I Hate Valentine's Day
Disclaimer: It's all yours, dear J.K.
Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin
Chapter 28: I Hate Valentine's Day
Sempre que acontecia algo comigo e, invariavelmente, o Malfoy me salvava, eu não o via no par de semanas que se seguiam. Bom, a verdade é que tinha andado bastante ocupada com as aulas e os trabalhos para entregar, mas de qualquer forma, era um fenómeno que se estava a tornar recorrente. Fevereiro já ia quase a meio e toda a gente andava empolgadíssima com o fantástico dia que se aproximava: o dia dos namorados. Nunca tive nada contra esse dia, mas naquele ano, parecia-me, no mínimo, despropositado. Tanta coisa em jogo e aquelas pessoas só pensavam em ler os poemas românticos e comer os chocolates que os namorados ou namoradas lhes planeavam oferecer. E como os Carrow tinham proibido a decoração temática em Hogwarts, os alunos acharam por bem enfeitar as suas salas comuns. Cada vez que entrava na dos Slytherin apetecia-me gritar. As paredes estavam cobertas de corações de papel, havia rosas vermelhas espalhadas por toda a sala e pequenos querubins a esvoaçar por ali.
Foi para me afastar de todas essas parvoíces que na 2ª feira, quatro dias antes do fatídico dia, depois do almoço e para matar o tempo livre que tinha antes de Transfiguração, saí da sala comum disposta a dar um passeio pelos corredores e arrastando James comigo.
- Onde vamos? – questionou James, andando devagar a meu lado.
- Vamos só dar uma volta, Jamie, matar a meia hora que tenho antes de Transfiguração. Não te preocupes que eu não te levo para lados maléficos. – acrescentei, rindo-me da prudência excessiva do meu primo.
- Tenho a certeza que já te disse isto, mas no que diz respeito à tua pessoa, todo o cuidado é pouco. – ripostou ele, olhando significativamente para mim.
- Oh, vá lá, não sou assim tão má. Até sou uma óptima menina. – 'Merlin, quem é que quero enganar? Só em meto em situações em que tenho de ser salva por Draco Malfoy, acabando depois por beijá-lo e por contar-lhe a verdade sobre o Dom.'
- Claro que és, Narcissa, claro que és. – condescendeu ele, com um sorriso.
E a conversa ficou por ali. Com James nunca tinha necessidade de preencher os silêncios. Não era necessário falar porque nos compreendíamos e comunicávamos num plano superior. Meias palavras chegavam para fazermos ver um ao outro uma ideia extremamente complexa. Era uma das coisas que eu mais gostava, quando passava tempo com ele. A calma que ele me fazia sentir por saber que não tinha de prolongar a conversa só para não estarmos calados.
Andámos então pelo castelo, sem rumo, falando ocasionalmente. A meia hora passada, James deixou-me a porta da sala da McGonagall, e depois de me beijar a testa e dizer-me para me comportar, virou costas e seguiu pelo corredor por onde viéramos, quase chocando com Daphne, que corria na minha direcção com Erika pela mão, sorrindo que nem uma louca.
- Cissa, já sabes da novidade? - perguntou-me, extasiada, parando à minha frente.
- Não, Daph, e sinceramente, estou com algum medo de descobrir. – olhei para Erika. – Erika. – disse, cumprimentando-a.
- Olá, Cissa. – disse ela, olhando para o corredor. – Diz-lhe rápido, Daphne, vêm aí a McGonagall.
- Está bem, está bem. Adivinha o que é que vai acontecer na 6ª feira! – exclamou ela.
- Daphne! – advertimos eu e Erika ao mesmo tempo.
- Um baile de máscaras para celebrar o dia dos namorados! – revirei os olhos.
'Realmente, era o que mais faltava'. Mas não tive tempo de expressar a minha opinião porque a professora McGonagall abriu a porta e fez-nos entrar rapidamente. A aula decorreu normalmente mas, quando saímos, Daphne, Erika e Anna, que caminhavam à minha frente, retomaram a conversa.
- É obrigatório ir acompanhada? – perguntou Anna.
- Não sei, mas creio que não. Sei é que apenas podem ir ao baile alunos de sangue puro. – respondeu Erika. Bufei, zangada. Como é que eles se atreviam a segregar os alunos desta maneira?
- Isso é horrível. – afirmou Daphne. – De qualquer forma, podiam ter avisado que haveria baile com mais antecedência. Não faço a menor ideia da máscara que vou escolher. – acrescentou depois de uma pausa.
- Eu estive a escrever uma carta à minha mãe enquanto a McGonagall explicava a teoria. Vou agora ao corujal. Pedi-lhe que me comprasse uma de princesa! – exclamou Anna, extremamente feliz. Eu ri-me com gosto mas, felizmente, elas não me ouviram. 'Princesa? Mas ela pensa que vai ao baile de máscaras do jardim infantil? '.
- Vou contigo e faço o mesmo. Infelizmente terei de ir de Celestina Warbeck, o Will quer ir de vocalista dos Weird Sisters, e como eles são casados… - respondeu Erika, ligeiramente desapontada. Tornei a rir. 'Realmente, isto vai de mal a pior. Até estou a cogitar ir ao baile só para as ver nestas figuras'.
