Capítulo 14
Capítulo XIV
Flashback – Último semestre do último ano
Local: casa dos Potter
Horário: 15:45h
Quando: 01/JUNHO – terça-feira
James achava que não tinha escutado direito. Piscou várias vezes enquanto sentia seu peito prestes a explodir. Sua pulsação tinha elevado e ele agora sentia um incômodo enjôo.
- O quê? – ele indagou incapaz de se mover, nem que fosse para mais perto da namorada.
- Você me ouviu. É a verdade. Não consigo mais. Nós precisamos terminar – Lily disse, calmamente. Seu coração doía ao pronunciar cada palavra, mas ela sabia que mais alguns minutos ali colocariam tudo a perder.
- Mas Lily... o que foi que eu fiz?
- Você não fez nada. Eu é que fui estúpida. Entendeu? Você não tem culpa. Eu é que deixei isso ir longe demais.
- É por causa da escola?
- Também.
- Mas acabou. Lembra? Formamo-nos no começo do mês passado. Você não tem mais que se aborrecer com a turma da escola.
- James. Entenda, okay? – Lily suspirou - Ter começado com isso foi o que me fez fazer isso. Terminar com você, quero dizer. Aquela tarde, você se lembra bem, foi um erro.
- Por que nós juntos somos um erro? Por que você tem medo de se afundar em um relacionamento que lhe peça algum tipo de intimidade, ou eu não a mereço?
- Não é nada disso. Você é um cara especial, mas...
- Mas o quê? – James franziu o rosto.
- Isso não vai dar certo. Eu vou para Liverpool.
- Você o quê? – James ficou sem ação - Por quê?
- Fui aceita na universidade de lá.
- Mas e... – ele não conseguia pronunciar o “nós”. Já estava doendo antes mesmo de tudo acabar.
- Você não está entendendo. Não existe mais nós. Desculpe – Lily pediu, com a cabeça baixa.
- Lily, não faça isso. Por favor. Eu realmente a amo. Você não pode querer fugir do amor que sinto.
- Não estou fugindo, só acho que é melhor assim.
James não falou de imediato. As palavras que queria dizer estavam engasgadas em sua garganta.
- Aquela tarde me surpreendeu tanto quanto a você. Tudo o que sei é que sempre que estou com você não preciso mais me esforçar para parecer tão perfeito. Eu me sinto feliz. Uma felicidade que nunca ninguém me proporcionou. Se você prefere fugir de mim para Liverpool e fingir que nada disso aconteceu... eu não consigo fazer o mesmo.
- Eu sinto muito.
- Então, é pra valer? Você está terminando comigo? – James quis saber, com o coração apertado.
- Eu sinto muito – ela repetiu, sentindo as lágrimas a caminho.
Ficaram em completo silêncio. As palavras machucaram mais do que qualquer gesto.
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Narrado por: Lily Evans
Local: Prédio Albert Towers
Horário: 16:34h
Quando: 03/JANEIRO – segunda-feira
Quando despertei, eu estava em uma cama que não era minha, enrolada em uma colcha que não era minha e em um quarto que completamente não era meu.
Contemplei o cômodo por alguns minutos, apenas sentindo-me aquecida debaixo daquela coberta. Estiquei-me e sentei-me no colchão, ainda enrolada na colcha.
Flashbacks apareciam em minha mente como abelhas. Rápidos e barulhentos.
Então, eu entendi.
- James? – eu chamei, porque ele já não estava ao meu lado.
Segundos depois, James apareceu trajado com a roupa de eu o tinha arrancado do restaurante.
- Você está bem? – ele me perguntou, chegando mais perto de mim, sentando-se ao meu lado. Ele ajeitou meu cabelo.
- Não sei. Quantas taças de vinho nós tomamos?
- Bebemos a garrafa inteira – ele me disse.
- Nossa – eu ri, desajeitada.
- Está com dor de cabeça?
- Não. Só estou meio confusa. Não me lembro de muita coisa.
- Ah – ele me fez apoiar minha cabeça em seu peito – Está arrependida?
Pisquei molemente. Ali, nos braços de James e enrolada naquela colcha, as coisas pareciam muito mais simples do que verdadeiramente eram.
Então eu me lembrei: eu fui para a cama com um homem que não era meu namorado.
