Exhaustion



Disclaimer: It's all yours, dear J.K.




Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin


Chapter 35: Exhaustion


Tinha sido um longo dia de aulas. A professora McGonagall passara duas horas a ensinar aos alunos cansados vários e complicados encantamentos. Até Narcissa achara o exercício bastante exigente. Depois de uma aula inteira a treinarem, os Slytherins do 5º ano juntaram-se aos Ravenclaw para Estudos dos Muggles. Narcissa tinha de reunir todo o seu autocontrole para não abrir a boca naquela aula. Mas algumas vezes, isso não era possível. Como naquele dia.


'There is a problem here with our society
The absence of my tears is my sobriety
I have a growing fear and you're not helping me
Am I the only one who realizes it's true?


– Os Muggles têm de utilizar a chamada electricidade para se iluminarem; para viajarem longas distâncias utilizam aviões; para escrever, usam canetas. – Dizia o professor Carrow, andando de um lado para o outro na sala. Cissa respirou fundo. Como é que ele podia dizer tal coisa? - O que é que isto nos diz sobre os Muggles? – continuou ele. - Que são seres inferiores que… - Cissa não conseguiu ficar calada.


- Na verdade, professor, o facto de eles utilizarem a electricidade, os aviões e as canetas não faz deles seres inferiores. - Carrow olhou-a, num misto de raiva e espanto. - Diferente não quer dizer necessariamente pior ou inferior. Eles fizeram o que puderam com o material que tinham e com a habilidade e imaginação que dispunham. Tal como nós. – Toda a sala se virou para encarar Narcissa, que fitava o professor de braços cruzados e um olhar desafiador.


– Como ousas, rapariga insolente?


– Como ouso o quê, professor? Apresentar os factos?


– Que factos, criatura? O único facto relativo aos Muggles é que eles são uma raça de baixo nível, são escória!


– Parece-me que a nossa definição de baixo nível e escória são bastante diferentes, professor. E quanto aos factos que eu apresentei, tal como muitos outros, eles não deixam de existir só por serem ignorados por si e outros como o senhor que não vêem nada para além do sangue que lhes corre nas veias que, por acaso, nem sequer é completamente puro o que, por conseguinte, faz de si um mentiroso, já que apregoa aos sete ventos a suposta pureza do seu sangue. E os mentirosos, esses sim, juntamente com os hipócritas e os assassinos, são a escória deste mundo. – Carrow olhou-a, irado.


You're persecuting me, showing hypocrisy
I have a remedy for your insecurity
It's all the same, sadly, nobody works for free
Am I the only one who realizes it's true?'
(Misery Loves It's Company – The Red Jumpsuit Apparatus)


– Vais-te arrepender do que acabaste de dizer! CRUCIO!


Cissa não se moveu e deixou que o feitiço lhe acertasse em cheio a barriga. A dor era agonizante, o sangue escorria-lhe do canto da boca, mas nem isso fez Cissa soltar um pio. Aquela dor física não era nada comparado com que sentira no seu coração há noites atrás.


Quando Carrow finalmente se fartou, Cissa parou de se contorcer, ergueu-se de novo para a sua cadeira, aceitou o lenço que Daphne lhe passou e limpou o sangue dos lábios. Olhou para o professor, que sorria.


– Arrependida?


– Nem com mil Crucios me fazia arrepender, professor. – respondeu, sorrindo de volta.


E de repente, o toque de saída para o almoço soou pelos corredores e os alunos apressaram-se a sair da sala. Cissa pegou no seu saco, olhou uma ultima vez para aquele homem asqueroso e saiu da sala acompanhada de Daphne que, assim que estavam suficientemente longe dali, não tardou em perguntar:


- Estás bem, Ci?


– Estou óptima, Daphne. – respondeu, levantando a camisa e averiguando a cicatriz que se formara perto do umbigo.


– Como e que e possível estares óptima? Acabaram de te lançar um Crucio! – Daphne olhou-lhe para o ventre. – Ficaste com uma cicatriz!


Ao ver que Daphne estava um pouco nervosa, Cissa pegou-lhe na mão e levou-a para uma das arcadas e agarrou-lhe nas mãos.


