Sentimentos confusos
Um mês se passou desde que Harry foi embora e a vida na casa da família Weasley havia mudado completamente. Hermione passava a maior parte do dia trancada dentro do quarto, sua era desculpa de que estava muito enjoada e Julie estava bastante quieta preferindo ficar desenhar a ir ao parquinho, coisa que ela sempre gostou de fazer, até sua professora diz que ela está mudada.
Era sábado de manhã, em uma tentativa de animar as duas, Rony resolveu passar o dia na Toca. A garota adorou a idéia, mas a morena não quis ir.
Quando pai e filha chegaram ao local, foram recebidos pela senhora Weasley.
- Oi meus queridos, que vocês vieram – os abraçou – Estou me sentindo muito sozinha desde que o seu pai viajou em uma missão ela Ordem – explicou (a organização continua, agora ela procura pelos comensais que ainda estão soltos e atacando trouxas por todo o mundo) - Julie quer me ajudar a alimentar os animaizinhos?
- Claro! – respondeu enquanto estendia o braço para a avó e as duas deram a volta na casa.
O ruivo decidiu esperá-las na sala, quando chegou ao local ouviu passos vindos da escada, era sua irmã caçula com uma caixa nas mãos.
- Oi Rony! – disse sem largar o objeto – Mamãe me disse que você vinha, mas não imaginava que seria tão cedo.
- Achei melhor, assim podemos almoçar aqui – explicou – Onde você está indo.
- Terminando a minha mudança! – respondeu como se fosse obvio – Sabe que eu estou morando no apartamento do Nicolas há duas semanas, mas só agora tive tempo de vir aqui terminar de pegar as minhas coisas. O trabalho lá no St Mungus está muito cansativo.
- Eu imagino, acho que todos estamos trabalhando muito – sentou-se no sofá parecendo cansado – Espero que você e o Nicolas sejam muito felizes e que logo tenha um bebê novo na família.
A mulher sorriu e sentou-se ao lado do irmão.
- Vou te contar uma coisa que ainda é segredo – começou um pouco baixo – Nicolas me pediu em casamento – mostrou o anel com uma pequena pedra vermelha que estava em sua mão direita – Ainda não temos uma data específica, mas queremos que seja no fim desse ano.
- Que bom Gina! – a abraçou rapidamente – Quero ser o padrinho.
- Pode ter certeza de que você será – riu ao dizer isso – E eu quero ter filho logo, estou bem no emprego e posso parar de trabalhar por alguns meses. Além disso, ele já vai ter um primo da mesma idade para brincar.
Hermione vai ficar muito feliz em saber disso – ao lembrar-se da esposa ele ficou preocupado, ela estava enjoando muito, coisa que não havia acontecido na primeira gravidez.
- Acho melhor eu ir embora! – olhou para o relógio – Nicolas está me esperando, vamos até um shooping trouxa comprar móveis.
- Tenho certeza que quem vai ficar bastante feliz com esse casamento é o papai – comentou rindo – Ele vai ter um genro que é louco por trouxas igual a ele.
A ruiva riu rapidamente antes de sair do local.
Alguns minutos depois Julie aparece pulando, estava bem mais feliz agora. Em seguida, a matriarca da família também entra na casa.
- Acho que vou começar a preparar o almoço – pensou rapidamente – Quer que eu prepare alguma coisa em especial?
- Não! – disse depois de alguns minutos – Qualquer comida que a senhora prepare é muito boa.
- Está bem! – ficou ligeiramente vermelha com o elogio.
- Posso te ajudar vovó? – a menina perguntou – Eu sempre quis aprender a cozinhar.
- É claro que pode! – respondeu sorrindo – Vai ser muito bom ter uma ajudante.
As duas foram em direção a cozinha. Passaram-se alguns minutos e, de repente, a campainha tocou.
- Você pode abrir a porta para mim Rony? – a senhora Weasley gritou.
- Claro! – ele se levantou e caminhou em direção a porta.
