Felicidade
Era uma linda manhã de inicio de setembro, logo chegaria a primavera, por isso as árvores em Londres estavam totalmente floridas. Três pessoas saiam de dentro de um cartório bastante animadas.
- Não acredito que conseguimos fazer uma separação e um casamento! – o ruivo parecia ainda não acreditar – Tudo no mesmo dia e nessa mesma ordem.
- Acho que o juiz não gostou muito disso! – foi a vez de Hermione falar – Vocês viram a cara que ele fez.
- É porque não é normal a mulher se dar bem com o ex-marido e com a nova esposa dele – a outra mulher ainda mantinha o olhar sonhador fixo em seu anel, não conseguia acreditar que estava casada – As pessoas não estão acostumadas com o diferente.
Eles riram divertidamente durante alguns minutos, até que Rony olhou para o relógio de pulso um pouco assustado.
- Meu Merlim! – exclamou – Nosso avião sai em meia hora, não vai dar tempo de chegarmos ao aeroporto.
- Vamos aparatando meu amor! – a loira chegou perto do marido e o abraçou – Foi por isso que mandamos as malas para serem postas no avião antes de virmos para cá.
- Está bem! – parecia ter se dado por vencido, embora ainda não parecesse muito convencido de que isso era o certo a se fazer.
- Acho que vou com vocês até lá – a morena disse enquanto começavam a caminhar até um lugar isolado – Assim me despeço direito de vocês.
- Apareceram a alguns metros do local em que queria chegar e foram andando pelo resto do caminho. Assim que colocaram os pés dentro do prédio, o vôo com destino à Austrália foi anunciado.
- Acho melhor nós irmos logo meu amor! – Rony disse segurando a mão da esposa – Se não perderemos o avião.
- Boa viagem para vocês! – Hermione abraçou os amigos de uma vez só – Vocês dois se amam, espero que vocês sejam muito felizes.
- Obrigado Mione! – tocou de leve no ombro dela – Tenho certeza de que você também vai ser muito feliz, ao lado do Harry.
- Sei que você só está dizendo isso para me alegrar – deu um sorriso triste – Já faz mais de um mês que você foi conversar com ele, e nada aconteceu.
- Tenho certeza de que logo vai acontecer alguma coisa – colocou uma mecha de cabelo da morena atrás da orelha – Ele vai aparecer na porta da sua casa com um buquê de rosas e vai pedir para você aceita-lo de volta.
- Espero que sim! – sorriu, mas já estava desacreditada de que uma coisa assim, pudesse acontecer.
- Vocês dois merecem isso! – passou delicadamente a mão pela barriga da amiga (que já estava ligeiramente grande) – E esse bebê também.
- Acho melhor vocês irem logo! – enxugou uma lágrima que escorria pela sua bochecha – Quando eu sai de casa, Julie me pediu para lembrar a vocês de comprar algum presente para ela lá na Austrália.
- Mas é claro que sim! – ele disse depois de rir ligeiramente – Eu nunca esqueceria de comprar um presente para minha princesinha.
Despediram-se antes do casal entrar na área de embarque. A outra mulher pegou um táxi para poder voltar para casa.
Harry estava em seu escritório no ministério da magia de Nova York. Aparentava estar lendo um pergaminho em sua mesa, mas, na verdade, sua cabeça estava em outro lugar, mais precisamente em uma certa morena que se encontrava em algum lugar na Inglaterra.
- Senhor Potter! – um homem abriu a porta do lugar de repente, assustando o moreno.
- O que houve senhor ministro? – perguntou rapidamente – Algum problema?
- Na verdade, tem sim! – explicou enquanto retirava uma folha de dentro de uma pasta – Esse relatório que o senhor me enviou, está totalmente errado. O que está acontecendo?
- Eu realmente não sei! – parecia um pouco envergonhado pelo que aconteceu – Eu devia estar com a cabeça em outro lugar quando fiz esse relatório, não costumo fazer isso.
- Se esse erro voltar a se repetir novamente, vou ser obrigado a pedir o seu afastamento – explicou bastante sério – Acho melhor o senhor tirar um descanso de uma semana, para poder esfriar a cabeça.
