As doces lembranças

Hermione estava deitada em sua cama e olhando para o teto. Todos estavam no andar de baixo da casa jantando, mas ela preferiu não ir. Depois da briga que tiveram mais cedo, não queria olhar para a cara da sua mãe. Mais tarde iria até a cozinha comer alguma coisa.

Viu a maçaneta da porta girando. Em seguida, Emi entrou sorrindo, ela trazia um potinho azul na mão.

- Vovó disse que eu podia comer a sobremesa aqui em cima – avisou enquanto pegava uma colherada do que parecia ser um pudim de chocolate.

- Está bem! - pegou a filha no colo e a colocou sentada na cama – Mas você tem que se lembrar de bater na porta antes de se lembrar. Igualzinho lá em casa.

- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Por que você não foi jantar com a gente? Vovô e vovó estavam sentindo a sua falta lá.

- Eu estava sem fome! - mentiu, jamais poderia dizer a filha que ela e a mãe não se dão muito bem, principalmente por ser meio que por “culpa” dela.

- Você precisa de alimentar direito – apontou o dedo para a mãe – É o que você sempre me fala quando eu não to com fome.

- Mas é diferente. Quando você não quer comer é para ficar comendo besteira – Mais tarde eu vou até lá em baixo comer alguma coisa.

- Entendo! -comentou.

A menina terminou de comer o pudim e colocou o pote vazio em cima da mesa que ficava do lado da cama.

- Agora você leva o potinho lá para a cozinha – avisou imediatamente para ela – Não pode deixar nada bagunçado. Lembre-se que essa é a nossa nova casa, pelo menos por enquanto.

- Tudo bem! - revirou os olhos e se levantou da cama – Eu vou lá.

Hermione resolveu pegar um livro para ler. Fazia muito tempo que não conseguia fazer isso, não encontrava tempo o suficiente para relaxar. Mas, isso não durou muito, pois logo Emi entrou correndo no local.

- Emília! - a reprimiu – O que foi que eu te disse agora pouco?

- Desculpa mãe! - abaixou a cabeça arrependida e ficou encarando os próprios pés - Da próxima vez que eu for entrar aqui eu tenho que bater na porta.

- Exatamente! - fez cosquinha na menina e ela sorriu levemente – É assim que eu gosto. Você sendo bem boazinha.

- O que você está lendo? - ela perguntou olhando para a capa do livro.

- É um livro bruxo! - explicou – Seu meu me deu de presente de aniversário mutos anos antes de você nascer.

- E você não leu o livro até hoje? - se espantou,

- Eu já li sim! - explicou – Mas eu estou lendo de novo. Aliais, já o reli muitas vezes também.

- Deve ser uma história muito boa mesmo! - comentou espantada.

- E é! - concordou com a cabeça – O seu pai acertou mesmo nesse presente. É um dos meus livros favoritos.

- Papai me disse que sabe de todos os detalhes da sua vida – explicou calmamente – E também disse que você é muito especial para ele.

Hermione ficou extremamente vermelha nesse momento. Não conseguia acreditar que Harry falou uma coisa dessas para a filha. Ele sabe muito bem que criança repete tudo o que ouve.

- Papai também é muito especial para você? - quis saber.

- É claro que sim! - respondeu sem pensar duas vezes – E sabe por quê? - Emi balançou a cabeça negativamente – Por que, graças a ele, eu tenho você. Que é a pessoa mas importante da minha vida.

Deu um beijo no topo da cabeça da menina e a puxou para mais perto de si.

Um pouco depois Emi estava dormindo profundamente e mulher ficou observando ela dormir, gostava de fazer isso desde que a filha era pequena. Pegou o livro que agora estava jogado na ponta da cama. Ainda se lembrava com todos os detalhes daquele natal em que Harry lhe deu aquele presente.

 

*Flash Back*

Hermione acordou cedo naquela manhã de natal. Logo desceu as escadas e chegou ao salão comunal da Grifinória, o local estava totalmente vazio.

