Verdade nua e crua



POV’s Autora:


  Lílian correu até o filho e o pegou no colo, colocando a cabeça dele em seu ombro.


- Está tudo bem, Sra. Potter? – perguntou o mais velho dos garotos Weasley, Gui.


- Está sim, Gui. Obrigada – falou ela olhando de esguelha para o filho.


  Tiago, Sirius, Marlene e Remo foram se aproximando preocupados.


- Ele está bem né? – perguntou Sirius olhando para o afilhado.


- ‘Ta sim. Esgotamento mágico, vem ocorrendo pouco ultimamente que até tinha esquecido – falou Lily – Agora que sua magia está crescendo é difícil esgotar facilmente. Mas depois daqueles vários animais prateados, há quem canse.


- Lembre do que Harry disse. A luz prateada é a própria aura se mostrando – falou Lene.


  Uma luz branca envolveu a pele de Harry, uma camada fina de luz.


- O que é isso? – perguntou Arthur Weasley curioso.


- Os poderes de meu filho, Arthur já são desenvolvidos, entende? Ele faz mágicas livremente desde muito bebê. Só que as vezes tem esgotamento mágico, então desmaia. Ele mesmo repõe as energias, essa luz branca é ele repondo. – explicou Lilian gentilmente.


- Uau! – falou Fred Weasley um dos gêmeos. Devia ter uns cinco anos – Que legal! Eu faço algumas coisas quebrarem sem querer, quando to com raiva ou assustado.


- Ah, mas a mágica do Harry é diferente, Fred – falou Marlene para o garotinho – Ele faz a mágica que quiser, quando quiser. E não sem querer. É claro que quando está com raiva acontecem esses deslizes, como a árvore pegando fogo.


- Ohhh – fizeram os gêmeos, olhinhos brilhando.


  A luz branca que envolvia Harry cessou, e ele começou a acordar. Espreguiçou-se e bocejou. Coçou os olhos por causa da claridade do sol em seu rosto e pulou do colo da mãe


- Manhê, a senhora tem poção revigorante? – perguntou Harry.


  Lilian não pode deixar de sorrir. Uma das coisas que ensinara a Harry foi ler, apesar de ele só ter três anos. Ele andara lendo livros na biblioteca.


- Tenho sim, querido. Mas não trouxe – falou ela.


- Que saco, vai me gastar energias – disse Harry sentando-se no chão e estalando dois pequenos dedos. De repente, um frasquinho de poção azul estava ali. Ele pegou e bebeu, quando acabou fez sumir.


- Repôs as energias? – perguntou Sirius com um tom zombeteiro.


- Muito engraçadinho Sissy – zoou Harry levantando-se e ficando de frente pro padrinho – Não foi você que tinha uma Aura inteira saindo do seu corpo.


- Quem mandou? – perguntou Sirius sorrindo, apesar de internamente dizer: “Vou matar o Pontas, ensinou esse apelido pro garoto”.


- Certamente que não fui eu. Já te disse que minha Aura não é algo que se controla! O que quer que eu faça? “Hei, Aura! Sei que você quer sair, mas volte para dentro só agora!”. Dã, fala sério – disse Harry revirando os olhos verdes.


- Sabe, Harry – comentou Remo – você anda ficando muito tempo com o Pontas e o Almofadinhas, garoto. Aprendeu a usar sarcasmo muito cedo.


- Jura, Remie? – perguntou Harry rindo.


- NÃO ME CHAME DE REMIE! – exasperou Remo. Todos riram.


- Reminho? – perguntou Harry, no que Remo amarrou a cara. – Tudo bem, tudo bem. Posso te chamar de Aluado então, né?


- Aluado pode – falou Remo.


- Tio Aluado – corrigiu Harry.


- Tio Aluado, então – concordou Remo.


  Molly e Arthur Weasley estavam curiosos quanto as poderes do garoto dos Potter, vendo isso Lilian disse:


- Harry por que não vai brincar com os Weasley por ai, enquanto nós conversamos aqui?


- Ok, mamãe – falou Harry indo pro outro lado do jardim, Gui, Percy, Carlinhos, os gêmeos, Rony e Gina o seguira.


  Os adultos começaram a explicar para o casal de ruivos sobre a aura e os poderes do menino.


 


POV’s Harry:


  Minha mãe queria que eu brincasse com esses ruivos. Legal, não tinha muitos amigos seria bom.


  Andei até o outro lado do jardim, sabia que minha mãe não queria que eu escutasse as conversas que ela teria.


  Os garotos e a garotinha, um ano mais nova que eu talvez, vieram atrás de mim. A menininha quase tropeçando em tudo.


