To Hogwarts, off she goes!

To Hogwarts, off she goes!




Disclaimer: tudo o que não tiver saído da minha mente perturbada, é da titi Jo :p




 'Wanna feel the warm breeze
Sleep under a palm tree
Feel the rush of the ocean
Get onboard a fast train
Travel on a jet plane, far away (I will)
And breakaway


Já com o uniforme vestido, Narcissa admirava a paisagem através da janela embaciada do Expresso, pensando que já não devia faltar muito tempo para chegar ao seu destino. O comboio já tinha parado, mas depois recomeçara a andar. Narcissa imaginara uma avaria e não ligara. Estava ansiosa por conviver com outras pessoas e fazer amigos que, sendo também eles feiticeiros e feiticeiras, não se importariam com o seu segredo. Queria sentir-se menos sozinha.


Buildings with a hundred floors
Swinging around revolving doors
Maybe I don't know where they'll take me but
Gotta keep moving on, moving on
Fly away, breakaway'
(Breakaway – Kelly Clarkson)


- Cissa! Procurei-te por todo o Expresso! – a voz preocupada de Tom ecoou pelo compartimento vazio, trazendo Narcissa de volta à realidade. Sorriu.


- Bom, agora já me encontraste. – Tom sentou-se a seu lado.


- Fizeste a viagem sozinha? Estás bem? Não te aconteceu nada? – Narcissa olhou para ele confusa.


- Vês aqui mais alguém, mano? É claro que estou bem! O que é que se passou? – Tom suspirou.


- Dementors, Cissa. Entraram no Expresso à procura do Black.


- A sério? Bom, eu senti o comboio parar, mas aqui ficou tudo na mesma. Pensei que tivesse sido alguma avaria.


- Ficou tudo na mesma? Não sentiste frio? Nem aquela sensação de que nunca mais conseguirias ser feliz?


- Não. Nada.


- Não percebo. Todos nós o sentimos. Um deles entrou no compartimento do Potter. Ouvi dizer que ele desmaiou. – Olhou melhor para a irmã. – Tens a certeza de que estás bem? – Cissa revirou os olhos.


- Estou óptima, Thomas. Já te disse que aqui nada mudou. Só senti o comboio parar. – Tom encostou a cabeça ao ombro da irmã.


- Achas que…


- Acho. – confirmou Cissa.


- Porquê? És imune?


- Não faço ideia. Terei de averiguar depois.


Houve uma pequena pausa em que apenas se ouvia a respiração dos dois irmãos.


- Porque é que viajaste sozinha? Eu disse-te que o Expresso era um bom lugar para começar amizades. – Cissa sorriu. Tom era realmente muito bom irmão. Querido, atencioso. Mas previsível. A morena tinha a resposta pronta para aquela afirmação.


- Eu ainda não sei de que Equipa sou, Tom. Se eu calhar nos Slytherin, as amizades que fizesse aqui não iam dar em nada. Já sabes como é, tu próprio me disseste isto. – Tom deitou a cabeça no colo da irmã e deixou que esta lhe despenteasse os cabelos.


- O facto deste ódio entre Slytherin e as outras equipas existir é uma estupidez! Acho que a selecção é feita demasiado cedo.


- Cedo? Porquê?


- Ora Cissa, o Chapéu Seleccionador julga-te e coloca-te numa das quatro equipas por aquilo que tens na cabeça. Mas, à medida que cresces, isso pode mudar, pode levar-te a fazer escolhas diferentes que te podem tornar numa pessoa diferente. E aí, se calhar, pertencias mais a outra equipa do que aquela onde te encontras. Aos 11 anos, saber que és corajoso e leal e não inteligente e ambicioso, faz com que tenhas certos…


- Preconceitos?


- Sim, preconceitos, em relação às outras equipas. É por isso que existe toda esta inimizade. Acho que não está correcto submeterem-nos, tão novos, a este tipo de…à falta de melhor palavra, discriminação. Com 11 anos não sabemos quem somos. – Olhou para a irmã e sorriu. – Talvez tu saibas. – Cissa sorriu de volta.


- Tu também sabes quem és. Sempre soubeste.


- E quem sou eu?


