QUATORZE
Quatorze
Certo. Não conte a ninguém. Não conte a ninguém.
Não conte a ninguém que você saiu com Harry Potter ontem à noite.
Quero dizer, não que eu esteja exatamente planejando contar a alguém. Mas quando chego ao trabalho no dia seguinte, me sinto quase convencida de que vou acabar abrindo o bico por engano.
Ou que alguém vai adivinhar. Puxa, certamente deve estar óbvio na minha cara. Nas minhas roupas. No modo como estou andando. Sinto-me como se tudo o que eu fizesse gritasse: “Ei, adivinha o que eu fiz ontem à noite?”
- Oi – diz Padma enquanto preparo uma xícara de café. – Como vai?
- Bem, obrigada! – respondo dando um pulo cheio de culpa. – Eu só tive uma noite calma. Só... calma! Com minha colega de apartamento. Nós assistimos a três vídeos. Uma Linda Mulher, Um Lugar Chamado Notting Hill e Quatro Casamentos. Só nós duas, mais ninguém.
- Certo – diz Padma, parecendo meio curiosa. – Que bom!
Ah meu Deus. Estou perdendo o controle. Todo mundo sabe que é assim que os criminosos são apanhados. Eles acrescentam detalhes demais e acabam tropeçando.
Certo. Chega de abrir a boca. Só dê respostas monossilábicas.
- Oi – diz Pansy quando me sento à mesa.
- Oi – respondo, obrigando-me a não acrescentar mais nada. Nem mesmo que tipo de pizza Ginny e eu pedimos, mesmo eu tendo pronta toda uma história sobre como a pizzaria achou que a gente tinha dito pimentão verde em vez de pepperoni, ha ha, que confusão.
Nesta manhã eu devo arquivar umas coisas, mas em vez disso me vejo pegando um pedaço de papel e começando uma lista de possíveis locais aonde posso levar Harry esta noite.
1. Pub. Não. Chato demais.
2. Cinema. Não. Muito tempo sentados sem conversar
3. Patinação no gelo. Não faço idéia de por que coloquei isso, já que nem sei patinar. Só que tinha no Splash, uma sereia em minha vida.
4. Meu Deus, já estou sem idéias. Não é uma merda? Olho o papel sem enxergar direito, meio me ligando nas conversas ao redor.
- ...trabalhando num projeto secreto, ou será apenas um boato?
- ...empresa numa nova direção, mas ninguém sabe exatamente o que ele...
- ...é esse tal de Neville, afinal? Puxa, que função ele tem?
- Ele está com Harry, não está? – diz Amy, que trabalha nas finanças mas é a fim de Zach, por isso vive arranjando desculpas para vir à nossa sala. – Ele é amante de Harry.
- O quê? – empertigo-me rápido e quebro a ponta do lápis. Felizmente todo mundo está ocupado demais fofocando para notar.
Harry gay? Harry gay?
Por isso ele não me deu um beijo de boa-noite. Ele só quer ser meu amigo. Ele vai me apresentar ao Neville e eu terei de fingir que está tudo bem, como se eu soubesse o tempo todo...
- Harry Potter é gay? – está dizendo Padma, atônita.
- Eu só presumi. – Amy dá de ombros. – Ele parece gay, você não acha?
- Na verdade, não – Padma franze o rosto. – Não é bem arrumado.
- Eu não acho que ele parece gay! – exclamo, tentando parecer tranqüila e só meio que vagamente interessada.
- Ele não é gay – cantarola Pansy com autoridade. – Eu li um antigo perfil sobre ele na Newsweek, e ele estava namorando a presidente da Origin Software. E dizia que antes disso saía com uma super modelo.
Um gigantesco jorro de alívio me atravessa.
Eu sabia que ele não era gay. Óbvio, eu sabia que ele não era gay.
Honestamente, será que essa gente não tem nada melhor a fazer do que ficar com especulações estúpidas e insensatas sobre pessoas que elas não conhecem?
- Então Harry está namorando alguém atualmente?
- Quem sabe?
- Ele é bem sensual, não acham? – comenta Padma com um riso maldoso. – Eu não me incomodaria nem um pouco.
