A volta de Gina




Era um sábado de manhã, Rony estava jogando xadrez bruxo com a filha (e perdia, já que Julie havia herdado esse talento dele) e o amigo assistia. De repente, Hermione aparece totalmente arrumada para sair.


- Vocês ainda não estão prontos? – pergunta totalmente espantada.


- Para onde você quer levar a gente? – o ruivo não tira os olhos do tabuleiro, observando uma jogada que possa fazer.


- Já esqueceu! – ela colocou a mão na cintura e começou a bater um dos pés – A Gina chegou ontem à noite da França e a senhora Weasley vai fazer um almoço de boas vindas na Toca.


- Esqueci completamente disso! – bateu a mão na testa – Então espera a gente terminar esse jogo.


- Não precisa mais esperar Papai! – a menina diz com um sorriso vitorioso nos lábios – Xeque-mate!


- Às vezes eu me arrependo de ter ensinado ela a jogar – sussurrou para o moreno – Eu criei um monstro.


- Pelo menos existe alguém no mundo que consegue te derrotar – Harry respondeu rindo – Já que ninguém conseguiu fazer isso quando estávamos em Hogwarts.


- Parem de conversa! – a mulher ainda parecia muito brava – Vão, os três, lá para cima trocar de roupa. Quero vocês de volta em dez minutos.


- Está bem! – responderam ao mesmo tempo e de cabeça baixa.


Como ela havia pedido, logo eles estavam saindo de casa. Preferiram ir de carro, já que o de olhos ainda não estava com a magia totalmente recuperada para aparatar (e então teriam que fazer duas aparatações coletivas) e o pó de flur sujava a casa toda.


Assim que chegaram à casa dos Weasleys foram recebidos pela senhora Weasley, que abraçou a todos de uma vez só.


- Vocês demoraram muito meus queridos! - mulher falou depois de solta-los – O que aconteceu? Sempre são os primeiros a chegar, Fred e Jorge já chegaram.


- É uma longa história! – a morena respondeu olhando atravessado para a filha e para os dois homens – Depois eu te conto.


- Quem mais vem? – Rony resolveu mudar de assunto.


- Da família, somente o Percy e a família. Sabe que Gui e Fleur estão no Egito em sua segunda lua-de-mel e que Carlinho não pode largar o trabalho na Romênia – explicou – E o Artur já deve estar chegando, precisou dar uma passada no ministério – continuou - E a Luna vem também, ela também acabou de voltar do curso de curandeiro infantil.


- Entraram na casa e foram direto para a sala e encontraram os gêmeos, suas esposas e filhos.


- Harry! – Jorge levantou para abraçar o amigo – Sabe, eu nunca acreditei de verdade que você tinha morrido, e eu estava certo.


- É isso aí Jorge! – o outro irmão também fez o mesmo – Nós dois estávamos certos.


- Você se lembra da Angelina? – mostrou a mulher que estava ao seu lado – Nós dois nos casamos e aqueles são os nossos filhos Rodney e Antony, eles são gêmeos.


- E essa é minha esposa, Judy, você não a conhece – Fred mostrou a mulher que estava sentada no sofá e conversava com Hermione no exato momento – Temos duas filhas que também são gêmeas, Rose e Alana, elas e os filhos de Jorge nasceram exatamente no mesmo dia e na mesma hora.


- Mas que conhecidencia! – espantou-se.


- E colocamos os nomes com as mesmas letras de propósito! – disseram ao mesmo tempo.


- Percebi! – sussurrou enquanto ia se sentar ao lado da amiga.


Não demorou muito para ouvirem passos vindos da escada, Gina estava descendo.


- Tia Gina! – Julie saiu correndo em direção a ruiva.


- Oi minha pequena, estava com muitas saudades suas – pegou a menina no colo – Harry! – foi em direção ao amigo e o abraçou.


- Oi Gina! – ele se levantou – Há quanto tempo que a gente não se vê.


- Claro! Você some e faz a gente pensar que você está morto! – da um tapa de leve nos ombros do homem, fazendo a ruivinha dar uma pequena gargalhada – Quando mamãe me mandou uma carta dizendo que você estava vivo, quase não acreditei, comecei a pular que nem uma doida. Luna não estava entendendo nada, até que eu expliquei tudo.


Todos permaneceram em silêncio por alguns minutos.


- E quanto a você! – virou-se para menina – Trouxe uma coisa para você. Pode considerar como seu presente de aniversário, já que eu não pude estar aqui no dia.


- Oba! – ela levantou os braços para cima – vamos até lá ver.


A mulher subiu novamente as escadas juntamente com a sobrinha. Todos voltaram para o que estavam fazendo anteriormente.


