Returning Home For The Holiday
Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin
Chapter 15: Returning Home For The Holidays
Estava deitada em cima de uma coisa muito suave, como pétalas de rosa. Não queria abrir os olhos e verificar se eram mesmo pétalas de rosa, isso requeria muito esforço. Sentia-se cansada, dorida, contudo relaxada. E mesmo sem abrir os olhos, conseguia perceber que se encontrava num sítio bastante escuro. Se havia alguma iluminação, era realmente muito ténue. Onde estaria? Será que era aquilo que havia para lá da vida terrena? Queria olhar e ver, descobrir onde se encontrava. Mas tinha medo, receio, estava assustada, sentia-se indefesa. E se alguém a atacasse, lhe fizesse mal? Começou a tremer, queria sair daquele lugar, voltar para casa. De repente, sentiu algo a acariciar-lhe a face. Era ainda mais suave do que a superfície onde estava deitada. Aquela carícia fez com que, de uma forma que não sabia explicar, se acalmasse, com que conseguisse voltar para aquela zona de conforto onde se encontrava antes. Sorriu levemente e, passados segundos, tornara a mergulhar na escuridão.
Quando Cissa abriu os olhos, não sabia dizer onde se encontrava, embora o lugar não lhe fosse estranho. Respirou fundo e voltou-se de barriga para cima, espreguiçando-se e, em seguida, sentando-se na cama. Ao olhar com mais atenção para si mesma, verificou que o seu joelho esquerdo estava ligado. 'Não me lembro de ter tratado do joelho…'. Olhou com mais atenção para si e verificou que as suas 'mazelas de guerra', provocadas pela sessão com o Carrow tinham desaparecido. Deu uma olhada em redor. Lençóis de seda cinzentos, cobertores e cortinas verdes, cama de dossel, secretária ao lado de uma porta, divã ao lado de outra porta…Aquele local era mesmo muito familiar. 'Hogwarts! Não saí de Hogwarts! Melhor, nem sequer saí das masmorras dos Slytherin! O que raio aconteceu ontem à noite?'. Subitamente, começou a ouvir um barulho vindo para lá da porta que Cissa sabia ser da casa de banho. Água a correr. Não estava sozinha! 'É claro que não, alguém teve de me trazer para aqui'.
E agora?- Cissa! Cissa, por onde é que andaste? – gritava Daphne, perto das enormes portas do castelo, abertas para que os alunos saíssem com Hagrid para a estação. – Ia agora iniciar uma busca, estava a começar a ficar preocupada. Não me digas que te fechaste de novo na sala das necessidades? – terminou Daphne num tom mais baixo, agora que a morena se encontrava à sua frente.
- Se queres saber a verdade, não tenho a certeza. – respondeu Cissa, apertando o casaco e fazendo um rabo de cavalo. Saíra tão à pressa do quarto da pessoa que a 'salvara' que se viera a vestir durante todo o caminho, desde as masmorras até ali.
- Como assim? O que se passou, Cissa? – olhou com mais atenção para a amiga. – Onde é que está o teu malão?
- Não preciso de levar malão, tenho toneladas de roupa em casa. Onde é que estão os meus irmãos e o Jack?
- Foram com Claire à torre dos Gryffindor, ela esqueceu-se de qualquer coisa. Mas não me respondeste! O que aconteceu ontem à noite? – Cissa suspirou.
- Então, saí do quarto e ia começar a descer as escadas quando…
- Finalmente, Narcissa, pensámos que ias ficar para trás! – exclamou Claire, aproximando-se das raparigas. A morena riu.
- Sabes bem que não me importava nada que isso acontecesse. Olá Thomas, Jack. E James! Vens connosco?
- Olá, Narcissa. – respondeu Tom, dando um beijo na bochecha da irmã.
- Cissa. – disse Jack, sem a olhar.
- Sabes bem que não podia perder uma viagem no Expresso. – respondeu James, de mãos nos bolsos, sorrindo.
- Estamos todos? Daqui a pouco partem sem nós. – avisou Daphne.
- Estamos. Vamos embora.
Cissa deu um último olhar ao castelo, em jeito de despedida, e seguiu os outros para fora dos terrenos de Hogwarts.