- És o meu irmão Thomas, que sonha em ter uma grande herdade para os seus adorados cavalos, paixão que adquiriste quando eu te mostrei a história muggle do Spirit. – Ambos riram.


- É verdade. Sabes, eu trago esse livro sempre comigo, apesar de o saber todo de cor.


- Eu sei. – Tom riu.


- Claro que sabes. Às vezes esqueço-me do quanto tu sabes e conheces de mim.


- Ora Tom, não sei assim tanto! – disse, inocente. Tom olhou-a.


- Não? Então vamos ver: o que é que eu tenho escondido debaixo da minha cama? – Cissa ruborizou.


- Não sei.


- Cissa….


- Ok ok…Cartas. Tens cartas escondidas debaixo da cama. Mas não sei de quem são.


- Correcto! E o que é que eu gosto de fazer assim à noitinha? – Cissa revirou os olhos.


- Thomas, eu não precisava do Dom para saber isso. Toda a família sabe.


- Não estava a falar da cantoria, maninha.


- Ah.


- Então? Que faço eu?


- …


- Cissa?


- …


- Então, Cissa? Ambos sabemos que tu sabes.


- Poemas. Escreves poemas.


- Bingo! E a última questão: a quem dei o meu primeiro beijo? – Cissa olhou-o.


- A mãe e o pai sabem isso. Foi com a Vanessa, a filha mais velha dos Nashville.


- Isso é o que o pai e a mãe sabem. Tu sabes quem foi mesmo o meu primeiro beijo. – Cissa pensou por um momento. Lembrava-se de qualquer coisa. Era um par de anos mais nova e estava na sala, jogando xadrez bruxo com a avó. Tom entrava pela porta da frente, sorrindo feliz.


- Carmen! O teu primeiro beijo foi a Carmen!


- A Carmen, Tom? Pensei que tivesses melhor gosto. – interrompeu James, encostado à porta do compartimento.


- James! – Cissa levantou-se e foi abraçar o primo. – Como estás? Há imenso tempo que não te vejo!


- Desde o aniversário de Claire, penso eu. Desculpa mais uma vez não ter podido ir ao teu, Cissa. – A morena sorriu.


- Tudo bem, não te preocupes. – disse, sorrindo e voltando para o seu lugar.


- Estão bem? Os Dementors não vos afectaram? – perguntou James.


- A mim sim, à Cissa não. – respondeu Tom. James assentiu.


- Nem a mim. – disse James. Cissa olhou-o.


- Então é mesmo por causa do…


- É. – respondeu James. – Também só descobri agora. Fui à tua procura para confirmar. Fico contente por vos encontrar bem. Mas mudando de assunto…Conta lá, Tom, a Carmen? – Tom revirou os olhos.


- Cala-te James, que a primeira rapariga que beijaste foi a Millicent Bulstrode. – Cissa olhou o primo, chocada.


- A sério? James Solomon, como pudeste? Essa rapariga é odiosa!


- Era a única que estava disposta a beijá-lo! – disse Tom, rindo. James ruborizou.


- Tenho a certeza que isso não é verdade. – disse Cissa. O comboio começava a abrandar.


- Estamos a chegar. É melhor irmos vestir os uniformes, Tom. – Afirmou James, visivelmente aliviado por o assunto do seu primeiro beijo ter sido deixado de lado. Tom assentiu e levantou-se, dando um beijo na bochecha da irmã.


- Vemo-nos no castelo, Cissa. Boa sorte!


Cissa sorriu e viu-o afastar-se com o primo. Respirou fundo. Estava na hora. Ajeitou o seu uniforme, e saiu do compartimento. Os corredores estavam a abarrotar de jovens, mas Narcissa conseguiu passar por aquela multidão. Cá fora, não sabia para onde ir. Perguntou a um Prefeito que lhe indicou Hagrid, enorme, colossal, levando os alunos do 1º ano para os barcos. Cissa apressou-se a seguir-lhe o passo. Entrou um pequeno barco com mais três alunos. Todos eles pareciam aterrados! Cissa franziu o sobrolho. Como poderiam eles estar assustados com tanta beleza? À sua frente, erguia-se um enorme castelo, imponente, com vastos campos a toda a sua volta. As portas duplas que davam entrada para o castelo encontravam-se abertas, convidativas, prontas a acolher os alunos para um novo ano escolar.


