Mais surpresas
Os dias foram se passando rapidamente e cada vez diminuía o tempo que eu tinha para contar a verdade para Harry. Isso me deixava cada vez mais preocupada, eu não tinha idéia de como iria dar a noticia a ele.
Apesar de tudo isso que estava acontecendo, eu tinha que me lembrar que agora existia outra pessoa que dependia completamente de mim e, por mais que isso me assustasse, eu precisava cuidar dela. Pedi para Gina procurar telefone de vários obstetras de Londres, consegui marcar um para sexta-feira de tarde, que era o meu dia de folga e consegui convencer Lizzie de vir comigo.
- É melhor você terminar logo de almoçar – pedi enquanto ia até a pia para lavar o meu prato – A consulta está marcada para 1:30, não quero chegar atrasada.
- Já estou terminando – respondeu – Na verdade, eu nem deveria ter aceitado ir com você.
- Agora você já disse sim! – completei – É tarde demais.
- Ainda tenho tempo de contar para o Harry e mandá-lo com você – comentou – É função do pai acompanhar o pré-natal, não da tia.
- Você disse que me daria um tempo para contar para ele – estava ligeiramente com raiva.
- Está bem! – deu de ombros – Mas ele tem o direito de ver a primeira foto do bebê.
- E ele vai ver! – conclui – Depois.
Nesse momento a campainha tocou. Achei estranho, não estávamos esperando visitas. Fui abrir a porta e encontrei Harry sorrindo.
- Espero que tenha almoço para mim – ele disse enquanto entrava no local – Estou com fome.
- Sua mãe nunca te ensinou a ligar antes de vir na casa dos outros? – fiquei na frente dele o encarando.
- Para que? – deu de ombros – Vocês sempre me recebem sem nenhum problema.
- Poderíamos não estar em casa! – respondi – E resolvêssemos almoçar perto to trabalho hoje.
- É o seu dia de folga Mione, sei disso – ainda não entendo como ele conhecia os meus horários melhor do que eu – Mas, para qualquer coisa, vocês deveriam me dar a chave do apartamento. Assim eu poderia entrar aqui sem atrapalhar.
- Só se eu estivesse maluca! – completei, mas ele não ouviu, já estava na cozinha.
- É bom você não demorar nunca – Lizzie avisou assim que ele sentou ao seu lado na mesa – Nós já estamos saindo
- Aonde vocês vão? – perguntou quando eu me sente em frente aos dois.
- Vou ao médico com a Mione – ela respondeu em seguida.
Fim uma cara de raiva e tentei atingir a canela de Lizzie, mas, acabei chutando o Harry.
- Ai! – ele disse – O que eu fiz Mione?
- Nada! – não conseguia olhar para ele, estava com o rosto extremamente vermelho – Eu bati a mão no joelho, foi reflexo involuntário.
- Está bem! – deu de ombros e voltou a comer.
Dessa vez, consegui chutá-la.
- Reflexo involuntário de novo Mione? – senti uma pontada de sarcasmo na sua voz.
- Na verdade não – a olhei da mesma maneira – Esse era mesmo o meu objetivo.
- Já terminei! – ela se levantou e foi até a cozinha – Podemos ir.
- Mione! – Harry perguntou antes que eu pudesse me levantar – O que você vai fazer no médico?
- São só alguns exames de rotina – eu precisava fazer com que ele não desconfiasse de nada – Mas eu pedi para que a Lizzie fosse comigo, por que eu tenho horror de médico.
- Poderia ter me chamado - completou – Eu também estou de folga hoje. Assim a Lizzie não precisaria faltar ao trabalho.
- Na verdade isso é coisa de mulher – foi tudo que eu disse.
- Entendo! – deu um rápido riso.
- Podemos ir! – Lizzie avisou – Harry. Você pode terminar de almoçar, depois deixa a chave lá na portaria, depois a gente pega lá.
- Está bem! – concordou.
Saímos logo em seguida. Cerca de dez minutos depois, estávamos no médico.
- Eu sou Hermione Granger – disse para a recepcionista – Tenho uma consulta marcada.
- Um minuto – ela começou a digitar rapidamente no computador – Aqui está. Pode se sentar ali que o médico já vai atendê-la.
Fui me sentar ao lado de Lizzie, que lia um folheto sobre gravidez.
