False Happiness & Goodbyes

False Happiness & Goodbyes



Disclaimer: It's all yours, dear J.K.


 




Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin


Chapter 34: False Happiness, Utterly Bad Luck & Goodbyes


Dias passaram. E considerando que o clima em que vivíamos era de pré-conflito, as coisas até estavam bastante calmas. Mas eu sou parcial para dizer tal coisa. Andava distraída de mais para me lembrar sequer de provocar os Carrow. Tinha a certeza de que eles começavam a estranhar, mas sinceramente, não queria saber. A única coisa que me importava realmente era tentar que o dia corresse o mais rapidamente possível para que chegasse a hora em que poderia estar com ele.


Este estado de 'distracção profunda' continuou durante as semanas que se seguiram. Infelizmente, a meu ver, as férias da Páscoa aproximavam-se. No dia seguinte, os alunos de Hogwarts voltariam para casa durante duas semanas, eu e Draco incluídos. Duas semanas durante as quais não nos podíamos ver ou sequer escrever um ao outro. Afinal, apesar de eu me esquecer desse facto sempre que ele estava na minha presença, os pais de Draco eram Devoradores da Morte e a casa deles, segundo o que Draco me contara, era uma espécie de quartel general para os servos do Lord.


Depois de obter esta informação, quis contá-la a alguém. Mas é claro que não podia. Hogwarts estava a ser governada exactamente por Devoradores da Morte, a quem é que eu iria contar? E se eu já estava na lista negra (apesar de nos últimos tempos não ter feito nada para irritar o par de irmãos que eu tanto adorava), ainda me tornaria mais suspeita se algum deles me ouvisse a passar informações à Professora Mcgonagall, por exemplo. Mas o facto de eu ter estes conhecimentos trazia-me enormes problemas de consciência. E quando digo enormes, quero mesmo dizer descomunais.


Eu já passava os dias (excepto as horas em que estava com Draco) recriminando-me, culpabilizando-me por não poder fazer nada para lutar contra eles. Era o problema que tinha desde que as coisas tinham piorado de vez: eu tinha o poder, mas não o podia utilizar de maneira nenhuma, correndo o risco de ser descoberta e depois obrigarem-me a cooperar com o lado das trevas. E se eu não o fizesse, com certeza que matariam a minha família. E, portanto, se para além disto ainda lhe juntássemos o facto de eu ter informações preciosas que seriam mais do que úteis à Ordem da Fénix e não lhas poder passar, ficaríamos com um belo e terrível e enormíssimo sentimento de impotência.


Por isso, decidi pedir a Draco para não me contar absolutamente mais nada. Por mais que eu gostasse de saber o que raio andariam os Devoradores da Morte a tramar, gostava mais de manter a minha sanidade mental. E embora Draco fosse muito bom com isso, havia coisas que ele não me conseguia fazer deixar de pensar.


Fosse como fosse, era melhor começar a habituar-me à ideia de não ter os 'poderes apaziguadores' dele durante aquelas duas semanas. Teria simplesmente de arranjar outra distracção. No momento em que pensei nisto, comecei a lembrar-me de que, com alguma sorte, poderia passar um dia às compras em Paris com Daphne ou dar uma volta pela Londres muggle com Adam. Mas contra factos, não há argumentos.


E era um facto que, naquele ano, a minha sorte era completamente inexistente.




 


- Claire? Posso entrar?


- É claro, Ci.


Entrei no quarto da minha irmã para a descobrir deitada na cama a ler um dos meus antigos livros infantis. Ri-me e deitei-me a seu lado.


- Ficaste nostálgica, de repente? – ela encolheu os ombros, sorrindo fracamente.


- Alguma coisa me disse que era melhor lê-los agora, antes que fosse demasiado tarde. – respondeu, olhando-me. – Eu sei porque é que estás aqui, Cissa. Aposto que o Tom vai bater à porta a qualquer momento. – acrescentou, fechando o livro e sentando-se, virada para mim.


- O Thomas está na Diagon-Al, com a mãe. Tínhamos de a tirar de casa antes de poder falar contigo. Não queríamos correr riscos. – fiz uma pausa. – Lamento muito, mana.


- Não lamentes. – retorquiu, com um sorriso. – Eu sei que vocês estão a fazer isto tudo para me proteger. Não é necessário, mas ainda assim…


- É necessário, Claire. Mais do que nunca. – respondi, séria. Ela franziu o sobrolho.


- Aconteceu alguma coisa? – Suspirei. Não tinha a certeza se lhe deveria contar a história toda. – Não te atrevas a esconder-me coisas, Narcissa Prince Jones! – exclamou ela. Ri. Ela sempre tivera o fantástico hábito de nunca mencionar o Barclay.