Sempre adorara o Expresso. Fosse onde fosse que acabasse sentada, a animação era constante. Parecia que, naquelas horas de viagem, não havia um feiticeiro louco a tentar governar pela força o mundo da magia. As gargalhadas não paravam e a cumplicidade entre as pessoas sentia-se a cada gesto. Claro está que os doces também ajudavam.
- Hey Jack! Comeste o meu último sapo de chocolate! – exclamou Claire, dando uma pancadinha no braço do moreno, que sorriu divertido.
- Ora, ele estava mesmo ali, a pedir para ser comido, e eu não resisti!
- Ouçam lá, onde é que o Tom se meteu? – perguntou Cissa.
- Acho que foi ter um amigo. Qualquer coisa sobre ' uma surpresa agradável' que ele teve há umas semanas. – respondeu James. Cissa franziu o sobrolho.
- Surpresa agradável?
- Onde é que estão os meus bolos de caldeirão, James? – perguntou Daphne.
- Hum...não tenho a certeza. Algures entre o estômago e o intestino.. – disse, fingindo reflectir sobre o assunto e fazendo Daphne rir.
- Se quiserem vou comprar mais, meninas. Os meus feijões de todos os sabores também já acabaram. – afirmou Cissa.
- Não te importas, Ci? – perguntou Claire.
- É claro que não, até precisava de esticar as pernas. E aproveito e procuro o Thomas. Até já.
Saiu do compartimento e virou à direita, disposta a procurar a senhora do carrinho dos doces. Caminhou lentamente, cumprimentando alguns conhecidos que se encontravam também eles nos corredores ou nos compartimentos. Perdeu 15 minutos a conversar com o professor Slughorn sobre o seu Natal, mas logo em seguida encontrou o carrinho dos doces.
- Três bolos de caldeirão, cinco sapos de chocolate e um pacote de feijões de todos os sabores, se faz favor. – disse, educada.
- A isso é que eu chamo fome! – exclamou uma voz atrás de si.
- Adam! – abraçou-o. – Já não te vejo há quê? Duas, três semanas?
- Sim, estive ocupado com o Quidditch. E além disso, tive de me aplicar a transfiguração. A McGonagall matava-me se eu tirasse outro F.
- Ou transfigurava-te num livro! – riram. – Porque é que não te vens sentar comigo e com Daphne? Estão lá mais uns amigos, mas eles são todos excelentes.
- Bom, já que convidas, aceito. – respondeu, sorridente.
- Óptimo. – virou-se para a senhora e aceitou os doces que esta lhe estendia. – Obrigada. – tornou a voltar-se para Adam. – Queres alguma coisa? Eu ofereço.
- Não, obrigada, vim só esticar as pernas. Vamos, então?
- Olha, vai andando. Eu tenho de procurar o meu irmão, não sabemos dele há algum tempo. É a cabine mesmo no meio do comboio. Assim que olhares reconheces logo o cabelo da Daph. – acrescentou, com um sorriso. – Ah, e leva os doces. – entregou-lhe os bolos e os sapos de chocolate. – Vais ser muito bem recebido, acredita. – Adam riu.
- Tudo bem. Vemo-nos depois, então.
- Sim, até já!
Cissa continuou a andar, rumo ao fim do comboio, espreitando para todos os compartimentos, procurando por Tom. 'Mas onde é que ele se meteu?'. Encolhendo os ombros, seguiu em frente, acabando na última cabine do Expresso, que estava vazia. Entrou e sentou-se perto da janela, comendo os feijões que comprara há minutos e pensando na noite anterior.
'Quem terá sido? Li os pensamentos de James e não me parece que tenha sido ele. O Jack e o Tom não foram de certeza, são Gryffindor, e eu estava ainda na torre dos Slytherin. Mas aquele quarto…não era uma camarata. Era um quarto como o meu. Será que foi algum Prefeito que me ajudou? Mas eu não faço ideia de quem sejam os Prefeitos dos Slytherin! E foi um rapaz ou uma rapariga? Bom, se tivesse de julgar por aquele quarto, diria que era um rapaz. Estava demasiado simples: cama, poltrona, secretária. Mas tinha os melhores lençóis onde já dormi! Nem os da minha cama em Londres são tão bons! De qualquer forma, rapaz ou rapariga, foi mesmo decente da parte da pessoa cuidar de mim, emprestar-me a sua cama e ainda me ligar o joelho'. Suspirou e levou a mão ao pescoço, massajando levemente. De repente, lembrou-se. ' O meu ferimento…também está curado! Então também me levou a Madame Pomfrey, porque um simples feitiço não bastava para me curar completamente. Meu Merlin, quem terá sido?'
