Epílogo: Promessas
Epílogo: Promessas
As folhas começavam a cair, indicando o início do outono. Alguns animais pareciam se preparar para entrar na hibernação.
O castelo era bonito. Em um dia qualquer, exploraria com Harry, em um dia qualquer nos divertiriamos aqui.
E o pior: faltavam três dias para eu vir estudar no meu primeiro ano, sem Harry. Faziam somente três dias que ele se fora...
As pessoas a minha volta, várias cadeiras arrumadas em fileiras lotadas, choravam, assoavam o nariz, lamentavam a perda.
Não tanto quanto eu.
Quando minha mãe contara que eu tinha que vir no funeral de Harry... Mas ,já que tinha que estar aqui, iria fazer um discurso, Pontas merecia.
Eu não acredito que ele estava morto, não mesmo. Mas iria fazer as pessoas entenderem o signifado de ser amiga de Harry Potter.
- Guardaremos Harry Potter nas nossas memórias, eternamente – terminou seu discurso, Prof. Dumbledore.
Subi no palco conjurado improvisadamente nos jardins de Hogwarts, perto do lago, quando fui chamada.
Encarei a pequena platéria a minha frente. Os professores de Hogwarts, o Ministro, os Bones, os Weasleys, os Potters – naturalmente -, meus pais, Hagrid, os aurores que já viram muitas vezes eu e Harry no Quartel General...
- Algumas palavras podem descrever meu amigo – comecei, os olhos úmidos – E a principal era lealdade... Harry era um amigo em que podia-se confiar, era destemido e corajoso, e adorava ficar aprontando por aí.
Vi as pessoas rindo fracamente, ainda sensibilizadas.
- Me lembro como se fosse ontem o dia em que o conhecera, quando ele fizera meu cabelo ficar amarelo florescente cheio de bolinhas laranjas, da briga que ele tivera com os pais... Mas, mesmo assim e no mesmo dia, viramos amigos.
“Lembro-me também, de várias outras ocasiões em que aprontamos muito e irritamos muitos – acrescentei, arrancando alguns sorrisos e risadas fracas – mas se eu fosse descrever aqui, cada momento que passei com Harry, cada sorriso, cada elogio, ou cada coisa boa, passaríamos horas, talvez nossas vidas.
“Porque ele era uma pessoa assim. Amigo – ou parente – demais para entrar em nosso coração sem causar uma primeira impressão. Mas, só espero que se lembrem dele como era.
“Que não tentem pensar em alguns erros cometidos por ele mesmo, porque isso cometemos todos. Tentem lembrar de Harry Potter como a melhor pessoa que poderia se arranjar para ser um amigo, aquela que não está mais aqui no presente momento, em carne e osso, mas está aqui, no coração”.
E desci do palco sob as palmas.
O corpo de Harry ninguém sabia onde estava, então, logo não poderiam enterrá-lo, mas, como homenagem, Dumbledore deixara fazer um obelisco, uma estátua dele.
Fizeram ali, perto do lago, sentado na grama e olhando para Hogwarts, enquanto sorria. Sentado, com as mãos nos joelhos, o corpo sentado meio relaxado, ele sorrindo, até a cicatriz na testa. Ele já não usava óculos há anos.
O Profeta Diário já tinha anunciado sua morte, então, todos os alunos que fossem a Hogwarts não se surpreenderiam de encontrar sua estátua ali.
ooOoo
Na noite antes de partir para Hogwarts, fui em seu quarto ver suas coisas. Sentir sua falta.
Quando entrei, lacrei a porta com um feitiço de mãos.
Tia Lílian colocara a vassoura de Harry encostada ao armário marrom. A varinha em uma espécie de pedestal, com uma caixa de vidro protegendo.
Passei tocando em todos os seus objetos, como se pudesse extrair lembranças dali. Quando cheguei em seu poleiro, reparei que Akemi não estava ali, e me perguntei mentalmente se quando o dono morria a fênix também.
Mas Akemi provavelmente não queria ficar sem seu dono, e fora embora... Agradeci mentalmente por não ter comprado uma coruja no Beco Diagonal quando fora comprar meu material, não aguentaria olhar para a coruja sem lembrar de Akemi, e, consequentemente, de Harry.
Senti que as lágrimas já estavam rolando soltas quando passei meus olhos pelos porta-retratos nas paredes. Ele sempre adorara fotos!
E tinha tantas recordações...
A última coisa que olhei sua, foi uma foto minha e dele, que deixava na cabeceira.
Eu lhe dava um beijo na bochecha, e, juntos, acenávamos. Quando tinhámos cinco anos, quando tudo era bom...
Tirei, delicadamente, a foto da moldura. Iria guardá-la para mim, como um bem mais precioso.
Minha mão desviou-se para o cordão que eu usava. Um “A” esmeralda em cima de um coraçãozinho azul.
Quando toquei, senti como se um coração batesse mesmo ali dentro, e batia fracamente!
Mas batia...
Desejei, com todas as forças, que isso acontecesse com Harry. Que ele entrasse no quarto e dizer que fora tudo uma brincadeira de mal gosto.
Mas não era. Ele não voltaria.
Ia sugerir... Sermos amigos? Sua voz soou em minha mente.
Sorri, entre as lágrimas salgadas que ainda saiam de meus olhos.
Claro que prometo.
Fim
Psiu! Quem é você?
Annie Evans Potter
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