Explicações
Hermione não podia acreditar que depois de dez anos estava vendo aquele homem na sua frente, ele não havia mudado nada.
- Desculpe-me – disse depois de reparar o que havia acabado de fazer – Eu sou mesmo uma desastrada.
- Tudo bem! – a outra mulher limpou tudo com um feitiço simples – Isso acontece.
- Acho melhor sairmos daqui – o ministro chegou mais perto de sua esposa – Esses três tem muito que conversar.
- Tem razão – ela se levantou – Tenho mesmo que ver como está o nosso jantar.
O trio passou alguns segundos apenas se encarando.
- Eu estou muito feliz em ver vocês dois – Harry quebrou o silêncio – Vocês não sabem o quanto eu estava com saudades.
- Estou tão surpreso quanto você – o ruivo se sentou ao lado da mulher, que ainda estava em estado de choque – Lupin não me contou mesmo nada.
- Pensávamos que você estivesse morto – encarou o amigo diretamente nos olhos – O que foi que aconteceu?
- E realmente sinto muito por ter feito vocês pensarem isso – passou a encarar o chão bastante envergonhado – Mas vou explicar tudo para vocês.
Sentou-se em frente aos amigos e suspirou levemente antes de começar.
- Enquanto eu lutava contra Voldemort perdi muita energia e estava esgotado quando a batalha acabou – explicou – Consegui, com muita dificuldade cheguei a um hospital trouxa, onde me atenderam sem fazer muitas perguntas. Quando eu sai do hospital, tentei fazer um feitiço simples, mas não consegui.
- Como assim? – Rony se espantou, nunca ouvi nenhum caso parecido.
- Eu perdi toda a magia do meu corpo – continuou – Não sei muito bem explicar como, mas até hoje não consigo fazer nenhum tipo de magia.
- Foi por isso que você não voltou? – a morena continuava muito séria – Estava com vergonha por ter perdido a sua magia?
- Não exatamente – estava extremamente envergonhado nesse momento – Consegui umas edições do profeta diário e descobri que achavam que eu estava morto, não tive coragem voltar depois disso.
- Preferiu que a gente ficasse sofrendo por dez anos achando que nunca mais fosse te ver! – Hermione gritou e se levantou – Foi uma atitude muito incessível da sua parte.
- Eu sei! – respondeu com a cabeça abaixada, parecendo uma criança que acabara de levar uma bronca da mãe – Até hoje eu não sei de onde eu tirei essa idéia, mas o meu primeiro pensamento foi que todos vocês ficariam melhor se eu não estivesse por perto. Então me mudei para os Estados Unidos e comecei uma nova vida.
- E o que te fez voltar? – a mulher parecia um pouco mais calma naquele momento.
- A sede da empresa que eu trabalho fica aqui em Londres, e eu fui transferido – respondeu – Já estou aqui há uma semana, mas só ontem Lupin me encontrou em quanto fazia a minha corrida matinal. Ele logo me chamou para esse jantar e disse que iria chamar vocês dois, também me convidou para ficar hospedado aqui, já que estou em um hotel.
Hermione deu um pequeno sorriso, isso significa que ela não estava ficando maluca. Não sabe muito bem por que fez isso, mas se atirou nos braços do moreno e o abraçou com muita força.
- Eu estou muito feliz que você esteja aqui – disse depois de se afastar um pouco dele – Você não tem idéia do quanto eu sofri por sua causa. Nunca mais vai embora desse jeito, por favor.
- Pode deixar Mione – a abraçou mais uma vez – Agora que eu voltei, não vou mais embora daqui.
- Que bom cara! – Rony estendeu os braços para o amigo com a total intenção de afastar a sua esposa dele.
Nesse momento, Lupin aparece novamente na sala e vê que já está tudo resolvido entre eles.
- Rony! – ele diz depois de alguns segundos – Será que você pode vir aqui um minuto, tem um documento que eu quero que veja.
- Está bem! – o ruivo se levantou e seguiu o outro homem.
Os dois morenos ficaram sentados lado a lado apenas se olhando em total silêncio, Harry segurou a mão dela e sorriu ao ver a pulseira que ela usava.
- Você ainda a tem – sussurrou enquanto olhava para o pequeno pingente com a letra “H” – Depois de dez anos.
Ela ficou algum tempo olhando para o próprio pulso. Quando estava se arrumando mais cedo olhou para aquela pulseira e, sem mais nem menos, decidiu coloca-la, parecia que já estava adivinhando.
- Antes de ir embora da Inglaterra eu tinha pensado em passar na sua casa – continuou depois de alguns minutos em silêncio – Mas sabia que se fosse te ver não iria conseguir ir.
- Tudo bem! – estava fazendo um esforço enorme para não começar a chorar naquele momento – Não adianta mais tentar remexer no passado.
- Mesmo assim eu quero que você saiba que você foi a pessoa de quem eu mais senti falta durante todos esse anos – foi aproximando seu rosto lentamente do dela – Espero que a gente possa recomeçar exatamente de onde nós paramos.
- Harry eu preciso te falar uma coisa... – não teve tempo de falar mais nada, seus lábios se tocaram levemente.
Hermione tinha de admitir que estava com saudades daqueles beijos, era como estar no céu, nada mais no mundo a sua volta importava. O moreno foi aprofundando o beijo cada vez mais até que começaram a precisar de ar e se separaram.
- O que você queria me dizer? – ele perguntou depois se recuperar.
- Não é nada! – balanço levemente a cabeça, pois a voz da sua consciência dizia que não era certo enganar o homem que ela amava. Desejava ter uma maquina do tempo para impedir a si mesma de aceitar o pedido de Rony – Só queria dizer que eu estou muito feliz.
