De volta ao começo
Bem, este sim, era pra ser o primerio capítulo...
não resisti à ideia, então, há alguma coisa em comum entre os irmãos desta e da outra fic... o que será?
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De volta ao começo
- Você estava com elas de novo, não é?
- Estava sim.
- Elas te acham esquisito.
- Só a outra, “ela” não.
- Não foi o que eu “vi”...
- Você não pode ficar fazendo isso, é errado.
- Mas mamãe não me deixa sair!
- Claro, você não sabe se controlar. Fica fazendo magia o tempo todo!
- Não é por querer! Só... acontece. Não sei de onde vêm essas coisas.
- Está vendo? É por isso.
- Mas é muito ruim ficar aqui sozinha. Você pode ir lá fora, brincar, fazer suas experiências... Eu sei, eu vi você testando aquela poção esquisita.
- Eu já tenho onze anos. Vou pra Hogwarts no mês que vem.
- Ela... vai também?
- Sim. Já recebeu a carta. A outra também queria ir, imagina? Escreveu para o Professor Dumbledore. Mas ele respondeu que trouxas não podem ir.
- Coitada! Por isso está tão brava hoje.
- Não fique “vendo” ela. É errado, já disse.
- Mas eu “vejo” você o tempo todo. E você me “vê” também.
- Somos irmãos. Entre irmãos não há problema... Olhe, comporte-se. Papai acaba de chegar.
- Não vi! Você devia ter me lembrado, queria vê-lo pela janela!
- Pra que?
- Ele sempre olha pra minha janela quando chega... Aí, eu penso que é porque gosta de mim e quer ver se estou bem.
- Mas não é por isso que ele olha.
- Eu sei...
- Não entendo porque você escolhe sofrer.
- Porque o amo.
- Bobagem. Amor é bobagem de meninas...
- Eu amo você.
- ...
- Ei! Você ouviu o que eu disse?
- Sim... eu amo você também. – pausa – Olhe, mamãe já vai subir. Está pronta?
- Me ajude!
- Calma. Faça como te ensinei: feche os olhos, respire fundo, conte até dez, bem devagar. Pronto?
- Sim.
- Agora,abra os olhos. Está tudo no lugar certo? Nada suspenso ou girando?
- Não.
- Ótimo. Então... surpresa!
- O que?
A porta do pequeno quarto se abre. Um menino alto e pálido de roupas surradas olha em volta, checando todo o quarto, até pousar o olhar sobre uma menina franzina, cabelos tão negros quanto os dele, repartidos ao meio e presos logo abaixo das orelhas, de roupas grandes demais para ela, sentada na cama, abraçada aos joelhos.
- Mamãe disse que eu podia vir te chamar para o jantar. Vamos?
A menina deu um salto da cama, um sorriso imenso iluminando seu rosto pálido. Correu até o irmão, estendeu a mãozinha, esperando.
Depois de um segundo de espera, ele sorriu brevemente e tomou a mão pequenina, conduzindo a irmã para o jantar em família.
Aquele era um momento raro, que os irmãos aproveitariam ao máximo.
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