'I'm not crazy, I'm just a little unwell
I know, right now you can't tell
But stay a while and maybe then you'll see
A different side of me


– Daphne, acalma-te. Estou óptima, isto não é nada, sabes que posso fazê-la desaparecer quando quiser.


I'm not crazy, I'm just a little impaired
I know, right now you don't care
But soon enough you're gonna think of me
And how I used to be, me'
(Unwell – Matchbox 20)


Depois daquela aula seguiu-se o almoço. Era uma hora calma que Narcissa e Daphne aproveitavam para relaxar um pouco, porque depois teriam DCAT com o outro Carrow. Isso sim era uma aula em que Narcissa não conseguia deixar de se expressar. Mas naquele dia, parecia que Daphne também não se contivera o que dera origem a uma ordem de comparência nos calabouços, nessa noite.


As duas amigas encontravam-se agora no telhado da torre de astronomia, olhando a lua cheia.


- Estou exausta. – Comentou Daphne, encostando a cabeça ao ombro de Narcissa.


- Eu também.


'It's been a while since the two of us talked
About a week since the day that you walked
Knowing things would never be the same
With your empty heart and mine full of pain'
(Before The Worst – The Script)


Sim, estava exausta, mas não dos feitiços dos Carrow ou da exigência da McGonagall. Estava cansada de se sentir impotente, de não poder dizer o que pensava, de…ter sido abandonada. Por ele. Suspirou. Depois de tudo, ele deixara-a sozinha. Será que tudo o que tinham passado não tinha significado nada?


'I'm still alive but I'm barely breathing
Just prayed to a god that I don't believe in
Cos I got time while she got freedom
Cos when a heart breaks no it don't breakeven


- Estás bem?


While I'm wide awake she's no trouble sleeping
Cos when a heart breaks no it don't breakeven


What am I suppose to do when the best part of me was always you?
What am I suppose to say when I'm all choked up and you're ok?
I'm falling to pieces
I'm falling to pieces


- Estou óptima, Daph. Porque perguntas? - Daphne suspirou.


– Estás…pálida.


– Daphne, dizes sempre o mesmo. Eu sou sempre pálida.


- Mas não estás bem. – Cissa fechou os olhos.


You got his heart and my heart and none of the pain
You took your suitcase, I took the blame.
Now I'm tryna make sense of what little remains
Cos you left me with no love, no love to my name'
(Breakeven – The Script)


- Não totalmente.


– Devo preocupar-me? Mais do que habitual, digo.


– Não, Daphne.


– E vais ficar bem? - Cissa encolheu os ombros.


'Somehow everything's gonna fall right into place
If we only had a way to make it all fall faster everyday
If only time flew like a dove
Well God, make it fly faster than I'm falling in love


- Certas derrotas preparam-nos para grandes vitórias. - Daphne olhou o horizonte.


– Achas mesmo que vamos…?


This time we're not giving up
Let's make it last forever
Screaming "hallelujah"
We'll make it last forever


– Vai tudo correr bem.


– Como?


– Quem sabe? É um mistério. - Daphne não falou durante uns minutos.


Holding onto patience wearing thin
I can't force these eyes to see the end
If only time flew like a dove
We could watch it fly and just keep looking up


– Cissa?


– Sim?


– Será que está para breve?


– Penso que sim. Não sentes no ar? – Daphne deitou-se, olhando o céu.


– Como é que será morrer? – perguntou, quebrando o silêncio. Cissa riu sem vontade.


- Não é de morrer que tenho medo.


- Então? - a morena olhou-a, séria.


This time we're not giving up
Oh, let's make it last forever
Screaming "hallelujah"
Hallelujah!'
(Hallelujah – Paramore)


- É de não vencer.


'O que dá sentido à vida é mais importante que a própria vida'
(Autor desconhecido)




 


' De sentimentos, e eu sento e minto se eu disser que não sinto a tua falta,
Sinto a ausência duma falta de paciência que te exalta,
Ou exaltava, porque agora silêncio é despertador,
Que desperta humor, desperta a dor em mim que eu... '
(Hereditário – Sam The Kid)


Mais outra noite sem dormir. O que lhe tinha valido nos últimos dias tinham sido as aulas de Feitiços e Transfiguração, onde aproveitava para pôr algumas horas de sono em dia. Não fazia ideia de porque é que à noite não conseguia dormir. Não era verdade. Cissa sabia perfeitamente por que é que não conseguia dormir à noite. Não devido ao local frio que eram as masmorras e muito menos devido à almofada. 'O que eu não suporto é o silêncio'. O silêncio era tortura. O silêncio fazia com que ouvisse coisas que não estavam lá realmente. O silêncio tornava as coisas demasiado reais e, acima de tudo, definitivas.