  Parei de andar e conjurei três toalhas de piquenique. Sentei em uma, e logo os Weasley sentaram-se na outras duas.


- Hei, você tem aquela cicatriz? – perguntou Carlinhos curioso.


  Uau, essa me pegou de surpresa. Eu esperava mais um: oi! Então você se chama Harry né?


- Tenho sim – falei mostrando minha cicatriz em raio na testa. Nunca entendi como ganhei ela.


- Então você derrotou mesmo Você-Sabe-Quem? – perguntou o garoto mais novo, tinha minha idade isso era óbvio. Rony.


- Você-Sabe-Quem? – perguntei confuso.


Voldemort, Harry, explicou Aura.


Desde quando derrotei alguém?


  Aura não respondeu.


- É. Aquele bruxo das Trevas mal – falou Gui.


- Não me lembro nunca de ter derrotado alguém – falei com sinceridade na voz.


- Como não?! – perguntaram todos aqueles ruivos, mas Gui acrescentou – Você não se lembra de ter matado Você-Sabe-Quem? De como conseguiu essa cicatriz? De como virou O-Menino-Que-Sobreviveu?


- O-Menino o que? Vocês são loucos! Nunca matei ninguém! Essa cicatriz foi um acidente, e sobrevivi ao que? – loucos!


- Você-Sabe-Quem... – começou Percy.


- Voldemort – repeti o nome que Aura dissera.


- Não diga esse nome! – falaram todos, mas alto demais os adultos viraram a cabeça para cá.


- Pois bem, então me explique que história é essa de Voldemort! – exigi.


- NÃO DIGA ESSE NOME! – gritou Percy. Já vi que esse é enjoado...


- Voldemort, Voldemort, Voldemort, Voldemort! – falei repetidamente. Uma coisa que aprendi com meu padrinho é provocar.


- Lá, lá, lá, lá, lá – dizia Percy com a mãos tapando os ouvidos.


  Minha mãe e a Sra. Weasley estavam vindo ver o que estava acontecendo.


- Mas o que é isso? – perguntou Sra. Weasley.


- Mamãe! Ele fica dizendo o nome de Você-Sabe-Quem! – falou Percy, dedo-duro. Os outros concordaram.


- Mas, ora, deixe Harry falar. Não são vocês que estão dizendo! – reclamou ela.


Qual é o problema desse pessoal?


Voldemort, Harry, foi o pior bruxo das Trevas. Matou trouxas, mestiços e traidores de sangue, e, é claro, os famosos sangue-ruim.


Não fale assim!


Sei que não se importa com bruxos nascidos trouxas, mas Voldemort queria um mundo onde somente bruxos de sangue-puro poderiam fazer magia. Foi um caos.


E por que estão dizendo que matei ele?


Essa cicatriz Harry, foi feita por ele. Quando você tinha um ano, ele foi até sua casa, prendeu seus pais e tentou te matar. Mas a Maldição da Morte não funcionou com você, foi para você, mas repeliu em Voldemort. Por isso você tem essa cicatriz, finalizou Aura.


  Meus olhos arregalaram. Eu... Matei... Voldemort?


  Não poderia ser. Quero dizer, meus pais teriam me dito? Sirius? Remo? Marlene? Alguém teria me dito! Deveriam ter me dito!


  Uma luz vermelho-vivo cobriu minha pele como uma camada.


 


POV’s Autora:


  Uma luz vermelha começou a surgir em Harry Potter.


  Menino estava com raiva! Como puderam mentir?, pensava.


- Harry? Querido? – perguntou Lilian preocupada ajoelhando-se na frente do filho. Este arregalou os olhos e amarrou a cara.


- Você mentiu! – ele acusou.


- Menti? – perguntou aflita. Tiago já estava ao lado da esposa.


- Vocês mentiram! Não me disseram, não me contaram! – acusou novamente.


- Do que? – perguntou Tiago fingindo calma.


- Que matei Voldemort! – disse o garoto. Pode ouvir os garotos Weasley ofegando com o nome.


- Mas do que está falando Harry, querido? – perguntou Lilian.


- Nem venha com Harry querido! Vocês não falaram que Voldemort foi até lá em casa quando eu tinha um ano, tentou me matar e me fez essa cicatriz! Vocês não me contaram nada!


- Quem te disse isso Harry? – perguntou Lilian.


- Não pense que foram os Weasley, já sei que está pensando isso! Pois não foram eles! Foi Aura! Ela me disse! Ela me diz as coisas, diferente de vocês! QUE NÃO DIZEM NADA! – gritando isso, aparatou. Sim, ele sabia aparatar.