Sentou-se perto da lareira vazia para poder se esquentar, já que estava muito frio naquele dia. De repente, um par de mãos cobriram os seus olhos, fazendo com que ela enxergar-se tudo preto.

- Nem adianta! - disse logo em seguida – Eu sei muito bem que é você Harry.

- Uau! - retirou a mão dos olhos dela e sentou ao seu lado – Quer dizer que você percebe a minha presença de longe?

- Na verdade não é isso! - explicou – Como só estamos nós dois aqui, não tinha como ser outra pessoa não é mesmo?

- Acho que tem razão! - concordou com a cabeça – É meio solitário estarmos aqui, só nos dois.

- Quer dizer que você não gosta da minha companhia? - cruzou os braços e se fingiu de brava – Estou chocada.

- É claro que não é isso Mione! - a trouxe para perto de si para abraçá-la – Eu adoro muito a sua companhia. Sério mesmo.

- Que bom! - disse dando de ombros – É se que, é estranho estar aqui somente com você. Estou acostumado a ver esse salão cheio.

- Logo todos estarão de volta! - segurou a mão dele e ficou olhando atentamente – E você vai sentir saudades das nossas conversas até bem tarde.

- Acho que tem razão! - deu um beijo no topo da cabeça da amiga – Vou sentir muita desses momentos só de nós dois.

- Mas pensa pelo lado bom! - se virou para olhá-lo – Você já vai poder conversar com a Gina – ela sofria muito por falar isso, mas não podia demonstrar isso para ele.

- Não é tão simples assim! - suspirou pesadamente – Ainda preciso saber se o Rony aprova eu começar a sair com a irmã dele.

- Tenho certeza de que ele vai aprovar – garantiu – Vai dar tudo certo.

- Mas ai tem outro detalhe – lembrou – Preciso saber se a Gina também me quer. Ou tudo isso terá sido inútil.

- Você é um cara incrível Harry – segurou o rosto do moreno delicadamente – Se a Gina não te quiser, ela é uma completa idiota.

- Acha isso tudo mesmo? - se espantou.

- É claro sim! - foi se aproximando lentamente do rosto dele, embora uma voz em sua cabeça mandasse que não fizesse isso – A garota que se casar com você, vai ter muita sorte.

Pode sentir a respiração acelerada dele. Seus lábios estavam a centímetros de se tocarem, então Hermione se afastou.

- Já ia me esquecendo! - ele disse depois de alguns minutos de silêncio – Tenho um presente para você.

- Você não precisava gastar dinheiro comigo! - tinha certeza de que seu rosto estava mais vermelho que um pimentão.

- Sabe que eu não me importo com isso! - avisou enquanto se levantava – Vou até o meu dormitório pegar. Não demoro.

Enquanto esperava o amigo voltar, a morena ficou pensando o que tinha levado a quase beijá-lo. Não poderia agir por impulso dessa maneira.

Logo Harry voltou com um embrulho na mão.

- Aqui está! - entregou na mão dela – Espero que você goste.

Ela sorriu e rasgou embrulho e viu o livro. Pelo título a história parecia ser muito interessante.

- Obrigada Harry! - o abraçou com bastante força – Eu adorei. Vou começar a ler hoje mesmo.

- Eu já imaginava isso! - sorriu – Fico feliz que você tenha gostado.

- Você sabe que eu amo ler. Esse é o melhor presente que você poderia me dar – comentou enquanto mexia no bolso – Eu também tenho um presente para você.

- Obrigado Mione – retirou o papel e viu uma escultura de pomo de ouro – Eu adorei.

Ficaram alguns minutos em silêncio e ficaram apenas se encarando.

- Eu estava pensando uma coisa – o moreno comentou – Se eu me acertar com a Gina, quem sabe você e o Rony também ficam juntos?