Esperei a culpa me atingir. Esperei até mesmo o arrependimento bater. ]Mas nem a culpa nem o arrependimento tomaram meu corpo, apenas senti-me ainda sonolenta e com vontade enorme de voltar a adormecer naqueles braços.
- Não – respondi – E você?
Eu ri mínimo e pegou a minha mão.
- Isso não é uma pergunta que se faça a um cara que espera esse dia acontecer há seis anos – ele me disse.
- Desculpa. Tinha me esquecido disso – eu me senti envergonhada.
- Quer comer alguma coisa?
Assenti, bobamente. Eu, na verdade, só precisava continuar naquela posição, nada mais.
- Que horas são? – tentei focar o relógio, mas não foi possível; meus olhos estavam se fechando sem a minha consciência.
- Quatro e trinta e três da tarde.
Arregalei os olhos, mas não estava alarmada ou assustada.
- Uau. Eu dormi por todo esse tempo?
- Dormiu. Eu me levantei, mas não quis acordá-la. Como sei que hoje é o seu dia se folga, achei que merecia aproveitar a folga de verdade.
Eu ri.
- Kathleen nunca vai acreditar se eu lhe contasse onde estou agora – eu comentei.
- E o Max, Lily? – ele me perguntou, com insegurança na voz.
- O que tem ele? – olhei para ele e sorri.
- Bem, ele é seu namorado. Você está prestes a se casar com ele – ele me lembrou.
- Que se dane o Max. Ele só me fez perder tempo com ele.
- Acho que você ainda está bêbada.
- Não estou – eu ri – Isso só é sono. Mas, de verdade, não sei se quero continuar com aquilo. Não estou mais grávida, estou? Então, agora posso fazer o que quiser da minha vida.
- Tipo, dar um pé na bunda do seu namorado só porque bebeu metade de uma garrafa de vinho e dormiu com o seu ex-namorado – ele disse.
- Hm, é. Exatamente.
- Mas acha que isso é certo? Quero dizer, sua mãe está muito contente. Ela acha que você e o Max formam um casal lindo.
- Ela dizia isso de nós também, lembra?
- É, mas aquilo é passado.
- Não, James. Você nunca vai ser apenas meu passado. Você é o meu passado, presente e futuro.
- Tudo bem, agora é sério. Você está completamente bêbada.
- Pare com isso – eu ri, notando que estava ficando realmente brava com ele – Por que não quer acreditar?
- Você já me magoou uma vez – ele disse com simplicidade.
Mordi meu lábio inferior e o abracei. Colei minha testa na dele e disse:
- Não vou mais magoá-lo. Mas tem que confiar em mim. Por favor.
Ele ficou me olhando por um tempo. Então, me beijou. Foi um beijo simples, mas meu mundo girou mais depressa.
- Não acho certo você acabar com o Max desse jeito. O que você irá falar? “Olha, eu dormi com o meu ex, agora você tem que sair da minha vida, tchau”?
- Eu vou pensar em um jeito. Juro que o irei dispensar com jeitinho.
- Lily...
- Só acredite, vai. Vai querer mesmo renunciar o meu amor?
- Você fez isso, então porque eu não deveria?
- Você ainda está magoado comigo, não está?
- Não. Só não quero perdê-la de novo.
- Também não quero perdê-lo de novo. Por isso, você vai ter que confiar em mim.
- Não sei se devo confiar a minha felicidade a uma pessoa que conseguiu escrever um livro sobre um dinamarquês – ele brincou.
- Eu me inspirei em você para escrevê-lo – eu disse.
- Verdade?
- Verdade.
Então, ele me beijou e tudo parecia estar superbem. Parecia que tudo iria ficar bem pela eternidade, sabe?
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Narrado por: James Potter
Local: Prédio Albert Towers
Horário: 19:22h
Quando: 03/JANEIRO – segunda-feira
Lily e eu continuamos ali, em meu apartamento. Ela disse que precisava descansar de novo, e eu a deixei adormecer sobre mim, com os nossos dedos entrelaçados.
Perto das seis da tarde, ela despertou novamente.
- Preciso comer – ela reclamou, abrindo os olhos minimamente, encarando-me sonolenta.
