Harry Potter vs. Hagun



–        Não é seu amigo Hagrid indo ali? – Patrick apontou para Harry.


Estavam visitando algumas lojas que deviam ouro ao Ministério perto da Floreios e Borrões quando Hagrid passou por eles muito apressado.


–        É ele sim – confirmou Harry – venha vou apresentá-lo a você. Hagrid! Hey Hagrid!


–        Está indo para Travessa do Tranco? – disse Patrick


–        Ele costuma comprar coisas por lá para as criaturas que costuma criar.


Enquanto seguiam Hagrid Harry contou sobre Aragogue, Fofo, Norberto. E que Hagrid chegou a pedir para ficar com o Thuru, a criatura que se livrou do bau que Harry e que foi solta no Beco Daigonal.

–        Tenho certeza que ele me ouviu. Deve estar acontecendo alguma coisa. – disse Harry


–        Acho que ele não quer que você saiba pra onde está indo.


Hagrid fez uma tentativa patética de se esconder atrás de uma barraca de frutas.


–        Ele está indo em direção ao pub de Solomon Bluter. Isso não é bom Harry. O pub é Bocadio e é só freqüentado por... bem bruxos são a minoria lá.


–        Já ouvi falar dele ele é uma espécie de gângster.


–        Um o que? – perguntou Patrick achando graça na palavra.


–        Um cara fora da lei muito rico que ninguém consegue pegar.


–        É, isso mesmo. O Ministério caça Bluter há séculos. Ele sempre tem uma desculpa legal para tudo que faz.


Abaixo da placa com o letreiro vermelho havia uma portinhola. Um homem de nariz muito comprido os atendeu.


–        Ora, ora se não são os papa galeão. Que dia é hoje?


–        Não viemos a trabalho. Queremos jogar e conhecer garotas! – explicou Harry.


–        Ah, sim. Se é pra isso. Entrem.


Uma porta se desenhou em volta da portinhola e Harry e Patrick entraram. O lugar era abafado com paredes marrons com desenhos de conteúdo adulto que Harry nunca vira na vida. Se acomodaram no balcão. 


–        Meu nome é Naylon e vou servi-los essa tarde. Vão beber alguma coisa?


–        Cerveja amanteigada, por favor. – pediu Harry.


–        Não servimos isso aqui. Só uísque de fogo pra cima. Que tal O Velho Dragão?


–        Parece bom. Vamos querer esse. –  respondeu Patrick.


O Velho Dragão era uma espécie de conhaque vermelho vivo que acharam melhor tomar de uma vez só. Harry perdeu a voz de tão amarga e forte era a tal bebida.


–        Gostaram? – Naylon encheu os copos novamente.


–        Um amigo nosso acabou de entrar aqui. – Harry disse depois de um acesso de tosse.


–        Como ele é?


–        Meio gigante.


–        Tem certeza?


Patrick também recusou uma nova rodada do Velho Dragão.


–        Ele disse meio gigante; um tipo difícil de perder de vista.


–       Caso ele tenha entrado e não os convidou é porque não queria a companhia de vocês. Temos algumas garotas que podem agradá-los. Bruxas jovens quase bonitas! – disse Naylon enchendo o copo de Harry.


–        Não obrigado – respondeu Harry depressa – e que tal o jogo? O que há pra jogar?


Naylon riu.


–        Deixe-me pensar... o campeonato de xadrez acabou tem alguns dias. Um bruxo russo venceu, mas que ele podia ler a mente do adversário então fugiu. Acho que ele leu minha mente e o que ia fazer com ele. Pague a bebida e vá embora papa galeão. Aqui não é lugar para vocês.


–        Queremos saber o que nosso amigo veio fazer aqui; nada a ver com o Ministério. – disse Patrick.


–        Quem sabe até conhecer as garotas que você mencionou. Onde elas estão? – perguntou Harry.


Naylon bebeu um gole do Velho Dragão fez uma careta.


–        Lá embaixo.


–        Nos leve até lá! – mandou Harry.


–        Tome mais um gole; vai precisar pra criar coragem. O senhor não parece ser muito experiente Sr. Potter. 