- É, certo. – diz Zach. – Você não se incomodaria com o jato particular dele, também.
- Parece que ele não tem um relacionamento desde que Ronald Weasley morreu – conta Pansy em tom cortante. – Portanto duvido que você tenha muita chance.
- Azar, Padma. – graceja Zach.
Estou me sentindo pouco à vontade ouvindo isso. Talvez devesse sair da sala até eles terminarem. Mas talvez isso atraísse atenção para mim.
Só por um instante me pego imaginando o que aconteceria se eu me levantasse e dissesse: “Na verdade eu jantei com Harry Potter ontem à noite”. Todos iriam olhar para mim, pasmos, e talvez alguém ficasse boquiaberto, e...
Ah, quem eu estou querendo enganar? Eles nem acreditariam, não é? Diriam que eu estou tendo alucinações.
- Oi, Draco – ouço a voz de Padma, interrompendo meus pensamentos.
Draco? Minha cabeça se levanta numa ligeira consternação. E ali está ele, sem aviso. Aproximando-se da minha mesa com um olhar ferido.
O que está fazendo aqui?
Será que descobriu sobre mim e Harry?
Meu coração começa a bater com força e eu empurro nervosamente o cabelo para trás. Eu o vi umas três vezes no prédio, mas este é o nosso primeiro momento cara a cara, desde que rompemos.
- Oi – diz ele.
- Oi – respondo sem jeito, e há um silêncio.
De repente percebo a lista inacabada de locais para o encontro, num lugar proeminente da minha mesa. Merda. Do modo mais casual possível estendo a mão para ela, amasso e jogo na lixeira.
Todas as fofocas sobre Neville e Harry se desfizeram. Sei que todo mundo na sala está prestando atenção em nós, mesmo que finjam estar fazendo outra coisa. É como se a gente fosse a novela interna da empresa.
E eu sei qual é meu personagem. Sou a vaca sem coração que chutou sem motivo seu homem amoroso e decente.
Ah, meu Deus. O fato é que realmente me sinto culpada, realmente. Cada vez que vejo Draco, ou que ao menos penso nele, tenho uma sensação horrível de aperto no peito. Mas será que ele precisa ficar com essa expressão de dignidade ferida? Um ar de “você me feriu mortalmente, mas eu sou uma pessoa tão boa que perdôo”.
Sinto a culpa recuando e uma irritação se aproximando.
- Eu só vim – diz Draco finalmente – porque inscrevi nós dois para trabalharmos juntos na barraca de ponche no Dia da Família na Empresa. Claro que, quando fiz isso, eu achei que a gente... – Ele pára, mais ferido do que nunca. – Tudo bem. Mas não me incomodo de ir em frente com isso. Se você não se incomodar.
Não sou eu que vou dizer que não suporto ficar perto dele por meia hora.
- Eu não me incomodo! – respondo.
- Ótimo.
- Ótimo.
Há outra pausa incômoda.
- A propósito, eu achei sua camisa azul – comento, dando ligeiramente de ombros. – Vou trazer.
- Obrigado. Acho que eu estou com umas coisas suas também...
- Ei – exclama Zach vindo até nós com uma expressão maldosa, de olhos brilhantes, tipo “vamos remexer na merda”. – Eu vi você com alguém ontem à noite.
Meu coração dá uma cambalhota gigantesca, aterrorizada. Porra! Porra porra certo... certo... tudo bem. Ele não está olhando para mim. Está olhando para Draco.
Com quem, diabos, Draco estava?
- Era só uma amiga – Draco está rígido.
- Tem certeza? – insiste Zach. – Vocês pareciam muito amigáveis.
- Cala a boca, Zach. – pede Draco, parecendo dolorido. – É cedo demais para pensar em... ir em frente. Não é, Hermione?
- Hrm... é. – Engulo em seco várias vezes. – Sem dúvida. Óbvio.
Ah meu Deus.
Tudo bem. Não faz mal. Não vou me preocupar com Draco. Tenho um encontro importante em que pensar. E graças a Deus, no fim do dia, finalmente encontrei o lugar perfeito. Na verdade estou espantada por não ter pensado antes! Só há um probleminha – mas eu vou superar com facilidade.