- Gina gosta muito da sobrinha! – Hermione explicou para o amigo – Me lembro de quando a Julie nasceu, ela sempre ia lá para casa depois do trabalho me ajudar com alguma coisa.


- Até que a mamãe reclamou e ela teve que parar de ir! – o ruivo completou rindo ao se lembrar daquilo.


- Mas é claro! – a matriarca da família apareceu na porta da cozinha – A Hermione e o Rony precisavam passar um tempo sozinhos com a filha, para poderem se acostumar. A Gina tinha os pacientes dela para cuidar.


Enquanto isso, a caçula dos Weasleys chegava ao seu quarto. Colocou a garota em cima de sua cama e se virou para pegar um embrulho laranja que Julie apressou-se em abrir, eram vários livros de histórias infantis.


- Obrigada tia Gina! – abraçou a ruiva – Eu adorei!


- Sabia que você nunca iria recusar um livro! – explicou folheando cada um para que ela pudesse ver – Você é igual a sua mãe.


A menina riu e continuou a admirar o seu presente.


- E então! – a mulher voltou a falar – O que você está achando do Harry hospedado na sua casa.


- Não gosto dele – fez uma cara brava e cruzou os braços.


- Mas por quê? – quis saber.


- Ele gosta muito da minha mãe! – explicou – E quando ele está perto, ela nem liga para mim.


- Mas é claro que ele gosta da sua mãe, e do seu pai também. Os três eram grandes amigos na época da escola – tentou melhorar a situação – E eles precisam dar bastante atenção para o Harry que é visita. Você não gosta de ser tratada bem quando vai à casa de uma amiga?


- Mas não é disso que eu estou falando tia Gina – sussurrou como se quisesse evitar que mais alguém ouvisse aquela conversa – Ele gostar da minha mãe de uma maneira diferente. Ele quer roubar ela de mim e do meu pai.


Gina acha que a sobrinha estava imaginando coisas. Sabia que Harry e Hermione tiveram um curto romance no passado, mas ele provavelmente esqueceu isso depois de dez anos, embora soubesse que a cunhada ainda era apaixonada pelo melhor amigo. E mesmo que os dois ainda sentissem o mesmo um pelo outro, não seriam capazes de cometer uma loucura dessas, não eram mais adolescentes.


Isso fez a ruiva lembrar de quando descobriu sobre o ocorrido na batalha final.


 


*Flash back*


Gina estava saindo da sala dos estagiários do St Mungus, onde havia guardado seu jaleco. Quando chegou a recepção do hospital encontrou Hermione, que logo se levantou ao vê-la.


- Oi Gina! – abraçou a amiga – Como você está indo no trabalho.


- Maravilhoso! – havia um brilho em seus olhos quando falava isso – Disseram que já queriam me tornar funcionária do St Mungus, mas eu só posso com um ano de estágio.


- Isso é ótima! - ver todos arranjando empregos e sendo felizes nele fazia a morena se sentir um inútil – Obrigada por aceitar ir comigo.


- Não é problema nenhum – respondeu enquanto as duas saiam do local – Sempre fico feliz em ajudar a minha futura cunhada.


- Eu nem acredito que vou me casar em uma semana – disse depois de soltar um leve suspiro – Estou começando a sentir um frio na barriga.


- Tenho certeza de que tudo vai dar certa! – passou um dos braços em volta do ombro da morena – Sei que você e o meu irmão serão muito felizes.


Hermione deu um sorriso torto, mas não disse mais nada.


Quando encontram um lugar deserto, puderam aparatar no centro de Londres e foram caminhando até a loja de vestidos de noiva.


- Com licença! – a morena disse assim que chegaram em frente a mulher que estava ao lado da vitrine – Me ligaram ontem dizendo que o meu vestido estava pronto, eu vim busca-lo.


- Está no nome de quem! – perguntou olhando um bloco de notas que estava em sua mão.


- Hermione Granger! – respondeu.


A mulher desapareceu no meio de umas cortinas azuis e logo apareceu com um vestido nas mãos e o entregou a jovem.


- É melhor você experimenta-lo – explicou – Para ver se está tudo certo, ainda a tempo de fazer alguns ajustes.


A garota estava em frente ao espelho observando seu reflexo, estava tudo pronto para o dia mais importante da sua vida ou que, pelo menos, deveria ser.


- Você está linda Mione! – a ruiva a observava, de cima a baixo, enquanto sorria – Você vai ser a noiva mais linda do mundo.


- Acho que você está exagerando! – voltou para o provador, onde trocou novamente de roupa – devem existir muitas noivas bem mais bonitas do que eu.


- Quanto desânimo Mione – sentou-se em um baquinho – É o dia do seu casamento.


