O mercado negro de elfos



–        Primeiro aquele galpão agora isso! – esbravejava Rony. – O que você estava pensando ao enfrentar um ciclope com as mãos limpas?


–        Harry salvou a vida de Grope! – gritou Hagrid, mas Rony ignorou suas explicações.


–        Ele tem mais coragem do que inteligência pelo que parece. Se Patrick não o ajudasse você estaria morto agora!


–        Foi minha culpa Rony! – Harry respondeu constrangido deitado em sua cama mal podendo se mexer.


–        Hermione entrou em desespero quando te viu carregado por Hagrid. Se você não pensa em você pense nela e em Gina!


–        Rony eu realmente...


Rony se virou bruscamente para Patrick.


–        Hermione quer que você desça; vai tratá-lo primeiro.


–        Eu não preciso de cuidados. – Patrick disse surpreso.


–        Diga isso a ela. Vamos Hagrid vamos ficar com Grope; ele não pode ficar sozinho lá embaixo.


Hagrid seguiu Rony pelo corredor. Hermione apareceu na porta e evitou olhar para Harry.


–        Patrick, vamos até a cozinha preparei uma poção para dor e uma pasta para os ferimentos.


–        Já aspirei todo o sangue e tenho só um corte atrás do ouvido. Olhe!


–        Ótimo, vai ser bem rápido então.


–        Patrick espere. – Harry o chamou para perto e sussurrou:


–        Não diga nada sobre a veela...


–        Um ciclope quase te mata e essa é a sua preocupação?


Hermione pegou Patrick pela mão e foi descendo as escadas; não o soltou até chegarem à cozinha. Conjurou um par de luvas cirúrgicas e mandou que ele sentasse na frente dela. No início Patrick estava de cara amarrada, mas depois que Hermione começou a limpar o corte acabou ficando quieto.


–        Você tem prática. – observou.


–        Meninos são sempre meninos. Afinal o que é isso em suas mãos? 


Hermione segurava as mãos de Patrick e as observava com atenção. Quando levantou a cabeça ele desviou o olhar.


–        Tinha uma coisa no bolso e usei para queimar os olhos do ciclope. Me queimar não fazia parte do plano... – explicou.


–       Se você me disser o que é posso curá-lo mais rápido.


–       Não tem importância, olhe, Hermione isso não é necessário!


–       Seja o que for salvou sua vida e a de Harry.


Hermione começou a passar uma pasta alaranjada na palmas das mãos de Patrick.


–        Harry realmente ia enfrentar um ciclope sozinho. – disse Patrick.


–        Hagrid faria o mesmo por ele.


–        Isso é muito...  estranho.


–        Nunca ninguém se arriscou para projete-lo?


–        Não de livre e espontânea vontade. Quero dizer talvez minha mãe, ela me protegeria. Não consigo pensar em mais ninguém.


–        Rebecca?


–        Talvez.


–        Soube que ela quer contratar um elfo. Um elfo mais velho.


–        É para não ter que ensiná-lo como cuidar da casa. Como vai seu livro? – Patrick desviou o assunto.


–        Finalmente acabei de escrever! Estou revisando. Não sei se está bom.


–        O que Rony e Harry acharam?


–        Eles não se interessam muito pra ser sincera.


Hermione assoprou as mãos de Patrick. Ele não entender o motivo dela fazer aquilo, mas se sentiu estranhamente melhor.


–        Estou ansioso para ler! – disse ele olhando para as palmas da mão quando ela parou de assoprar.


–        Você gostaria de receber um manuscrito?


–        Adoraria.


Rony entrou na cozinha.


–        Grope está com sede. Vou fazer todo chá que temos; espero que ele fique satisfeito por alguns minutos.


–        Terminei. Continue a passar essa pasta nas queimaduras. Vai cicatrizar rapidinho.


–        Obrigado Hermione. – disse Patrick se levantando. – Me diga uma coisa: o que acontece com elfos que não vão para a Associação de Proteção ao Elfo?


Rony estava enchendo um balde de água e diminuiu o fluxo da água para poder ouvir melhor.


–        Fico feliz em dizer que a maioria vai, mas alguns ainda têm dificuldade em se adaptar a liberdade ou aceitar que a família não os quer mais. Muita gente se aproveita que não existem leis e nem punição para quem oferece trabalho sem salário para elfos livre...


–        Quem se aproveita deles? – perguntou Rony.


–        Ouvi dizer que algumas pessoas os recolhem e cobram um bom dinheiro de famílias que querem um elfo.


–        Entendo... – disse Patrick. – Diga a Harry para descansar e obrigado por... assoprar minha mão. Foi muito refrescante...