Hagrid aportou os barcos e ajudou os alunos a saírem dos mesmos. Subiram rapidamente as escadas, entraram no pátio e pararam em frente às portas. De dentro do castelo surgiu uma figura feminina, alta, esguia, com ar severo, cabelo branco, chapéu alto e óculos na ponta do nariz.


- Obrigada, Hagrid. Podes seguir para o salão, eu levo-os a partir daqui.


Hagrid obedeceu prontamente, entrando para o castelo. Cissa mirou os seus colegas primeiranistas. Tremiam, olhavam para aquela mulher, que Cissa sabia ser professora, como se ela os fosse matar a qualquer momento. Por que teriam eles medo? Cissa olhou a professora e esta devolveu-lhe o olhar.


- Bem-vindos a Hogwarts! – disse a professora McGonagall. – O banquete vai começar em breve, mas antes de se dirigirem ao salão vai haver uma selecção por equipas. É uma cerimónia muito importante porque, enquanto frequentarem Hogwarts, essa equipa vai ser a vossa família. Terão aulas com os outros colegas da vossa equipa, partilharão a mesma camarata e ocuparão os vossos tempos livres na respectiva sala comum.


" As quatro equipas chamam-se Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e Slytherin. Cada uma delas…"


Cissa deixara de ouvir a professora McGonagall. Olhava em volta, ansiosa por explorar aqueles vastos campos, voar com a sua Cleansweep Onze no campo de Quidditch, entrar no seu quarto, conhecer as suas companheiras…


- Eu volto quando tudo estiver pronto para vos receber. Por favor, esperem com calma. – Terminou a professora McGonagall, dirigindo-se para o interior do castelo.


Cissa saiu daquele aglomerado de alunos e seguiu até ao limite do pátio, querendo ver mais. Os colegas olhavam para ela, estupefactos.


- O que estás a fazer? Volta para aqui antes que a professora McGonagall regresse! – dizia uma rapariguinha ruiva.


- Ninguém te pediu opinião, pois não? – Respondeu Cissa, debruçando-se sobre o muro e respirando fundo. Lá ao fundo via-se um grande lago e uma pequena casa de madeira e pedra. Olhando para o lado direito, conseguia ver a casa do barco, de onde viera; do lado esquerdo encontravam-se as estufas de Herbologia e, ao longe, visionava-se o campo de Quidditch. E em volta de toda a Hogwarts, encontravam-se criaturas de mantos negros esvoaçantes, pairando por ali. Seriam os Dementors que estariam a deixar os seus colegas tão assustados?


- Vais pôr-nos a todos em sarilhos! – Guinchava a mesma rapariguinha. Cissa suspirou. Esperava que aquela criatura não fosse da sua equipa. Virou costas à paisagem e voltou para junto dos seus colegas, no momento exacto em que a professora McGonagall regressava para os escoltar para o salão.


- Façam uma fila e sigam-me.


Obedecendo prontamente, os primeiranistas seguiram a professora até ao saguão da entrada. Depois, por uma porta dupla, deram entrada no salão nobre.


Cissa já ouvira o irmão a falar sobre aquele salão, mas nenhuma palavra conseguia descrever o quão mágico Narcissa o achava. As centenas de candeias que o iluminavam flutuavam por cima de 4 compridas mesas onde já se encontravam os outros alunos. Olhou para o tecto, vendo-o reflectir o céu lá de fora. Sorriu.


A professora McGonagall pousou um banco em frente à mesa dos professores. Em cima desse banco, encontrava-se o Chapéu Seleccionador. Após cantar a sua canção, o chapéu fez uma vénia às quatro mesas, que aplaudiam entusiasticamente. Depois, ficou quieto de novo.


- Quando eu chamar o vosso nome, avançam, sentam-se no banco e colocam o chapéu. – disse. – Charlotte Burnett!


A rapariguinha ruiva que ralhara com Cissa mais cedo, avançava agora a tremer para o banco, pondo o chapéu na cabeça. Houve uma pequena pausa.


- HUFFLEPUFF! – gritou o chapéu.


Cissa viu a mesa à sua direita bater palmas. Em seguida, Mary Cobb e Robert Crane foram seleccionados para os Ravenclaw. Melinda Daniels foi a primeira Gryffindor.


