Reparando erros

- É melhor irmos embora – a senhora Weasley se levantou acompanhada do marido, ambos estavam extremamente abalados – Não queremos mais estragar o natal de vocês.

Os dois aparataram logo em seguida e todos ficaram em silêncio por vários minutos.

- Vou ver se os dois estão precisando de ajuda – Rony também se levantou – mando notícias por coruja.

- Está bem cara – o de olhos verdes balançou a cabeça afirmativamente. Começou a perceber como todas as atitudes estranhas da ex-namorada faziam sentido.

Durante o resto da tarde ninguém mais comentou o incidente com Gina, mas estavam bastante chocados com o que aconteceu.

Já era noite quando o senhor e senhora Granger foram embora para casa. Harry e Sirius estavam na sala apenas se encarando.

- A Nicolly já está dormindo – a morena desceu as escadas, quebrando o silêncio do local – Não foi tão difícil, ela teve um dia bastante agitado.

- É verdade – o rapaz concordou com a namorada.

- Rony ainda não mandou notícias? – perguntou, vendo os dois balançarem a cabeça negativamente.

Nesse momento, uma pequena coruja branca entrou pela janela da sala, eles logo a reconheceram como Pichi.

- Acho que isso responde a sua pergunta – Harry pegou o pergaminho para lê-lo.

 

Harry e Mione,

Quando cheguei em casa, Gina não estava mais lá. Ela pegou todas as suas coisas e disse que ia para a casa do Malfoy.

Mamãe e papai estão inconformados, todos os meus irmãos estão aqui. Mesmo assim, minha mãe quer conversar com vocês e ficaria muito feliz se pudessem vir amanhã.

Mandem a resposta o mais rápido possível.

Rony.

 

Assim que ele terminou, percebeu que a namorada lia por cima de seu ombro.

- O eu você acha? – perguntou a encarando – Vai querer ir?

- Sim! – ainda olhava para o pesado de papel, mas sem mexer os olhos – Vai ser melhor a gente esclarecer esse assunto cara a cara.

- Ainda não acredito que a Gina foi capaz de fazer tudo isso – o homem pegou a carta para ler também – Sempre a achei tão boazinha.

- Eu também achava isso – o outro concordou – Podemos mesmo nos enganar com as pessoas.

- Saber que vocês dois teriam um bebê foi demais para ela – colocou a mão no queixo enquanto pensava – Mas isso não significa que ela deveria fazer uma coisa dessas com vocês.

- Mas agora está tudo resolvido – o moreno suspirou aliviado – E, graças a Merlim, ela não fez nada de mal a Nicolly.

Hermione se sentiu incomoda com a idéia de sua filha correr algum tipo de perigo.

- Vou mandar a resposta para o Rony! – se levantou para ir até o andar de cima da casa.

Terminou de escrever a pequena carta e pediu para a coruja do amigo (que ficou esperando a resposta) levar até A Toca.

A morena estava em seu quarto colocando o pijama. Ouviu batidas na porta, logo o de olhos verdes entrou no local.

- Achei que você podia estar precisando de companhia – sentou-se na beirada da cama.

- E estava certo – sorriu enquanto de se pentear na frente do espelho.

Assim que terminou, fez um rabo-de-cavalo. Foi para o lado do namorado e encostou a cabeça no ombro dele.

- Você está tão quieta hoje – começou a brincar com os cachos do cabelo dela – O que aconteceu?

- Apenas estava pensando em tudo que aconteceu hoje – sussurrou enquanto encarava um ponto fixo na parede – Me sinto um culpado.

- Eu entendo o que você quer dizer – a segurou pelo queixo para olhá-la nos olhos – Mas o que aconteceu há um ano também foi culpa minha, nós dois queríamos e você sabe disso.

- Não é por causa disso que eu me sinto culpada – suspirou algumas vezes antes de voltar a falar – Eu sabia de todo o plano da Gina. Menos a parte que ela estava fazendo isso tudo junto com o Malfoy.

- Como assim? – Harry a olhou incrédulo.

- No dia do seu aniversário, Fred e Jorge me contaram por que o senhor e a senhora Weasley não falavam mais comigo – explicou parecendo um pouco receosa – Eu ia te contar, mas você poderia pensar que eu mentindo para prejudicar a Gina.

