The Game's Over
Disclaimer: It's all yours, dear J.K.
Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin
Chapter 29: The Game's Over
Adam, sempre terrivelmente educado, lembrou-se de qualquer coisa que tinha para fazer e, despedindo-se de mim, caminhou de volta ao castelo. Jack permaneceu de pé, prostrando-se à minha frente, de mãos nos bolsos.
- Querias falar comigo, Jack? – perguntei, suavemente, cruzando as pernas e olhando para cima, para os seus olhos. Ele demorou a responder e, quando o fez, não olhou para mim.
- Tive saudades tuas, Cissa. – suspirei.
- Também tive saudades tuas.
- Mas não te consigo perdoar. – 'Oh que MERDA, outra vez a mesma história?'
'My tears run down like razorblades
And no, I'm not the one to blame
It's you...or is it me?
And all the words we never say
Come out and now we're all ashamed
And there's no sense in playing games
When you've done all you can do
- Jack, por Merlin. Sinceramente, não sei o que queres que te diga mais. – retorqui, exasperada.
- Não tens direito a estar zangada comigo, Cissa, depois de tudo o que me fizeste. – olhei-o, de sobrolho franzido. Mas quem é que ele pensava que era?
But now it's over, it's over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it's over, it's over, it can't be over
I wish that I could take it back
But it's over
- Ouve, Jack, o erro que eu cometi foi muito estúpido. Nunca tinha acontecido se me tivesse ocorrido falar contigo sobre nós. Lamento-o mais do que tu imaginas. Mas eu não fui a única a errar. A qualquer momento me podias ter dito o que sentias e não o fizeste. E não consigo esquecer a noite de Natal em minha casa, onde me acusaste de andar a invadir a privacidade das pessoas que mais gosto. Ofendeste-me, mas eu perdoei. E não tornei a referir o assunto quando foste à costa ter comigo no ano novo, pois não? Mas tu, tu continuas a repisar este assunto! Não chega já? Não achas que é altura de pararmos de nos fazermos sofrer um ao outro?
- Não te disse nada sobre o que sentia porque pensei que o tinhas visto na minha mente! – ri-me amargamente. Ele continuava a arranjar desculpas para quê?
I lose myself in all these fights
I lose my sense of wrong and right
I cry, I cry
It's shaking from the pain that's in my head
I just wanna crawl into my bed
And throw away the life I led
But I won't let it die, but I won't let it die
- Ah, então quando tens uma namorada que, por acaso, não lê os pensamentos das outras pessoas, o que é que fazes? Nunca dizes que a amas? Esperas que ela o saiba no seu coração, é?
- Isso é diferente, não…
- É diferente em quê, Jack? – interrompi, zangada, levantando-me. – É diferente em quê? Eu não sou diferente das outras raparigas. É raro ler os pensamentos às pessoas, muito raro. E além disso, tu não és uma pessoa qualquer, nunca o faria contigo. Portanto, explica-me como é que comigo as coisas são diferentes.
Ele não disse nada durante uns minutos, ficando de cabeça baixa e cruzando os braços. Eu encostei-me à árvore, pensando que não deveria ter aceitado falar com ele. 'Já sabia que ia dar nisto. Ainda tive esperança quando ele disse que tinha saudades, mas isto só podia acabar assim. Não há mesmo volta a dar. Esta amizade foi completamente pelo cano'.
- Incrível como tentas sempre projectar a tua culpa na situação para cima de mim. – abri a boca de espanto. 'O QUÊ?'
- Desculpa! Mas quantas vezes é que eu admiti ter errado, Jack? Quantas?
- Admites ter errado mas arranjas sempre algo para me culpar também.
- PORQUE NÃO FUI SÓ EU QUE DEI CABO DA NOSSA AMIZADE, JACK! – vociferei. – Tu és cego? Surdo? Ou simplesmente estúpido? Não tens noção das coisas que fazes?
- Claro, como eu não disse que te amava todos os dias, tenho imensa culpa.
