Prólogo



Agora assim estava morto. Mortinho. Mortinho Black. E sua carcaça morta seria fotografada e brevemente imitações dela seriam utilizadas como fantasias no dia das bruxas, enquanto criancinhas remelentas bateriam na porta de pessoas chatas e coagiriam pessoas com seus falsamente inofensivos “doces ou travessuras”. Pensando bem, esse era um destino cruel, mesmo para um Black.


-Sirius! – Parou de caminhar e fechou os olhos, como que esperando ma bomba cair na sua cabeça. Ou, pelo menos, esperava ser derrubado por uma voadora de James Potter. Ou pelo olhar maligno dele. Tanto fazia.


-Você perdeu aquele manuscrito? – As mãos do amigo o agarraram pelo colarinho da blusa e ele bateu suas costas contra a parede, os olhos em chamas. Sério, o inferno deveria contratar James para organizar as festas por lá. Elas iriam ferver. Literalmente demais, talvez.


-Perder é uma palavra muito forte, não acha Prongs? – O olhar de James lhe avisava que não. – Eu só não sei onde está, só isso... – Repreendeu-se mentalmente. Depois dessa resposta idiota – e completamente digna de si mesmo – ele sabia que merecia um soco. Embora James fosse o culpado por aquelas palavras bobas, já que era imensamente difícil pensar direito com uma besta maníaca e raivosa como James coagindo-o daquela forma.


-Então lembre-se de onde deixou ou teremos um sério problema aqui, Sirius – O punho de James baixou e ele ajeitou a gola da camisa do amigo. – Espero que estejamos entendidos.


O outro engoliu em seco.


-Perfeitamente.


-Ótimo – James saiu do corredor e Sirius ficou fitando a parede.


O que diabos fizera? Perdera o maldito manuscrito em que ele e os Marotos descreviam os sintomas do apaixonamento de Prongs pela menina Evans. Agora a ruiva e James haviam brigado feio por questões de monitoria – sim, para o seu eterno desgosto, James Potter fora nomeado Monitor - e o amigo não queria que ela nem desconfiasse que ele gostava dela.


Qualquer um que conhecesse a letra dos Marotos perceberia que aquilo tudo era verdade apenas de olhar para James. Ele era um veadinho apaixonado e isso não era culpa de Sirius. Mas perder aquele manuscrito poderia arruinar tudo e dar uma boa chance de Evans humilhar mais James do que já fazia.


Heh, e a garota ainda tinha coragem de falar deles. Odiava James só por existir. O que faziam com o seboso pelo menos tinha uma razão.


-Marlene! – Ele chamou a amiga, aflito. – Você viu algum pergaminho com a minha letra por aí? Um onde estavam escritas algumas coisas sobre James... – Mordeu o lábio inferior, esperançoso. A garota fez que não com a cabeça.


-Mas eu vi algo assim nas mãos de Amos Diggory essa manhã na aula de feitiços. Ele estava rindo bem alto, aliás – Ela o informou e Sirius deu um grande face palm em sua testa.


-Obrigado, te vejo depois – Beijou o rosto da amiga e saiu correndo atrás de Diggory sem explicar nada.


“Eu tenho que achar isso...” Pensava enquanto corria, esbarrando em algumas pessoas. “Ou eu realmente vou virar a mais assustadora fantasia de dia das bruxas do ano que vem.”


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-Sabe Lily... eu te trouxe aqui por um motivo – A voz de Amos se tornou forçadamente sensual, tomando um tom mecânico. Lílian quase riu, ali sentada na cadeira de uma sala vazia. O que Amos Diggory queria com ela?


-O motivo é sério. Eu quero te mostrar que você tem muito valor. – O garoto pegou uma cadeira e se sentou bem perto dela. – E que eu sei te tratar direito. Eu sei que as garotas dizem que Potter tem pegada e tudo mais, mas é tudo mentira. Olha pra isso que os amigos dele escreveram sobre ele – O rapaz pegou um pergaminho que parecia ser bem antigo e entregou à Lílian.


A garota pôs-se a analisar o tal manuscrito. Reconhecia as letras de Remus e Sirius pelos relatórios de monitoria e pelas cartas que o último enviara à Marlene. E sim, pelo jeito parecia ser sobre Potter. Mas o que era aquilo afinal? O título era bem insinuante.


-Potter é só um maricas qualquer, como pode ver. Quem sabe o que uma mulher como você quer, Lílian, sou eu – A mão de Amos deslizou pelo joelho de Lílian e esta olhou severamente para a parte do rapaz que a tocava. Retirou-a silenciosamente de lá com uma mão, fazendo o rapaz silenciar-se pela primeira vez desde que haviam entrado na sala.


-Então, o que me diz? – Amos indagou-a, esperançoso.


-Posso ficar com isso? – Ela perguntou levantando-se da cadeira, lendo rapidamente aquilo com interesse.


-Claro, se quiser – O rapaz levantou-se também. – Mas ainda não me respondeu. Vai me dar a chance de te mostrar que sou melhor que o Potter?


-Até mais Amos – Ela respondeu como se não tivesse ouvido a pergunta dele, indo embora dali.


Desde que James e ela haviam tido aquela discussão feia sobre algum assunto idiota de monitoria, ele havia se tornado frio com ela. É claro que os pedidos para sair com ela haviam acabado assim que ele havia se tornado um monitor, mas ele não deixara de ser um Maroto, sempre sorrindo e brincando com quem quer que fosse.


O importante é que agora tinha algo que poderia ajudá-la a resolver aquela briga que a estava deixando desconfortável. Acostumara-se com as risadas escandalosas e as brincadeiras de Potter, e o serviço de monitoria agora se tornava algo quase insuportável sem isso. Se já era chato com ele, ficara muito pior sem.


Leria e analisaria cada palavra daquele manuscrito, comparando-o com as ações de Potter. Tentaria descobrir algo mais sobre a personalidade dele, algum ponto fraco que pudesse atingir e fazer com que as coisas voltassem a ser como elas eram antes. Ou, ao menos, assim esperava que fosse.


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Comentários (1)

  • LilyLuppin2

    Adorei! Perfeito, amo James/Lily! E o desespero do Sirius? Coitado. 

    2014-02-01
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