- Credo! - fez uma careta – Não em entenda mal. O Rony é um bom amigo, mas é somente isso. Não tenho nenhum interesse nele.

- Entendo! - balançou a cabeça afirmativamente – Mas um dia você vai encontrar alguém que te faça muito feliz.

- Eu espero que sim! - suspirou desanimada.

- É claro que você vai encontrar alguém! - a abraçou carinhosamente – Tenho certeza de que ainda vai aparecer alguém que você vai amar muito e que também vai te amar.

Ela sorriu levemente. O que o moreno não sabia era que existia alguém quem ela ama muito, mas essa pessoa não o ama.

*Fim do Flash Back*

 

Hermione suspirou pesadamente e começou a mexer no cabelo da filha. Emi se virou, mas não abriu os olhos. Foi quando ouviu duas batidas na porta

- Pode entrar! - avisou.

Então viu sua mãe entrando no local. Ela não disse nada, apenas sorriu quando viu a menina dormindo.

- Eu imaginei que ela estivesse aqui quando não a vi no quarto! - sussurrou se sentando na beirada da cama – Acho que ela prefere estar com você já que é um lugar totalmente estranho para ela.

- Ela estava aqui conversando toda animada! - explicou – De repente caiu no sono.

As duas sorriram enquanto a olhavam.

- Quando é que você vai começar a trabalhar? - a senhora Granger quis saber de repente.

- Nessa segunda-feira! - respondeu.

- Mas já? - se espantou – Pensei que você fosse demorar uma semana para pode organizar as coisas.

- Eu até acho bom! - deu de ombros – Não consigo ficar muito tempo parada em casa.

- Você que sabe! - comentou – E filha! Desculpa por ter falado aqui para você hoje cedo, eu só me preocupo com você.

- Eu só quero que você acredite em mim! - falou – Eu não vou ser irresponsável com o Harry, sei muito bem que o nosso relacionamento é impossível.

- Mas ás vezes parece que você não sabe disso! - balançou a cabeça negativamente – Pense que eu não vi vocês se beijando hoje quando eu entrei em casa.

- Às vezes eu não consigo me controlar! - sentiu o seu rosto esquentar nesse momento – Mas eu nunca vou passar disso. Acredite em mim.

- Fico feliz que você não pretenda cometer o mesmo erro novamente – suspirou pesadamente.

- A minha filha não foi um erro! - respondeu na mesma hora – Ela pode não ter sido planejada nem ter vindo em uma boa hora, mas ela é minha filha e eu a amo muito. Da mesma maneira que eu sei que o Harry a ama também.

- Sei de tudo isso e eu também amo muito a Emília! - garantiu – Mas vocês dois sabem muito bem que você ter engravidado foi a maior besteira que vocês dois fizeram na vida.

- A gente não planejou nada disso! - gritou um pouco mais alto do que queria, olhou para Emi, mas ela não tinha acordado – E, apesar disso, assumimos a nossa responsabilidade.

A morena suspirou pesadamente, não importo o que ela fizesse, sua mãe nunca a perdoaria por ter se envolvido com Harry e engravidado aos 19 anos.

- E ficaria feliz se você parasse de falar que a Emi foi um erro – disse logo em seguida – Imagina se ela acorda e te ouvi falando isso.

- Seria muito bom ela ouvir – falou – Assim ela saberia o quanto os pais dela são irresponsáveis e inconseqüentes.

- Ela só tem cinco anos! - lembrou – Acha mesmo que ela vai entender o que você está tentando dizer? Ela vai pensar que ninguém aqui gosta dela.

Ela bufou de raiva e se levantou pegando a filha no colo.

- Vou colocar a Emi na cama! - avisou antes de sair do quarto.

Foi para o outro quarto e trocou a roupa de Emi, a menina nem sequer abriu os olhos.

Então Hermione resolveu ir até a cozinha comer alguma coisa, estava começando a ficar com fome. Sentou-se na mesa e apoiou a mão no queixo, talvez tenha sido mesmo um pouco irresponsável, mas se lembrava muito bem que não tinha sido ela que começou toda aquela história.