- Eu estava a pensar em ir de cupido. Como é para festejar o dia dos namorados… - disse Daphne. 'Uma ideia bem mais original'. – E também vou com vocês, tenho de avisar a minha mãe. – Voltou-se para trás para me olhar. – E tu, Ci?
- Eu o quê, Daphne?
- Qual vai ser a tua máscara?
- Não estou a pensar ir ao baile.
Assim que pronunciei estas palavras, as três pararam de andar e viraram-se para mim totalmente chocadas. 'Quem me dera ter aqui uma máquina fotográfica'. As caras delas eram impagáveis. Até algumas raparigas que iam a passar olharam para mim como se eu fosse de outro planeta. Como me atrevia eu a dizer que não ia a um baile, ainda por cima no dia dos namorados? Estava a cometer o pior dos pecados.
- O quê! Estás louca! – perguntou Anna, a mais chocada.
- Creio que possuo plenas funções cerebrais, mas nunca se sabe. – respondi, continuando a andar. Rapidamente me alcançaram e caminhavam agora a meu lado.
- Cissa, não podes faltar ao baile! Não és puro-sangue? – Questionou Erika, ligeiramente mais perspicaz.
- Claro que posso. Sou pois, do mais puro que pode haver. – Sorri. Estava a dizer a verdade e a ser sarcástica ao mesmo tempo. James teria gostado de ter ouvido aquilo.
- Nem precisas de par nem nada, Ci. – disse Daphne, depreendendo que esse seria o meu problema. Ri-me.
- Não é por não ter namorado que não vou, Daphne.
- Oh Cissa, vá lá, tens de vir connosco! Sem ti não vai ser a mesma coisa. – Agora apetecia-me gargalhar, mas não o fiz. Anna estava comigo, no máximo, 3 horas por semana, e nunca trocáramos mais do que os cumprimentos habituais e curtas conversas banais.
- Isso é muito querido da tua parte, Anna, mas com certeza que não será pela minha ausência que o baile vai ser pior.
- Mas…
- Cissa! Cissa! – chamava uma voz masculina nas minhas costas. Voltei-me para me deparar com Adam, correndo na minha direcção.
- Adam! Tudo bem? – perguntei, enquanto o deixava beijar-me a bochecha.
- Tudo óptimo, e tu? Olá Daphne! – acrescentou, acenando para ela por cima do meu ombro.
- Olá!
- Vai-se andando. Estavas à minha procura?
- Sim, vinha perguntar-te uma coisa. Mas… - hesitou ele, olhando para as raparigas atrás de mim, que me esperavam. Era claro que não queria perguntar-me fosse o que fosse à frente delas.
- Meninas, eu vou dar uma volta com o Adam, ok? Vemo-nos depois.
Seguindo com Adam pelo corredor, conseguia ouvir Erika e Anna aos cochichos e Daphne serenando-as dizendo que ele e eu éramos 'só amigos'. Revirei os olhos e conversando casualmente com Adam, fomos andando até aos jardins, onde nos sentámos à beira do lago.
- E já sabes que vai haver baile na 6ª feira? – perguntou ele, sentando-se ao meu lado.
- Sim, Daphne disse-me hoje, mais cedo. Já não posso ouvir falar no dia dos namorados, quanto mais agora nesse baile. – confessei, exasperada. Ele riu.
- Bom, isso realmente não é positivo, porque a pergunta que eu te queria fazer era se querias ir ao baile comigo. – gargalhei. 'Este dia temático persegue-me!'
- Oh Adam, teria todo o gosto em ir contigo se estivesse a planear ir ao baile. – ele olhou-me, surpreendido.
- Não vais? – abanei a cabeça. – Porquê?
- Para já, porque este dia já me enjoa. E depois porque só as pessoas de puro-sangue são autorizadas a ir. - Agora era a vez dele de gargalhar.
- A sério? Os Carrow estão cada vez melhores, sem dúvida. – disse ele com desprezo. - Bom, nesse caso, terei de rescindir o meu convite. Preparava-me para insistir, mas não sabia dessa condicionante.
- Não és puro-sangue, portanto. – concluí.
- Não. A minha mãe é muggle. E tu?
- Eu sou. Mas isso para mim nunca significou nada. A maneira de ser das pessoas não depende do sangue que lhes corre nas veias.
- O Lord das Trevas discorda de ti. – gracejou Adam.
- Pois é. Mas sabias que o pai dele era muggle? Li qualquer coisa sobre isso numa biografia não autorizada que saiu há pouco tempo.
- A sério? Então se ele próprio é mestiço, porque raio quer segregar o mundo mágico e governar sobre os muggles? – encolhi os ombros.
- É louco. E acho que deve ter muito nojo dele mesmo. Aliás, ele deve ter muito nojo de tudo. Não creio que ele possa gostar de alguma coisa, com tanta treva dentro dele.
- Só se for de ver os outros sofrer.