Já não faltava muita gente.


Eva Hardy juntou-se aos Slytherin e Joshua Forbes seguiu para os Hufflepuff. Dave Garrity seria o terceiro Ravenclaw, e por fim…


- Narcissa Jones!


Narcissa caminhou calmamente até ao banco, sentando-se e pondo o chapéu na cabeça. Num momento estava a ver os seus colegas e no momento seguinte o chapéu tinha-lhe escorregado até aos olhos. Riu.


- Hum… - disse uma vozinha ao seu ouvido. – Uma Barclay! Inteligente e ambiciosa, sem dúvida. Impulsiva, deixa-se levar pelas emoções. Um dom. Muita força de vontade. Onde te hei-de pôr? – Cissa sorriu.


- Uma Jones. – corrigiu-o . - E tudo menos Hufflepuff. – respondeu Cissa, olhando para a rapariga ruiva. Sentiu o chapéu gargalhar suavemente.


-Uma Jones. – repetiu o chapéu, como que pedindo desculpa. - Bom, se tens tanta certeza – Cissa riu. –, então " SLYTHERIN!"


Cissa tirou o chapéu, entregou-o à professora McGonagall, para depois se dirigir à sua mesa, que explodia em ovações. Ao invés de se sentar na ponta da mesa como todos os primeiranistas, Cissa seguiu calmamente até James, afastou um dos seus amigos e sentou-se a seu lado.


- Parabéns! – disse James.


- Ora, James, não é nada que não estivesses à espera. – James riu. Os seus amigos olhavam estupefactos para a morena que se sentara ali e falava com um rapaz dois anos mais velho sem qualquer cerimónia.


- Não devias estar lá na ponta com os primeiros anos? – Cissa riu.


- Até parece que não me conheces.


- Conheces? – perguntou um rapaz de cabelos negros, que estava sentado em frente a James. Foi Cissa que respondeu.


- É claro que sim. Há bastante tempo. – disse rindo.


- Edwin, Narcissa Jones. Narcissa, Edwin Fowles. Ele é outro dos chasers da nossa equipa. – apresentou James. Cissa sorriu.


- Olá, Fowles. Prazer em conhecer-te. – disse, estendendo uma mão que ele apertou suavemente.


- Narcissa. O prazer é todo meu. – Cissa ruborizou e largou a mão do rapaz. James pigarreou.


- Não devíamos estar a prestar atenção à selecção?


Cissa olhou para o banco. Erika Pratt acabava de se tornar Slytherin.


- Daphne Rosier! – chamou a professora McGonagall. O chapéu pensou durante um momento e gritou " SLYTHERIN!". Narcissa bateu palmas e viu a rapariga loira avançando sorridente em direcção à sua mesa.


- Adam Sanders! – um rapaz com cabelo dourado seguiu e sentou-se no banco. O chapéu gritou rapidamente "RAVENCLAW!"


Rapidamente Dennis Wallace estava nos Slytherin e a selecção tinha acabado. A professora McGonagall tinha pegado no chapéu seleccionador e levara-o para dentro. Cissa olhou para o seu prato vazio. Só agora percebia que estava esfomeada!


O Director, Albus Dumbledore, pusera-se de pé, sorrindo a todos os estudantes.


- Bem-vindos! Bem-vindos a um novo ano em Hogwarts! Tenho algumas coisas a dizer-vos a todos e como uma delas é bastante séria, acho melhor tratarmos já disso antes que vocês se deixem levar pelo nosso magnífico banquete…


" Como todos vocês devem saber, depois da busca no Expresso de Hogwarts, a nossa escola está a acolher alguns Dementors de Azkaban, que se encontram aqui por ordem do Ministério da Magia."


Hogwarts tinha Dementors a protege-la e o seu pai, funcionário do Ministério, esquecera-se de mencionar esse facto? Estranho, pensava Cissa.


- Eles estão colocados em todas as entradas dos campos e enquanto estiverem connosco, devo sublinhar que ninguém deverá sair da escola sem autorização. Os Dementors não se deixam enganar com truques e disfarces, nem mesmo com mantos de invisibilidade. Não está na natureza de um Dementor compreender justificações ou desculpas. Estou, portanto, a informar-vos, a todos e a cada um, que é melhor não lhes darem motivo para vos fazer mal. Chamo a atenção dos Prefeitos e dos dois novos Chefes de Turma para se assegurarem de que nenhum aluno tem problemas com os Dementors.