–        Você sabe quem eu sou?


–        Quem não sabe? Trinta galeões a entrada e não podem entrar com a garrafa.


Naylon apontou para a parede dos fundos do pub. Patrick pagou os trinta galeões e a parede do fundo do pub desapareceu. Viram uma espécie de arena.


Vários bruxos e criaturas gritavam e agitavam bandeiras. Outros se esbarravam tentando pegar um bom lugar. As bruxas que Naylon mencionou passavam por eles lançando beijos; algumas eram veelas e outras Harry não saberia dizer a idade, mas com certeza eram muito jovens. Localizaram Hagrid de pé em frente a uma mesa cheia de duendes e um bruxo muito gordo no centro.


De repente Harry viu no centro da arena Grope com as mãos para trás. Parecia tão assustado quanto Harry surpreso.


–        É Grope, irmão caçula de Hagrid! – disse Harry. – Eu disse que aconteceu alguma coisa! Hagrid nunca o deixaria sozinho num lugar desses.


–        Harry, o bruxo gordo no centro da mesa é Solomon Bluter – disse Patrick – se seu amigo se meteu com ele teremos um final de expediente bem movimentado.


Naylon os alcançou e foi até a mesa apontando e sorrindo para eles.


Hagrid se virou no início achando que não estava enxergando direito depois ficou vermelho e no final foi em direção aos rapazes muito zangado.


–        O que fazem aqui? Deem já o fora. Esse lugar não é pra vocês!


–        Hagrid! Vimos você entrar e você nos viu também! O que está acontecendo? Por que Grope está lá embaixo?


–        Sr. Potter e Sr. Rent que surpresa! Que honra! Por favor, se aproxime! – disse Solomon com a voz grave e rouca.


–        Quero saber o que está acontecendo! – disse Harry com firmeza.


–        São meus convidados a assistir a luta. O irmão de Hagrid Grope vai lutar contra o meu ciclope: Hagun.


–        Hagrid o que está havendo? – Harry perguntou ao amigo que parecia muito confuso.


Solomon Bluter explicou:


–        Hagrid perdeu uma boa quantidade de dinheiro fazendo apostas nas criaturas erradas. Me deve muito dinheiro e inscreveu o irmão para lutar. Dobro ou nada não é Hagrid?


–        É foi isso Harry. Esse é seu amigo? Muito prazer.


–        Ah, olá Hagrid. – cumprimentou Patrick.


O rosto de Hagrid era puro desespero. Harry sabia que Solomon estava mentindo.


–        Sei o que está pensando Sr. Potter, mas apostar não é crime quando ambas as partes concordam.


–        Duvido que alguma dessas criaturas que mantém aqui tenha escolha. – disse Harry com raiva.


–        Harry vá com calma... – advertiu Patrick – olhe acima de nós.


Na parte de cima havia mais gente para ver a luta; entre a multidão circulavam capangas de Solomon usando capuzes.


–        Se quiser ler o contrato que Hagrid assinou fique à vontade. Creio estar tudo em ordem, faço questão de manter meu estabelecimento sobre as rígidas regras do Ministério. – disse Solomon em tom de discurso.


–        Quanto ele lhe deve? Tenho certeza que podemos chegar num acordo.


–        Infelizmente não podemos Sr. Potter; toda essa gente pagou pra ver meu Hagun acabar com Grope. Damos ao público o que ele quer! Não há como o senhor me dar mais dinheiro do que vou ganhar essa noite. Grope vai lutar é honrar o acordo que fiz com Hagrid. Está tudo devidamente registrado! Veja é assinatura dele.


–        O que acontece de verdade se Grope perder? – Harry perguntou a Hagrid.


–        Ele nem vai saber que perdeu! – disse Naylon às gargalhadas aos duendes na mesa. – A luta só acaba quando alguém para de respirar. São as regras.


–        Sr. Bluter tenho uma proposta para lhe fazer.


–        Já disse Sr. Potter, nada que me ofereça...


–        E se eu lutar? Um bruxo contra um ciclope. Harry Potter contra o ciclope! No lugar de Grope.