- Talvez. – fiz uma pausa. – Acho que agora percebo melhor porque é que é tão importante fazer este baile. – disse, com um sorriso, olhando-o. – Com tanta escuridão, tantas trevas, há que encontrar uma luz para as combater, para nos deixar ver o caminho. E a única coisa capaz de destruir o mal…
' And I still believe
That there is more love than hate
There's more heart than ache
And we are stuck in this great big world together
- É o bem. – assenti.
- As flores, o sol, a amizade, o amor, e, Merlin me ajude, todos os querubins e corações de papel de andam por ai. – rimo-nos. – Tudo isso é Bem. Nem sequer compreendo porque é que os Carrow autorizaram isto.
- Não foram os Carrow. Foi o Director. – Olhei-o, estupefacta.
- O Snape mandou organizar este baile? O baile do dia dos namorados? – Ele assentiu. – Estás a gozar comigo?
- Claro que não! Ele fez o comunicado à hora do almoço. Não estavas lá?
- Não, tive poções com o Slughorn ao último tempo e ele fez-me ficar para trás. Perdi o almoço.
- Bom, ele fez um discurso e tanto. Parecia o Dumbledore ou o Chapéu Seleccionador quando falam sobre mantermo-nos juntos e superar as adversidades. – 'O quê? Ele não pode realmente estar a falar do Snape!'
- O que é que ele disse?
- Começou por falar do Lord das Trevas, que ele amava Hogwarts e que queria o melhor para a escola e por isso aquele baile ia ser realizado. É claro que a maior parte das pessoas deixou de o ouvir na primeira vez que ele pronunciou a palavra baile. Seja como for, depois ele disse qualquer coisa como: 'os homens descobriram há muitos séculos que o amor é o mais importante de tudo; que é ele que move o mundo. Mas temos assistido a uma mudança: continuaram a dar a mesma importância ao amor, mas mudaram subtilmente o conteúdo da palavra. Chamaram amor a outras coisas e construíram uma mentira gigantesca. Têm chamado amor a coisas nas quais não conseguimos descobrir senão egoísmo e ganância. '
- Por Merlin, consegues lembrar-te do discurso todo do Snape? Que óptima memória! – exclamei, surpreendida.
- Realmente, dá imenso jeito nos exames.
- Mas essas palavras nem parecem do Snape. O que é que lhe deu?
- Não sei. Mas era como se quisesse dizer que o Lord das Trevas, ao dizer que ama Hogwarts, não quisesse dizer que a ama mesmo, como é suposto amar alguma coisa. Apenas que a quer para ele. – explicou-me Adam, perspicaz. Era exactamente aquilo que eu estava a pensar. - E pareceu-me que queria que soubéssemos que o amor é o que dá importância a tudo. Que é amor o motivo por detrás de tudo o que fazemos. – assenti, concordando.
We've all felt pain in ways
It hurts to even bring it up
But that don't mean that we
Should take this motion lying down
'Bonito discurso o do Snape, mas tenho a certeza que há qualquer coisa que não bate certo. Devem ter havido novos desenvolvimentos, novas informações. Se calhar o Potter está em movimento. Talvez tenha descoberto alguma coisa. Talvez todas aquelas palavras sejam ocas, um engodo para nos levar a acreditar que Voldemort é realmente o bom da fita'. As coisas complicavam-se. Olhei para o lago, negro, tal como a situação parecia estar naquele momento.
- Já não deve faltar muito. – disse Adam, depois de uns minutos.
- Para quê? – questionei, confusa.
- Para a batalha. – disse ele, olhando também o lago.
- Também acho. Eu digo que vai acontecer antes do ano lectivo acabar. – Olhei-o. – Vais lutar?
And I still believe
That there is a lot at stake, there's no time to wait
- Claro que sim. Não vou ficar a vê-los destruir o meu mundo. – respondeu, devolvendo-me o olhar. – E tu?
- Sem dúvida. Ao menos, vou tentar. Porque se perdermos…é a mesma coisa que estar morta. E eu sempre me senti feliz por estar viva. Apesar da guerra, das más notícias, não sou capaz de matar em mim a simples alegria de viver. – disse, sorrindo.
We can change the world if we try
We're gonna change it forever'
(Believe – The Red Jumpsuit Apparatus)
- Gosto disso em ti. – retorquiu ele, fazendo-me corar ligeiramente.
- Obrigada. Mas por favor, e não me tomes por convencida, diz-me que não estás apaixonado por mim. – Ele riu.
- Não estou apaixonado por ti, Cissa, e jamais te tomaria por convencida. – afirmou ele, colocando o braço direito por cima dos meus ombros.
- Ainda bem. É que ultimamente não me tenho saído muito bem nesse departamento.
- Narcissa, podemos falar? Ou estou a interromper alguma coisa? – ecoou a voz de Jack, aparecendo por detrás da árvore onde nos encostáramos. 'Oh meu Merlin.' Olhei para Adam, desconsolada.
- Era exactamente a isto que me referia.
N/A: Agradeço aos ex-namorados pela inspiração para criar o Jack. Thankk youu, babes :D
keep reading !
Love,
~Nalamin
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