 

*Flash back*

Hermione acordou bem cedo naquela manhã. Não é todo dia que se faz 19 anos, precisava comemorar muito essa ocasião.

Chegou a cozinha e encontrou sua mãe colocando um prato de panquecas em seu lugar na mesa. Então se aproximou com um enorme sorriso nos lábios.

- Bom dia aniversariante! - a senhora Granger deu um beijo na filha – Como você esta se sentindo um ano mais velha?

- Acho que bem! - sorriu se sentando na cadeira.

- Infelizmente eu e seu pai teremos que trabalhar hoje! - avisou triste – Mas à noite estaremos aqui e poderemos comemorar o seu aniversário.

- Não tem problema! - garantiu – Vou aproveitar que hoje é meu dia de folga no ministério e vou colocar a minha leitura em dia.

- Então está bem! - concordou por fim.

Nesse momento ouviram o som da campainha. As duas se entreolharam, quem poderia ser naquela hora da manhã.

- Deixa que eu vou atender! - a mulher avisou.

Hermione começou a comer sua panqueca. Então sua mãe voltou com um enorme sorriso no rosto.

- Tem visita para você Hermione! - avisou.

A morena ainda estava sem entender nada. Foi então que seu melhor amigo apareceu trazendo um enorme buquê de rosas brancas.

- Feliz aniversário Mione! - entregou as flores para ela e deu um beijo no topo da sua cabeça – Você sabe que eu desejo tudo de bom para você.

- Obrigada! - disse, seu rosto estava extremamente vermelho.

- Eu quis ser o primeiro a te dar os parabéns! - comentou um pouco depois – Quer dizer, depois dos seus pais.

Foi então que o senhor Granger apareceu. Ele já estava arrumado para ir trabalhar.

- Acho que já podemos ir! - avisou para a esposa – Você vai ficar bem Hermione tenho certeza de que ela vai ficar muito bem! - a mulher respondeu apontando para o moreno.

- Aproveitando que estão os dois aqui! - Harry disse parecendo meio sem jeito – Queria pedir autorização para levar Hermione para jantar hoje a noite.

A morena, que estava tomando um suco nesse momento, se engasgou. Por essa ela, realmente, não esperava.

- Estávamos pensando em sair para comemorar o aniversário dela hoje a noite – o homem respondeu calmamente – Mas podemos fazer isso amanhã. Não vai fazer muita diferença.

- Por mim também não tem problema – foi a vez da mãe dela dizer – Isso, é claro, se Hermione aceitar também.

- Eu?- estava totalmente distraída nesse momento – É claro que eu aceito ir jantar com você hoje Harry.

- Perfeito! - concordou sorrindo.

- Agora nós estamos indo mesmo! - o pai de Hermione avisou – Sinta-se em casa Harry.

Ele concordou com a cabeça.

- Filha! - a senhora Granger falou – Será que eu posso conversar com você ali fora um minuto.

- Claro! - se levantou a seguiu.

As duas foram até a pequena biblioteca que tinha no local. Fecharam a porta para poder ter privacidade.

- O que você quer? - ela quis saber logo em seguida.

- Eu estava observando você e o Harry! - comentou de repente – Estava percebendo o quanto ele gosta de você.

- Isso é verdade! - concordou com a cabeça – Somos ótimos amigos desde que nos conhecemos em Hogwarts.

- Não estou falando disso! - disse – Acho que ele quer ser mais do que seu amigo. Pensa mesmo que ele teria te convidado para jantar.

- É um almoço normal de amigos! - revirou os olhos – O Harry namora as Gina e, até aonde eu sei, os dois estão muito felizes juntos.

- Namoros acabam Hermione! - lembrou – E pelo seu sorriso quando ver o Harry, dá para perceber que você ficaria muito feliz se isso acontecesse.