- Sabes que mais, Jack? – eu estava completamente fula. Se ele continuasse a falar assim comigo ia com certeza parar dentro do lago. – Acho que já te apercebeste que a nossa amizade já não existe, portanto, agradeço que não voltes a tentar falar comigo. Serás sempre bem-vindo na minha casa, e é claro que eu adoro os teus pais e nunca vou deixar de falar com eles. Mas dispenso ouvir a tua voz, e nela todo o rancor que guardas dentro de ti. – fiz uma pausa. - Não consigo compreender como o consegues fazer. Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra!
But now it's over, it's over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it's over, it's over, it can't be over
I wish that I could take it back'
(It's Not Over – Secondhand Serenade)
– Oh, eu sei muito bem. Tomei quantidades astronómicas desse veneno. – respondeu-me ele, raivoso.
Voltou costas e deixou-me ali sentada, perdida em pensamentos (homicidas).
Quando entrei no salão à hora de jantar ainda estava deveras zangada. Não olhei para a mesa dos Gryffindor, como habitualmente costumava fazer para ver os meus irmãos, com receio de que, se olhasse para a cara de Jack, me descontrolasse e lançasse o Avada mentalmente. Assim que me sentei na mesa da minha Equipa, James, que era o único que lá se encontrava, notou imediatamente o meu estado de espírito.
- Narcissa?
- James?
- O que se passa?
- Nada.
- Isso é claramente mentira.
- Vai ver se eu estou a lutar com um dragão ali fora, vai.
- Bom, dado que é da tua pessoa que estamos a falar, isso seria perfeitamente possível. – disse ele, pousando os talheres e observando-me. – No entanto, nesta altura do ano e em Hogwarts, duvido que haja algum.
- James, a sério, não me chateies. Não hoje. – respondi-lhe, com um olhar que eu tentei fazer parecer bastante ameaçador. Não devia ter sido lá muito bem efectuado, porque ele limitou-se a sorrir e a olhar em frente.
- Ah. – disse ele, depois de uns momentos. – Jackson Sloper é o teu problema. – olhei -o, surpresa por ele saber. – Oh, não é assim tão difícil. Em primeiro lugar, ele também está ali sentado com cara de poucos amigos. E depois, as mentiras que ele está a pregar à Claire são tão complexas e raivosas que eu as consigo sentir aqui. – acrescentou, ligeiramente mais baixo.
- Pensei que só soubesses quando uma pessoa fala directamente contigo. Agora já consegues sentir as pessoas a mentir umas às outras? Essa é nova. – disse eu, no mesmo tom, ligeiramente mais calma, descobrindo que o meu primo também poderia ter sofrido um 'upgrade' nos seus poderes. Ele assentiu.
- Há uma semana. Demorei alguns dias a dominar esta nova capacidade. No primeiro dia foi horrível. As pessoas mentem imenso. – respondeu-me, indignado. – Mas fui melhorando, e agora já consigo abstrair-me das mentiras a maior parte do tempo e fazer mais ou menos aquilo que tu fazes para ler pensamentos: só 'activo' esta 'função' quando é preciso. E se me concentrar, consigo sentir alguém mentir do outro lado do castelo.
- E consegues saber sobre o que é que as pessoas estão a mentir?
- Não muito bem. Sinto a força da mentira, a complexidade e a entoação que as pessoas lhe dão. Talvez a seguir evolua para esse ponto. – rematou ele, encolhendo os ombros. – E tu?
- Eu?
- Alguma coisa nova?
- Sim, no outro dia descobri que consigo propagar o meu poder. O da invisibilidade, pelo menos. Tenho andado a trabalhar nisso.
- Propagar? – Assenti.
- Se eu neste momento ficasse invisível, bastava-me tocar-te e concentrar-me em passar-te também para esse estado e pronto, também tu ficavas invisível.
- Surpreendente. – disse ele, batendo palmas silenciosas.
- Obrigada. Mas apesar de andar a treinar, ainda não arranjei uma maneira de não perder energia. Depois de alguns minutos a projectar o poder fico completamente fraca.
- Sim, eu também não consigo fazer o que faço durante muito tempo. Talvez aguente uma hora antes de começar a fraquejar. – Ri-me. Uma hora!
- Conseguir deixar as coisas invisíveis por uma hora era óptimo. Mas o meu máximo são sete minutos, e só tenho treinado com objectos inanimados.
- Talvez se conseguisses…
- Princesa! Jamie! – interrompeu Blaise, sentando-se à nossa frente.