Sem dúvida, só levo cerca de meia hora para persuadir Ginny de que quando eles diziam nas regras que “Em nenhuma circunstância a chave deve ser transferida para quem não for sócio”, não estavam falando sério. Finalmente ela enfia a mão na bolsa e me entrega, com uma expressão ansiosa.
- Não perca!
- Não vou perder! Obrigada, Gin. – Dou-lhe um abraço. – Garanto que farei o mesmo por você, quando eu for sócia de um clube privativo.
- Você se lembra da senha, não lembra?
- Sim. Alexander.
- Aonde vocês vão? – quer saber Cho, entrando no meu quarto toda arrumada para sair. Ela me dá um olhar crítico. – Bela blusa. De onde é?
- Oxfam. Quero dizer, Whistles.
Decidi que esta noite nem vou tentar pegar nada emprestado de Cho. Vou usar só roupas minhas, e se Harry não gostar, dane-se.
- Eu estava querendo perguntar – Cho estreita os olhos. – Vocês duas não entraram no meu quarto ontem à noite, entraram?
- Não – diz Ginny inocentemente. – Por quê, pareceu que a gente entrou?
Cho ficou fora até as três, e quando voltou tudo estava de volta no lugar. Até as fitas adesivas. Nós não poderíamos ter sido mais cuidadosas.
- Não – admite ela com relutância. – Nada estava fora do lugar. Mas eu só tive uma sensação. Como se alguém tivesse entrado.
- Você deixou a janela aberta? – sugere Ginny. – Porque eu li uma matéria recentemente sobre como estão mandando macacos entrar nas casas para roubar coisas.
- Macacos? – Cho a encara.
- Parece que sim. Eles são treinados.
Cho olha perplexa de Ginny para mim, e eu me obrigo a fazer uma cara normal.
- Por sinal – digo rapidamente, para mudar de assunto. – Talvez você queira saber que estava errada com relação ao Harry. Eu vou sair com ele de novo esta noite. Não foi um encontro desastroso!
Não há necessidade de acrescentar o pequeno detalhe de que tivemos uma briga horrorosa e que ele teve de me seguir até o ponto de ônibus. Porque o fato é que vamos ter um segundo encontro.
- Eu não estava errada – defende-se Cho. – Espere só. Eu prevejo o desastre.
Faço uma careta pelas costas dela quando ela sai e começo a passar o rímel.
- Que horas são? – pergunto, franzindo a testa quando borro a pálpebra.
- Dez para as oito – responde Ginny. – Como vocês vão chegar lá?
- De táxi.
De repente a campainha toca, e nós duas levantamos a cabeça.
- Ele chegou cedo – comenta Ginny. – Isso é meio esquisito.
- Ele não pode ter chegado cedo! – Corremos para a sala, e Ginny chega à janela primeiro.
- Ah meu Deus – exclama ela, olhando a rua abaixo. – É Draco.
- Draco? – encaro-a horrorizada. – Draco está aquí?
- Está segurando uma caixa. Deixo entrar?
- Não! Finja que a gente não está em casa.
- Tarde demais – Ginny faz uma careta. – Desculpe. Ele me viu.
A campainha toca de novo, e nós duas nos olhamos desamparadas.
- Ok – digo finalmente. – Eu vou descer.
Merda merda merda...
Desço correndo e abro a porta sem fôlego. E ali, parado na soleira, está Draco, com a mesma expressão martirizada do escritório.
- Oi. Aqui estão as coisas de que eu falei. Achei que você poderia precisar.
- Hmm, obrigada – digo pegando a caixa, que parece conter um frasco de xampu L’Oréal e um pulôver que eu nunca vi na vida. – Eu ainda não separei suas coisas. Eu levo para o escritório, certo?
Largo a caixa na escada e me viro rápido antes que Draco ache que estou convidando-o.
- Então, é, obrigada – digo. – Foi muita gentileza sua.
- Tudo bem. – Draco dá um suspiro pesado. – Hermione... eu pensei que talvez a gente pudesse usar isso como uma oportunidade para conversar. Talvez tomar uma bebida, ou até jantar.