- Mas senhor Ministro! – disse um pouco alto demais – Estou aqui há pouco tempo, ainda não tive tempo de ficar estressado por causa do trabalho.
- Eu sei disso! – balançou a cabeça negativamente enquanto observava a expressão cansada do homem a sua frente – Talvez já tenha vindo assim lá da Inglaterra. Teve algum problema por lá.
- Acho que deve ter sido isso mesmo! – concordou – Passei por um tratamento de recuperação de magia que foi bastante cansativo.
- Pode ter sido isso mesmo! – caminhou em direção a porta – Pode arrumar as suas coisas e vá para casa, só volte dentro de uma semana e mais descansado.
Balançou a cabeça afirmativamente antes de ver seu chefe sair da sala. Suspirou pesadamente, nunca havia decepcionado em seu trabalho e sabia muito bem porque isso havia acontecido agora e não era cansaço.
- Mione! – disse bem baixinho enquanto olhava para o teto – Por que eu ainda te amo apesar de tudo?
Logo um mês se passou e as coisas estavam iguais para todos. Hermione saiu de dentro da cozinha com um balde de pipoca na mão, sentou-se no sofá ao lado da filha enquanto observava dois copos virem flutuando e pousando em cima da mesa.
- Já escolheu qual filme quer ver? – virou-se para a menina, que estava com uma pilha de DVD’s no colo.
- Sim! – pegou o filme e mostrou para a mãe.
- Esse sempre foi o seu favorito! – sorriu ao lembrar disso – É o único que você assiste.
- É que eu acho a história muito bonita! – parecia bastante empolgada – Quando o meu irmãozinho nascer, vou colocar esse filme para nós assistirmos juntos, ele vai adorar.
- Não tenho certeza se um seu irmãozinho vai gostar desse filme tanto quanto você – passou a mão pela sua barriga de quatro meses de gravidez – Mas você pode tentar, quem sabe ele gosta também – tentou retirar de sua cabeça a cena de duas crianças querendo ver o mesmo filme toda hora.
Colocou o filme dentro do aparelho e começaram a assistir. A mulher passou todo o tempo alisando os cabelos de Julie de modo que o perfume do shampoo ficasse espalhado por toda a sala. Agora que a menina estava morando junto com o pai, Hermione sentia muita falta dela, embora tivesse oportunidade de vê-la todos os dias depois que saia da pracinha e ia lanchar lá.
No momento em que o desenho acabou, a campainha tocou.
- Deve ser a Luna! – a morena se levantou para ir em direção a porta – Seu pai disse que ela vinha te buscar pois ele tinha uma reunião muito importante no ministério.
- Mas já está na hora de ir embora! – Julie ficou muito triste – Ainda está muito cedo!
- Já são quase seis horas! – apontou para p relógio que estava na estante em frente a elas – Você tem que ir logo para poder dormir cedo.
- Quando vou poder voltar a morar aqui? – perguntou com uma pontinha de esperança em sua voz – Adoro o meu pai e a tia Luna, mas sinto saudade de você, do Vovô e da Vovó.
- Assim que o seu irmãozinho estiver maior, vou procurar um apartamento para nós – explicou – Sei que seus avós dizem que não se importam que a gente fique aqui, mas sei que isso trás despesas para eles.
Nesse momento a campainha tocou novamente e ela foi, finalmente, atender.
- Oi Luna! – abraçou a amiga – Como você está?
- Estou ótima Mione! – tinha aquele olhar sonhador de sempre.
- Tia Luna! – a ruivinha foi andando até a recém-chegada para abraçá-la.
- Oi princesinha! – pegou a menina no colo para dar um beijo em sua testa – Vamos embora para casa, seu pai daqui a pouco vai chegar nos procurando por todos os lugares.
Julie riu, mas ainda parecia triste.
- Não se preocupe! – a outra mulher se aproximou da filha – Amanhã você vai voltar aqui, lembra que combinamos um almoço?