–        Obrigada por cuidar de Harry por nós. – disse Hermione.


Rony também agradeceu e Patrick foi embora


De madrugada depois de cuidar de Harry; Hermione foi para seu quarto. Ouvia os roncos de Hagrid na sala e graças ao feitiço abafador não ouvia os de Grope. Rony já estava deitado.


–        Você ficou com ele até agora? Ele voltou a ter onze anos?


–        Você foi muito duro com ele! Harry foi muito compreensivo quando você bateu em Córmaco e ele não sabia que você estava enfeitiçado.


–        Ah, claro Harry voltar pra casa naquele estado depois de uma briga é uma surpresa! Eu bater em Córmaco era de se esperar?


–        Não foi o que eu quis dizer Rony. E você só esta assim porque Harry estava com Patrick e não com você. Você sabe que faria a mesma coisa por Hagrid!


–        É verdade, eu devia estar lá apanhando com ele.


Hermione não respondeu; deitou-se de costas para Rony. Após alguns minutos Rony perguntou:


–        Você disse que alguém recruta elfos para vendê-los a outras famílias.


–        É o que acontece infelizmente.


–        Você sabe quem faz isso não sabe? Só não quis dizer.


–        Não quero que ninguém mais volte para casa no estado de Harry.


Hermione se virou para ele.


–        Me prometa Rony que nunca vou vê-lo naquele estado... eu não iria agüentar.


Rony a beijou e a abraçou com força.


–        Eu não vou arrumar briga com nenhum ciclope! Prometo!



Na manha seguinte Patrick passou pela Mansão Malfoy e mais uma vez tirou Draco da cama.


–        Você esta um trapo Patrick! – disse Draco enquanto se lavava. – Ser papa galeão é mesmo ruim não é?


–        Não me chame assim.


–        Por onde anda Rebecca?


–        Achei que não gostasse dela Draco.


–        Não gosto, mas ela é melhor de olhar do que você.


–        Ela volta hoje; está tratando da herança do velho Slater.


–        Como ela era antes de...  ser como ela é agora?


Patrick riu.


–        Ela não era loira...


–        Bonita pelo menos?


–        Ela é bonita, de um jeito ou de outro posso lhe garantir. Draco, quer ir comigo a Travessa do Tranco?


–        Você está me convidando para um passeio?


–        Quer ir ou não?


–        Vou pegar a vassoura.


–        Não. Tem uma lareira fora da rede de Flu na sala de Solomon e aquela repórter ainda pode estar me seguindo.


–        Você ia cuidar dela.


–        Já me viram conversando com ela, ia ficar muito na cara ela desaparecer agora. Deixe um bilhete para Rebecca para ela encontrar com a gente lá quando voltar.


Draco e Patrick saíram na lareira no escritório de Solomon Bluter.


Solomon contou a Draco que havia acontecido na noite anterior.


–       Patrick por que não deixou o ciclope acabar com Harry Potter? – perguntou Solomon.


–        Sabe o que aconteceria se Harry Potter morresse aqui? Eu teria que escrever relatórios até o fim dos tempos. E a essa hora boa parte do Ministério estaria revirando esse lugar de ponta a ponta. Se ele estive sozinho tudo bem.


–        O que aconteceu com ciclope? – perguntou Draco.


–        Está cego graças ao sangue venoso de Patrick. O que quer hoje Patrick? Não é dia do seu pagamento.


–        Soube que andam oferecendo elfos livres para algumas famílias. Por acaso é você quem faz isso Solomon? Seu novo negócio? Quando planejava me contar?


–        É perfeitamente legal oferecer trabalho a um elfo. E cobrar uma taxa da família que vai recebê-lo.


–        Então é você mesmo? – perguntou Draco. – Bem na sua cara Patrick!


–        Não tenho que lhe pagar nada além do que combinamos. – respondeu Solomon. – Você quer um elfo Patrick? E não procurou a tal garota que cuida deles de graça?


–        Onde eles estão?


–        Lá embaixo; tenho dezenas e todos muito experientes em trabalho doméstico. Dez galeões por cabeça!


–        Vamos dar uma olhada. Venha Draco.


–        Odeio elfos. – bufou Draco.


Solomon os acompanhou até o final de um corredor; em um quarto apertado cheio de beliches havia elfos de todos os tipos.


–        Escolham a vontade.


Naylon os alcançou massageando o queixo.


–        Têm uma garota aí que disse que vocês a esperam.


Rebecca passou por Naylon e o ameaçou.


–        Não chegue perto de mim de novo ou o transformarei num asno!