- Talvez! - deu de ombros, tinha certeza de que não tinha como seu rosto ficar mais vermelho – Mas acho que isso é totalmente impossível.

- Você não pode ter certeza de nada até que aconteça – colocou a mão no ombro da filha – Depois desse jantar nós conversamos.

- Certo! - concordou.

Voltou para cozinha e encontrou seu amigo olhando para o nada do lado de fora da janela. Sentou-se na sua cadeira e voltou para o seu café da manhã.

- Eu e Gina brigamos! - Harry disse de repente.

- Como assim? - olhou espantada – Pensei que vocês dois estivessem bem e felizes. Mas vocês brigaram sério?

- Mais ou menos! - explicou e suspirou pesadamente – Eu apenas disse para ela que deveria procurar o emprego. O pai dela é o ministro, consegue alguma coisa para ela lá no ministério, da mesma maneira que o Rony.

- Concordo com você sobre isso – balançou a cabeça afirmativamente – Mas o que foi que ela disse a respeito disso?

- Ela ficou com raiva! - colocou a mão na cabeça – Disse que não fica se metendo na minha vida e eu também não tenho que me meter na vida dela.

- Uau! - foi tudo que conseguiu dizer – Mas eu tenho certeza de que é só uma briga passageira, logo vocês estarão bem novamente.

- Não tenho tanta certeza disso! - continuou – Quando eu conheci a Gina ela era uma menina doce e meiga e foi isso que me atraiu nela. Mas hoje em dia ela estão tão...

- Fútil? - completou para ele.

- Exatamente! - concordou com a cabeça – Só pensa em ir ao shopping gastar o dinheiro que recebe do pai, nem ganhar o dinheiro com o próprio suor ela quer. Está praticamente impossível de conviver com ela.

- Eu nem sei o que dizer! - ficou encarando os próprios pés.

- Vamos esquecer isso está bem? - pediu – Vamos apenas pensar no nosso jantar. Precisamos comemorar em grande estilo.

- É claro! - concordou sorrindo – E posso saber aonde você pretende me levar para jantar?

- É surpresa! - sussurrou bem perto do ouvido dela, fazendo com que ficasse totalmente arrepiada – Venho te buscar ás sete horas. Quero você linda e maravilhosa como uma aniversariante merece.

- Pode deixar! - garantiu – Quando você vier me buscar, estarei pronta.

- Está bem! - concordou se levantando – Agora deixa eu ir, por que não estou de folga hoje.

Deu um beijo na bochecha dela antes de ir embora. Hermione continuou a tomar o seu café da manhã.

*Fim do Flash Back*

 

Hermione deu uma mordida no sanduíche que acabou de preparar. Aquelas lembranças estavam totalmente frescas em sua memória e tinha certeza de que nunca iria esquecer de todos os detalhes.

Olhou a pulseira que estava em seu pulso. Aquele era o simbolo do começo da noite que mudou completamente a sua vida.

 

*Flash Back*

A morena passou a tarde inteira se arrumando para o jantar que teria com o seu melhor amigo. Sabia que não deveria estar feliz pela briga de Harry e Gina, mas, pela primeira vez, sentia que tinha uma chance com ele.

Quinze minutos antes do horário que haviam combinando, ela estava pronta. Ficou andando por todos os cantos do quarto. Estava muito nervosa.

Logo a campainha tocou. Sabia que os seu pai iria atender a porta.

- Hermione! - a chamou no andar debaixo da casa – O Harry já está aqui te esperando.

Ela não pensou duas vezes antes de sair correndo em direção da sala. Seu melhor amigo estava vestindo um terno preto e tinha um enorme sorriso no rosto.

- Você está linda Mione! - deu um beijo na sua bochecha.

- Obrigada! - ficou extremamente vermelha nesse momento – Vamos indo?

- Claro! - estendeu o braço para ela – Mas antes eu queria te dar o seu presente de aniversário.

