Declarações e descobertas



No final de setembro, Harry e Rony foram fazer a tão esperada prova do ministério da magia. Ambos se saíram muito bem e começariam a trabalhar na seção de aurores em janeiro.


Depois disso, os dias foram se passando rapidamente, logo se transformaram em semanas e, em seguida, em meses.


O inicio de dezembro trouxe bastante frio para Londres. Não demorando muito para começar a nevar, alegrando todos os moradores do número 12 do largo Grimmauld.


Em uma manhã, Harry estava em seu quarto lendo alguns pergaminhos que havia recebido por coruja há alguns dias. De repente, ouviu uma batida na porta.


- Pode entrar! – viu a maçaneta girar segundos depois.


- Espero não estar atrapalhando nada – Hermione entrou no local, parecendo um pouco incerta.


- Você nunca atrapalha – sorriu ao vê-la sentar – Pensei que tivesse ido dar uma volta com a Nicolly.


- E fui! – confirmou – Mas fiquei com medo dela pegar uma gripe, está muito frio.


Ficaram algum tempo apenas se olhando em silêncio. Se, em certo momento, teriam se beijado.


- Nem acredito que amanhã já é véspera de natal – comentou, por fim.


- Verdade! – afirmou – Nem acredito que já faz um ano que...


Harry e interrompeu se aproximando perigosamente dela, seus rostos se aproximaram e começaram a se beijar. No começo, lentamente, mas logo foram aprofundando, deixando bem claro que não pretendiam se separar tão cedo.


Mas, infelizmente, foram interrompidos por um choro de bebê vindo do quarto em frente.


- O que será que houve? – Hermione perguntou assustada – É melhor eu ver o que houve.


Ela saiu correndo e moreno a seguiu. Quando se aproximaram do berço viu que Nicolly estava com o rosto totalmente vermelho.


- Acho que sei o que! – pegou a filha no colo, estava com aquele mesmo olhar de quando estavam na véspera de uma prova.


- O que? – quis saber, ficando ligeiramente nervoso.


Não disse nada, apenas colocou a menina em cima do lugar que usava para trocá-la e desabotoou a parte de baixo do macacão para olhar a fralda, dando um sorriso satisfatório em seguida.


- Sabe Mione, é por isso que eu te admiro – começou, fazendo cara de nojo – Não teria coragem para fazer isso.


- Você se acostuma - explicou, retirando a fralda suja e jogando na lata de lixo – Será que você pode pegar uma fralda nova dentro da bolsinha.


Harry assentiu com a cabeça e se levantou da poltrona onde estava sentado. Entregou o objeto para amiga que logo terminou a tarefa.


- Prontinho! – segurou a menina, que soltou uma pequena gargalhada.


- Já é seguro pega-la? – o moreno perguntou com um sorriso torto.


Ela riu, e deixou que o de olhos verdes segurasse a filha.


- Essa não! – exclamou, depois de alguns minutos.


- O que houve? – o rapaz assustou-se.


- As fraldas acabaram! – explicou – Vou ter que ir até a farmácia. Será que você se importa de ficar um pouco com a Nicolly para mim?


- Qual o problema de leve-la com você – a idéia não o agradou muito.


- Está frio! – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – A nossa filha tem apenas três meses, não pode ficar doente.


- Está bem! – suspirou frustrado, olhando para a menina em seu colo (que tentava alcançar os óculos do pai com as mãozinhas).


- Não se preocupe! – bateu de leva no ombro do amigo – Acabei de trocar a fralda dela, as chances de “incidente” acontecer novamente nós próximos dez minutos é de uma em milhão.


A morena saiu do quarto deixando o rapaz sozinho com o bebê. Ele ainda ficou algum tempo com a filha no colo, mas decidiu coloca-la no berço, pois seus braços estavam cansados. Nesse momento, Nicolly começou a chorar mais uma vez.


Harry ficou totalmente desesperado (detesta ver a filha chorar) e pegou a filha novamente no colo pensando que resolveria o problema, mas isso não adiantou.


- O que você tem? – começou a andar de um lado para o outro do quarto – Por favor, não faz uma coisa dessas com o seu pai.


Os minutos foram se passando, muito lentamente, e o choro não parava.


- Cadê a Mione quando eu mais preciso dela – estava prestes a chorar também.


Foi quando Hermione entrou no local, vendo toda a cena.


- O que aconteceu? – perguntou.


- Não sei! – praticamente gritou.


A morena percebeu que a filha tentava colocar a mão dentro da boca. Quando a pegou no colo, a menina parou de chorar se acomodando melhor no colo da mãe.


- Ela está com fome – explicou sentando na poltrona e abrindo a blusa – Esqueci completamente que ela ainda não havia mamado.


Ele respirou aliviado, depois ficou olhando para Nicolly, que parecia bem feliz naquele momento.