–        Rebecca! – disseram Draco e Patrick juntos.


–        O que aconteceu com seu rosto?


–        Ele lutou com um ciclope junto com Potter! – Draco contou. – E a Granger tratou esse machucado e as mãos dele. Mostre a ela Patrick.


–        Não importa. Quero que vá escolher um elfo com Hermione.


–        Mas se vamos escolher um aqui... – disse Draco.


–        Você é mesmo burro Draco! Hermione sabe que Rebecca esteve procurando por um elfo e o que vamos tentar achar aqui não vai servir chá pra visitas. Vá procurar Hermione para ela te ajudar a escolher.


–        Elfos! – gritou Rebecca. – Não agüento ver mais elfos. E, além disso, acabei de levar minhas coisas para a Mansão Malfoy vou montar meu laboratório lá! Estou ocupada.


–        Você concordou com isso Draco? – perguntou Patrick.


Draco deu de ombros.


–        Não me importo.

–        Está bem... Então, Rebecca, deixei você ficar com parte do dinheiro da herança do velho Slater; não é muito, mas dar para você pagar um bom elfo doméstico. – caçoou Patrick.


–        Oh! Patrick... você é tão bom pra mim!


Rebecca sacou a varinha e transformou o nariz de Naylon em um imenso salame e saiu. Draco e Solomon começaram a rir.


–        Sabe Patrick você não devia demonstrar interesse por outra bruxa quando tem outra próxima e poderosa lhe ajudando. – disse Solomon.


–        Ele gosta da Granger. – Draco entregou.


–        Eu não gosto dela! Só a acho interessante.

–        A moça dos elfos? Ela é bonita, mas muito magra. Vou lhe dizer Patrick... quando eu era jovem conheci uma garota linda que não sabia o que eu fazia para viver, mas eu estava apaixonado. Por outro lado tinha outra feia como um trasgo que sabia quem eu era. Quando descobriu sobre a outra fez meu intestino explodir! Aprendi uma lição: fique com o que já tem.


–        Vamos achar logo esse elfo Draco. – Patrick empurrou Draco.


–        Você sabe o que vai acontecer se essa moça começar a interferir nos meus negócios Patrick. Então meu outro conselho é: não se apegue muito a Srta Granger.


No centro de apoio aos elfos Rebecca estava aguardando na recepção. Hermione chamou por ela, mas a garota pareceu não ouvi-la até Hermione colocar a mão em seu ombro.


Rebecca agradeceu Hermione ter cuidado do ferimento de Patrick. Comentaram sobre a luta com o ciclope.


–        Gina já sabe do estado de Harry? – Rebecca perguntou.


–        Achei melhor contar o que aconteceu de uma vez antes que ela o visse e tivesse um troço.


–        É desse jeito é melhor. Não sei o que se passa na cabeça desses dois, você tem sorte de Rony ser na dele.


–        É acho que sim; Rony adora ficar na loja. Apesar de alguns incidentes acho que é quase um lugar seguro.


–        Teve noticias da Pansy sei lá o que?


–        Sim, ouvi dizer que assim que melhorar do efeito de alguns feitiços que usaram para tirar o vestido; ela vai querer nos encontrar.


–        Espero que seja logo. – disse Rebecca rindo.


–        Acho que nunca tive tanta vontade de encontrar Pansy como agora. Apesar do que fizemos a ela ser muito... ruim.


–        Ela mereceu. Hermione, da última vez que estive aqui mencionaram um elfo que diziam ser muito bom em preparar ingredientes.


–        Sim, Juhno. Eu ia mandá-lo para o St. Mungus, mas talvez ele seja mais útil pra você.


Hermione pediu para chamarem elfo.


O pequeno elfo apareceu com um estalo; Rebecca se abaixou para vê-lo. O elfo deu-lhe um tímido sorriso.


–        Quanto tenho que pagar a ele?


–        Cinco galeões mensais para iniciantes.


Hermione conjurou um pergaminho e pena.


–        Assine aqui. É a garantia que você não vai abandoná-lo, maltratá-lo,...


Rebecca assinou. O elfo agradeceu com um cumprimento.


–        Espero vender muitas poções para nos sustentar pequenino. Arrume suas coisas, virei buscá-lo hoje à noite.


Uma coruja branca sobrevoou as duas garotas. Era a nova coruja de Harry e soltou um pacote nas mãos de Hermione; ela sabia que se tratava das fotos dos títulos dos livros de Roman Young incinerados pelo Ministério.


–        Harry quer que eu de uma olhada em algumas coisas.


–        Você não odeia quando eles fazem isso? Como se não tivéssemos mais nada para fazer?