- Nossa – digo animada. – Eu adoraria. De verdade. Mas, para ser honesta, agora não posso.
- Você vai sair? – a cara dele murcha.
- Ah, vou. Com Ginny. – Olho disfarçadamente para o relógio. São seis para as oito. – Bom, eu vejo você logo. Você sabe, no escritório...
- Por que você está tão agitada? – Draco está me encarando.
- Eu não estou agitada! – Eu me encosto casualmente no portal.
- O que há de errado? – Seus olhos se estreitam cheios de suspeita, e ele olha para o corredor atrás de mim. – Tem alguma coisa acontecendo?
- Draco. – Ponho a mão em seu braço, tranqüilizando-o. – Não está acontecendo nada. Você está imaginando coisas.
Nesse momento Ginny aparece na porta atrás de mim.
- Ah, Hermione, tem um telefonema urgente para você – exclama ela numa voz realmente alterada. – É melhor você vir agora... Ah, olá, Draco!
Infelizmente Ginny é a pior mentirosa do mundo.
- Vocês estão tentando se livrar de mim! – Draco olha perplexo para nós duas.
- Não estamos não! – Ginny está totalmente vermelha.
- Espera aí – diz Draco subitamente, olhando minha roupa. – Espera um minuto. Eu não... você vai... ter um encontro?
Minha mente trabalha depressa. Se eu negar, provavelmente vamos entrar numa briga gigantesca. Mas, se eu admitir a verdade, talvez ele nos siga.
- Você está certo – revelo. – Eu tenho um encontro.
Há um silêncio chocado.
- Não acredito – murmura Draco, balançando a cabeça. É, para minha consternação, ele se senta pesado no muro do jardim. Olho o relógio. Três minutos para as oito. Merda!
- Draco...
- Você me disse que não havia ninguém! Você prometeu, Hermione!
- Não havia! Mas... agora há. E ele vai chegar logo... Draco, você realmente não vai querer entrar nessa. – Pego seu braço e o levanto, mas ele pesa uns oitenta quilos. – Draco, por favor. Não torne isso mais doloroso para todo mundo.
- Acho que você está certa. – Finalmente Draco se levanta. – Eu vou.
Ele anda até o portão, com as costas curvadas pela derrota, e eu sinto uma pontada de culpa, misturada com um desejo urgente de que ele corra. Então, para meu horror, ele se vira de novo.
- E quem é?
- É... uma pessoa que você não conhece – respondo cruzando os dedos às costas. – Olha, um dia desses a gente almoça e conversa. Ou alguma coisa assim, eu prometo.
- Certo. – Draco parece mais ferido do que nunca. – Ótimo. Captei a mensagem.
Quando ele finalmente vira a esquina, o carro prateado de Harry aparece na outra ponta da rua.
- Ah meu Deus – desespera-se Ginny, olhando-o.
- Não! – Sento-me no muro de pedras. – Ginny, eu não agüento isso.
Estou trêmula. Preciso de uma bebida. E só coloquei rímel num dos cílios, percebo de repente.
O carro prateado pára em frente da casa, e o mesmo motorista uniformizado de antes desce. Ele abre a porta do carona e Harry sai.
- Oi! – exclama, pasmo em me ver. – Estou atrasado?
- Não! Eu só estava... é... aqui sentada. Você sabe. Apreciando a vista. – Faço um gesto em direção à rua, onde noto pela primeira vez que um homem com a barriga enorme está trocando o pneu de sua Caravan. – Pois é! – Eu me levanto depressa. – Na verdade eu não estou totalmente pronta. Quer subir um minuto?
- Claro – Harry sorri. – Seria ótimo.
- E mande o seu carro embora – acrescento. – Você não deveria vir com ele.
- Você não deveria estar sentada do lado de fora de casa, para me surpreender – responde Harry com um sorriso. – Certo, Daniel, por hoje chega. – Ele assente para o motorista. – De agora em diante estou nas mãos desta dama.
- Esta é Ginny, minha colega de apartamento – apresento quando o motorista volta ao carro. – Ginny, Harry.
- Oi – diz Ginny, com um riso sem jeito, enquanto os dois se apertam as mãos.