Narcissa não estava a compreender. Achava o Ministério que Sirius Black se iria dirigir para Hogwarts? A fim de quê? De matar Dumbledore? E como passaria ele pelos encantamentos do castelo? Era um pouco excessivo colocar aquelas horríveis criaturas em todas as entradas dos campos.


- Uma nota mais alegre – continuou Dumbledore. – Tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores que vêm juntar-se ao nosso grupo este ano.


" Primeiro, o Professor Lupin que aceitou amavelmente a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas."


Hogwarts aplaudiu pouco entusiasticamente. Lupin era um pouco mais andrajoso, comparado com os outros professores. Cissa olhou para eles. Parou num homem, vestido inteiramente de preto, cabelo negro escorrido e nariz adunco. Era Snape! Ouvira o irmão queixar-se dele várias vezes. Snape olhava para Lupin cheio de ódio.


- Em segundo lugar – prosseguiu Dumbledore. -, devo comunicar-vos com pesar que o mestre Kettleburn, o nosso professor de Cuidados com as Criaturas Mágicas, se reformou no final do ano passado, a fim de poder usufruir tranquilamente dos seus últimos anos de vida. Tenho, contudo, o grande prazer de vos informar que o seu lugar será ocupado por Rubeus Hagrid que aceitou acumular este lugar docente com as suas funções de guarda dos campos.


Cissa foi uma das poucas Slytherin que bateram palmas ao ouvir esta notícia. Pelo contrário, a mesa dos Gryffindor explodia em aplausos.


- Bem, penso que referi tudo o que era importante. – disse Dumbledore. – Vamos dar início ao festim.


Os pratos dourados e as taças à frente dos alunos ficaram subitamente cheios de comida e bebidas. Cissa serviu-se de tudo um pouco, esfomeada. Conversou bastante com James e Fowles sobre o ano que se seguia, em que James iria começar Runas Antigas e Fowles tentaria passar a Poções. Quando o banquete acabou, despediu-se de ambos e seguiu os primeiranistas para fora do salão, conduzidos pelos Prefeitos da sua equipa. Ao chegar à porta da Sala Comum dos Slytherin, nas masmorras, os Prefeitos chamaram os alunos um a um, de modo a verificar se não faltava ninguém. Após alguns minutos já só restava Narcissa e Wallace. O Prefeito chamou o rapaz e fechou a porta atrás dele, dirigindo-se depois a Narcissa.


- O professor Dumbledore quer falar contigo. Vou levar-te até ele.


Cissa não respondeu, limitando-se a seguir o rapaz. Voltaram a subir e encontravam-se de novo no saguão da entrada. Subiram as escadas, esperando pacientemente que elas estivessem no lugar que pretendiam. Chegados ao 5º andar, seguiram por um largo corredor, que acabava numa porta com duas gárgulas a guardá-la.


- Sherbert Lemon. – Disse o Prefeito. As gárgulas afastaram-se. – Sobe. Eu fico à tua espera para te indicar o caminho de volta. – Cissa sorriu.


- Obrigada.


Avançou para as escadas e subiu. Bateu suavemente à porta. "Entre!", ecoou a voz do professor Dumbledore. Narcissa abriu a porta e entrou suavemente.


Dumbledore encontrava-se de pé, afagando as penas de uma Fénix. Cissa não pôde deixar de ficar espantada. Aquela criatura era lindíssima! Olhou para Dumbledore em busca de aprovação e ele concedeu-a. Cissa aproximou-se da Fénix e do professor e olhou atentamente. A Fénix aproximou o seu bico do nariz de Narcissa e piou. Cissa sorriu.


- É linda. – disse, olhando para Dumbledore, que se encontrava sentado na sua cadeira atrás da secretária. Dumbledore sorriu por detrás dos seus óculos de meia-lua.


- Gostou de ti. – Cissa avançou para a cadeira em frente a Dumbledore e sentou-se. – Fawkes sabe que és especial.


Cissa desviou o olhar para Fawkes. Claro que era sobre isso que Dumbledore queria falar com ela. Que mais poderia ser? Dar as boas vindas? Suspirou.