- É verdade! – sorriu em resposta – Tchau mãe, até amanhã!
Assim que elas foram embora, Hermione foi lavar a louça que haviam deixado suja do lanche e da pipoca que fizeram logo depois. Demorou menos de dez minutos nessa tarefa (manualmente, já que evitava usar magia na casa dos pais) então resolveu ir para o seu quarto descansar um pouco. Mas não pode fazer isso, pois a campainha tocou mais uma vez.
- Será que são elas? – pensou alto – Julie deve ter esquecido alguma coisa!
Caminhou até a porta, quando atendeu, teve uma grande surpresa.
- Harry! – olhou assustada para o moreno a sua frente, que trazia na mão um enorme buquê de rosas vermelhas – O que você está fazendo aqui?
- Será que eu posso entrar – viu que ela balançou a cabeça afirmativamente – Bem, são para você – entregou as flores para a mulher.
- Obrigada, elas são lindas – sorriu enquanto admirava o presente – Vou colocá-las em um caso. Pode sentar enquanto espera.
A morena pegou o vaso mais bonito para colocar aquelas rosas. O encheu de água e retornou para sala. Encontrou o homem sentado no sofá.
- Agora você pode falar o que veio fazer aqui! – tentou manter sua expressão séria, mas sabia que não tinha conseguido.
- Onde estão os seus pais? – perguntou casualmente.
- Tiveram uma emergência no consultório – explicou – Mas logo eles devem estar chegando.
- Então acho melhor ir direto ao assunto! – começou depois de algum tempo, como que tentando tomar coragem – Voltei para Londres, dessa vez para ficar.
- Pensei que estivesse totalmente decidido a ficar em Nova York! – na tirava a mão da sua barriga naquele momento, tinha que lembrar que qualquer coisa poderia fazer mal ao seu bebê.
- Pedi transferência! – explicou – Precisava voltar para cá, esse é o meu lugar.
- Que bom! – tentou parecer indiferente, mas, na realidade, estava pulando por dentro.
- Não quer saber porquê eu fiz isso? – viu que ela não fazia nenhum gesto naquele momento – Simplesmente porque não conseguia me concentrar no trabalho, minha cabeça estava em Londres, em você – se levantou e, em seguida se ajoelhou em frente à morena e segurou a sua mão – Desde que Rony foi conversar comigo, percebi que havia cometido um grande erro em te abandonar com esse bebê, embora não quisesse admitir isso naquele momento. Depois de ter sido afastado por uma semana tive que admitir que não conseguia viver sem você, então pedi a minha transferência logo depois que voltei ao trabalho, mas como essas coisa demoram um pouco, só consegui a autorização agora.
- Tudo isso por mim! – não conseguia deixar de sorrir – Não sabia que eu era tão importante assim para você.
Você é, sempre foi e sempre será! – tocou no rosto dela delicadamente – Já te perdi há dez anos e não posso deixar isso acontecer de novo - se levantou e a ajudou a fazer o mesmo – Você aceita se casar comigo para sermos uma família juntamente com o nosso filho?
- E a Julie? – perguntou – Gostaria muito que ela fosse morar com a gente e espero que você a aceite. A Julie também é uma parte da minha vida.
- Ficaria extremamente feliz se ela fosse morar com a gente – respondeu dando um beijo rápido na bochecha dela – E então, você aceita?
- É claro que sim! – foi tudo que ela disse – Tenho esperado por isso há dez anos, não vou desperdiçar agora.
Finalmente se beijaram. Foi bastante apaixonado, como ambos estavam precisando, só se separaram para buscar um pouco de ar.
- Acho que os meus pais vão ter uma enorme surpresa quando chegar! – Hermione comentou enquanto sentavam-se no sofá – Mas acho que eles vão gostar, dizia todos os dias que nós dois ainda íamos ser felizes.
- Então espero que eles cheguem logo – comentou enquanto passava a mão pela barriga da namorada – Assim contamos as novidades para eles.
Voltaram a se beijar e ficaram dessa maneira por mais algum tempo.
***
Epílogo em breve!
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