Amor proibido
Harry e Hermione evitavam se falar desde aquela noite (somente com cumprimentos, na maioria das vezes, muito formais), não queriam comentar sobre as declarações de amor e, muito menos, dos beijos. O ruivo estava bastante empenhado na tarefa de ter mais um filho, embora percebesse que sua esposa não parecia tão animada.
A mulher estava em seu quarto vendo algumas folhas de pergaminho do tempo em que estava em Hogwarts. Durante anos ela guardou todas as suas anotações, mas percebeu que era melhor jogar fora, pois só estavam juntando poeira. Ouviu batidas na porta.
- Pode entrar! – gritou quando viu a maçaneta da porta se abrir.
- Oi Mione! – o moreno disse entrando no aposento.
- Oi Harry! – respondeu um pouco sem graça.
- Acabei chegar do escritório em que trabalhava – explicou enquanto sentava na beirada da cama – Não tenho mais nenhuma ligação com o mundo trouxa.
- Pensei que tivesse pedido a sua demissão no primeiro dia em que fomos ao St Mungus – voltou para a sua atividade.
- Eu tinha feito isso! – explicou – Mas ainda tinham algumas coisas que eu precisava resolver lá.
- O que foi mais difícil de fazer? – tinha um ar de curiosidade que não aparecia desde que terminou Hogwarts – Deixar Londres e todo o mundo bruxo ou largar o mundo trouxa.
- Sem dúvidas, o mundo bruxo – respondeu sem pensar duas vezes – Por que ainda tinham coisas que me prendiam aqui.
Hermione ficou ligeiramente vermelha, terminou de separar seus papeis e se sentou ao lado do amigo.
- Durante esse tempo em que você esteve em Nova York, não teve nenhuma namorada – quis saber mais uma vez.
- Sim! – essa resposta deixou a morena extremamente desconfortável – Uma, namoramos por seis meses.
- E por que terminaram! – sentiu-se um pouco mais feliz por saber que ele havia tido outra por pouco tempo.
- Ela sabia muito bem que eu era apaixonado por outra, mas que nós não podíamos ficar juntos – contou – Mas um dia ela não agüentou e resolveu terminar.
- É mesmo uma pena que tenha sido dessa maneira – disse, mas, por dentro, estava sorrindo.
- Sempre que eu estava com ela – ficou extremamente vermelho nesse momento – Imaginava que era você.
- Eu também sempre imaginei como seria passar uma noite com você – ela também corou ao confessar isso.
- Então, o que estamos esperando para realizar as nossas fantasias? – foi se aproximando lentamente da amiga.
- Não podemos! – se levantou para ficar bem longe dele – E se o Rony descobrir?
- Não tem como ele ficar sabendo! – tinha um sorriso maroto nos lábios.
Mesmo que ela tentasse, não iria conseguir lutar contra sua consciência, e os dois acabaram se beijando profunda e apaixonadamente.
Foi Hermione que puxou o moreno e a medida que ia caminhando até a cama, onde caíram segundos depois. Continuaram a se beijar, mas quando o homem abaixou uma das alças da blusa dela, parou o contato e passou a olhá-la.
- Você tem certeza? – perguntou muito sério – Quero dizer, tem certeza de que vai ser aqui? Não prefere que a gente vá para o meu quarto.
- Agora que nós começamos – tinha um tom sedutor na voz – Eu não vou mais parar.
- Mas esse aqui é o quarto em que você dorme com o Rony – lutava muito para não voltar a beijá-la naquele momento – Não acha que isso é errado.
- Tudo aqui já é errado – enlaçou uma das pernas em volta da cintura dele – E desse jeito fica mais emocionante.
Voltaram a se beijar, dessa vez com muito mais urgência. Aos poucos, as roupas foram caindo no chão e os dois fizeram amor. Essa não era a primeira vez de nenhum dos dois, mas era a primeira vez que se sentiam completos de verdade.
Cerca de uma hora depois estavam deitados no mesmo lugar, a morena estava de olhos fechados e com a cabeça no peito do de olhos verdes, que brincava com os cachos dos seus cabelos.
- Eu te amo! – disse de repente – Quero ficar para sempre com você.
- Eu também te amo! – ela sorriu ao falar isso – Mas você sabe que não podemos, eu sou casada.
- Você não ama o Rony e ele sabe muito bem disso – a olhou bem no fundo dos olhos – Tenho certeza de que ele vai entender a nossa situação.
O problema não é o Rony, tenho certeza de que continuaríamos amigos depois do divorcio – explicou, com algumas lágrimas nos olhos – Mas é por causa da Julie, ela só tem cinco anos e não vai compreender isso. Quem sabe quando ela ficar mais velha.
