, FATO, eu odeio o Pedro, FATO (Tah, parei xP)
Agora a trama toda veio voando na minha cabeça, coisa de louco entende? (espero que nao o.o')
ehasiuehaeiuaheuia
Espero que gsote desse cap 
;**

nath krein
Obrigada pela opinião sobre o trailer, fiquei felixx *-*
uaisehauiehauise
gosto do bjo? gosto, gosto? *¬*
se nao gostou tbm n tem nada xP
Se o Progs gritou? Bom, foi o que a Lily viu.. Só iremos descobrir se ela descobrir também.. chato, não? 0.ó ehasiuheaiusheuaisehausie
;**

Eluna
Nops, o Remo nao chegou a tempo.. Como vc sabe que ele eh o Remo? =OOO
ehauisehasuiehauisehaiusehasuie
Filme da Mulan? não tinha feito essa referencia, mas sim, foi isso que aconteceu xP
Gostou do trailer? obrigada pela opiniao =DDD
Ah, foi vc que me falou que adora aventuras neh? nesse comecinho ainda esta tudo meio parado. Mas pode aguardar que vem mtas trapalhadas por aí, ok?
;**

Chanel Black 
A lily se passa por garoto ao falar no masculino, ter o cabelo curto e ser magrinha (AIII QUE INVEJA) ehauiehauisehaui
Tah gostando? jura jura? *---*
mto obrigadaa
espero vc aqui no proximo cap =D
;**

 

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