- Tudo bem, Claire. Tom recebeu uma carta, há uns dias. Antes que perguntes, não, não sei de quem foi, ele não me quis dizer. Nem quem era o remetente, nem o conteúdo da carta.


- Então como é que sabes que…- fez uma pausa, mas depois o seu rosto iluminou-se brevemente. – Leste-lhe os pensamentos?


- Não foi preciso. Quando ele me disse que tinha recebido notícias e que não eram nada boas, bastou-me olhar para a expressão dele. Ele estava assustado, Claire. Genuinamente. Soube naquele momento que estava na hora de pormos o nosso plano em prática. – Ela suspirou.


- E já está tudo tratado? – assenti.


- Sim. Amanhã sairemos os três daqui como se fôssemos para Hogwarts. Quando chegarmos a Kings Cross, estará uma pessoa à tua espera que te levará por botão de transporte para S. Mungus. – fiz uma pausa. – Tens noção de que não vais poder falar com nenhum de nós por algum tempo, certo?


- Sim, eu sei. Espero não ver nenhum de vocês lá. – olhou-me determinada, erguendo o indicador direito na minha direcção. - Compreendes? Não quero nenhum Barclay em S. Mungus. Nem o Adam e muito menos Daphne. – suspirou. – Vais ter de me prometer que os proteges a todos, Cissa. – acrescentou, numa voz mais suave.


- É claro que sim, Claire. – prometi, abraçando-a.


- Mas não à custa da tua própria vida, ouviste, Ci? – admoestou-me ela. Sorri contra o seu cabelo cor de cobre e apertei-a contra mim, sabendo que, provavelmente, aquela seria a última vez que poderia abraçá-la em algum tempo.


- Prometo que ainda não é desta que te vês livre de mim, maninha.




 


Enquanto caminhava sozinha rumo às portas duplas do castelo, não conseguia deixar de pensar em Claire. Teria corrido tudo bem com o botão de transporte? Já estaria segura, em S. Mungus? Sorri levemente. Conhecendo a minha irmã como eu conhecia, provavelmente já estaria a correr pelos corredores do hospital, ajudando médicos e enfermeiras. 'Não te preocupes, Cissa', dizia a mim mesma, ' Claire é forte e está óptima'.


- Ela vai ficar bem, Narcissa. – ecoou a voz do meu irmão perto do meu ouvido direito.


- Sim, Ci, a Claire já deve ter posto os cabelos em franja a um ou dois curandeiros e tudo. – acrescentou Daphne, do meu lado esquerdo. Suspirei.


- Eu sei. E onde é que vocês estiveram durante toda a viagem? Passei a maior parte do tempo sozinha. – perguntei, desconfiada, olhando de um para o outro. Tom corou e desviou o olhar do meu, mas Daphne respondeu prontamente.


- A Anna teve uma emergência, se é que me entendes. Fui ajudá-la. – Ri-me. Quando Anna tinha uma emergência significava que tinha visto Blaise aos beijos e sabe-se lá mais o quê com outra rapariga.


- Que deprimente. Então e tu, Thomas?


- Eu…


- Minhas caras, corri mundo à vossa procura!


- Seria de esperar que pela tua princesa corresses dois ou três, Blaise. – respondi eu, divertida, deixando-o colocar-se entre mim e Daphne e pousar o seu braço sobre os meus ombros. Ele riu.


- Se fosse preciso, com certeza que o faria. – olhou para tom, de sobrancelha erguida. – E quem vem a ser esta criatura avermelhada? – Tom revirou os olhos e, acenando, afastou-se, indo ter com os seus colegas de equipa. Blaise respirou fundo. – Ah, muito melhor. O ar ficou subitamente mais respirável.


E revirando os olhos aos desvarios anti-Gryffindor de Blaise, entrei no castelo.




 


'Sala das necessidades, 22h.


D.'


Era a mensagem do bilhete que eu acabara de desdobrar e que me fora entregue por um rapazinho de segundo ano, mesmo antes de eu entrar no salão. Rapidamente descobri o porquê daquele bilhete. Ele não apareceu para jantar. 'Alguma coisa não bate certo'.




 


- Achas que ela desconfiou?


- Pelo que me disseste e pelo que vi, acho que nem sequer imagina.


- Merlin, odeio ter de fazer isto. Sinto-me horrível.


- Calma, Daph, respira. Vais dizer-me que não vale a pena? – a loira suspirou, sentando-se na cama.


- Já não sei, Erika. Sinceramente, já não sei.




 


- O que é que se passa contigo?