Quando atendeu, tomou um grande susto ao encontrar Luna. Os dois ficaram se encarando sem dizer nenhuma palavra, é a primeira vez que se encontram desde e o beijo embaixo do prédio da loira e se sentem bastante constrangidos com isso.
- Quem é? – a dona da casa apareceu – Oi Luna! – a abraçou a mulher que ainda estava parada na porta – O que você veio fazer aqui?
- Estou com um livro da Gina que sempre esqueço de levar para ela no St Mungus – explicou mostrando o livro que estava em suas mãos – Como ela disse que iria vir aqui hoje, decidi aparecer para entregar para ela, já que é bem mais perto para mim.
- Eu sinto muito Luna, a Gina foi embora há algum tempo – contou – Mas eu posso mandar uma carta pedindo para ela passar aqui depois.
- Está bem! – entregou o objeto para a ruiva.
- Vou fazer isso agora! – foi caminhando em direção as escadas (sempre sendo seguida por Julie – Rony espero que você não se importe que o almoço pode demorar um pouco?
- É claro que eu não me importo! – respondeu antes de ver as duas sumindo no andar de cima.
O silêncio se seguiu por mais alguns minutos entre os dois adultos, a tensão entre eles era quase visível.
- E então – Luna disse por fim – Como estão as coisas entre você e a Mione?
- Bem! – parecia bem mais a vontade agora – Já soube que nós vamos ter outro bebê.
- Gina me contou – pareceu um pouco triste com isso – Parabéns! Acho que agora você não está mais desconfiado de que ela e o Harry tenham um caso.
- Não! – respondeu mesmo não tendo muita certeza de que estava falando.
- Mas sabe que se você precisar é só me chamar – começou enquanto caminhava em direção ao sofá – Sempre fico feliz em ajudar.
- Pode ter certeza de que eu vou fazer isso – sentou-se ao lado da amiga – Que tal nós almoçarmos juntos na segunda-feira, para podermos conversar um pouco.
- Ótima idéia! – sorriu ao responder – Minha hora de almoço começar meio dia.
- Está certo! – concordou – Passo lá no hospital para te pegar.
- Sabe Rony! – a loira estava muito vermelha nesse momento – Já tem um tempo que eu queria falar com você, sobre o beijo.
- Eu sinto muito Luna! – começou a falar – Eu não deveria ter te beijado, sou casado.
- Eu sei que foi errado – tinha um sorriso maroto nos lábios – Mas eu gostei muito, faria isso de novo.
- Sério! – ele não pode deixar de sorrir nesse momento.
Foram se aproximando um do outro lentamente, estavam tão próximos que podiam ouvir a respiração acelerada do outro. Seus lábios se tocaram lentamente, mas algo os atrapalhou.
- Prontinho! – a senhora Weasley disse quando estava chegando a sala, fazendo com que eles se separassem.
- Que ótimo! – Rony disse ligeiramente constrangido.
- Vovó! – a garotinha disse enquanto puxava a barra da saia da mulher – Vamos terminar de fazer o almoço?
- É claro, vamos sim! – pareceu se lembrar nesse momento – Luna querida, não quer ficar para almoçar.
- É claro senhora Weasley! – ela respondeu – Vou adorar.
Demorou um pouco para a comida ficar pronta. Cerca de uma hora depois estavam todos na mesa da cozinha. Assim que terminaram a comida se serviram da sobremesa: torta de abóbora.
- Pai, vamos para casa? – Julie pediu depois que voltaram para a sala e conversaram um pouco – A mamãe está lá sozinha.
- Você tem razão minha filha! – parecia ter lembrando de Hermione só naquele momento – Vamos embora sim.
- Acho que também já vou! – a loira falou - Tenho muita coisa para fazer em casa.
- Que uma carona? – Rony perguntou.
- Eu moro aqui perto, você sabe disso – apontou para a direção onde ficava a sua casa – Posso aparatar.
- O que acha de levarmos um pouco dessa comida para a mamãe? – a menina perguntou com a única intenção de atrapalhar a conversa – Está tudo tão bom, ela vai gostar.