- A trabalhar para a engorda, Jones? Por favor, não pares. – ecoou uma voz vinda da porta, despertando-a dos seus devaneios. Revirou os olhos.
- Não sei de que maneira isso te pode interessar, Malfoy.
- Então, se engordares – disse ele, entrando no compartimento e sentando-se à frente da morena, de braços cruzados. -, isso prejudica-te no Quidditch. Logo, eu volto à equipa de onde nunca deveria ter saído. – Cissa bufou.
- Não saíste da equipa, Malfoy. Passaste a suplente.
- Vai dar no mesmo. – respondeu ele, olhando pela janela.
Durante um longo tempo, a única coisa que se ouvia era Cissa comendo os feijões e o comboio deslizando pelos carris. Aquele compartimento estava suficientemente distanciado dos outros para que os risos e vozes dos outros alunos não fossem perceptíveis. Levando, mais uma vez, a mão ao pacote dos doces, Cissa apercebeu-se de que tinham acabado.
- Acabaram. – afirmou, constatando o óbvio. – Vou comprar mais. Adeus, Malfoy. – Cissa levantou-se mas, ao primeiro passo, uma dor lancinante no pescoço, fê-la desequilibrar-se. No entanto, nunca chegou a cair, pois Malfoy amparou-a pela cintura no último momento.
- Jones? – perguntou ele ao seu ouvido.
Apesar da dor que sentia, Cissa não conseguiu deixar de se arrepiar ao ouvir a voz dele tão perto do seu ouvido; ao sentir as suas costas de encontro ao peito dele e as mãos fortes dele a agarrarem-lhe a cintura. E aquele tom, seria de preocupação?
- Estou bem, Malfoy. Acho que só preciso de me sentar.
Como se tivesse recebido uma ordem, o loiro recuou um pouco e sentou-a no mesmo lugar de onde se levantara, para depois também ele se sentar no mesmo sítio.
- Não vais morrer pois não, Jones? Não quero ser…
- …acusado de assassínio, já sei, já me disseste isso. – respondeu Cissa, de olhos fechados, massajando energicamente o pescoço. – A dor não pára, não sei o que se passa. Pensava que o bom samaritano de ontem à noite me tinha curado. - Cissa estava de olhos fechados e, por isso, não viu o sorriso divertido de Draco Malfoy enquanto olhava para ela.
- Bom samaritano, Jones? É isso que lhe chamam hoje em dia? – Cissa olhou-o, irritada.
- Não era a isso que me referia, doninha. Ontem, de madrugada, acho que desmaiei na sala comum. E quando acordei, estava no quarto de alguém. Esse alguém tinha tratado das minhas feridas e até me emprestou a cama. Mas não sei quem foi.
- Não me digas que fugiste de lá, Jones. Pensei que fosses mais corajosa. – comentou Draco, de braços cruzados e sorrindo de lado.
- Cala-te, idiota. Eu ia ficar e agradecer, mas olhei para o relógio e faltavam 15 minutos para as carruagens partirem, tinha de me despachar. Já para não falar de que a tua prima devia andar louca à minha procura. – rematou Cissa.
- Desculpas, Jones, só desculpas. Acho que o mundo tem de saber que Narcissa Jones foi demasiado cobarde para agradecer ao rapaz que a salvou de um destino incerto! – 'Rapaz? Eu não disse que tinha sido um rapaz!'
- Como é que sabes que foi um rapaz, Malfoy? Eu não disse nada sobre isso. – 'Porra. Pensa rápido, pensa rápido!'
- Ora, Jones, para além de cobarde também és burra? Pensa: uma rapariga bonita inanimada no chão da sala comum a altas horas da madrugada. Achas que serias salva por uma das tuas coleguinhas?
- Espera lá, Malfoy. – Cissa inclinou-se na direcção dele, ainda massajando o pescoço. A dor começava a passar. – Acho que não ouvi bem. Acabaste de dizer que eu era bonita? - 'MERDA, Malfoy! És um idiota.'