- Nada.


- Vá lá, Draco, eu não nasci ontem.


- A partir de agora as coisas vão mudar. – respondeu, depois de algum tempo. O moreno fez um esgar de espanto.


- Por Merlin, diz-me que não vais fazer isso.


- Não tenho escolha. São muitos os riscos que eu não quero correr. Há coisas muito importantes em jogo.


- Coisas pelas quais vale a pena morrer?


- Não. Coisas pelas quais vale a pena lutar.




 


- Jamie?


- Zabini?


- Xadrez?


- Claro.




 


'Watching the clock on the wall
Been a while since you called
I can't help but wait
It's late and I can't get no sleep


Os meus dedos dedilhavam calmamente a guitarra, enquanto esperava a chegada dele. A noite lá fora estava límpida, e o céu cheio de estrelas. Não parecia presságio de más notícias, muito pelo contrário. Mas a ausência dele no Expresso e ao jantar…


Something's different this time
It just doesn't feel right
Have we broken in two?
Am I really gonna lose you tonight?
You come walking in
Tears in your eyes
Pretending like it's alright


A porta da sala abriu-se de repente e ele entrou, alto, esguio e elegante, como sempre. Caminhou calmamente na minha direcção, parando depois a um metro do banco onde eu estava sentada, cruzando os braços sobre o peito. Levantou a cabeça para me olhar e o que eu vi naquelas órbitas disse-me imediatamente a razão daquele encontro.


But I know you're leaving
I know that smile
I can tell you've been crying
You're gonna say goodbye
I wish I could stop you
But you've made up your mind
I beg you don't go
But I already know you're leaving'
(Leaving – Westlife)


Suspirei longamente e olhei para lá da janela, pensando no quão estúpida tinha sido se achava que ele nunca iria dizer a inevitável, dolorosa, cobarde palavra.


- Acabou.




 


- Daphne!


- Sim? – perguntou a loira, espreitando para fora da box de duche.


- Alguém acabou de passar uma carta por debaixo da porta. – a loira fechou rapidamente a água, enrolou-se na toalha e saiu para o quarto.


- Para quem é?


- Não tem nada escrito no envelope. Abre e vê. – Daphne abriu lentamente o subscrito. Dentro dele encontrava-se um pequeno bilhete com uma pequena mensagem.


Daph,


Não há amor que não exija coragem.
Sê forte.
Por ti. Por mim. Por
nós.


- Parece que ele te leu os pensamentos, Daph.


- É. – respondeu Daphne, com um grande sorriso. – Parece que sim.




 


- Xeque. Blaise?


- Hum?


- Porque é que ainda não disseste nada a ninguém?


- Não tenho nada a ganhar com isso, Jamie.


- Estás a dizer-me que te manténs calado porque te deixo copiar em História da Magia? – perguntou, rindo.


- Sim, basicamente. Mas acho que vou colocar outra condição.


- Ah sim? Qual?


- Não faças com que ganhar-te seja tão fácil. Xeque-mate.




 


- Acabou.


' Cause today, you walked out of my life
Cause today, your words felt like a knife
I'm not living this life.


- Eu ouvi da primeira vez, Draco, obrigada. – Suspirei, decepcionada. – Permites-me perguntar porquê? Qual a razão desta repentina decisão?


– Tu sabes no que me vou tornar.


Revirei os olhos, cansada. Tínhamos tido aquela conversa inúmeras vezes. Ele dizendo que a honra e a família o obrigavam a certos 'compromissos' e eu respondendo que ele já era maior e tinha a responsabilidade para com ele próprio de fazer as suas escolhas. Escusado será dizer que estas discussões nunca acabavam bem. Era óbvio que aquela, ainda para mais sendo logo depois de ele terminar tudo entre nós, ainda ia acabar pior.


– Draco, por Merlin, por uma vez na vida, faz a coisa certa! Luta do nosso lado!


– Tu não entendes. Eu tenho de fazer isto. – bufei, agora já irritada.


– Tens de fazer o que está certo, Draco, e não o que é fácil.


Fácil? Como é que podes dizer que é fácil deixar tudo para trás? Deixar-te, a ti, para trás? Mas tem de ser feito!


– Porquê? – perguntei, pousando a guitarra e levantando-me. - Porque o Senhor das Trevas te encarregou disso? Ele deu-te a ordem directamente ou foi um dos seus servos que te informou? - ele olhou-me com uma sobrancelha erguida. - Não me olhes assim, sabes perfeitamente que é isso que todos vocês são. Estão iludidos se pensam que Voldemort sente amizade ou respeito por aqueles que tão obedientemente o servem. – respirei fundo, fazendo uma pausa. - Draco, se tiveres a coragem de olhar o mal cara a cara, de o veres como realmente é e de lhe dares o seu verdadeiro nome, ele não terá poder sobre ti e poderás destruí-lo!