- Eu nunca duvidaria de nada que você falasse – deu um selinho nos lábios dela – É minha melhor amiga há anos.

- Mesmo assim, não queria mais me intrometer nessa história – continuou – Sabia que a Gina acabaria confessando seus “crimes”, mas nunca imaginei que seria dessa maneira.

- O importante é que nós dois estamos juntos – sorriu para ela enquanto seus rostos se aproximavam.

Voltaram a se beijar enquanto iam deitando na cama.

Na manhã seguinte, Harry acordou cedo e foi para seu quarto trocar de roupa. Queriam chegar bem cedo a casa da família Weasley, assim aproveitariam melhor o dia.

Eram dez da manhã, o moreno estava terminando de comer sua torrada com geléia, quando viu a namorada empurrando o carrinho de bebê.

- Depois que você terminar o café, poderemos ir? – perguntou, a vendo sentar em uma das cadeiras vazias.

- Claro! – balançou a cabeça afirmativamente – Sirius vai com a gente?

- Ele disse que tem umas coisas para resolver no ministério – explicou enquanto brincava com a filha, que gargalhava divertida.

Um pouco mais de vinte minutos depois, eles estavam saindo de casa. Como foram de carro, demoraram um pouco mais do que o habitual para chegar a Toca.

Quando tocaram a campainha, a mulher ruiva abriu sorrindo para eles.

- Harry! Mione! – abraçou os dois antes de deixar-los entrar na casa – Fico muito feliz que vocês tenham aceito o meu convite.

- Nós também ficamos felizes por termos sido convidados – ele disse um pouco sem jeito.

- Vamos para sala – fez sinal para que o casal a acompanhasse – Rony foi buscar a Luna, Arthur está lá em cima vendo um aparelho trouxa que eu não sei o nome e Fred e Jorge foram até a loja. Mas logo todos eles estão chegando.

- Está bem! – responderam juntos.

- A filha de vocês é mesmo linda – a senhora Weasley ficou admirando a menina que estava dentro do carrinho – Será que eu posso segurá-la?

- Claro! – Hermione concordou.

Nicolly não costumava se sentir confortável no colo de qualquer pessoa (somente de seus pais, seu padrinho e de Sirius), mas a mulher parecia mesmo ter jeito com crianças pequenas, pois a garotinha não reclamou por nenhum segundo.

- Às vezes eu sinto saudade de quando meus filhos eram pequenos – sentou-se e entregou o bebê para a morena – Teria ficado extremamente feliz se ela fosse minha neta.

- Mas ela é como se fosse – Harry continuou – A senhora é como se fosse a nossa segunda mãe,

- Eu fico muito feliz em saber disso, meus queridos – enxugou uma lágrima que queria cair de seus olhos – Mas não foi para isso que eu chameis vocês dois aqui.

Os morenos se entreolharam um pouco apreensivos.

- Sabe Mione! – começou olhando para eles – Eu queria te pedir desculpas por qualquer coisa eu possa ter feito que te magoou.

- Tudo bem senhora Weasley – ela sorriu – A culpa não foi sua, apenas acreditou no que a sua filha falou.

- Esse foi meu grande erro – continuou – Deveria ter consultado você ou o Harry antes de chegar as minhas próprias conclusões.

- Acho que essa história foi mesmo muito complicada – a de cabelos cacheados olhou para a filha, que dormia no carrinho – Havia muitos sentimentos e muitas pessoas envolvidas.

- Mas eu espero que esteja perdoada – segurou a mão da outra a sua frente – E que vocês dois possam continuar a freqüentar aqui em casa.

- Mas é claro! – as duas abraçadas.

- Uma parte da confusão já está resolvida – Harry começou – Espero que logo a outra parte também esteja.

- Tenho certeza de que logo a Gina vai aparecer – deitou a cabeça no ombro do namorado – Espero que ela me entenda e que voltemos a ser amigas.

O moreno deu um selinho de leve nela.

- Bem! – a senhora Weasley se levantou ainda enxugando algumas lágrimas – Acho que vou terminar de preparar o almoço, fiquem a vontade.

Algum tempo depois, ouviram alguém bater na porta e ela ser aberta em seguida.

