O novo hospede
Foi um grande alívio para Harry e Hermione quando Rony, finalmente estacionou o carro na garagem de casa. Embora o ruivo tenha passado todo o caminho falando como seria bom ter o melhor amigo hospedado em sua casa, nenhum dos outros dois pronunciou uma só palavra.
Assim que abriram a porta da frente viram que a sala estava totalmente vazia, os empregados já deviam estar dormindo.
- Vou ver como está a Julie! – a morena foi em direção as escadas, queria sair de perto daquele homem o mais rápido possível – Depois eu vou direto para a cama, estou muito cansada e preciso de uma boa noite de sono.
- Está bem meu amor – chegou mais perto da esposa e deu um rápido selinho em seus lábios – Não se preocupe com o Harry, eu mesmo o levarei até o quarto de hóspedes.
Ela deu um pequeno sorriso e seguiu para o andar de cima da casa.
- É uma pena que Julie esteja dormindo – Rony se vira para o amigo, que está parado no meio da sala – Tenho certeza de que você vai adorar conhece-la.
- Posso esperar até amanhã – o outro respondeu – Mas me diga, com quem ela se parece, com você ou com a Mione?
- Cada dia que passa ela se parece mais com a Mione – ele sorriu ao dizer isso – Embora tenha os meus olhos.
Harry se sentiu estranho por dentro, era um sentimento que nunca havia demonstrado. Queria, fundo do seu coração que aquela menina fosse sua filha.
- Acho que eu também já vou dormir – tentava tirar aqueles pensamentos de sua cabeça – Você pode me mostrar onde eu vou dormir.
- Claro – pegou a mala do amigo, que estava no chão.
Durante o caminho até o quarto, que não ficava muito longe, o ruivo disse para o amigo que eles teriam muita coisa para conversar no dia seguinte e seria como nos tempos de Hogwarts. Assim que indicou o aposento ao amigo, seguiu para o seu onde sua esposa já se preparava para dormir.
- Quem poderia acreditar que depois de tantos anos o Harry estava vivo – o homem sentou-se na cama e suspirou pesadamente – Foi um jantar cheio de emoções.
- É verdade! – ficou parada em frente a Rony e o encarou por alguns segundos – Mas eu acho que você não devia ter chamado ele aqui pra casa, eu disse que não vou me separar de você por causa dele, mas mesmo assim vai ser muita tentação vê-lo todos os dias.
- Tenho certeza que você vai fazer o que é certo – se levantou para poder dar um selinho de leve nos lábios da mulher – Você é inteligente o suficiente para saber o que é melhor para todos.
- Eu sei que sim – dessa vez foi ela que o beijou, um pouco mais demoradamente – Mas eu quero que o nosso casamento continue do mesmo jeito que antes, mas não sei se será possível.
- O Harry aqui vai ser uma espécie de teste para você – começou a provocá-la roçando seus lábios aos dela - Assim vai ter que provar que consegue separar a razão e a emoção.
Hermione estava achando tudo aquilo um grande absurdo, estava pedindo para que ela escolhesse entre a sua família e o homem que ama. Sabia perfeitamente o que tinha que “escolher”, mas seu coração pedia que fizesse o contrário.
O casal se beijou novamente, dessa vez com muito mais intensidade e com as carícias aumentando a cada minuto. Rony deitou levemente a esposa na cama se separando levemente dela e dirigindo a boca ao ouvido.
- Se você quer mesmo que as coisas continuem do mesmo jeito, prove – disse antes de morder de leve o lóbulo da orelha – Vamos passar a noite juntos, como há muito tempo não fazemos.
A morena não falou mais nada, apenas voltou a beijá-lo. As roupas foram sendo tiradas aos poucos e sendo jogadas no chão. Fizeram amor naquela noite, como uma promessa de que o casamento deles iria durar para sempre (embora Hermione não tenha muita certeza de que conseguirá cumprir essa promessa).
Quando a morena acordou na manhã seguinte, percebeu que não havia ninguém ao seu lado. No lugar em que seu marido deveria estar, tinha uma pequena rosa vermelha e um pedaço de pergaminho.
Bom dia meu amor,
Espero que você tenha tido uma boa noite de sono, como eu tive.
Estou te esperando na sala para tomarmos café juntos.
Com amor,
Rony.
Ela sorriu ao ler essas palavras, o ruivo costumava deixar bilhetes por toda a casa no início do casamento e sempre deixava uma flor diferente junto. Esse era um dos motivos que faziam com a mulher pensasse que deveria dar uma chance para o seu coração e amar o de olhos azuis como ele merece, mas isso tudo foi antes de Harry voltar para a sua vida.
Vestiu-se e desceu as escadas em direção a sala, onde os dois homens estavam sentados, um em frente ao outro, e conversando.
- Bom dia! – se sentou ao lado do marido, que deu um beijo de leve em sua bochecha.
- Estávamos mesmo falando de você – o moreno começou a falar, fazendo com que o coração da mulher parasse de bater por alguns instantes – Rony estava lembrando de quando você resolveu criar o F.A.L.E.