- Pensei que tivesses espelhos em casa, Jones. Por Merlin, não me digas que és tão pobre quanto o Weasley! – Cissa recostou-se de novo, olhando-o com desprezo.
- És mesmo otário, Malfoy. Eu até podia ser a rapariga mais linda do mundo mas, se fosse pobre, não ias querer ter nada a ver comigo. Incrível como o dinheiro é a única coisa a que dás importância.
- Querias que tivesse, Jones? – Cissa olhou-o, confusa.
- Que tivesses o quê?
- Alguma coisa a ver contigo. – Cissa olhou-o, fazendo uma cara de nojo.
- É claro que não!
- Mentirosa.
- Cala-te.
- É muito feio mentir, Jones. A tua mamã não te ensinou isso? – Cissa riu.
- A educação que a minha mãe me deu pouco teve a ver com saber distinguir o bem do mal. – respondeu, olhando pela janela. O loiro gargalhou, o que fez Cissa olhar para ele, espantada. Era um riso genuíno. Era…agradável ouvi-lo rir assim.
- Parece que afinal sempre tenho algo a ver contigo, Jones.
- A educação? – Ele anuiu. – Não me parece, Malfoy. – ele olhou-a, pedindo uma explicação. – Porque apesar da minha mãe não me ter ensinado nada de útil, a minha avó tratou disso. Portanto, hoje sei distinguir o bem do mal. Não creio que tu saibas.
Draco olhou-a ferozmente. O que é que ela sabia sobre isso? O que é que ela sabia sobre o bem e especialmente sobre o mal? Se ela imaginasse sequer como era, não fazia aqueles comentários insolentes. Se ela tivesse ideia…
- Não sabes do que falas, Jones. Não tens ideia nenhuma.
- Talvez. Mas duma coisa sei, aliás, tenho a certeza. Estive e sempre vou estar do lado do bem, seja lá o que for que isso signifique. – Draco sorriu de lado.
- Mas o mal é tão mais aliciante, Jones. Devias passar para o meu lado. Nós temos muitos doces, sabes. – Cissa deu um sorriso amarelo.
- Obrigada pela oferta, Malfoy, mas dispenso.
- Sem experimentares? Jones, cada vez mais vejo a tua covardia…
- Só vês o que queres ver, Malfoy. – levantou-se. – Vou ter com Daphne. Já agora, onde é que está o Blaise?
- Precisas de 'escapar' de novo, Jones?
Não tinha como ver o seu reflexo, mas Cissa tinha a certeza de que tinha ruborizado até ao extremo. Como é que Blaise se atrevera a contar àquela doninha irritante que ela lhe tinha pedido para…'Que raiva, Zabini, vais pagá-las!'.
- Não, Malfoy, mas obrigado por te preocupares. – conseguiu dizer, sem olhar para a cara dele. – Afinal, onde é que ele está?
- Deve estar a 'escapar' com a Hammett algures neste comboio. – respondeu o loiro entediado. Cissa riu.
- Com a Hammett? Essa não é a tua namorada? Então, Malfoy? Agora para além de irritante, prepotente e idiota, ah, e homicida, também és chifrudo? – respondeu, encostando-se à porta. Draco olhou-a mortalmente.
- Tento na língua, Jones. E a Hammett não é minha namorada. Já devias saber que nem eu nem o Blaise somos desse tipo.
- Ora, no caso do Blaise é só porque ele ainda não encontrou alguém de que realmente goste.
- E no meu caso? – perguntou ele, fingindo (fingir) interesse.
- Tu? Não tenho a certeza de que possas gostar mesmo de alguém. Excepto, é claro, se esse 'alguém' existir em forma de galeão, leão ou knut. Diz-me cá, qual deles é a Hammett? Dado a inteligência dela eu diria…1/4 de knut. E daí talvez já fosse pedir de mais.
- Muito engraçada.
- Eu sei, obrigada. Faz parte do meu encanto.
- Que encanto, Jones?
- Então, Malfoy, logo tu, de todas as pessoas, devias saber. Não foi isso que te fez beijar-me, na outra noite? – respondeu, sarcástica, virando costas e saindo do compartimento, deixando para trás um Draco Malfoy muito pensativo.
N/A:Férias de Natal! Serão, definitivamente, aquelas de que Cissa se vai lembrar p'ra sempre. Why? Bom, há que esperar para ver 8D
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~Nalamin
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