- Não tenho mais certeza de nada! – saiu do provador e guardou o vestido em seu devido lugar.


- Como assim não vai mais casar? – ficou totalmente chocada ao ouvir isso – Meu irmão é completamente apaixonado por você, e percebi que você também o ama, Vocês merecem ser felizes e formarem uma grande linda família.


- Esse é o grande problema, eu não o amo! – explicou com algumas lágrimas caindo dos seus olhos – Eu amo e sempre vou amar o Harry.


- Como? – a ruiva a olhava de boca aberta.


Hermione então explicou para a amiga toda a história, desde a carta de Voldemort até o momento em que Rony a pediu em namoro, ao terminar estava chorando cada vez mais.


- Entendeu agora? – continuou – Sei que o Rony me ama de verdade, ele já me deu provas o suficiente disso. Mas ele precisa de alguém que o faça feliz de verdade e esse alguém, não sou eu.


- Claro que é! – explicou segurando as mãos da morena – Se ele foi capaz de pedir em namoro mesmo sabendo que você ainda ama outro, é por que sabe que vocês são capazes de ter uma vida juntos.


- Eu sempre vou ser atormentada com um amor do passado que jamás esquecerei – começou a andar de um canto ao outro do local – Que bela esposa eu vou ser, uma que pensa em outro homem.


- Mione, eu sei que você ama muito o Harry, mas ele está morto – sacudiu de leve a morena para ver se ela acordava – E você continua aqui e viva, segue em frente e tenta ser feliz. Sempre vai lembrar dele com muito carinho e se realmente existe algo do outro lado, vocês vão se encontrar.


Hermione voltou a chorar, dessa vez no ombro da outra.


- Por favor, Mione, para de chorar – pediu mexendo nos cachos dos seus cabelos – Não gosto de te ver triste desse jeito.


- Acho que você está certa Gina – enxugou o seu rosto com bastante convicção – Fui uma boba e querer acabar com todo o casamento, ele vai acontecer.


- É assim que se fala – sorriu – Vai ser tudo perfeito, acredite em mim.


Ela pegou o vestido e as duas saíram da loja.


*Fim do flash back*


 


A partir daquela tarde, as duas viraram confidentes e sempre falavam a respeito de sentimentos. Uma dessas conversas que tiveram mudou o rumo de quase toda a família Weasley, principalmente de Julie.


 


*Flash back*


A ruiva voltava para a sua sala, havia ido fazer pedido de algumas poções que estavam faltando em seu estoque. Estava virando em um corredor quando encontrou sua cunhada, ela estava com o rosto totalmente vermelho e chorando.


- Mione! – se aproximou da mulher que se assustou em vê-la – O que você está fazendo aqui?


- Gina! – limpou seu rosto rapidamente – Que bom que te encontrei, eu preciso conversar com você.


- Vamos até a minha sala! – a guiou até uma porta que não ficava muito longe dali.


Elas se acomodaram cada uma em sua cadeira.


- Agora você pode me contar o que veio fazer aqui? – Gina perguntou totalmente curiosa.


- Vim fazer um exame! – ainda tinha um tom de choro em sua voz.


- Aconteceu alguma coisa grave? – parecia bastante assustada – Você está doente?


- Aconteceu uma tragédia! – essa resposta fez a ruiva engolir em seco – Eu estou grávida!


- Você quer me matar do coração? Não se brinca com uma coisa dessas? – suspirou aliviada – Isso é maravilhoso, tenho certeza de que o Rony vai ficar muito feliz quando souber.


- Ele não vai ficar sabendo – estava bastante séria nesse momento – Eu vou tirar esse bebê, antes que ele saiba.


- Ficou louca, voe não pode matar o seu filho assim – gritou um pouco mais alto do que pretendia – Além disso, Rony disse que vocês estão tentando ter um bebe desde que casaram.


- Ele queria, acho que nunca quis esse filho – voltou a chorar – Essa criança é a confirmação de que o nosso casamento está firme e forte e não vai acabar.


- E isso não é bom? – não estava entendendo a atitude da amiga – Foi por isso que vocês se casaram, para ficarem juntos para sempre.


- Rony é um marido muito carinhoso e cada dia mais sei que a decisão que eu tomei foi a certa – começou – Mas você sabe, tem o Harry.


- Eu não acredito Mione! – gritou alto demais novamente – Mesmo depois de cinco anos você acredita que o Harry ainda está vivo.


- Eu sinto isso! – colocou as duas mãos no local em que fica o coração – Não é possível que eu esteja enganada.


- Talvez você esteja certa – concordou, mesmo achando essa idéia absurda – Mas isso não é motivo para você tirar a vida de uma criança inocente que nem pediu para nascer.