– Isso é tudo muito fácil de dizer, para quem está de fora. – O quê! Como é que ele se atrevia!


– Para quem está de fora? Para quem está de fora! - exclamei eu, avançando na sua direcção. - Isto não é sobre ti, imbecil! É sobre todos nós! Voldemort torturou os pais do Neville, aniquilou os Potter e sabe-se lá quantas mais pessoas, eu tive de esconder a minha irmã para que ela não acabasse morta e tu dizes que para ti é difícil? Não és nada mais do que um reles cobarde.


– Não sabes o que dizes, Jones. – respondeu-me ele, olhando-me intensamente.


- Sei perfeitamente o que estou a dizer, Malfoy. Se te conseguisses importar com algo mais do que o teu umbigo, se conseguisses amar algo ou alguém como eu te amo a ti, não agias desta maneira. Porque quando o amor enche o coração, não deixa nele lugar para mais nada. Nem para o ódio, nem para o rancor, nem para o orgulho, nem para o medo.


- Poética, como sempre. – comentou ele, depois de algum tempo, sorrindo levemente de lado.


- A sério? É apenas isso que tens para dizer? –comentei, exasperada.


- Não. Também tenho de dizer adeus.


Goodbyes are meant for lonely people standing in the rain
And no matter where I go it's always pouring all the same.
These streets are filled with memories
Both perfect and in pain
And all I wanna do is love you
But I'm the only one to blame.


Ele pronunciou aquelas palavras muito, muito suavemente. Gosto de pensar que ele as disse daquela forma para me resguardar da dor que sabia que eu ia sentir quando ele saísse pela porta e tornasse tudo aquilo real e definitivo. Em seguida, pousou um pequeno embrulho em cima do piano, e voltou costas, caminhando para a porta.


But what do I know, if you're leaving
All you did was stop the bleeding.
But these scars will stay forever,
These scars will stay forever


- Não digas adeus. Diz que me amas.


And these words they have no meaning
If we cannot find the feeling


- Tu sabes que vou ter de acabar por destruir tudo aquilo por que te importas. – retorquiu, sem se voltar.


That we held on to together
Try your hardest to remember


- Não se me escolheres. – ele parou, já com a porta aberta, e olhou para trás, para mim.


Stay with me,
Or watch me bleed,
I need you just to breathe


- Lamento. Adeus.


Cause today, you walked out of my life
(Stay with me, or watch me bleed)
Cause today, your words felt like a knife
(I need you just to breathe.)
I'm not living this life'
(Like A Knife – Secondhand Serenade)


E quando aquela porta bateu e o perfume dele desapareceu no ar, a sala transformou-se completamente e ficou vazia, incolor. A única coisa que restara da minha habitual orquestra fora o embrulho que ele deixara em cima do piano e que agora jazia caído no chão. Avancei e peguei nele. Desatei o laço devagar e levantei a tampa. Dentro da caixa encontrava-se apenas uma simples rosa negra. Mas quando peguei na flor e a analisei com atenção, reparei que as pétalas tinham qualquer coisa de diferente. Pareciam…brilhar? Trouxe a rosa para mais perto e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que letras douradas começavam a aparecer nas pétalas exteriores, formando uma frase.


'Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei'


' It comes a time that every bird has to fly
At some point every rose has to die'
(We Cry - The Script)


Olhei pela janela para observar os aglomerados de nuvens que se haviam formado. Iria cair tempestade. Sorri amarga, voltando a olhar para a rosa. O céu limpo era, afinal, um mau presságio. 'Antes da tempestade, a bonança'. E antes da bonança?


'Here come the sleepless nights
Here come the tears I'm gonna cry
Here comes the last goodbye leaving us behind
Oh this can't be right'
(Leaving – Westlife)


O sofrimento.


' Há amar e amar, há ir e nunca mais voltar '.
(Hereditário – Sam The Kid)


' Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe' (Provérbio português)




N/A: 'Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei' - Dr. Jeckyl


Apesar de ser uma cena triste, adorei escrever este capítulo :') E não me matem por eles só terem estado 'oficialmente' juntos durante um par de capítulos. O importante para a história era a maneira como eles se apaixonaram e como acabam o namoro. O que está no meio acontece tudo normalmente, como com qualquer outro casal de adolescentes (muggle ou não :p) com hormonas saltitantes 8D


Keep reading, 'kay?


Love,

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