Os duendes cochicharam no ouvido do Solomon.


–        Interessante. Está disposto a aceitar as regras Sr. Potter?


–        Não, ele não vai lutar! – gritou Hagrid segurando Harry pelo braço – Solomon! Você não aceitou que eu lutasse no lugar do meu irmão!


–        Ora, Hagrid você está velho. Aceita as regras Sr. Potter? Sim ou não? Não temos a noite toda.


–        Aceito!


–        Certo. Anunciem o cancelamento das preliminares! – Solomon gritou e um centauro que aquecia os músculos e afiava os casacos saiu da arena.


Um pergaminho apareceu à frente de Harry.


–        Por favor, assine na linha pontilhada Sr. Potter. – disse Solomon gentilmente.


Harry assinou mesmo sobre os protestos de Hagrid e Patrick.


–        Sr. Potter, o senhor sabe que ciclopes não possuem poderes mágicos, então seria injusto que o senhor o enfrentasse de posse de sua varinha. – explicou Solomon.


–        Ele não tem chance desse jeito! – protestou Patrick.


–        Linha trinta e dois! Bruxos enfrentam criaturas sem poderes mágicos sem as varinhas! Isso é o que dá assinar documentos sem ler. Aconteceu a mesma coisa com Hagrid. Naylon! Prepare Harry Potter para arena. Entregue a varinha Sr. Potter  


–        Vai valer uma fortuna amanha. – disse Naylon quando Harry lhe passou a varinha.


Solomon ficou de pé e, solenemente, contou as novidades aos presentes:


–        Caros amigos é uma honra anunciar que meu campeão Hagun enfrenta hoje a lenda do mundo bruxo: Harry Potter!


A platéia foi ao delírio; alguns se perguntavam se era mesmo Harry.


Naylon levou Harry pelos cabelos até o centro da arena exibindo a cicatriz em forma de raio.


–        Este é Harry Potter! – gritava para a multidão. – Vocês querem vê-lo lutar?!


Um barulho ensurdecer tomou conta do ambiente.


–        Quero ouvir mais forte? Vocês querem Harry Potter ou o gigante Grope? – gritava Naylon.


Hagrid olhava em volta desesperado e tentou gritar para que tirassem Harry de lá, mas ninguém pode ouvi-lo. Patrick viu que pelo menos dez bruxos apontavam a varinha para Hagrid por baixo das vestes. O publico gritava “Queremos Potter” tão euforicamente que nem nos seus melhores dias de quadribol em Hogwarts Harry ouviu.


–        O público lhe adora Potter. Diga alguma coisa!


–        Quando tiver uma chance você será o primeiro que vou pegar! – Harry respondeu a Naylon.


–        Certo; vou ajudar no seu aquecimento.


Naylon acertou uma cotovelada no nariz de Harry e soltou seus cabelos.


Patrick correu até ele.


–        Harry você ficou maluco? O que vai fazer contra um ciclope?


–        Ciclopes são muito lentos. Eu sou bem mais rápido! – disse Harry segurando o nariz, mais uma vez, espatifado e sangrando.


–        É isso? Você vai fazê-lo correr em círculos atrás de você e esperar que ele enfarte? Vou falar com Solomon! Vou entrar nessa luta.


–        Patrick ficou doido?


–        Você está realmente me perguntando isso Harry? Ele vai matá-lo!


Patrick chamou Naylon.


–        Avise Solomon que ele precisa de uma vantagem. Eu vou ajudá-lo. Vá agora!


Naylon cochichou e confabulou com Solomon.


–        Negativo! Ele assinou o contrato para enfrentar o ciclope sozinho.


–        Ele precisa de ajuda seria uma covardia deixá-lo enfrentar um ciclope sem magia. Quem vai apostar em Harry Potter merece uma garantia! –  Patrick gritou.


A platéia de pé concordava pressionando Solomon para que aceitasse a participação de Patrick.


–        Que seja! Assine o contrato Sr. Rent e aceite as regras! Sem magia e até a morte.


Patrick assinou o papel e entregou a varinha a Naylon.