- Olá Blaise.
- Zabini.
- Então, estão emocionados com o baile de 6ª feira?
- Não vou ao baile. – dissemos eu e James, em uníssono.
- Ora, seus amargurados, porquê? Temos que celebrar o amour! – argumentou Blaise, de forma dramática.
- Não apoio a segregação. – respondi eu, comendo o meu bolo de chocolate.
- Odeio máscaras. – disse James.
- Oh, vocês dois tiram a piada a tudo. Draco! Vens ao baile na 6ª? – perguntou Blaise ao loiro que se aproximava de nós.
- Talvez. – respondeu-lhe, sentando-se a seu lado. Era a primeira vez em algumas semanas que ele realmente aparecia às refeições à mesma hora que eu.
- Por falar nisso, sabes com quem é que a Eve vai?
- Não sei e pouco me interessa, Blaise.
- Com o Sloper, um dos beaters dos Gryffindor.
Quando ele disse aquilo, engasguei-me de tal forma com o bolo que James teve que me dar palmadinhas nas costas até eu conseguir respirar normalmente de novo. O Jack ia com aquela galdéria? Olhei para a mesa dos Gryffindor e reparei que ele me olhava com um sorriso escarninho a bailar-lhe nos lábios. 'Filho da mãe. Foi só para me chatear! Não perde pela demora.'
- A comer dessa maneira pareces os Weasley, Jones. – disse a doninha, sem levantar os olhos do seu prato. De repente, uma das batatinhas assadas que ele tinha no prato acabou dentro do seu copo, ficando a boiar no sumo de abóbora.
- Vai mas é à pesca, Malfoy, e está calado. – Ele sorriu para mim e continuou a comer como se nada fosse. Revirei os olhos e voltei a minha atenção para Blaise. – Com quem é que vais ao baile, Zab? Suponho que existam inúmeras candidatas.
- Estou indeciso. Talvez Anna. Sabes que máscara ela vai escolher?
- Princesa, penso eu. – disse eu, rindo. Ele olhou-me, chocado.
- Está fora de questão! – exclamou ele, levantando-se e indo até à parte da mesa onde Anna se encontrava.
- E tu, Draco? – questionou James. – Qual vai ser a tua indumentária?
- Isso, Solomon, é surpresa.
- Sabes, James…afinal acho que vou ao baile. Estou imensamente curiosa para saber qual vai ser a vestimenta do Malfoy. – ' E para fazer a cabeça ao Jack.' – Importas-te que use a tua coruja? – perguntei, levantando-me.
- Não, claro que não.
- Ora, Jones, vais ao baile por minha causa? Nesse caso, planeio superar as expectativas. – disse o Malfoy sorrindo de lado.
- Que simpático da tua parte, doninha. – respondi-lhe, enquanto me dirigia para fora do salão rumo ao corujal.
Enquanto subia e descia escadas e atravessava corredores e campos, tentava pensar numa ideia para uma máscara. Como não planeava levar companhia, não tinha de me preocupar em condizer com o meu par. Não queria nada muito rebuscado. Queria antes uma coisa que as pessoas olhassem e descobrissem logo o que era, mas que ao mesmo tempo tivesse alguma beleza e algum mistério. E acima de tudo, que tivesse a ver com o tema. Quer dizer, não ia como Celestina Warbeck nem nada que se parecesse.
Já me encontrava à porta do corujal, quando me lembrei de uma coisa bastante simples, e que provavelmente ninguém se ia lembrar, principalmente por ser de origem muggle, o que, só por essa razão, me agradou bastante. As pessoas não iam descobrir de imediato de que é que me trajara, mas se soubesse escrever o meu pedido como deve de ser, com certeza que Julie Barclay faria maravilhas, e pelo menos a parte essencial do traje seriam capazes de identificar.
Sorrindo, escrevi a carta com todo o cuidado, enderecei-a à minha mãe e entreguei-a à coruja de James, vendo-a sair pela janela e desaparecer na noite escura.
N/A: Props para o Project Runway que me deu a ideia para a máscara de Narcissa xD máscara essa que vai ter um papel engraçado lá mais para a frente :p
Keep reading, minha gente!
Love,
~Nalamin
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