- Pelas barbas de Merlin! – exasperou-se Lilian. Virou-se para Molly e disse apressada – Molly, obrigada por nos convidar a vir aqui! Mas temos que ir, sabe-se lá onde Harry aparatou! Nem sabia que ele conseguia aparatar! Temos que achá-lo até depois!


  Lilian aparatou. Tiago, Sirius, Marlene e Remo agradeceram também e aparataram, deixando para trás Weasleys confusos.


 


POV’s Harry:


  Aparatei em Hogsmead. Eu sabia aparatar, nunca dissera para meus pais, mas sabia.


  De acordo com eles, Dumbledore era diretor de Hogwarts e Hogsmead era um vilarejo próximo. Minha mãe dissera que não se podia aparatar em Hogwarts.


  Já estava de tardinha, de modo que não tinha ninguém nas ruas.


  Comecei a caminhar em direção ao enorme castelo. Era muito bonito, parecia medieval, mas estava meio distante. Levaria um bom tempo até eu chegar lá.


  Enquanto caminhava comecei a pensar em tudo que descobri hoje. Aura estava conversando comigo.


Não devia ser tão duros com eles Harry. São seus pais, fizeram isso para seu bem.


Eles vão ter que esperar um pouco para eu me desculpar. Quero falar com o diretor Dumbledore. Você se lembra não é mesmo? Ele ás vezes vai lá em casa ver como estou, como está minha magia. Ele é simpático, e o melhor bruxo de todo o mundo, vai me falar o que eu preciso saber.


Se assim você acha, disse Aura dando de ombros.


  Um cachorro prateado saído de mim, Aura, começou a caminhar ao meu lado. Iluminava o caminho e me fazia companhia.


Obrigado, Aura. Você é a melhor.


De nada Harry. Gosto de ser sua aura.


Aura, fiquei curioso agora. Você sempre diz que a aura das pessoas tem cor, somente a dos bebês é branca. E a minha? Não pode ser mais branca, já fiz coisas ruins, e não sou mais bebê.


Sua aura, no caso eu, ela teria dado uma risadinha se pudesse, tem uma cor incomum. Não é branca, preta ou cinza.


É que cor então?


Dourada.


  Fiquei um tempo processando essa idéia. Minha Aura é dourada? Incomum...


  Nenhuma aura é dourada. Isso quer dizer que sou diferente...


Fiquei um tempo pensando se ser diferente era bom, ou ruim, e quando vi já estava nos portões de Hogwarts.


  Passei pelas portas. Estava caminhando pelo corredor do primeiro andar quando vejo uma pessoa familiar passando... Já vira aquela mulher uma vez...


- Professora McGonagall! – falei quando me lembrei o nome dela. Ela já fora na minha casa junto com o diretor Dumbledore.


- Harry? M-mas o que faz aqui? Como entrou aqui? – perguntou ela se aproximando de mim confusa.


- Aparatei em Hogsmead. Preciso falar com o professor Dumbledore – expliquei.


- Você só tem três anos Harry, como pode aparatar? E onde estão seus pais? – perguntou ela.


- Professora, a senhora poderia me levar lá no escritório do diretor? Com certeza ele vai lhe dizer o que vim fazer aqui quando eu for embora. Tenho tanta certeza disso quanto tenho certeza de que minha mãe vai me dar uma bronca quando chegar em casa – falei sorrindo.


  Ela riu antes de começar a andar. Começamos a caminha pelos corredores, eu ia atrás dela.


  O vento da janela batia nos meus cabelos, de forma que minha cicatriz ficava a amostra.


  Os alunos da escola de Hogwarts deviam estar indo jantar, pelo horário. Quando passavam por mim e por McGonagall diziam:


- Aquele ali não é Harry Potter?


- Que criança fofa!


- O que será que Harry Potter faz aqui?


  Agora eu entendia o porque dessas coisas. Bem, eu não gostei nada de chamar tanta atenção.


  Estávamos andando pelo corredor do quarto andar, eu contei mesmo, mas eu estava distraído demais. Passamos por um pedestal onde tinha um vaso que parecia velhíssimo.


  Sem querer esbarrei e o vaso espatifou. Quatro meninas que passavam viraram a cabeça e olharam para mim.


- Desculpe professora McGonagall! – falei antes de estalar os dedos e o vaso voltar para o pedestal inteirinho, como se não tivesse caído.


- Bem, Harry, vejo que já controla a magia – disse sorrindo e parando em frente a uma gárgula de pedra.


- É... – falei sem jeito. Nunca pensei que fosse viver o dia para ficar sem jeito.


- Gota de limão – falou para a gárgula que virou mostrando uma enorme escada – Suba, o diretor estará lá.


  Comecei a subir as escadas e bati na porta do diretor.


