Últimos momentos em Hogwarts
As semanas que antecederam os N.I.E.M’s foram dedicadas ao estudo intenso. No dia das provas, o trio estava mais do que preparado e todos tiraram notas excelentes. Com isso, o ano letivo chegou ao fim, os alunos iriam embora no dia seguinte.
Harry e Rony estavam no salão comunal da Grifinória jogando xadrez bruxo, esperavam a amiga, que havia sumido desde o fim da aula de história da magia, para poderem jantar juntos pela última vez no castelo.
- A partir de amanhã seremos ex-alunos de Hogwarts! – o moreno disse, depois de fazer mais uma jogada.
- Nem acredito que estou me livrando de tudo isso aqui! – o outro disse, suspirando aliviado – Achei que fosse ficar aqui para sempre.
- Não deixe a Mione te ouvir falando isso – respondeu, um pouco mais baixo – Ela vai dar um sermão de duas horas em nós dois.
- O que eu não posso saber? – a morena perguntou, enquanto entrava pelo buraco do retrato da mulher gorda e com um pergaminho nas mãos.
- Nada! – os dois disseram ao mesmo tempo.
- Vou fingir que acredito! – ela disse, olhando desconfiada para eles e se sentando em uma das poltronas vazias do salão.
- O que é isso Mione? – Harry perguntou, apontando para o papel na mão da amiga.
- Mandei uma carta ontem para a minha mãe, contando sobre o bebê – explicou – E ela acabou me mandar a respostas.
- O que ela disse? – ele perguntou, um pouco assustado – E o seu pai?
- Meu pai está em um congresso de dentistas e só volta depois de amanhã – continuou a falar – Minha acha que é melhor eu contar tudo para ele.
- E o que a sua mãe disse? – foi a vez de Rony perguntar.
- Ficou um pouco preocupada, mas adorou saber que vai ser avó! – respondeu, sorrindo – E também adorou saber que você é o pai – continuou, agora virando para o moreno – Disse que não teve oportunidade de te conhecer tão bem, mas que o que ela viu aquela vez no Beco diagonal quando estávamos no segundo ano, pode perceber que você é um bom menino. E que tem tudo para fazer a mim e a nossa filha felizes.
- Engraçado, ouviu algo muito parecido quando fui jantar na sua casa nas últimas férias – o ruivo disse, colocando a mão no queixo e recebendo um olhar atravessado da amiga.
- Eu estou com fome! – ela disse, se levantando – Acho melhor irmos logo para o salão principal, ou não vai sobrar mais nada.
O trio foi saiu do salão comunal direto jantar. Foi uma refeição tranqüila onde se divertiram muito relembrando histórias dos anos em que passaram naquele colégio, todas inesquecíveis. Depois, foram se deitar, pois queriam descansar bastante para a longa viagem que fariam no dia seguinte.
Já era aproximadamente dez e meia da amanhã, logo o expresso Hogwarts iria sair da estação de Hogsmead. Gina passava pelos corredores do castelo carregando sua mala que parecia um pouco pesada. Quando passou pelo salão principal, percebeu que seu irmão e Luna estavam no local sentados na mesa da Corvinal, resolveu ir falar com eles.
- Vocês não vão para o trem? – ela perguntou, olhando de um para o outro.
- A Mione pediu ajuda ao Harry para terminar de arrumas as suas malas! – o ruivo explicou – Estou esperando eles porque combinamos de entrar no trem juntos.
A garota continuou olhando para ele sem demonstrar nenhuma emoção.
- Se você quiser pode ir indo Luna! – disse, se virando para a namorada – Assim arranjar um lugar bom.
- Eu vou ficar aqui com você! – ela disse, com seu olhar sonhador de sempre.
- Já que você não vai! – a ruiva disse, pegando novamente a mala, que se encontrava no chão – Estou indo sozinha.
- Fica lá no último vagão e guarda lugar para gente! – Rony pediu.
- Está bem! – fui tudo que Gina antes de ir embora.
Foi um caminho longo até o vilarejo bruxo. O trem vermelho já se encontrava na estação. Alguns alunos já estavam lá dentro e olhavam a paisagem pela janela, outros ainda estavam na plataforma e conversavam com os amigos.
A ruiva chegou à última cabine colocou sua mala dentro do bagageiro. Ela não percebeu quando a porta foi aberta e duas mãos cobriram seus olhos.
- Adivinha quem é? – escutou uma voz bastante conhecida.
- Não adianta Draco! – respondeu retirando as mãos do loiro dos seus olhos – Eu sei muito bem que é você.