- Eu devo ser o pior pai do mundo – disse, depois de alguns minutos – Nem sem cuidar direito da minha filha.


- Não se culpe Harry, foi só a primeira vez que você ficou sozinho com a Nicolly – tentou acalma-lo – Tenho certeza que você logo vai estar especialista, principalmente quando você e Gina tiverem filhos.


- Se isso um dia acontecer – murmurou.


- O que você disse? – ela ficou confusa.


- Nada! – ficou ligeiramente vermelho – Acho que vou terminar de ler os meus pergaminhos.


Saiu daquele quarto o mais rápido que pode. Ainda se sentia muito confuso.


No dia seguinte passaram a maior parte do tempo arrumando a casa. Estavam organizando um almoço de natal, convidaram a família Weasley e os pais de Hermione (o pai acabou aceitando tudo e foi pedir desculpas pessoalmente para a filha). Após um jantar leve, todos estavam na sala.


- Achou para o meu quarto ler um pouco – a morena se levantou do sofá.


- Está bem! – os outros dois responderam.


Sirius continuou a beber o seu chá. Olhava constantemente para o afilhado, que parecia bastante pensativo.


- Será que você quer me contar o que está acontecendo? – o homem perguntou com um sorriso divertido nos lábios – Ou eu vou precisar ler a sua mente.


- É que amanhã – começou soltando um longo suspiro em seguida – Amanhã faz um ano que eu e a Mione “fizemos” a Nicolly.


- Entendo! – agora o outro também parecia pensativo – E você se sente confuso em relação aos seus sentimentos por ela e também por causa da Gina.


- Exatamente! – chocou-se, por um momento pensou que o padrinho estava usando leglimência – Acho que estou amando ela. Engraçado, disse a Gina tantas vezes que a amava, acho que não fui totalmente sincero com ela. São sensações totalmente diferentes.


Os dois continuaram a se encarar em silêncio por vários minutos.


- Acha que devo conversar com as duas? – o de olhos verdes perguntou.


- Sim, mas não ao mesmo tempo - explicou – Fale com a Mione agora, dependendo do que ela te responder vai saber o que dizer para a Gina amanhã.


- Obrigado pelo conselho Sirius! – saiu correndo em direção ao andar de cima.


À medida que foi se aproximando do quarto da morena, seu coração foi batendo cada vez mais acelerado. Bateu levemente na porta, e quando ouviu a resposta entrou no local.


- Oi Harry! – ela se sentou na cama e deixou um espaço para que o amigo pudesse se sentar.


- Como é que está a leitura? – apontou para o livro em cima da mesa.


- Legal! – disse – O que você quer falar comigo.


- Nada, só vim aqui te fazer companhia – mentiu imediatamente, perdeu toda a coragem naquele momento.


Hermione deu de ombros e voltou para sua leitura.


O moreno não conseguia parar de olhar para a amiga. Ela ficava muito bonita daquela maneira.


Parou de ler mais uma vez e ficou encarando rapaz.


- Você não vai dizer nada? – ficou um pouco impaciente – Ou vai passar a noite toda me olhando.


Harry passou a encarar os sapatos naquele momento. Precisava falar tudo que sentia o quanto antes, mas estava totalmente envergonhado.


- Você está bem? – se aproximou mais do amigo e segurou o seu queixo.


- Sim! – queria se separar dela, mas sua consciência não deixava – Eu preciso fazer uma coisa, antes que eu perca a coragem.


- O que é? – ela ficou completamente curiosa.


- Isso! – aproximou seu rosto do da morena e a beijou.


Começou apenas com um contato leve de lábios, mais logo foram aprofundando cada vez mais. Quando começaram a deitar na cama e a tirar, sem pressa, uma a roupa do outro, sabiam que aquela noite seria especial, e estavam completamente certos. O que não sabiam, é que todas as dúvidas seriam esclarecidas.


- O que foi tudo isso? – Hermione perguntou algumas horas depois, deitada em cima do peito do moreno.


- Será que você aceita ser a minha namorada? – perguntou com um sorriso bobo nos lábios.


- Claro! – ela também estava sorrindo – Mas e a Gina? Vocês dois estão namorando.


- A Gina já é passado! – começou a acariciar, de leve, o rosto da “amiga” – Eu te amo Mione! Mais do que qualquer coisa que eu já amei na vida.


- Você só pensa que me ama! – virou-se e passou a olhar para a parede – Apenas pensa que ama, por causa da Nicolly.


Harry e virou para si e a beijou, somente por alguns segundos.


- Isso parece mentira para você? – suas testas estavam encostadas e ambos mantinham os olhos fechados.


A morena começou a chorar sem a menor explicação.


- O que houve Mione? – a abraçou de maneira protetora – Não gostou do beijo?


- Não é isso! – continuava a chorar – Mas logo você vai perceber que é tudo um erro e que nós devemos ser só amigos. E eu, vou me magoar de novo.