- Olha que interessante – ela me chamou sem retirar os olhos do papel em sua mão – Aqui diz que a partir do quinto mês as unhas do feto começam a crescer.
- Sério? – isso era mesmo uma coisa que eu nunca poderia imaginar.
- É! – balançou a cabeça afirmativamente – E também diz que quando o bebê nasce, dependendo da semana de gestação, a unha já está bem grande.
- Uau! – passei a mão pela barriga – Será que o meu bebê vai me arranhar na hora de nascer?
- Quem vai saber! – deu de ombros.
- Hermione Granger! – a secretária me chamou – O doutor já vai recebê-la.
Levantei rapidamente e puxei Lizzie pelo braço.
- Você vai entrar comigo! – avisei.
- Claro! – revirou os olhos.
Entramos na sala e encontramos o médico sentado em sua cadeira escrevendo alguma coisa em uma folha de papel. Ele era um homem um pouco baixo, com cabelo e que usava óculos.
- Bom dia! – se levantou e apertou as nossas mãos – Qual de vocês é a senhorita Granger.
- Sou eu! – respondi – E essa é Lizzie.
- Sou a cunhada dela – completou, não acredito que ela está falando isso - Meu irmão não pode vir então eu vim acompanhando a Mione.
- Certo! – balançou a cabeça afirmativamente – Podem se sentar – indicou as cadeiras a nossa frente.
Ele pegou uma folha de papel em branco e escreveu o meu nome na parte de cima.
- Então Hermione – começou – De quanto tempo você está?
- Um pouco mais de um mês, eu acho – comecei a fazer as contas ao contrário – Não tenho muito certeza disso.
- Certo! – escreveu alguma coisa, mas eu não consegui ler muito bem – Está sentindo algum enjôo?
- No inicio eu estava! – me lembrei dos dois dias antes de eu descobrir que estava grávida, não conseguia nem pensar de tanto enjôo que eu sentia – Mas, nessa última semana só tenho vontade de vomitar de manhã.
- Entendo! – balançou a cabeça afirmativamente enquanto escrevia novamente – Agora vamos fazer alguns exames e, depois, uma ultra-sonografia para saber se está tudo bem com o bebê.
- É claro! – sorri, queria muito ver o meu bebê pela primeira vez.
Os exames de rotina foram bastante simples, o médico disse que teria que repeti-los todos os meses até que o bebê nascesse. Em seguida, ele chamou a enfermeira para trazer a maquina de ultra-sonografia.
- Você pode trocar de roupa ali! – apontou para a porta do banheiro – Depois é só se deitar na maca.
Assenti com a cabeça e fui para o banheiro. Quando voltei, já estava tudo arrumado.
- Posso começar? – ele perguntou.
- Claro! – respondi rapidamente, estava muito ansiosa.
Passou um gel gelado na minha barriga e começou a passar um aparelho enquanto olhava para o monitor do computador na sua frente. Ficou bastante tempo daquela maneira e com uma expressão curiosa no rosto, isso me deixou um pouco preocupada.
- Tem alguma coisa errada? – resolvi perguntar logo de uma vez.
- Isso é muito interessante – parecia que ele não tinha me ouvido – Tem algum caso de gêmeos na sua família?
- Não! – respondi, agora mesmo que eu não estava entendendo mais nada.
- E na família do pai? – perguntou novamente.
- Tem Lizzie? – perguntei, eu não conhecia muito coisa sobre os outros Potter.
- Não que eu saiba! – ela deu de ombro – Mais eu posso perguntar para a minha mãe.
- Tem alguma coisa errada com o meu bebê doutor? – quis saber mais uma vez.
- Está tudo bem! – suspirei aliviada ao ouvir isso – Mas não é um bebê.
- Não! – Lizzie se levantou e ficou na minha frente – Quer dizer que a Mione vai ter um Alienígena?
- Lizzie! – a reprimi, mas acabei rindo.
- É um bebê mesmo - o médico também riu levemente – Mas não é só um, são dois.
- Gêmeos! – dissemos ao mesmo tempo.
- Exatamente! – concordou com a cabeça – Veja só!
Virou a tela do computador para mim. Pude ver dois pontos brancos no meio da tela. Apesar de bem pequenos, eram meus filhos, estava muito feliz com isso.