- Mas outro? - se espantou – Pensei que o jantar já fosse o meu presente.

- Também! - respondeu – Essa noite vai ser cheia de surpresas – esse final disse somente no seu ouvido.

Pegou um pacotinho dentro do paletó e entregou para a amiga. Abriu e encontrou uma pulseira dourada com um pingente de coração.

- Quando vi na joalheria achei a sua cara – explicou – Como estava perto do seu aniversário, eu tive que comprar.

- Obrigada! - ficou admirando o presente na sua mão – Será que você pode colocar para mim?

Concordou com a cabeça antes de prendê-la em seu pulso.

Os dois se despediram do senhor e da senhora Granger antes de ir em direção ao carro. Em menos de dez minutos, estavam no restaurante.

- Mas esse restaurante é muito caro – comentou – Não posso deixar que você pague tudo.

Logo os pratos deles chegaram. Por algum motivo Hermione não estava conseguindo relaxar, sentia que deveria contar toda a verdade para o se amigo naquela noite, o problema todo era a falta de coragem.

- Aconteceu alguma coisa Mione? - colocou a sua mão sobre a dela – Sabe que pode me contar qualquer coisa não é mesmo?

- Eu preciso te contar uma coisa! - começou um pouco receosa – Mas não sei como vou fazer isso.

- Que tal começar pelo começo? - sugeriu – Tenho certeza de que vai ser bem fácil desse jeito.

- Está certo! - suspirou pesadamente várias vezes para criar coragem – Harry! Eu gosto de você!

- Eu também gosto muito de você Mione! - respondeu sorrindo – Você é minha melhor amiga.

- Você não está entendendo! - interrompeu – Não é dessa maneira que eu estou tentando te falar.

- Harry ficou algum tempo em silêncio apenas encarando a morena. Provavelmente tentando assimilar alguma coisa.

- Desde quando você sente isso? - quis saber depois de algum tempo.

- Desde aquela vez que estávamos na casa dos seus pais – lembrou – E que nos beijamos acidentalmente.

- E por que você nunca me contou isso? - perguntou mais uma vez – Você não sabia se eu sentia o mesmo por você.

- Eu fiquei com medo de isso estragar a nossa amizade – não conseguia encará-lo nesse momento – Então depois você começou a sair com a Gina e não tinha mais jeito.

- Acho que já esta um pouco tarde para te falar isso – suspirou pesadamente – Logo que nos conhecemos eu tinha uma queda por você. Para falar a verdade, quando estávamos no quarto ano, ainda era afim de você.

- Quer dizer que se eu tivesse falado com você, poderíamos estar juntos até hoje – se não fosse tão trágico, ela estaria rindo nesse momento – Mas acho que agora é um pouco tarde demais para termos essa conversa.

- Talvez! - deu de ombros – Mas acho que eu conheço uma maneira de consertarmos tudo isso.

Hermione não teve tempo de pensar nem falar nada. Ele a beijou profundamente e ela correspondeu. Ficaram dessa maneira por algum tempo.

Os dois terminaram de jantar calmamente e depois foram embora. Já dentro do carro, Harry voltou a beijá-la, dessa vez com muito mais paixão.

- Sabe de uma coisa! - sussurrou em seu ouvido e depois mordeu de leve o lóbulo – Eu não quero te deixar na casa dos seus pais agora.

- Então não deixa! - respondeu da mesma maneira – A noite não precisa terminar agora.

- Acho que tem razão! - se ajeitou no banco e ligou o carro – Vamos para a minha casa.

Entraram na sala e começaram a se beijar novamente e, sem nunca quebrar o contato, foram andando juntos até o quarto. Hermione caiu de costas na cama e o moreno caiu por cima dela.

- Espera! - tentou empurrá-lo quando Harry desgrudou de seus lábios e passou a beijar o pescoço – Isso tudo está errado.

- Eu não vejo nada de errado aqui – se afastou um pouco para olhá-la – Nós dois queremos isso.