- Isso mesmo, meu amor! – o outro começou – Ainda bem que você desistiu dessa idéia maluca.
- Não era uma idéia maluca – tentou deixar o seu tom de voz o mais normal possível – Gostaria de levar adiante, mas não tenho muito tempo livre, sempre tenho algo importante para fazer.
- Eu não quero ser um hospede que só reclama – Harry muda de assunto – Mas nós não vamos tomar café? Eu estou ficando com fome.
- Temos que esperar a Julie – o outro homem explicou – Gostamos de tomar café todos juntos no fim de semana.
- Mas se você quiser, eu posso chamá-la – a morena se levanta do sofá.
- Não precisa meu amor! – Rony segura o braço dela a impedindo de andar – Tenho certeza de que o Harry pode esperar mais um pouco – vê o amigo balançar a cabeça afirmativamente em resposta.
- Ainda não consigo acreditar que vocês dois já tem uma filha de cinco anos – o de olhos verdes se lamenta – E o principal, eu não a vi nascer. Quem são os padrinhos dela?
- O Lupin e a Tonks! – o ruivo contou – Queríamos muito que você fosse o padrinho dela, mas quem sabe você não possa ser do próximo – passou a mão casualmente pela barriga da esposa.
- Eu não sabia que você estava grávida de novo Mione – parecia muito triste ao dizer isso – Meus parabéns!
- Mas eu não estou grávida! – apressou-se em dizer.
- Ainda não está! – o de olhos azuis a corrigiu – Tenho certeza de que é só uma questão de tempo.
Ouviram passados vindo da escada, Julie apareceu alguns minutos depois pulando no pequeno espaço que tinha entre seus pais.
- Bom dia! – abraçou os adultos a sua frente – Como foi o jantar ontem?
- Muito bom! – Hermione passou a mão pelos cabelos vermelhos da filha.
- Julie, tem uma pessoa que queremos que você conheça – o ruivo disse, fazendo a menina se virar para ele.
- Quem? – perguntou parecendo muito curiosa.
- O Harry! – explicou, enquanto apontava para o amigo – Ele é um amigo meu e de sua mãe que vai passar um tempo aqui em casa – continuou – Por que você não vai lá falar com ele.
Julie ficou, por alguns segundos, encarando aquele homem de olhos verdes. Em seguida, saiu correndo em direção ao andar de cima.
- Julie volte aqui! – a mulher gritou, mas foi inútil.
- Eu não sei o que aconteceu – Rony lamenta – Ela costuma ser bastante sociável.
- Tudo bem! – ele balançou as mãos – Entendo que ela deve estar achando estranho que, de repente venha me hospedar aqui, vamos esperar alguns dias até que ela se acostuma comigo.
- É melhor vocês irem tomar o café da manhã – a morena se levantou – Vou lá falar com a Julie.
- Tudo bem! – os dois responderam ao mesmo tempo.
Ela subiu as escadas até chegar a porta do quarto da filha, quando entrou no local encontrou a menina sentada na cama e olhando as gravuras de um livro.
- Por que você fez aquilo? – sentou-se na cama e segurou o rosto da garota para poder olhar os seus olhos profundamente azuis, que no momento estavam com algumas lágrimas – Desse jeito os Harry vai pensar que eu e o seu pai não te demos educação.
- Aquele é o homem da foto que eu tava olhando aquele dia – tinha um tom de medo em sua voz – Você me disse que ele estava no seu, então ele deve ser um fantasma – algumas lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas – Eu tenho muito medo de fantasmas.
Hermione não pode deixar de soltar uma pequena risada.
- Então é isso? – a viu balançar a cabeça afirmativamente – Não se preocupe, Harry não é um fantasma. Ele também não estava no céu, nós pensávamos, mas estávamos enganados.
- Como assim? – a menina a olha com um tom de dúvida.
- É uma história muito complicada e você não vai entender – explicou da maneira mais simples possível – Quem sabe quando você for um pouco mais velha. Por enquanto, o que acha de irmos tomar café.
A menina balançou a cabeça afirmativamente, então as duas saíram do quarto e foram em direção a sala de jantar, onde encontraram Rony e Harry.
- Agora está tudo resolvido! – a mulher disse enquanto se sentava em uma cadeira ao lado do marido – Não é mesmo Julie?
- Sim! – ela mantinha a cabeça baixa, ainda estava muito envergonhada – Me desculpe! – completou agora olhando para o moreno.
- Tudo bem! – respondeu sorrindo para ela.
Todos tomaram café da manhã tranquilamente. Logo depois os três adultos foram para a sala e ficaram conversando sobre diversas coisas, principalmente como foram suas vidas nos últimos dez anos.
- Mamãe! – Julie, que vinha uma boneca na mão, sentou-se no colo de Hermione – Você quer me levar na pracinha hoje?
- Nós estamos com visita filha! – ela tentou explicar, vai ser falta de educação se a agente sair e deixar ele aqui.