Enquanto subimos a escada até o apartamento, percebo de repente como ela é estreita, e como a pintura creme das paredes está velha, e o tapete cheira a repolho. Harry deve morar numa mansão enorme e grandiosa, com escada de mármore ou sei lá o quê.
Mas e daí? Nem todo mundo pode ter mármore.
Além do mais, a escada deve ser um horror. Toda fria e incômoda. A gente deve tropeçar nela o tempo todo, e o mármore deve lascar com facilidade...
- Hermione, se você quiser terminar de se arrumar, eu preparo uma bebida para o Harry – oferece Ginny, com um sorriso que diz: “Ele é legal!”
- Obrigada – respondo lançando um olhar de “não é?”. Entro correndo no quarto e começo a aplicar depressa o rímel no outro olho.
Alguns instantes depois há uma batidinha na minha porta.
- Oi! – digo, esperando que seja Ginny. Mas Harry entra, segurando uma taça de licor de xerez.
- Ah, obrigada! Eu estava precisando mesmo de uma bebida.
- Não vou entrar – diz ele educadamente.
- Não, tudo bem. Sente-se!
Sinalizo para a cama, mas ela está coberta de roupas. E a banqueta da penteadeira está com uma pilha de revistas. Droga, eu deveria ter arrumado um pouquinho.
- Vou ficar de pé – diz Harry com um sorrisinho. Ele toma um gole de algo que parece uísque e olha meu quarto, fascinado. – Então este é seu quarto. Seu mundo.
- É. – Fico ligeiramente ruborizada, desatarraxando o brilho labial. – Está meio bagunçado.
- É muito legal. Muito aconchegante. – Posso vê-lo notando os sapatos empilhados no canto, o móbile de peixes suspenso na luminária, o espelho com colares pendurados na borda e uma saia nova pendurada na porta do armário.
- Pesquisa do câncer? – diz ele perplexo, olhando a etiqueta. – O que isso...
- É uma loja – respondo em tom meio desafiador. – Uma loja de roupas de segunda mão.
- Ah. – Ele assente, numa compreensão tácita. – Bela colcha – acrescenta sorrindo.
- Ela é irônica – respondo depressa. – É uma declaração irônica.
Meu Deus, que embaraçoso. Eu deveria ter trocado a colcha.
Agora Harry está olhando incrédulo para a gaveta aberta da penteadeira, atulhada de maquiagem.
- Quantos batons você tem?
- É... alguns – digo fechando-a depressa.
Talvez não tenha sido uma idéia tão fantástica deixar Harry entrar aqui. Ele está pegando minhas vitaminas Perfect e examinando. Puxa, o que há de tão interessante em vitaminas? Agora está olhando o cinto de crochê de Luna.
- O que é isso? Uma cobra?
- É um cinto – digo franzindo o rosto enquanto coloco um brinco. – Eu sei. É horroroso. Não suporto crochê.
Onde está o outro brinco? Onde?
Certo, certo, está aqui. Agora o que Harry está fazendo?
Viro-me e o vejo olhando fascinado para minha tabela de exercícios, que coloquei ali em janeiro depois de ter passado o Natal inteiro comendo Quality Street.
- Segunda, 7 da manhã – ele lê em voz alta. – Corrida rápida no quarteirão. Quarenta abdominais. Hora do almoço: aula de yoga. Tarde: fita de Pilates. Sessenta abdominais. – Ele toma um gole de uísque. – Muito impressionante. Você faz tudo isso?
- Bem – digo depois de uma pausa. – Não consigo exatamente fazer todos... quero dizer, eu fui muito ambiciosa... você sabe... é... pois é! – Rapidamente me borrifo com perfume. – Vamos!
Tenho de tirá-lo daqui rapidamente, antes que ele faça alguma coisa tipo ver um absorvente interno e perguntar o que é. Puxa, honestamente! Por que, diabos, ele é tão interessado em tudo?
N/A: Demoraram pra chegar os 5 comentários, hein? Mas como o prometido, tá aí o capítulo 14! Sei que tinha falado inicialmente que postaria 2 capítulos por final de semana, então na sequência, tem capítulo 15! E adaptação nova começando hoje também! Espero que gostem!
Beijos!
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