- Oi mãe! – reconheceram a voz do amigo.

- Oi senhora Weasley – uma segunda voz foi ouvida, era de Luna.

- Vocês demoraram – a mulher reclamou.

- É que a Luna quis parar para ver se encontrava um unicórnio prateado naquele campo aberto – tentou explicar.

- Sei! – fingiu que acreditou – Harry e Mione já chegaram, estão na sala.

- E ai cara – assim que apareceu, foi falar com amigo – Como você está Mione?

- Muito bem! – sorriu para o ruivo.

- Vejo que mamãe já falou com vocês – sussurrou para que a matriarca não os escutasse – Como foi.

- Tudo certo – ela respondeu – Esse ano está sendo totalmente perfeito.

- E o ano ainda não terminou – sussurrou sedutoramente no ouvido da namorada – Ainda falta mais uma coisa para ele fechar com chave de ouro.

- O que é? – perguntou parecendo uma criança na noite de natal.

- Você vai descobrir – explicou –Mas não agora, nem hoje.

- Não é justo – cruzou os braços se fingindo de brava – Eu quero saber.

- Vai ser antes do ano terminar – riu da cara indignada que a namorada fez – Eu prometo.

- Agora eu também quero saber! – Rony disse rindo.

- Eu também! – a loira concordou.

- Mas como vocês são curiosos – riu.

Ocorreu tudo bem durante o almoço. Já era bem tarde quando Harry e Hermione foram embora para casa.

O tempo foi passando, logo chegou o último dia do ano. O casal resolveu comemorar essa data em um clube bruxo que tinha no centro de Londres.

- Vamos logo Mione! – o moreno estava sentado na esperando pela namorada – Daqui a pouco é meia noite e ainda estamos aqui.

- Ela já deve estar vindo – Sirius, que estava sentado ao lado do afilhado – Você sabe como as mulheres sempre demoram para se arrumar.

Cerca de cinco minutos depois, ela apareceu vestindo um belo vestido branco, uma sandália rasteira e estava com a filha no colo.

- Podemos ir Harry – disse, dando um selinho no namorado – Tem certeza de que não é problema cuidar da Nicolly hoje Sirius?

- É claro que não tem problema – pegou a menina no colo.

- Lembre-se: ela tem que dormir cedo, se não fica mal-humorada de manhã; deixei uma mamadeira com leite na geladeira; tem bastante fralda lá em cima; e se ela tiver cólica, é só dar a poção azul clara – falou tudo isso rapidamente – Qualquer outro problema é só me mandar uma coruja.

- Pode deixar Mione – ele disse.

Eles aparataram diretamente na entrada do clube. Pelo lado de fora, não era um lugar muito bonito, mas por dentro era maravilhoso. Várias pessoas estavam dançando ao som de As Esquisitonas e vários elfos serviam as bebidas na mesa.

- Eu quero dançar – ela puxou o moreno para o meio do salão.

Passaram, praticamente, a noite toda dançando tanto músicas rápidas quanto as lentas. O moreno olhava para o relógio de bolso todos os minutos.

- Faltam cinco minutos para a meia noite – anunciou – Vem aqui.

A levou para um canto onde não havia mais ninguém

- O que foi? – sorriu pela surpresa.

- Lembra que eu te disse que faltava uma coisa para esse ano ser perfeito? – segurou as duas mãos dela – Chegou à hora de você saber o que é.

- Então fala logo – estava sorrindo mais do que antes – Não me deixa curiosa.

- Hermione Jane Granger – começou, mexendo no bolso da calça – Você aceita se casar comigo.

Quando Hermione viu as duas alianças douradas dentro de uma caixa de veludo, seus olhos se encheram de lágrimas.

- É claro que sim! – o abraçou e deu um selinho nele - Seria uma idiota se não aceitasse.

Colocaram a aliança um no outro e depois se beijaram. Estavam tão entretidos que só repararam que era meia-noite quando ouviram os fogos de artifício.

- Feliz ano novo meu amor – a morena disse quando eles se separaram, embora seus rostos ainda estivessem bem próximos.

- Feliz ano novo Mione – respondeu antes de se beijarem novamente.

Aquele era o começo de um ano que prometia ser tão maravilhoso quando o que acabou de acabar.

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