- Professor, eu sei porque é que me chamou aqui. Não tem de se preocupar, eu estou habituada a manter o meu Dom em segredo. Usar uma varinha não é problema. – Dumbledore sorriu.


- Não estou preocupado. Quero apenas saber uma ou duas coisas sobre ti. Achas que me podes elucidar?


- Penso que sim.


- Ora muito bem. Fala-me do teu Dom. – Cissa sorriu. Ele já sabia tudo sobre o seu Dom. Talvez até soubesse coisas que Cissa não sabia. Ainda assim, respondeu-lhe.


- Eu tenho o Dom de Victoria. Herdei-o da minha avó Cecília. – Fez uma pequena pausa, não sabendo ao certo o que dizer.


- Continua, por favor. – pediu Dumbledore, sorrindo suavemente.


- Bom, desde pequena que aprendi a lidar com ele e acho que o faço bastante bem. Como deve saber, professor, consigo ler os pensamentos das outras pessoas. – Dumbledore olhou para ela por cima dos seus óculos. – Nunca tentei ler os seus, professor! – acrescentou rapidamente. Dumbledore sorriu.


- É claro que não. – disse Dumbledore, amavelmente.


- Para o fazer, preciso de olhar a pessoa em questão nos olhos. É por isso que é tão fácil para mim controlar o Dom. Não há muitas pessoas que sejam capazes de olhar os outros nos olhos. – Fez uma pequena pausa. - Outra das minhas…características, é que não necessito de uma varinha para realizar feitiços. Qualquer feitiço. Nenhum feiticeiro precisa, é apenas um meio de canalizar o seu poder, mas a maior parte faz uso de uma. Também não me é necessário pronunciar a palavra, por exemplo, 'Alohomorra', mas faço-o na maior parte das vezes. Faz parte, tenho de manter o segredo. – rematou.


- Podes demonstrar? – perguntou Dumbledore. Cissa hesitou.


- Que quer que faça, professor?


- Os globos. – disse simplesmente Dumbledore. Cissa olhou em volta e viu imensos globos espalhados por toda a sala. Olhou para eles, pronunciou o desejo mentalmente, e eles ficaram a pairar por cima da secretária de Dumbledore. Olhou para o professor, que olhava para os globos.


- Hum. E algo mais complexo?


Cissa rapidamente, e ainda olhando para o professor, pôs os globos a girar de forma a que se assemelhassem ao sistema solar. Dumbledore sorriu e olhou-a de volta.


- E é só, professor. A minha avó diz que ainda tenho mais poderes a desenvolver, mas que irei descobrindo com o tempo.


- Tenho apenas mais uma pergunta. A tua irmã possui o mesmo Dom que tu? – Cissa abanou a cabeça.


- Não, professor. É passado apenas à primeira rapariga a nascer. Tenho um irmão mais velho, mas como é rapaz, não possui o Dom. – Dumbledore assentiu.


- Muito bem. Obrigado, Narcissa. Podes regressar à tua sala comum.


- Boa noite, professor.


Cissa saiu e fechou a porta atrás de si. Desceu as escadas rapidamente e encontrou o Prefeito à sua espera.


- Desculpa a demora. – disse, educada.


- Tudo bem. – respondeu ele com indiferença.


Seguiu-o de volta às masmorras. O caminho não era longo e Cissa tinha a certeza de que já o decorara. Quando chegaram ao saguão da entrada, o Prefeito falou.


- Como tiveste de ir falar com Dumbledore, já não ficaste numa das camaratas normais de 5 raparigas, estão todas ocupadas. Vais ficar num quarto parecido com o dos Prefeitos. Está situado no mesmo sítio das camaratas, do lado dos rapazes, mas entra-se de maneira diferente.


'Fantástico', pensava Narcissa. 'Mais deslocada era impossível'. Continuou a seguir o Prefeito até pararem junto à entrada da sala comum. Estava pejada de caveiras a luz que os envolvia era esverdeada. Seria devido às cores da equipa?


- Sangue puro. – disse o Prefeito. – Esta é a senha que tens de usar para entrar na sala comum. Quando é modificada, os Prefeitos avisam os alunos e estes passam mensagem. Entendido?