'It's four AM, I'm waking up to your perfume
Don't get up, I'll get through on my own
I don't know if I'm home
Or if I lost the way into your room
I'm spiraling into my doom
I'm feeling half alive but I know one day
You and I will be free
To live and die by our own rules,
Free..
Despite the fact that men are fools.


Levantou-se da cama devagar, não querendo despertar Daphne, que dormia tranquilamente na outra cama. O relógio indicava onze horas. Era cedo, mas o tempo era irrelevante. Independentemente das horas que fossem, enquanto o silêncio durasse, sabia que não iria adormecer.


Well excuse me while I get killed softly,
Heart slows down and I can hardly tell you I'm okay
At least 'til yesterday,
You know you got me off my highest guard,
Believe me when I say it's hard.
We'll get through this tonight
And I know one day you and I will be free


Dirigiu-se ao peitoril da janela, e sentou-se, encostando a cabeça ao vidro frio e fechando os olhos. Queria não pensar no silêncio. Talvez assim, com alguma sorte, conseguisse dormitar por momentos. Decidiu então concentrar-se e deixar mais apurada a sua audição, disposta a tentar ouvir os barulhos das criaturas do lago. 'Pode ser que funcione como canção de embalar'. Mas quando o fez, não foi os habitantes do lago que ouviu.


' – Chegou o momento de a Equipa de Slyhterin decidir de que lado está – ecoou a voz da professora McGonagall na mente de Narcissa. – Vá acordar os seus alunos, Horace.'


Assustada, Cissa perdeu a concentração e tornou a ouvir apenas o silêncio. O seu coração batia descompassadamente, o seu cérebro não conseguindo acompanhar. Felizmente, alguns segundos depois, Cissa percebeu o que seu subconsciente deduzira e aceitara imediatamente depois de ouvir as primeiras três palavras que a professora McGonagall pronunciara. 'Chegou o momento. Vai começar a Guerra'.


I'm almost alive, and I need you to try
And save me.
It's okay that we're dying,
But I need to survive tonight, tonight'
(Half Alive – Secondhand Serenade)


Agora completamente alerta, saltou imediatamente para o chão e com um aceno, o seu pijama transfigurou-se rapidamente numas simples calças de ganga e numa camisola de manga curta negra, com o símbolo de Hogwarts no peito, e os seus chinelos passaram a botas mais resistentes. Enquanto atava rapidamente o cabelo num rabo de cavalo, correu para a cama de Daphne.


- Daph, acorda. Já! – a loira voltou-se ensonada.


' O espaço já foi criado, a identidade é própria
A variedade é mais que muita então chama-lhe panóplia
De estilos livres que abrem mundos neste mundo
A revolução é nossa, puto, não pára por um segundo'
(Só Vês O Que Queres Ver – Boss AC ft. Da Weasel)


- Cissa?


- Daphne, levanta-te rápido. – continuou, enquanto procurava o seu manto de viagem no armário. Daphne sentara-se na cama, esfregando os olhos.


- O que é que estás a dizer, Ci? O que é que se está a passar?


- Vai começar a Guerra, Daphne. É agora. – respondeu, olhando nos olhos da melhor amiga, que se abriam de espanto.


' Bora lá fazer a puta da revolução
Dar a volta a esta merda de uma vez por todas
Eu nao me consigo pactuar com este estado de coisas
Tá na hora de pegarmos no assunto com as nossas mãos '
(Bora Lá Fazer a Puta da Revolução – Da Weasel)


E de profundo medo.


' When darkness turns to light,
It ends tonight,
It ends tonight. '
(It Ends Tonight – The All American Rejects)




N/A: Aquela pequena fala da McGonagall foi totalmente retirada do livro Harry Potter e os Talismãs da Morte (JK, Warner Bros © ALL RIGHTS RESERVED), versão portuguesa de Portugal.


It ends tonight, it ends tonight...8D


Keep reading !


Love,
~Nalamin


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