- Eu te espero o tempo que for necessário – deu um selinho rápido nos lábios dela – Enquanto isso, o que acha de nos encontrarmos as escondidos.
Ela o olhou totalmente em choque, mas mesmo assim não pode deixar de sorrir segundo depois.
- Está querendo que a gente tenha um caso? – perguntou, o vendo balançar a cabeça afirmativamente – Está bem, mas temos que ser cuidadosos.
Voltaram a se beijar. Quando a morena olhou para o relógio na mesinha de cabeceira ao lado, se afastou imediatamente.
- Já está quase na hora do almoço! – gritou espantada – Não sabia que já era tão tarde.
- Não acredito que você está pensando em comida em uma hora como essa – a puxou e voltou a beijar o seu pescoço – Vamos aproveitar enquanto não tem mais ninguém aqui.
- Esse é o problema – se levantou da cama e começou a pegar suas roupas espalhadas pelo chão – A Julie já deve estar chegando da escola.
Ele também começou a se vestir, em poucos minutos os dois já estavam prontos. Quando a mulher foi abrir a porta sentiu o amigo segurando o seu braço.
- O que foi? – ela se virou em direção a ele.
- Acha que vamos conseguir disfarçar que não está acontecendo nada entre nós dois? – perguntou com um sorriso maroto nos lábios.
- Temos que conseguir! – explicou bastante séria – Se não teremos problemas sérios.
- Então o que acha de mais um beijo antes de sairmos daqui? – pediu se aproximando dela – Para eu me lembrar de você até a próxima vez.
Foi um beijo bastante apaixonado, como todos os outros, mais durou muito, pois algo atrapalhou.
- Mamãe! – ouviram um grito vindo do andar de baixo da casa – Eu já cheguei.
- Acho melhor eu ir até lá! – disse ainda sem fôlego – Você aparece depois. A Julie pode ser pequena, mas vai desconfiar de algo se nós chegarmos lá juntos.
- Está bem! – deu mais um selinho na amada antes de vê-la sair do local.
Quando Hermione chegou a sala, encontrou sua filha pulando freneticamente no mesmo lugar e logo a pegou no colo e deu um beijo no topo de sua cabeça.
- Como foi no colégio hoje? – perguntou sentando no sofá ainda com a menina no colo.
- Foi legal! – estava bastante empolgada – A professora fez a gente colocar todas as letras em uma folha, disse que logo vamos aprender a ler e escrever.
- Que bom querida – achava muito bom que Julie se interessa-se pelos estudos ainda bem pequena, teria um ótimo futuro dessa maneira.
- Vamos almoçar – ela pediu já indo para o chão – Eu estou com fome.
- Claro! – se levantou também – Vamos só esperar o Harry, acho que ele está lá em cima.
- Está bem! – a menina sentou-se novamente e cruzou os braços.
A morena ia falar algo a respeito do comportamento da filha, mas ouviu passos vindos da escada, era Harry.
- Boa tarde! – disse sorrindo e dando um beijo na testa da amiga – Oi Julie, como você está? – sentou-se ao lado da menina.
- Muito bem! – respondeu bastante fria.
- Senhora Weasley! – a governanta entrou no local – Pode mandar servir o almoço?
- Claro! – respondeu – vamos indo para lá?
Os três foram em direção a sala de jantar, onde estavam terminando de colocar as comidas. O almoço foi bastante tranqüilo e silencioso. Em um momento, o moreno passou a mão, discretamente, pela perna de Hermione e Julie percebeu, mas preferiu não comentar nada, embora tenha ficado um pouco triste.
Depois que comeram a sobremesa, estavam todos na sala. Harry lia o profeta diário, a ruiva folheava um livro de história e a mulher observava atentamente cada gesto dos dois.
- Mãe! – a garota disse de repente – Vamos até a pracinha?
- Está bem! – se levantou bastante animada, não queria mesmo ficar dentro daquela casa – Harry quer ir com a gente?
- Não! – foi a menina quem respondeu gritando – Eu quero ir só com você mãe!
- Acho que ela tem razão Mione! – ele concordou - Além disso, tenho muitas coisas para fazer.
- Vai trocar de roupa então! – virou-se para a filha, que saiu correndo para o andar de cima logo em seguida.
- Você tem certeza de que prefere ficar aqui? Sentou-se novamente, ao lado do moreno – A Julie sempre se distrai brincando, pode ser um momento perfeito para ficarmos sozinhos.
- Tenho certeza de que sua filha vai ficar atenta a todos os nossos movimentos – explicou.
- Se você prefere assim – deu um selinho rápido nele – Vou me arrumar.