Ele a beijou de modo profundo, fazendo com que a garota caísse sentada em cima de um dos bancos.
- Pensei que nos fossemos nos encontrar no meio da viagem! – ela disse quando os dois se separaram – Em seu vagão.
- Tínhamos mesmo combinado isso! – Draco respondeu, com um sorriso malicioso – Mas eu te vi entrando no vagão sozinha e não resisti.
Eles voltaram a se beijar. Quando o loiro estava quase arrancando a camiseta da “namorada”, foi a vez dele parar.
- Você mandou a carta? – perguntou, de repente.
- Sim! – respondeu, sorrindo – Ontem à noite. Tenho certeza de que tudo estará ao nosso favor quando chegarmos a Londres hoje.
- Perfeito! – ele disse, dando mais um beijo na ruiva antes de sair da cabine.
Já havia passado quase duas horas de viagem. Hermione olhava distraidamente para a paisagem na janela; Harry lia o profeta diário; Gina olhava constantemente para o relógio como se estivesse esperando por algo; Rony e Luna jogavam uma partida de Snape explosivo.
- Rony! – a morena disse de repente, fazendo todos no local olharem para ela – Tenho pensado sobre isso há algum tempo, não conversei com o Harry sobre isso, mas ficaria muito feliz se você aceitasse ser o padrinho da minha filha.
- Eu acho uma ótima idéia! – o de olhos verdes disse, sorrindo – Não conseguiria pensar em ninguém melhor para isso.
- E então, você aceita? – ela perguntou, mais uma vez.
- Depois de tudo que vocês disserem sobre mim agora – começou a falar, parecendo enxugar algumas lágrimas dos olhos – É claro que eu aceito.
- É claro que você vai ser a madrinha Luna! –voltou a falar, olhando para a amiga – Isso é, se você quiser.
- Eu também aceito! – a loira disse – Sabe que todos vocês são os melhores amigos que eu já tive.
Continuaram alguns minutos em um silêncio totalmente profundo.
- Você contou sobre o bebê para a sua mãe, Rony – foi a vez do moreno perguntar.
- Não! – respondeu, como se tivesse lembrado de uma prova importante – Pensei que a Mione fosse ficar chateada se eu falasse.
- Não tinha problema nenhum em falar – respondeu, sorrindo.
- Espero que você não se importe Mione – Gina disse pela primeira vez desde que o trem saiu da estação – Eu mandei uma carta para a minha mãe ontem falando sobre o bebê.
- É claro que eu não me importo! – a morena respondeu – Só espero que a sua mãe não fique chateada comigo, afinal o Harry é seu namorado.
- Tenho certeza de que ela vai adorar! – respondeu, se levantou – Acho que vou dar uma volta pelo trem – completou, antes de sair da cabine.
Já estava de noite quando o chegaram a Londres. Aos poucos, os alunos foram para a plataforma encontrar com as suas famílias.
Os cinco saíram ao mesmo tempo de dentro do trem, logo encontraram a senhora Weasley.
- Meus queridos! – ela disse, abraçando os dois filhos – Eu estava morrendo de saudade de vocês.
- Mas mãe! – o ruivo disse, conseguindo se afastar da mulher – Você nos viu no natal.
- É quase uma eternidade! – respondeu – Quando você tiver seus filhos e eles forem para Hogwarts, vai entender o que eu estou dizendo.
Os outros três começaram a rir, até que o garoto lançou um ar mortífero a eles.
- Também é muito bom ver vocês, Luna e Harry! – continuou, também abraçando eles – Já ia me esquecendo, Gina, eu recebi a sua carta.
- Que bom! – a garota disse, sorrindo.
- Oi Hermione! – a mulher, disse, como se tivesse notado naquele momento a presença dela – Também é muito bom te ver.
A morena estava com a gaiola de Edwiges na mão e a apertou mais contra si. Não havia gostado do olhar da matriarca da família Weasley.
- Estou vendo o meu pai! – Luna disse, olhando fixamente para o outro lado da plataforma – Estou indo, tchau para todos – completou, dando um selinho rápido no namorado.
- Ela é mesmo um amor! – a senhora Weasley disse, depois que a loira estava um pouco longe – A melhor escolha que você fez na vida, Rony, foi começar a namorar ela.
Hermione sabia que era uma indireta para ela, sentiu uma enorme vontade de chorar, mas não podia fazer isso naquele momento. Precisava sair de lá o quanto antes.
- Vou procurar pela minha mãe, ela deve estar do outro lado da passagem – ela disse – Me da a minha mala Harry! – pediu ao amigo, que estava segurando as duas malas, entregando a gaiola da coruja para ele.