- Mas o papai vai estar aqui com ele – pediu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Ela tem razão Mione – o moreno disse, não queria ser o motivo da mudança da rotina da casa.
- Não se preocupe Harry, ela vai a pracinha quase todos os dias, ficar em casa hoje não vai fazer diferença – explicou antes de virar novamente para a filha – Nós vamos até lá amanhã, eu prometo.
Está bem! – se levantou e voltou triste para o seu quarto.
- Acho que você foi um pouco dura – o ruivo comentou depois de alguns minutos – Ela só tem cinco anos e precisa se divertir com os amigos.
- Não se preocupe Rony – ela parecia um pouco brava com tudo isso – A Julie já tem idade o suficiente para saber que cada coisa tem uma hora certa.
- O que acha de continuarmos conversando – Harry o interrompeu, não estava com vontade ouvir uma briga de casal.
- Boa idéia! – ou outro sorriu – Você gostaria de ver o álbum do nosso casamento?
- Adoraria! – respondeu.
Rony retirou a varinha de dentro do bolso e, em seguida, fez um feitiço convocatório. Alguns segundo depois um livro com capa de couro e escrito “Ronald e Hermione” com letras douradas apareceu voando na sala.
- Foi idéia da mamãe! – ele se referiu ao objeto que agora estava em suas mãos – Ela disse que como foi um dia especial, precisava de uma recordação especial.
Começaram olhar as fotos que estavam naquelas páginas, onde havia várias pessoas sorrindo e perecendo se divertir.
Ao olhar tudo aquilo, Hermione não pode deixar de lembrar daquele dia e também do dia em que foi pedida em casamento.
*Flash back*
A morena estava em seu quarto na casa dos seus pais terminando de pentear os cabelos. Há poucos minutos seu namorado ligou perguntando se ela estava ocupada porque ele iria dar uma passada lá. Ela estava com um ótimo pressentimento em relação a essa visita.
Mais alguns minutos e a campainha tocou. Como a garota estava sozinha em casa, foi correndo abrir a porta e encontrou Rony segurando um buquê de rosas brancas (as favoritas dela).
- Oi meu amor! – sorriu e deu um selinho rápido em seus lábios – Trouxe para você – entregou as flores.
- Obrigada, são lindas – conjurou um vaso onde colocou as flores e depois o deixou em cima da mesa – Você quer beber alguma coisa? – perguntou quando os dois se sentaram no sofá.
- Não obrigado! – balançou a cabeça negativamente – Vai ser uma visita rápida, tenho que voltar para ministério.
- Está bem – ficou um pouco vermelha quando o ruivo segurou a sua mão (ainda tinha esse tipo de reação mesmo depois de quase um ano de namoro) – Não quero te atrapalhar no trabalho.
- Então, deixa eu te contar logo a novidade – aprecia bastante feliz ao dizer isso – Lupin me convidou para ser o vice-ministro dele e, é claro, eu aceitei.
- Isso é maravilhoso! – Hermione o abraçou e deu vários selinhos no namorado – Eu fico tão feliz por você.
- Além dessa ser uma oportunidade para o meu futuro no mundo bruxo – continuou a falar, agora segurando a mão dela – Também ganharei o suficiente para podermos começa uma vida juntos.
- Que bom! – a voz da morena começou a falhar e suas mãos a suar, sabia exatamente o que iria acontecer em seguida.
- Mione! – ele se levantou do sofá e se ajoelhou em frente a namorada – A gente já está há um bom tempo juntos e nos damos muito bem, mesmo que você ainda não tenha esquecido o Harry e sei que nunca vai esquecer.
- Acho que essa não é a melhor hora para conversarmos sobre o Harry – a garota estava com vontade de corar, mas se segurou o máximo que pode.
- Mas eu não me importo com nada disso, só quero que você seja feliz – começou a mexer no bolso da calça – É por isso que eu preciso saber se você aceita ser a minha esposa – estava segurando uma caixa de veludo e mostrou duas alianças douradas.
Ela não conseguiu mais segurar as lágrimas, começou a chorar, só que de felicidade.
- É claro que eu aceito! – disse por fim.
Colocaram os anéis, um no dedo do outro e se beijaram em seguida. Esse é apenas o começo de uma vida juntos.
*Fim do flash back*
Ela estava perdida com os seus pensamentos e não reparou que seu marido a chamava.
- Mione! – gritou pela décima vez.
- O que é? – disse finalmente.
- Você está bem? – quis saber segurando a mão da morena – Está estranha o dia todo.
- Estou com um pouco de dor de cabeça – inventou a primeira desculpa que surgiu na sua cabeça – Vou deitar um pouco e isso já vai passar, não se preocupe.
Saiu rapidamente de lá e foi direto para o seu quarto.
Ficou olhando para sua própria imagem refletida o espelho do banheiro e se sentiu muito estranha. Harry só voltou há menos de vinte e quatro horas e já virou toda a sua vida de cabeça para baixo, fazia muito tempo que não tinha uma discussão com Rony, principalmente em relação a Julie. Tinha certeza de que essa estadia do moreno ainda ia render muita confusão.
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