- Entre – disse a voz de Dumbledore.


  Abri a porta, não pude deixar de rir ao ver a cara surpresa do diretor Dumbledore.


- Harry. – falou enquanto se levantava de sua cadeira e andava até mim. Mas rápido do que eu achava ser possível ele fazer – Mas o que faz aqui?


- Ah, professor Dumbledore – comecei – Eu estava na casa da família Weasley, com minha família.


- Bem, sente-se e você pode me contar isso melhor – falou ele voltando a se sentar na sua cadeira. Sentei na cadeira a sua frente.


- Minha mãe queria conversar com a Sra. Weasley então falou “vá brincar com os garotos Weasley”. E lá fui eu. Mas eles queriam saber sobre Voldemort, sobre como ganhei essa cicatriz.


- E veio aqui para descobrir sobre isso? – perguntou surpreso.


- Na verdade professor, minha aura...


- Ela fala com você não é mesmo? – interrompeu ele gentilmente.


- Sim, fala sim – respondi e continuei – Meus pais nunca tinham me dito como ganhei minha cicatriz. Fiquei curioso quando Gui, Percy, Rony e Carlinhos me perguntaram sobre essas coisas. Minha aura me disse. Falou que Voldemort fora na minha casa, prendera meus pais, como sobrevivi, etc, etc, etc.


- Mas não entendo. O que veio fazer aqui exatamente então? – perguntou Dumbledore.


- Ah, bem – senti meu rosto queimar – eu meio que tive um ataque. Meus pais nunca me contaram! Fiquei revoltado! Queria respostas paras minhas perguntas, mas depois de eles terem me escondido isso, duvidei muito que fossem me responder. Então, aparatei em Hogsmead, andei até Hogwarts, e no corredor encontrei a professora McGonagall e ela me trouxe até aqui a pedido meu.


- Aparatou? Andou de Hogsmead até Hogwarts? Como passou pelos meus feitiços de proteção? – perguntou curioso.


- É, eu sei aparatar. Vim andando de Hogsmead até aqui. Feitiços de proteção? Não desfiz nenhum feitiço, simplesmente entrei nos terrenos de Hogwarts e passei pelas portas – falei simplesmente.


- Bem, Harry. Então pode me perguntar o que você queria saber – disse Dumbledore gentilmente.


- Isso tudo aconteceu mesmo? Por isso tenho essa cicatriz?


- Sim, aconteceu. Na noite de 31 de Outubro, Lord Voldemort foi até sua casa. Seus pais lutaram, mas Voldemort os prendeu. Então ele foi matar você. Mas quando lançou a Maldição da Morte, ela refletiu em você e foi para Voldemort. Ele “morreu”, não totalmente, e você ganhou essa cicatriz – resumiu ele.


- Então ele não morreu de vez? Pode voltar? – perguntei triste.


- Pode sim. Sua aura deve ter te dito o caos que ele causou – falou Dumbledore.


- Sim, ela me disse sim – concordei. – Mas agora, por que Voldemort tentou me matar? Eu tinha só um ano!


  Ok, Voldemort tinha titica na cabeça, só pode!


- Que pena, não vou poder responder esta pergunta. Não hoje. Não agora. Você vai saber um dia, por hora tire isso da sua cabeça, Harry. Quando você for mais velho... Sei que detesta ouvir isso... Mas quando estiver pronto, vai saber.


  Me decepcionei, mas assenti com a cabeça.


- Obrigado, professor Dumbledore – falei. De repente, fiquei receoso – Como vou voltar para casa? Está tão escuro, não posso aparatar aqui.


- Você sabe de muitas coisas Harry – disse ele sorrindo para mim.


- Eu estava lendo na biblioteca de casa – falei dando um sorrisinho.


- Já sabe ler? Bom, você é cheio de surpresas. – ele colocou um livro em cima da mesa – Vou fazer uma chave de portal. Irá diretor para sua casa.


  Ele apontou a varinha para o livro.


- Portus – o livro brilhou azul e depois voltou ao normal, indicando que dera certo.


- Obrigado – eu disse antes de colocar a mão no livro e sentir um puxão no umbigo e as coisas virando a minha volta.


  Cai no chão da sala de estar da minha casa, e não gostei da cena.


  Minha mãe estava aos prantos no sofá, meu pai tentava consolá-la e olhava com reprovação para mim quando notou minha chegada, Sirius parecia preocupado, mas alegre quando me viu. Marlene e Remo igualmente.


  A primeira coisa que me veio na cabeça quando vi minha mãe levantando, com lágrimas escorrendo no rosto, vindo até mim foi:


“Merlin me salve, estou ferrado”.

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