Algum tempo depois as duas saíram. Foi uma tarde bastante divertida, embora Hermione tenha sentiu muita falta do de olhos verdes.
Era uma tarde de sexta-feira, Rony havia saído mais cedo do trabalho para ficar um pouco com sua esposa, aproveitando que Julie saiu com a babá (coisa que os dois faziam muito nos fins de semana). Eles estavam no sofá da sala se beijando, quando de repente o homem se afastou um pouco e ficou olhando para aquele par de olhos castanhos.
- O que foi? – perguntou sorrindo.
- Não é nada! – também estava rindo – Só estava vendo o quanto você é linda e a sorte que eu tenho de você ser casada comigo.
- Você também está exagerando um pouco! – ficou ligeiramente vermelha com o elogio.
- Você sabe que eu te amo! – deu um selinho rápido nela e a fez encostar a cabeça e seu peito – Eu te amo muito, até mais que a mim mesmo.
Ela se sentia ligeiramente incomodada ao ouvir o marido dizer que a amava. Estava se encontrando as escondidas com o melhor amigo há duas semanas e não gostava da idéia de estar enganando a todos.
- Mal posso esperar para termos outro bebê – passou a mão ligeiramente pela barriga dela – Você tem certeza de que ainda não está grávida.
- Tenho certeza absoluta, e também não entendo por quê – responde retirando a mão do ruivo de onde estava – Lembra que antes de termos a Julie foi a mesma coisa, três anos tentando.
Embora dissesse que não, sabia muito bem por quê não engravidava. No seu inconsciente, ela não queria ter outro filho, então a magia acumulada no seu corpo criava um feitiço que impedia de haver fecundação. O maior medo da morena é de que isso não estivesse acontecendo quando está com Harry.
- Tenho certeza de que vai acontecer bem antes disso – voltou a beijá-la – O que acha de irmos lá para cima tentar mais uma vez?
- Acho melhor irmos mais tarde! – respondeu, roçando seus lábios nos do homem – Vamos ter muito mais tempo.
Voltaram se beijar quando um barulho vindo da escada os separou. Era o de olhos verdes carregando um exemplar do profeta diário.
- Eu estava lá em cima lendo e estava muito solitário, precisava de companhia – explicou sentando em uma das poltronas do local – Espero que não se importem?
- Claro que não! – responderam ao mesmo tempo.
O moreno abriu o jornal bem na página do meio e começou a lê-lo, embora continuasse de olho nos outro dois. O outro homem não se importou com a presença do amigo e voltou a sua “atividade” anterior, embora Hermione estivesse bem mais cautelosa.
Foi nesse momento que uma coruja entrou pela janela e pousou bem lado do ruivo, que logo retirou o pergaminho das patas da ave.
- É do ministério! – explicou enquanto se levantava – Vou para o escritório, pode ser alguma coisa importante.
Os outros dois ficaram sozinhos na sala, primeiro apenas se encarando, depois Harry se levantou e sentou ao lado da amiga.
- Precisava vir para cá! – estava bastante sério – Sabia que vocês estavam sozinhos, não podia nem imaginar o que estavam fazendo.
- Eu percebi muito bem quais eram as suas intenções – ela tinha um sorriso maroto nos lábios – Dizer que precisava de companhia não foi uma boa desculpa.
- Eu sei, mais foi a primeira que veio na minha cabeça – começou a passar os dedos em cima dos lábios da morena – A simples idéia do Rony estar beijando a sua boca me deixa completamente maluco.
- Está com ciúmes senhor Potter? –continuava a sorrir.
- É claro! – tinha um tom sedutor em sua voz – Mas podemos aproveitar enquanto ele está lá dentro.
Antes que a mulher pudesse perceber, eles já estavam se beijando. Não demorou muito, pois logo Rony abriu a porta do escritório e eles voltaram cada um para suas posições anteriores.
- Tenho boas notícias – disse se sentando ao lado da esposa bastante feliz – Lupin disse que conseguiu uma vaga para o Harry na seção de execução das leis mágicas. Você precisava ir segunda-feira conversar com o chefe do departamento.
- Mais que maravilha! – Hermione gritou indo abraçar o amigo Agora você vai começar a reconstruir a sua vida.
- É mesmo! – concordou quando ela se afastou – Obrigado por tudo Rony.
- Não foi problema algum – explicou – Você continua sendo o bruxo mais conhecido da Inglaterra, é uma grande honra ter você trabalhando no ministério.
Passaram o resto da tarde conversando bastante animados.
Logo chegou o dia seguinte e a casa estava uma verdadeira confusão, era o aniversário de seis anos de Julie e estavam preparando uma grande festa para todos os amigos dela. Não demorou muito para os convidados começarem a chegar.