- Eu também! – sorriu acariciando o rosto da mulher – Acho que agora poderemos ser felizes finalmente – completou antes de beijá-la novamente.
Nesse momento Tonks aparece e presencia a cena. Tossiu levemente fazendo os dois se separarem
- Acho que vou ver como estão as minhas malas – estava extremamente envergonhado – Tonks, pode me mostrar em que quarto eu vou ficar?
- Vá até o escritório do Lupin, é a porta que fica ao lado da escada – explicou – Ele vai te mostrar onde é.
- Está bem! – saiu apressadamente.
- Você não vai contar a verdade para ele? – perguntou quando o de olhos verdes não estava mais perto – Acho que uma hora ele descobre que você e o Rony estão casados e que tem uma filha.
- Eu não tive coragem – não conseguia encarar a mulher a sua frente.
- Acho que você ficou bastante abalada com aquele beijo – tinha um sorriso maroto nos lábios.
- É verdade! – suspirou levemente – Nunca consegui esquece-lo, e não vai ser agora que eu fazer isso.
- E como você vai fazer? – tinha um olhar preocupado.
- Não tenho a mínima idéia – colocou a s mão no queixo parecendo bastante chateada – Estou muito confusa.
Rony apareceu e as duas pararam de conversar. Ele achou estranho, mas preferiu não falar nada.
- Oi meu amor! – sussurrou no ouvido da esposa enquanto a abraçava por trás – O que acha de irmos dar uma volta no jardim?
- Acho uma ótima idéia! – respondeu enquanto se levantava.
- Vou pedir para servirem no jantar – a dona da casa falou enquanto o casal se dirigia para o lado de fora da casa – Podem vir daqui a uns dez minutos.
- Está bem! – disseram ao mesmo tempo.
Foram caminhando, de mãos dadas, até um banco de madeira e se sentaram no local.
- Percebi que você ficou bastante abalada quando o Harry chegou – olhou para a morena enquanto segurava as duas mãos dela.
- Não é todo dia que uma pessoa que você pensar estar morta aparece na sua frente – explicou de uma maneira calma.
- Sei que o seu sonho era que o Harry estivesse vivo para vocês finalmente namorarem e, quem sabe formarem uma família – continuou parecendo bastante triste – Então eu vou entender se você quiser o divorcio.
A mulher sorriu por dentro, essa era a grande oportunidade que esperava, finalmente resolveria todos os seus problemas.
- Eu não quero o divorcio – não sabia muito bem de onde havia tirado isso, segundos depois teve vontade de se azarar.
- Você tem certeza? – ele não pode deixar de sorrir nesse momento – Pensei que essa fosse ser a primeira coisa que você me pediria.
- Sei que o Harry é o meu verdadeiro amor e nunca terei esse mesmo sentimento em relação a você – começou a explicar, também tentando convencer a si mesma – Mas nos dois temos uma vida juntos. Não poderia me separar de você, pelos nossos dez anos de casamento e pela Julie.
- É por isso que eu te amo – segurou o rosto da esposa com as duas mãos – Eu prometo que você nunca vai se arrepender dessa decisão.
Foi se aproximando do rosto dela e a beijou. Era muito estranho beijar o ruivo depois de ter beijado Harry, os dois eram completamente diferentes. Quando se separaram Hermione olhou para os lados e encontrou o outro homem olhando cena totalmente chocado.
- Oi Harry! – sorriu sem graça.
- Acho que vou lá para dentro – Rony deu um selinho na mulher e se levantou.
O moreno ficou encarando a de cabelos cacheados sem dizer absolutamente nada.
- Eu sinto muito! – sussurrou enquanto olhava para os próprios pés – Eu ia te contar...
- E isso seria quando? – a interrompeu – Quando eu fosse te pedir em casamento e você não aceitasse dizendo que já era casada?
- Eu sei que não devia ter feito isso – começou a chorar – Mas achei que você iria ficar magoado.
- De qualquer maneira eu ficaria – sentou-se no local em que o amigo estava há alguns minutos – Quanto tempo vocês estão casados?
- Nove anos! – respondeu – E temos uma filha, de cinco anos.
- Eu fico muito feliz com isso – tentou dar um leve sorriso – O que mais me importa é a sua felicidade.
- Obrigada – deu um selinho de leve nos lábios dele – Quem sabe você não encontra alguém que também te faça feliz.
- Quem sabe! – deu de ombros – Vamos entrar, estou com muita fome.
- Claro! – se levantaram e voltaram para dentro da casa.
O jantar foi bastante tranqüilo e a comida estava deliciosa. Depois da sobremesa todos foram para a sala tomar uma xícara de chá.
- Eu estava aqui pensando – Lupin começou – Por que o Harry não fica na casa do Rony e da Mione. Assim eles podem conversar mais.
- Acho uma idéia muito boa – o ruivo concordou – E a Mione pode acompanhá-lo ao St Mungus na segunda-feira.
- O que o Harry vai fazer no St Mungus? – a mulher perguntou preocupada.
- Concordei em fazer uns exames para saber o que aconteceu com a minha magia – foi o de olhos verdes quem explicou.
- Quem sabe consigam fazer com que a magia dele volte? – o ministro completou bastante animado.
- E então Harry – Rony se virou para o amigo – Quer ficar lá em casa?
- Eu vou sim! – se levantou do sofá – Assim eu conheço a filha de vocês.
- Eu te ajudo a pegar as malas – o outro seguiu o moreno, que ia em direção as escadas.
Colocaram tudo no carro rapidamente. Em menos de vinte minutos estavam indo embora.
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