Hermione riu.


–        Patrick recebeu seu manuscrito. Eu o vi hoje de manha em cima da mesa. Ele adora tudo a respeito de Hogwarts. Por que não o publicou ainda? Você deve viajar para promovê-lo! – disse Rebecca entusiasmada. – Já pensou nisso?


–        Já, mas acho que não é o momento. Rony não vai poder me acompanhar e Harry...


–        Você vai esperar um momento melhor na vida deles para fazer isso?


–        Soa idiota, não?


–        Não, não é idiota. E compreensível. É difícil parar de se importar com eles...


Rebecca olhou o relógio e de repente pareceu apressada.


–        Preciso ir. Mando uma coruja para marcarmos alguma coisa; uma noite das garotas na cidade.


–        Certo... Obrigada por ajudar o elfo.


Rebecca voltou a Mansão Malfoy onde Patrick e Draco a esperavam agitados. A seguiram até a porta de um dos banheiros do segundo andar.


–        Achamos o elfo da família de Roman Young! Eu estava certo!


–        Ótimo pra você Patrick.


–        Quero interrogá-lo logo.


–        Eu contratei um elfo com Hermione.


Patrick a segurou pelo braço.


–        Venha me ajudar a interrogar o elfo que realmente importa!


–        Rebecca, é impressão minha ou você está crescendo. – observou Draco.


–        A poção está perdendo efeito. Será que vocês dois podem me dar licença?!


Rebecca se soltou de Patrick e fechou a porta com força.


Quinze minutos depois Patrick mandou Draco chamá-la.


–        Rebecca saia logo, Patrick quer torturar o elfo para ele começar a falar. Ele sempre teve essa mania de pegar todo mundo pelo pescoço?


–        Sempre! Já estou indo!


–        Vamos logo! Você está vestida?


–        Quase.


Draco empurrou a porta com força.


–        Quase já é o bastante.


Uma garota de cabelo e olhos castanhos claros se mirava no espelho.


Draco se surpreendeu.


–        Você é?


A resposta aos poucos foi tomando forma. Os cabelos castanhos deram lugar ao loiro, a pele foi se tornando mais clara e os olhos ficaram azuis. Draco observava cada detalhe da transformação. Patrick tinha razão; ela era realmente bonita.


–        Matou a curiosidade Draco? Não vai me ver diferente pelo menos por mais um mês; é a duração dessa poção polissuco que aperfeiçoei.


–        É perigoso tomar muita poção polissuco.


–        Eu sei. Um dia não poderei voltar ao normal ou minha ficar entre minha aparência e a Rebecca original.


–        Patrick matou essa garota?


–        Ela, o pai...


–        Como ele é? Além de corrupto e assassino; digo essa não é real aparência dele não é?


–       Ele já foi assim um dia. Vamos logo antes que ele mastigue o elfo e nos culpe por isso.


Quando chegaram à cozinha Draco apontou Patrick segurando o elfo pelo pescoço


–        Ele não quer falar! Eu lhe ordeno que me responda elfo!


–        Ele não consegue respirar desse jeito ponha-o no chão! – Rebecca mandou.


Patrick soltou o elfo que se arrastou pra debaixo da mesa.


–        Qual o nome dele? – perguntou Rebecca.


–        Locke. – Draco respondeu.


Rebecca ficou de joelhos.


–        Olá Locke será que podemos conversar?


–        Diga a ele que somos seus novos senhores.


–        Patrick você está assuntando o pobrezinho. Locke, não ligue para ele. Você está com fome? Venha pegue algumas frutas.


O elfo não se mexia.


–        Você tá parecendo a Granger. – disse Draco rindo da cena.


–        Confiem em mim. Sabe-se lá quanto tempo ele está sem comer preso naquele lugar. Ele só está assustado.


Durante a madrugada o elfo comeu algumas frutas, tomou suco de laranja com torradas e geléia. Rebecca lhe deu roupas velhas para poder se trocar e lençóis para que fizesse um ninho. Já amanhecia quando pegou o bastão com pedra na ponta e mostrou a ele.


–        Locke, conhecíamos seu antigo mestre Roman. – disse Rebecca.


–        Norman. – respondeu o elfo.


–        Norman certo. Isso pertence à família que você servia certo?


–        Um dia o mestre entregou a um homem. Havia outros homens procurando por isso e casa foi ficando vazia...


–        Locke você sabe se existe algum membro da sua antiga família vivo?


–        Os últimos mestres de Locke não casaram, não tiveram filhos.


–        Tente se lembrar é importante elfo! – disse Patrick impaciente.