Cissa assentiu e seguiu-o para o interior da sala. Os seus colegas encontravam-se lá, conversando, convivendo. O rapaz conduziu Cissa às escadas que davam acesso às camaratas dos rapazes. Subiram-nas e seguiram aquele corredor até ao fim. Do lado esquerdo, encontrava-se uma pequena tapeçaria. Ele apressou-se a explicar.


- Por detrás desta tapeçaria encontra-se o teu quarto. É um antigo quarto de Prefeitos que normalmente é usado nestes casos. Não é comum sobrar apenas uma pessoa – 'Sobrar? Que bonita escolha de palavra', pensou Cissa. -, e portanto, terás de ficar sozinha. Tal como as camaratas, tem palavra passe. Eu tenho uma para que possas entrar agora mas, assim que o fizeres, essa palavra passe deixa de ter efeito. Não terás outra. – Cissa olhou-o confusa.


- O quê? Então como é que é suposto eu entrar no quarto todos os dias? – ele encolheu os ombros.


- O professor Dumbledore disse que saberias como o fazer. Finalmente, este quarto, por ter sido de Prefeitos – disse ele com algum orgulho. -, tem uma magia especial. Ninguém pode aqui entrar sem ser convidado, mesmo que saiba o que fazer para entrar. Compreendeste tudo?


- Penso que sim. Mas tenho uma dúvida: isso de não poder entrar sem ser convidado não acontece com as camaratas normais, pois não?


- Não. As camaratas normais tem a palavra passe que os seus habitantes definem no inicio do ano e que podem mudar quando quiserem, desde que seja do conhecimento de todos eles. Se souberes a palavra passe de uma camarata podes entrar nela, mesmo que não habites lá. Esclarecida? – Cissa sorriu.


- Esclarecida, obrigada. Vamos a isto? – perguntou. Ele assentiu.


- Prefecto. – disse. A tapeçaria deu lugar a uma porta que Narcissa abriu devagar.


- Não te esqueças de que esta palavra passe deixa de ter efeito quando entrares no quarto. Espero que saibas ao que Dumbledore se refere quando diz que sabes como entrar. – Cissa olhou-o.


- Não me esqueço. E não te preocupes, acho que sei o que ele queria dizer. Obrigada por tudo.


O Prefeito assentiu e afastou-se, rumo às escadas. Cissa entrou no quarto e fechou a porta atrás de si. Era enorme. No centro, tinha uma enorme cama de casal, coberta por uma colcha verde e prata, com duas mesas-de-cabeceira, uma de cada lado. Cissa sentou-se na cama, de modo a ver melhor o quarto. Do seu lado esquerdo encontrava-se um grande roupeiro e uma outra cama, desta vez de solteiro, com a respectiva cómoda. À frente da cama, encontrava-se a lareira, naquela altura apagada. Do lado esquerdo da lareira, uma porta dava entrada para a casa de banho. Decidiu que iria explorá-la depois. Do lado direito da cama encontrava-se uma secretária, perto de uma enorme janela com um parapeito suficientemente grande para que Cissa se sentasse lá. Foi o que fez. Ao olhar pela janela, verificou que estava debaixo do lago que tinha visto mais cedo. Então era por isso que a luz era esverdeada! Saltou dali e foi espreitar a casa de banho. Era também bastante grande. Para além da pia e do bidé, tinha duas boxes de duche, dois lavatórios e dois pequenos armários por cima destes. 'Este quarto está feito para duas pessoas', pensou. Ao voltar ao seu quarto, viu o seu malão aos pés da cama. Pegou nele e começou a arrumar tudo no devido lugar. Quando acabou, viu que já passava da meia-noite. Trocou de roupa e deitou-se, respirando fundo. 'O que esperar do amanhã?'. Fechou os olhos: pensou na madrasta má, no rei distraído, na fada madrinha e na princesa estóica que deixara para trás, e não pode deixar de sorrir ao constatar que, mesmo sem eles ali…


Se sentia em casa, no seu próprio conto de fadas.






N/A: É grande, eu sei :o mas achei que fazia mais sentido assim.

Anyways, keep reading (:

Lots of lovee,
~ Nalamin



Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin

Chapter 2:
To Hogwarts, off she goes!

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