- Julie! – a morena gritou enquanto via a menina correr até ela – Você sabe que seus avôs estão no Canadá e não podem estar aqui – a viu balançar a cabeça afirmativamente – Mas eles não esqueceram de você, te mandaram um presente.
- Oba! – pegou o embrulho rosa da mão da mãe e saiu correndo em direção aos seus amigos.
A mulher sentiu um par de mãos envolvendo a sua cintura, quando se virou encontrou Rony sorrindo para ela.
- Não acredito que ela já está fazendo seis anos – ele disse, enquanto observavam a menina correndo pelo quintal.
- Nem eu! – concordou - Ainda me lembro do dia em que ela nasceu.
Deu um beijo rápido na bochecha da esposa e continuaram a observar a festa. De repente a governanta apareceu perto dos dois.
- Senhor Weasley! – disse quando o casal se virou para ela – Seus pais acabaram de chegar e desejam vê-lo.
- Vamos até lá! –segurou a mão da morena Pode e chamar a Julie, tenho certeza de que elas querem vê-la.
Ela concordou com a cabeça e saiu do local.
Enquanto isso, Rony e Hermione foram até a sala, onde estava o outro casal.
- Boa tarde meus queridos! – a mulher ruiva abraçou os dois com bastante força.
- Rony! – o senhor Weasley chamou o filho – Depois você tem que me ensinar como funciona esse tal de celular – o observava o aparelho que estava em cima da mesa
- É claro pai! – ele disse – É basicamente igual ao telefone normal, eu e a Mione estamos pensando em te dar um de aniversário.
- Isso será muito bom! – concordou.
- Vamos até o meu escritório que ficaremos melhor! – disse saindo juntamente com o pai
Nesse momento Harry vinha descendo as escadas.
- E então, perdi muita coisa da festa? – perguntou.
- Harry meu querido! – a senhora Weasley o abraçando – Você não tem idéia de como eu estou feliz por você está de volta. Todos estávamos morrendo de saudades de você.
- Obrigado! – ele disse se afastando da mulher – Eu também estava com saudades de todos aqui, mas agora eu não vou mais embora daqui.
- Vovó! – Julie venho correndo em direção a eles.
- Oi minha querida! – a ruiva pegou a menina no colo – Como você está se sentindo com seis anos.
- Está bem legal! – respondeu indiferente - Sabe vovó, o papai me disse que eu vou ganhar um irmãozinho.
- Que maravilha! – respondeu totalmente surpresa – Estou muito feliz com isso Mione.
- O Rony está exagerando – a morena disse um pouco sem graça – Nós apenas decidimos que vamos ter outro bebê, mas ainda não aconteceu nada.
- Se você quiser, eu tenho uma poção que tem quase 100% de precisão! – disse colocando a neta no chão.
- Acho melhor não – explicou – Prefiro que seja da maneira natural.
- Quando Hermione olhou para o amigo viu que ela estava com um olhar triste e saiu de perto delas.
- Acho que vou até lá fora ver como está tudo –ficou bastante incomodada com aquela cena – Você não vai lá para fora brincar com os seus amigos – virou-se para a filha.
- Já estou indo! – respondeu.
Quando chegou ao lado de fora da casa encontrou Harry parado em pé e olhando para as pessoas que conversavam e se divertiam.
- Será que nós dois podemos conversar? – pediu, se aproximando dele.
- Claro! – concordou.
Foram caminhando até um ponto isolado do jardim e se sentaram em um banco de madeira.
- Sei o que você acabou de ouvir, mas não é bem assim – ela começou a falar – Eu falei isso para o Rony como uma tentativa de salvar o nosso casamento. Mas isso não vai acontecer.
- Como você pode ter tanta certeza de que não vai engravidar? – perguntou confuso – Pelo que eu entendi o Rony quer muito esse filho.
- Eu tenho certeza! – explicou - É uma história muito complicada, que envolve um feitiço muito complexo. Tudo que você precisa saber é que a única pessoa com quem eu quero ter um filho é você.
- E nós vamos ter esse filho! – deu um selinho rápido nela – Mesmo que demore mais dez anos.
- É por isso que eu te amo – deu um sorriso bobo – Por que você me compreende.
Eles se beijarão apaixonadamente durante vários minutos. Depois se separaram e ficaram apenas se olhando.
- Acho melhor a gente voltar para a festa – estavam com as testa grudadas – Daqui a pouco vão sentir a nossa falta.
- Tem razão meu amor - ele se levantou e ajudou a morena a levantar em seguida.
A festa continuou tranquilamente. Durante todo o tempo Harry e Hermione evitaram trocar olhares, pois achavam que alguém pudesse desconfiar.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!