–        Seguro seus óculos Sr. Potter. – ofereceu-se Naylon gentilmente.


–        Não, obrigado. Uso um feitiço pra que não caiam do meu rosto. – respondeu Harry querendo dar um soco em Naylon primeiro.


–        Isso é bom. Hagun vai te matar e você vai conseguir enxergar tudo sem problemas. Estão prontos? Vou torcer por vocês amigos!


–        Você não devia estar aqui Patrick! – disse Harry quando ficaram frente a frente com o ciclope.


–        Cale a boca Harry.


Hagun parecia um touro de dois metros em frente ao toureiro que o fizera sofrer miseravelmente. Nenhum dos rapazes podia prever que pudesse atacá-los com tanta rapidez. Assim que ouviu o sinal foi em direção a eles e jogou um para cada lado. Harry contra a parede e Patrick no chão a um metro de distância.


–        Você disse que ciclopes eram lentos! – Patrick gritou para Harry tentando se por de pé.


–        Acho que confundi com trasgos! – respondeu Harry que parecia estar grudado na parede.


No meio da poeira e dos gritos da multidão. O ciclope se movia em direção a Harry. Patrick subiu em suas costas, mas a criatura se quer cambaleou e mais uma vez o arremessou para longe. A platéia aplaudia Hagun ir em direção a Patrick no chão.
Harry notou que o ciclope andava com as pernas bem abertas, então correu e escorregou por debaixo delas e lhe acertou um soco bem nas partes baixas.


–        Isso aí Harry acaba com ele! – berrou Hagrid. Grope batia palmas. A torcida de Harry voltou a se animar.


O ciclope se curvou de dor e caiu de lado. Harry começou a socá-lo bem na cabeça; depois de uma seqüência de socos com toda a força que pode juntar percebeu que o sangue que estava vendo era dos seus próprios punhos tão dura era a cabeça do ciclope.


Com um tapa o ciclope se livrou de Harry como se fosse uma mosca. Esparramado no chão Harry tinha duvidas se algum dia conseguiria se mexer de novo. Enxergava o imenso vulto crescendo para cima dele e, de repente, Patrick estava sobre os ombros do ciclope.


Harry estava tonto e não conseguia encaixar a visão. Só via a silhueta do ciclope desesperado abanando os braços; parecia tentar se livrar de algum inseto invisível que lhe atacava o olho até que foi ao chão e não se mexeu mais.


Patrick disse a Harry:


–        Temos que matá-lo.


–        Precisamos?


–        Você nunca matou ninguém não é Harry?


Harry só balançou a cabeça negativamente.


Um grito veio das arquibancadas.


–        Mate-o Harry Potter!!


–        Nós o vencemos. Escolhemos como ele deve ser punido – Harry gritou para as pessoas que vaiavam sua atitude.


O olho do ciclope parecia queimado.


–        São as regras Harry Potter! – gritou Solomon de seu lugar – Minhas regras!


–        Por enquanto! – gritou Harry de volta enquanto ele e Patrick saiam da arena.


–        O que houve com sua mão? – Harry perguntou a Patrick.


As mãos de Patrick pareciam tão queimadas quanto o olho de Hagun.


–        Não podíamos usar varinhas, mas isso não quer dizer que não podíamos usar outra coisa, mas não vou lhe contar o que fiz. Estou muito, muito zangado com você.


–         Mesmo assim obrigado por sua ajuda! – Harry bateu no ombro de Patrick.


 –        Eu tomaria um gole daquele dragão qualquer coisa agora. – disse Patrick quase sorrindo.


As bruxas vieram abraçá-los. Um veela beijou Harry na boca; Patrick começou a rir.


Hagrid apareceu e lhes devolveu as varinhas; pegou Harry e o colocou no ombro. Tinha os olhos vermelhos e uma expressão assustada.


–       Você é cara mais corajoso que conheço Harry!


–       Obrigado Hagrid. Você pode me fazer um favor?


–       Eu sei! Prometo que nunca mais vou apostar!


–       Ah, que bom, mas estava pensando se você poderia contar à Hermione o que aconteceu...

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