- E o que você sugere que eu faça – colocou a mão, inconscientemente, na barriga.


- Tenha esse filho ao lado do seu marido, que vocês dois vão ser mais felizes ainda com a chegada dessa criança – começou como se isso fosse uma receita de bolo – Se o Harry estiver mesmo vivo e aparecer um dia, tenho certeza de que saberá as prioridades da sua vida.


- Preciso mesmo dar prioridade a minha família, principalmente agora que vou ser mãe. E é isso que eu vou fazer para sempre – se levantou enxugando o rosto, que ainda estava molhado – Preciso ir para casa e contar ao Rony a novidade, acha que ele vai gostar?


- Você ainda tem alguma dúvida? - riu divertida – Ele vai adorar.


As duas se despediram e Hermione foi embora. Enquanto encarava a porta fechada, Gina teve certeza de que havia salvo uma família.


*Fim do flash back*


 


- Tia Gina! – ouviu Julie gritar e se virou para a menina – Não acha melhor nós descermos, devem estar esperando a gente para almoçar. E eu estou com fome.


- Você é mesmo filha do seu pai! – pegou a sobrinha no colo para poderem voltar a sala – Principalmente quando se trata de comida.


Quando chegaram ao andar de baixo, o senhor Weasley e Percy já haviam chegado. As duas resolveram se juntar à conversa, que estava bastante animada.


Alguns minutos depois, a campainha tocou avisando que Luna havia acabado de chegar.


- Oi Luna! – a filha caçula do Weasleys se levantou para abraçar a amiga – Estou muito feliz que você tenha vindo.


- Você sabe que eu os considero como minha segunda família, não poderia perder isso – explicou – Essa daqui é a pequena Julie? – virou-se para a garotinha, que agora estava sentada no sofá ao lado da mãe.


- É ela sim! – a outra mulher respondeu sorrindo para a sobrinha – Julie, você se lembra da Luna.


A ruivinha balançou a cabeça afirmativamente.


- Meu Merlim! Como o tempo passa rápido! – a loira se espantou – Ainda me lembro dela quando fez um ano, chorando sem parar no colo da Mione.


- Esse dia foi mesmo ótimo! – a morena respondeu, ao se lembrar do primeiro aniversário da filha.


- Mãe! – a garota disse – E chorava muito quando era pequena.


- Somente o necessário! – explicou – Como qualquer bebê.


A recém-chegada cumprimentou o resto dos presentes e se sentou ao lado de Harry (sem deixar de comentar, é claro, como estava feliz por ele estar vivo).


Não demorou muito para a senhora Weasley aparecer dizendo que o almoço estava servido. Todos foram em direção ao jardim da casa.


- E então Gina! – Rony falou para irmã quando estavam todos terminando a sobremesa – Você ainda está namorando aquele curandeiro?


- O nome dele é Nicolas e sim, nós ainda estamos juntos – respondeu – Ele não podia ir ao curso em Paris, porque pediatria não é a especialidade dele, mas nós correspondemos durante todos esses meses.


- Que bom! – falou enquanto ainda se “concentrava” em seu prato – Fico muito feliz que você tenha encontrado o amor da sua vida.


- Ele me convidou para ir morar no apartamento dele e acho que vou aceitar – contou com o rosto bastante vermelho – Está na hora de, finalmente sair da casa do papai e da mamãe.


- E você Luna? – se virou para a loira – Está solteira ou também tem algum namorado que trabalhe lá no St Mungus.


- Solteira! – responde evitando olhar para o homem a sua frente – Até tive alguns rolos durante o curso em Paris, mais ninguém que fizesse meu coração bater mais forte.


- Já que você está solteira e o Harry também está solteiro – começou como se montasse um quebra-cabeça – Por que vocês não saem um dia para jantar.


A mesa ficou em silêncio naquele momento, o de olhos verdes procurou o olhar da morena, que não parecia muito feliz com que acabara de ouvir.


- Eu agradeço a idéia Rony – ele respondeu – Mas não estou à procura de uma namorada no momento.


- Eu não disse para vocês namorarem – explicou – É para vocês apenas saírem, como amigos.


- Ronald! –foi repreendido pela esposa – Acho que se os dois quisessem sair para conversar já teriam marcado alguma coisa.


- Ela tem razão! – o moreno concordou – No momento eu estou focado em conseguir a minha magia de volta como ela era para poder trabalhar no ministério, e jantares podem me tirar desse foco – observou Hermione dar um sorriso vitorioso.


Continuaram a conversar durante bastante tempo, já estava de noite quando todos começaram a ir embora para suas respectivas casas.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.