–        Fique quieto Patrick! – reclamou Rebecca. – Coma mais uma torrada Locke! O que você sabe sobre a família?


–        Todos se esconderam por causa das coisas que o mestre trouxe da ultima viagem. Alguns foram para a prisão dos bruxos e morreram sozinhos sem Locke para alimentá-los. Locke ficou na rua por muito tempo até o homem gordo me recolher e mais anos se passaram.


–        Você era o elfo da casa. Ouvia coisas... você sabe o que acontecia. Diga-nos o que se lembra, está bem?


–        Havia uma garota que deveria se hospedar na casa no ano que o Lorde das Trevas caiu. Locke preparou o quarto de hospedes, mas ela não veio...


–        Lorde Voldemort? Da primeira ou segunda vez? – perguntou Patrick.


–        Houve outra vez?


–        A primeira então! – disse Rebecca. – Continue...


–        A menina não veio... o mestre ficou zangado e espancou Locke.  Ela vivia com a parte trouxa da família. Mestre achava uma vergonha ter parentes trouxas! Uma vergonha uma bruxa ser criada por trouxas. Mestre queria que ela viesse nem que fosse a força! Dizia que os trouxas matavam todas as corujas que mandavam então a escola acabou desistindo.


–        O que aconteceu com ela?


–        Não sei, ela nunca veio.


–        Você sabe de onde ela era? O nome da cidade? – perguntou Patrick.


–        Mestre dizia que era uma cidade entre montanhas onde todos que trabalhavam ficavam sujos como Locke quando limpava a chaminé.


Patrick pensou alguns minutos e conjurou um mapa.


–        Uma cidade mineradora talvez... – refletiu.


Estendeu o mapa em cima da mesa.


–        Cidade trouxa com minas. Tem uma chamada Zebediza ao norte! Caramba! Percy Weasley comentou de atividades mágicas nessa região onde não há registros de bruxos! Pode ser essa garota!


–        Na maioria das vezes são crianças descobrindo magia. – disse Rebecca.


–        Se for um bruxo registrado menor de idade o Ministério detecta na hora, certo Patrick? – perguntou Draco.


–        Com certeza. É uma região sem bruxos registrados...É apenas magia...


–        Espere aí Patrick essa menina não é mais tão menina assim! Já deve ter passado dos trinta anos. E se ela foi criada por trouxas que não gostavam de bruxos existe a possibilidade de ela nem saber que é uma bruxa! – disse Rebecca.


–        Rebecca, essa pessoa pode ser a última parente de Zenobhia! – disse Patrick animado apontando no mapa o desenho que representava a pequena cidade.


–        Patrick, você leu o feitiço. – disse Draco. – Não é simples para uma iniciante.


–        Vocês não percebem? É melhor do que imaginávamos! Cheguei a ficar preocupado em ter alguma dificuldade em controlar quem pudesse realizar esse feitiço, mas é praticamente um trouxa!


–        É necessário pelo menos um ano de estudos para realizar um feitiço decente. – disse Draco.


Patrick riu.


–        Fale por você Draco! Eu sei magia desde que nasci.


Rebecca também tinha dúvidas.


–        Um feitiço não é só dizer as palavras e pronto! É necessário conhecimento mágico. Se ela é como você mesmo disse praticamente uma trouxa...


–        Vamos conversar com ela. – disse Patrick.


–        E simplesmente pedir para ela faça o feitiço que evoca almas perdidas? E que depois tudo bem pode voltar pra casa? – perguntou Draco.


–        Acho melhor não contarmos a ela esse detalhe. – respondeu Patrick sério.


–        Quem vai ensiná-la a realizar esse feitiço? – Rebecca perguntou.


–        É quase a mesma coisa que você fez com o elfo. – respondeu Patrick olhando o mapa e pensando.


–        Não sei não Patrick... – disse Draco hesitante.


Após alguns minutos pensativo Patrick apontou o mapa e disse:


–        Draco vá para essa cidade e faça os feitiços mais idiotas que puder sem ser visto, é claro. Vá com a moto que tomei do trouxa americano; lancei um feitiço simples para poder pilotar e mesmo você não terá problemas em controlá-la.


–        Você vai me deixar usar a sua moto?


–        Se você for de outro jeito o Ministério vai detectá-lo. Vá e exploda alguma coisa! O idiota do Percy ja chamou a atenção para esse lugar! Se continuar acontecendo o Ministério vai acabar notando...


–        Esse é o seu plano? – perguntou Rebecca.


–        É só o começo; tem mais alguns detalhes, mas depois vocês ficarão sabendo...

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