- Eu não vou fazer a mesma coisa que o Rony – enxugou uma lágrima que escorria pela bochecha dela – Acredite em mim e no amor que eu sinto por você.


- Acho que você não está entendendo! – começou mais uma vez – Eu te amo Harry! E não quero que magoe os meus sentimentos.


- É claro que não – sorriu ligeiramente – Você é correspondida, nunca duvide disso – deu um selinho de leve e seus lábios.


- Como vamos contar para todos que estamos namorando – perguntou ficando ligeiramente preocupada – Todos os Weasleys estão com raiva de mim, imagina como será agora.


- Vou terminar com a Gina amanhã – explicou – Tenho certeza de que ela vai entender a situação. O resto se resolverá com o tempo.


- Está bem! – sorriu levemente. Sabia que não seria exatamente dessa maneira, mas esperaria para ver o que aconteceria.


Voltaram a se beijar e fizeram amor pela segunda vez naquela noite.


No dia seguinte de manhã, o casal desceu de mãos dadas para tomar café manhã. Quando chegaram na cozinha encontraram Sirius, que se engasgou com o suco de abóbora quando viu essa cena.


- Será que vocês podem me explicar o que aconteceu ontem à noite? – tinha um sorriso maroto nos lábios.


- Logo você saberá! – foi tudo que o moreno respondeu.


- Está bem! – voltou a fazer sua refeição silenciosamente.


Um pouco mais tarde, todos os convidados chegaram à antiga sede da Ordem da Fênix. Primeiramente trocaram presentes e depois foram almoçar. Após a sobremesa todos foram para a sala.


Harry percebeu que essa era hora perfeita para conversar com sua “ex-namorada”.


- Será que a gente pode conversar? – sentou ao lado da ruiva no sofá – Lá fora.


- Claro! – respondeu parecendo muito animada.


Caminharam até uma praça que havia no final da rua. Por algum motivo, ele parecia mais nervoso do que na noite anterior.


- Gina! – sentou-se em um banco e passou a encarar a garota – Eu quero terminar com você.


- Como? – perguntou um pouco alto demais.


- Estou apaixonado pela Mione – foi direto ao assunto, sabia que assim seria mais fácil – Quero ser feliz, com ela e com a minha filha.


- Eu não credito que você está me trocando por aquela sangue-ruim horrível – gritou fazendo as poucas pessoas que estavam no local olharem para os dois.


- Nunca mais fale da Mione dessa maneira – a apertou pelos ombros com bastante raiva – Ela é a mãe da minha filha e a mulher que eu amo.


- Você sabe que ela é isso mesmo – continuou a gritar, seu rosto estava totalmente vermelho – E ainda por cima, é o tipo de pessoa que dorme com o namorado da melhor amiga e tem uma filha com ele.


Ele levantou a mão e acertou em cheio o rosto de Gina, deixando a marca dos cinco dedos.


- Já que você quer assim! – se levantou rapidamente – Fique com ela e seja feliz.


A garota saiu correndo em direção a casa número doze daquela rua. Quando abriu a porta, ficou parada na soleira bufando de raiva, todos a encararam.


- Está feliz agora? – caminhou a pesadamente em direção a Hermione (que conversava com seus pais nesse momento) – Perdi o Harry definitivamente, por sua causa.


- Eu sinto muito Gina – disse ficando com um pouco de medo – Mas aconteceu, nós não podíamos prever isso.


- Gina! – agora foi o moreno que apareceu – Se alguém é culpado nessa história sou eu: deveria ter dado um tempo com você assim que soube da gravidez da Mione, para por as idéias no lugar.


- Não precisa defendê-la Harry querido – a senhora Weasley disse – Gina disse tudo que a Hermione fez com você. Ela deve estar usando uma poção do amor, não se preocupa que eu vou procurar o antídoto.


- Mas a Mione não fez nada – estava com mais raiva ainda – O que você disse para eles Gina?


- Está bem, é tudo mentira! – gritou fazendo com que todos na sala a olhassem chocados – Tudo isso fazia parte de uma plano que eu e o Draco bolamos para eu me vingar do Harry e da Mione.


O moreno tinha um misto de surpresa e raiva em seu olhar, não conseguia acreditar que a garota com que namorou por quase dois anos era capaz de algo tão sujo.


- E para todos saberem logo – continuou gritando cada vez mais – Eu e Draco estamos namorando escondidos. Isso mesmo, eu trai Harry Potter, da mesma maneira que ele fez comigo.


- Ginevra Weasley! – a mulher ruiva encarou a filha, bastante séria – Teremos uma conversa muito séria quando chegarmos em casa.


- Não! – sorria friamente – Eu não vou mais voltar para casa.


Foi para a rua e bateu a porta com toda a força que conseguiu.


***


Desculpem a demora, mas eu estava muito enrolada


 


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