- Mas você namora a Gina apesar de estarem brigados, eu sei que vocês dois vão acabar voltando – explicou – E não quero que você fique comigo somente por que eu te disse que sou apaixonada por você há anos.

- Não estou fazendo por causa disso, acredite – explicou – Pense nisso como mais um presente de aniversário para você.

- Então essa era a sua idéia desde o principio? - pareceu espantada – Passar a noite comigo depois do jantar.

- Talvez! - deu de ombros.

- Mas e a Gina? - queria muito aquilo, mas ainda tinha uma vez em sua cabeça dizendo que era errado.

- Esquece a Gina! - pediu bem sério – Pelo menos essa noite.

Ela não conseguiu dizer mais nada, apenas voltou a beijá-lo.

No dia seguinte os dois decidiram que isso não afetaria a amizade deles e que não comentariam com ninguém o que aconteceu.

*Fim do Flash Back*

 

Hermione suspirou pesadamente com essa lembranças. Aquela foi a melhor noite da sua vida, apesar de tudo.

Ouviu barulho de alguém se aproximando e encontrou seu pai com um álbum de fotografia na mão.

- Eu imaginei que você estivesse aqui! - comentou se sentando ao lado dela – Você não consegue ficar muito tempo sem jantar.

- Tem razão! - riu – Mas eu não conseguiria ficar perto da minha mãe. Já tivemos outra briga quando ela foi ao meu quarto agora pouco.

- Sei disso! - balançou a cabeça afirmativamente – Sei que sua mãe só quer o seu bem.

- E eu estou bem e muito feliz com a minha vida – garantiu – Ela fica me criticando por uma coisa que eu fiz há anos e não tem como eu corrigir mais. Afinal, a Emi já está aqui com a gente.

- E todos nós a amamos muito! - riu enquanto abria o álbum – Estava vendo algumas fotos dela aqui.

Hermione olhou as fotos de sua filha quando tinha acabado de nascer. Ela era o bebê mais lindo que já tinha visto na vida.

- Eu ainda me lembro do dia que soube que teria ela – comentou de repente – Fiquei tão assustada, mas também estava muito feliz, era o meu bebê.

- Sei disso minha filha – a abraçou.

 

*Flash Back*

Hermione desceu do táxi em frente a casa da família Weasley. Rony disse que ficaria muito feliz se ela fosse e não poderia negar um convite do amigo.

Também seria o momento perfeito para contar a Harry sobre a gravidez. É claro que precisaria ser em um momento que Gina não estivesse por perto.

Passou a mão pela barriga e sorriu. Fazia dois dias que descobriu sobre sua gravidez, no inicio ficou assustada, principalmente por ser muito nova ainda, mas começou a pensar o quanto seria maravilhoso ter um bebê, principalmente por ser do cara que ela ama, tinha certeza de que seria uma ótima mãe.

Tocou a campainha tocou e uma elfo doméstico atendeu e fez uma reverência para ela.

- Boa tarde senhorita Granger! - disse – Estão todos te esperando na sala.

- Obrigada Winky! - sorriu ao entrar no local.

- Quer que eu a acompanhe até a sala? - quis saber.

- Não obrigada! - negou com a cabeça. Nunca aceitou que os bruxos forçassem os elfos a trabalhar para eles, se dependesse dela, todos seriam livres.

Foi recebida pela senhora Weasley com o seu costumeiro abraço maternal.

- Fico feliz que você tenha vindo! - disse depois de se separar dela – Sabe que eu te considero como uma filha. Assim como o Harry.

Sorriu para ela e foi cumprimentar os melhores amigos, estava bem nervosa nesse momento.

- Harry! - disse depois de abraçar o amigo – Preciso falar com você, mas sozinha.

Claro! - concordou – Vamos lá para fora.

Antes de os dois poderem se mover, Gina se aproximou deles, não parecia muito feliz com a proximidade deles.