- Quer ouvir os corações deles? – perguntou logo depois.
- Quero sim! – não pensei duas vezes antes de responder.
Quando eu ouvi aquelas duas batidas aceleradas, eu não consegui mais agüentar, comecei a chorar. Lizzie estava bem ao meu lado segurando a minha mão, ainda bem que eu levei ela comigo.
Depois que eu troquei de roupa, o médico passou alguns exames que eu deveria fazer antes de voltar ao consultório dele no mês seguinte. Não demoramos muito para sair de lá.
- O que acha de irmos ao shopping agora? –Lizzie sugeriu quando já estávamos no carro.
- Pensei que você tivesse que trabalhar! – disse em seguida.
- Não tenho nada para fazer lá! – deu de ombros – Resolvi tirar o resto do dia de folga.
- Acho que isso não é uma boa idéia – completei.
- Deixa de ser chata Mione – suspirou pesadamente – Temos que começar a comprar as roupas para os meus sobrinhos. Quero que eles tenham o maior guarda-roupa infantil dessa cidade, cada um.
- Eu ainda nem sei o sexo – lembrei – Como vai comprar roupas.
- Isso é só um detalhe – ela estava com um olhar assustador –Agora vamos.
Chegamos ao shopping e Lizzie me levou diretamente para a maior loja de bebê que tinha lá.
- Bom dia! – um vendedor se aproximou de nós – Em que posso ajudá-las.
- Procuramos roupas para bebês recém-nascidos – ela disse.
- Para menino ou para menina? – quis saber.
- Gêmeos – respondeu – Um casal.
- Certo! – falou – Me acompanhem.
- Você ficou louca Lizzie – segurei o braço dela antes que começassem a andar – E se não for um casal?
- É a coisa mais obvia a se fazer Mione – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Se for um casal as roupas já vão estar lá. Mas, se forem dois meninos, é só doar as roupas de menina e comprar mais de menino e, se forem duas meninas, é só fazer ao contrário.
- Ainda acho que é muito cedo para comprar roupas – revirei os olhos – Dá para esperar um ou dois meses.
- Mione, Mione, Mione – balançou a cabeça negativamente – Nunca é cedo de mais para começar, assim você pode comprar bastante coisa.
- Tudo bem! – dei de ombros, sabia que não adiantaria muita coisa discutir com ela.
Lizzie comprou pelo menos um modelo de cada tipo de roupa. Não adiantaria nada eu dizer que era um exagero. Depois, fomos comer alguma coisa, pois eu estava com muita fome naquele dia.
- O que acha de irmos ver alguns berços – estava terminando o meu refrigerante, isso me fez engasgar.
- Eu até concordei com a história das roupinhas – comecei – Mas berço? Nem tem lugar para colocá-lo.
- É só para dar uma olhada e comparar os preços – explicou.
- Eu estava pensando em reformar o escritório para os bebês – comecei, já era hora de começar a pensar nisso – Meu quarto não tem espaço para colocar dois berços.
- Não se preocupe com isso Mione – ela comentou – Tenho certeza de que, até os bebês nascerem, você e o Harry vão estar casados.
- Até parece Lizzie – revirei os olhos rindo – Eu e Harry somos amigos, não é só por que vamos ter um bebê que vamos resolver nos casar.
- Mas vocês não vão ter só um bebê – lembrou – Vão ter dois.
- Eu sei! – ri – Mesmo assim, eu acho que não nos daríamos bem casados.
- Não tem como você saber disso Mione – continuou – A não ser que vocês se casem.
- Vamos logo! – me levantei querendo acabar com essa conversa.
Lizzie me fez ver mais de 50 tipos diferentes de berços. Parecia que ela seria mãe de tão empolgada que estava. Tive que prometer que voltaria lá outro dia, junto com o Harry, para ela aceitar ir embora para casa. Quando chegamos, eu estava muito cansada.
- Acho que eu vou dormir – avisei – Estou com um pouco de sono.
- Agora? – se espantou enquanto olhava para o relógio – São 4:00 da tarde.
- Eu sei! – respondi – Li em uma revista que as grávidas sentem muito sono.
- Está bem! – deu de ombros,
Fui para o eu quarto e me joguei na cama. Não demorou muito para estar dormindo.
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