- Ótima idéia queria! – a matriarca da família concordou – Vamos até lá preparar.
Ainda demorou cerca de dez minutos para saírem de lá levando várias coisas junto.
Durante aquela noite, o ruivo não conseguiu dormir direito. Estava bastante confuso, amava sua esposa há muitos anos (ou, pelo menos, pensava que sim), mas gostou muito dos beijos que havia trocado com a amiga, não sabia exatamente o que estava sentindo e tinha muito medo de descobrir. Quando se virou mais uma vez na cama, acabou acordando a morena.
- O que você tem Rony? – perguntou com a voz bastante sonolenta.
- Estou um pouco sem sono – respondeu – Mas não se preocupe comigo
- Está bem! – virou-se novamente – Boa noite!
- Mione! – disse fazendo olha-lo novamente – Eu te amo!
Ela sorriu e deu um selinho rápido em seus lábios antes de dormir novamente, ele fez o mesmo.
Como havia combinado, segunda-feira na hora do almoço Rony estava na recepção do St Mungus. A loira não demorou muito para aparecer.
- Você está linda!- ele disse ao reparar na blusa branca e na saia Jeans que ela usava.
- Obrigada! – corou com o elogio – Vamos?
- Claro! – segurou a mão da amiga enquanto saiam do hospital.
Foram para um restaurante trouxa que não ficava muito longe. Fizeram o pedido, que logo chegou.
- Sabe Rony! – a mulher começou amassava as batatas com o garfo – Tem uma coisa que eu quero te dizer a algum tempo e nunca tive coragem, mas acho que agora estou preparada para contar.
- O que é? – a olhou com bastante curiosidade – Estou ouvindo.
- Eu te amo! – resolveu contar de uma vez antes que perdesse a coragem – Durante Hogwarts sempre desconfiei que você era apaixonado pela Mione e nunca quis te contar. Depois que vocês dois se casaram, desisti de vez, mas ai você veio conversar comigo sobre as suas desconfianças e novamente tive esperança. Sei que vocês dois estão bem agora, mas eu não podia esconder isso por mais tempo.
Ele não disse nada, apenas se aproximou dela e a beijou profundamente.
- Fico feliz que você tenha me contado isso – falou depois que se separaram – Tenho certeza de que você ainda vai encontrar um cara que te faça muito feliz.
- Minha felicidade é ao seu lado! – o beijou novamente.
Continuaram a almoçar sem trocar mais nenhuma palavra. Quando saíram do restaurante, ficaram parados em frente à porta.
- Então é isso, acho melhor voltar para o ministério – deu um beijo rápido na bochecha da loira – A gente se fala depois.
- Espera! – segurou a mão do homem o impedindo de ir embora – Sabia que eu tenho duas horas de almoço? – sorriu ao final.
Rony nem teve tempo de pensar após isso, quando percebeu já estava sendo beijado. E esse foi bem diferente de todos os outros, tinha muito mais paixão.
Cerca de mais hora depois ele estava em uma cama de hotel com a amiga deitada em seu peito nu. Estava se sentindo duplamente culpado, por enganar Hermione e por estar iludindo a mulher que era apaixonada por ele desde a época da escola. Percebeu que ela se movimentava.
- Está na hora de voltarmos para nossos trabalhos – falou com bastante sedutora – Queria ficar aqui para sempre, mas não podemos.
O ruivo se levantou e começou a catar suas roupas no chão e vesti-las logo em seguida. Ela apenas o observava.
- Eu esperaria você se arrumar – explicou quando terminava de dar um nó em sua gravata – Mas estou cheio de trabalho e Lupin deve estar me procurando.
- Tudo bem! – respondeu – Mas não vai nem me dar um beijo de despedida.
Aproximou-se e deu um rápido selinho em seus lábios antes de sair apressadamente pela porta.
Durante o resto da tarde, não conseguiu se concentrar no trabalho. Sua cabeça doía muito e ainda não sabia como chegaria em casa e encararia a sua família.
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