- Daqui a pouco o almoço vai ser servido! - abraçou o namorado – É melhor você não sair daqui.

Ele suspirou pesadamente e olhou para Hermione como se dissesse que depois eles conversam.

Logo Winky avisou que o almoço estava pronto e todos foram para a sala de jantar.

- Antes que todos comecem a comer! - Harry avisou se levantando – Eu queria pedir a atenção de todos aqui.

- Pode falar Harry! - o senhor Weasley disse – O que tem de tão importante para nos comunicar?

- Eu queria aproveitar a presença de todos aqui – ajudou Gina a se levantar – Para pedir a Gina em casamento.

- É claro que eu aceito! - disse sem pensar duas vezes – Sempre! Sempre! E sempre!

A partir desse momento Hermione não viu mais nada. Tudo ficou escuro.

Quando abriu os olhos ela estava deitada em uma cama em um dos quartos de hospedes da casa. A senhor Weasley, Rony e Harry estavam ao seu lado.

- Que bom que você acordou! - a mulher estava preocupada – O médico disse que você não se alimentou direito hoje.

- Eu realmente não tomei café da manhã! - lembrou – É que eu estava sem fome.

- Mas você precisa se alimentar direito! - disse brava – Principalmente por causa do bebê.

- Vocês já sabem? - ficou espantada – Todos já sabem?

- O curandeiro que te examinou contou! - foi o moreno quem respondeu – Então quer dizer que você já sabia.

- Sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Faz só alguns dias.

- Acho melhor a Hermione descansar um pouco! - a ruiva avisou querendo tirar os dois de lá de dentro – Vou pedir para Winky trazer alguma coisa para você comer.

- Tudo bem! - concordou.

- Vocês podem ir! - Harry avisou – Eu preciso conversar uma coisa com a Mione.

Os dois concordaram antes de ir embora. O moreno apenas ficou encarando a amiga durante um minuto.

- Só me responde uma coisa! - começou sem conseguir encará-la – Esse filho é meu?

- O que você acha? - foi tudo que ela disse. Não precisava dizer mais nada.

- Eu nem sei o que dizer! - se sentou na beirada da cama – Um filho meu e seu. Um bebê só nosso.

- Exatamente isso! - revirou os olhos – É o que costuma acontecer quando se engravida.

- Uau! - colocou a mão na barriga dela – Eu realmente não estava preparado para isso.

- Não se preocupe isso. - respondeu – Caso você esteja com medo da responsabilidade ou de contar para a Gina. Eu posso cuidar desse bebê sozinho.

- Eu jamais poderia fazer uma coisa dessas com você Mione! - continuou – Afinal a responsabilidade dessa criança é 50% minha.

Ficaram mais um minuto em silêncio.

- Vou pedir um tempo para a Gina! - avisou – Não posso me casar com ela depois de tudo isso.

- Eu não estou pedindo isso para você – disse imediatamente – Da mesma maneira que eu não te pedi para ficar comigo só por que eu te disse que era apaixonada por você.

- E eu fiz isso mesmo assim! - lembrou – E agora eu estou confuso com tudo isso. Tenho certeza de que a Gina vai me entender.

- É o que eu espero – suspirou pesadamente.

Nesse momento Rony entrou trazendo uma bandeja na mão.

- Minha mãe queria que Winky trouxesse a bandeja – avisou – Mas eu sei que você não gosta de ser servida por elfos, então eu trouxe.

- Obrigada! - disse quando ele colocou o objeto a sua frente.

Então os dois saíram do quarto para deixar a morena sozinha.

*Fim do Flash Back*

 

- Acho que já estou indo dormir! - Hermione avisou – Estou com sono.

- Está bem minha filha! - deu um beijo na testa dela – Boa noite.

- Obrigada! - sorriu saindo da cozinha e indo em direção as escadas.

Chegou ao seu quarto. Logo estava dormindo profundamente.

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