- Eu vou até lá com você! – disse – Tchau para todos.
- Tchau! – os três ruivos disseram quando eles começaram a andar.
Demoraram um pouco para atravessar a multidão de alunos e familiares que estavam no local. Quando, finalmente, chegaram ao lado trouxa da estação King Cross, encontraram a senhora Granger junto com Sirius.
- Fiquei aqui fazendo companhia para a sua mãe! – disse, para a garota quando os dois chegaram mais perto dos mais velhos – Sabia que Harry viria até aqui com você.
- Eu sou tão previsível assim? – Harry perguntou, rindo.
Os dois pararam de conversar e ficaram observando mãe e filha que ainda se encaravam sem ao menos abrir a boca. De repente, elas foram se aproximando e deram um abraço apertado.
- Eu estou tão feliz por te ver! – a senhora Granger disse, sem soltar a filha.
- Eu também! – a garota disse, com algumas lágrimas escorrendo pelos olhos – Pensei tanto em você nesses últimos meses, precisava tanto de conselhos.
- Eu sei! – respondeu, se separando para passar a mão pela barriga de Hermione, que sorriu – Para quando é?
- Fim de setembro! – respondeu, enxugando as lágrimas.
- Precisamos montar o quarto dela! – a mulher disse, fazendo o mesmo olhar pensativo da morena – Já comprou alguma coisa – a viu apenas balançando a cabeça negativamente.
- Vamos embora Harry! – Sirius disse, puxando o afilhado que continuava parado sem ação – Tenho certeza de que elas têm muito que conversar.
- Com certeza! – a mulher disse, passando o braço em volta do ombro da filha – Também estamos indo para casa.
- Tchau Harry! – a garota disse, abraçando o moreno – Eu te mando uma carta amanhã depois que eu falar com o meu pai – completou, sussurrando no ouvido dele.
- Você precisa ir jantar lá em casa um dia desses! – a outra também disse para o garoto.
- Pode ter certeza de que eu vou senhora Granger! – ele disse, sorrindo – É só marcarmos.
- Por favor, me chame de Jane, afinal agora você é praticamente da família – disse, sorrindo – Marcaremos esse jantar em breve.
Durante o caminho até em casa, Hermione ficou olhando para a paisagem do lado de fora da janela.
- O Harry parece ser um bom rapaz! – ouviu a mãe falar de repente – Não poderia ter escolhido melhor pai para a sua filha.
- Eu sei disso! – ela disse, sorrindo - Ele tem sido completamente atencioso comigo.
- Gosto mais dele que daquele ruivo que você namorava – respondeu, distraidamente, fazendo a morena a olhar chocada – Aliais, por que vocês terminaram?
- Uma longa história! – foi tudo que respondeu.
- Cléo está louca para te ver! – disse, depois de alguns minutos em silêncio – Ela não acreditou quando disse que você estava grávida, só vai ter 100% de certeza quando te ver.
- Tem dias que eu estou sonhando com aquele pudim de leite dela! – a garota disse – Espero que ela faça para mim, ou a minha filha vai nascer com cara de pudim.
Cléo havia sido babá de Jane. Quando a mulher se casou, a convidou para trabalhar lá, assim, também cuidou de Hermione até ela ir para Hogwarts (embora não saiba que ela estuda bruxaria, acha que é apenas um colégio interno).
Não demoraram muito para chegara a casa da família Granger. Retiraram a mala de dentro do carro e abriram a porta da sala.
- Chagamos! – a senhora Granger disse, largando a bagagem da filha no chão.
Uma senhora aparentando ter bastante idade, de cabelos brancos amarrados em um coque e ligeiramente gorda, ficou parada na saída da cozinha, olhando para a morena que também fazia mesmo.
- Mione! – ela disse, ainda sem sair do lugar – Minha Mione!
- Sim Cléo! – ela disse, passando a mão ligeiramente pela barriga – Acho que mudei muito em um ano.
- Continua linda! – disse, sorrindo e indo abraçá-la – É um menino ou uma menina?
- Menina! – respondeu, também sorrindo – Espero que você me ajude a cuidar dela quando nascer.
- É claro que sim! – respondeu, com uma lágrima nos olhos – Nada me deixaria mais feliz.
As três ficaram um bom tempo conversando enquanto tomavam chá. Cléo prometeu a morena que faria o pudim para ela no dia seguinte.
Hermione resolveu ir para o seu quarto. Embora estivesse cansada, não estava conseguindo dormir, no dia seguinte teria que encarar o pai e não sabia como seria, nem a reação dele.
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