- Eu posso fazer o que você quiser – eu disse, sorrindo. Eu não tinha dormido novamente tal como ela, pois preferi apenas velar seu sono e pensar.
Principalmente pensar.
Porque, será mesmo que estávamos agindo certo? Ela se desfazer de Max tão rapidamente não era sensato, ou era? Ele podia entender aquilo como uma crise de relacionamento. Até aí, okay. Mas e quando ele realmente enxergasse a verdade? Eu e Lily juntos? Faria todo o sentido do mundo, não? Ele com certeza odiaria a Lily. E consequentemente me odiaria também. Bem, mais do que provavelmente já odiava. Porque eu sabia que ele nunca tinha ido verdadeiramente com a minha cara. Conversamos no Natal e no Ano-Novo, era verdade, mas eu sabia que existia uma tensão entre nós. Acho que ele não gostava de ver sua namorada perto de mim. Principalmente quando estava furioso com ela.
Mas enfim. Nem tudo é como queremos, é?
Uma hora ele tinha que aceitar aquilo.
Ainda que eu estivesse altamente confuso, claro. Porque, sinceramente, o que tinha dado em Lily? Tínhamos passado quatro meses em perfeita harmonia, mergulhados em uma amizade quase normal. Daí um dia ela briga com o namorado dela e resolve atirar tudo para o alto e ir para a cama comigo, como se não houvesse amanhã.
Esse seria o meu papel, se eu não fosse tão convencional, claro.
Porque não precisava pensar duas vezes. Eu sonhava com aquele dia há anos.
- Vamos fazer um bolo. Quero algo doce – ela me disse, sorrindo. Então, ela se levantou e foi tomar um banho quente, porque realmente aquela tarde estava fria.
Eu me encarreguei de caçar os mantimentos para o bolo na cozinha. Deixei tudo separado na mesa e voltei para o quarto. Nisto, Lily já tinha tomado a seu banho rápido e estava se enfiando de novo nas roupas.
- Está tudo pronto. Vamos lá? – eu ri, porque, sinceramente, quem diria que aquele momento acabaria em bolo?
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Narrado por: Lily Evans
Local: Prédio Lancelot
Horário: 20:16h
Quando: 03/JANEIRO – segunda-feira
A primeira coisa que vi quando cheguei ao meu apartamento foi Max sentado no sofá com a TV ligada, mas acho que ele não estava dando à mínima.
- Max? – chamei.
Seu rosto estava impassível, como se nem ali estivesse.
- Onde esteve? Liguei um monte de vezes para você.
Deixei a chave no balcão e a minha bolsa em cima da mesa.
Eu ainda não tinha decidido se contava o que eu tinha feito.
Que tipo de risco eu estava exposta? Eu não sabia.
- Fui caminhar por algumas lojas.
- Você não trouxe nada – ele observou, olhando-me incisivo.
- Nada me agradou a ponto de eu querer comprar – eu disse.
- Por que vai começar a mentir agora, Lily? – ele me inquiriu, mostrando-se muito irritado.
- Não estou nem aí se você acredita ou não em mim. Estou é cansada disso. Sabia?
- Está cansada de quê?
- Dessa porcaria de vida.
- De mim?
- Inclusive de você. Porque eu não posso fazer nada sem pensar em você ou fazer algo que seja para mim, porque sei que você vai reclamar. Quer saber? Já aturei isso por tempo demais.
- Lily, você... nunca falou assim.
- Porque eu era uma criança idiota.
- Se isso é ainda por causa do livro, saiba você que eu achei o manuscrito e comecei a lê-lo.
- Isso não importa mais – eu disse, sentando-me na outra ponta do sofá.
Meu manuscrito realmente estava em cima de uma almofada e tudo indicava que Max estava na página vinte e nove. Então ele não estava assistindo à TV; estava lendo o meu livro. Só que já era tarde demais. Ele queria que eu fingisse que todos aqueles dias que eu lhe pedi (quase de joelhos) para dar uma “olhada” em Milhões de Corações Sorrindo Pelo Ar? Como se eu nunca tivesse lhe dito nada? Como se ele tivesse pegado aquelas folhas por espontânea vontade? Como se eu não tivesse sofrido aquele tempo todo sem saber o que ele achava da sua namorada escritora?
- Eu o estou lendo. De verdade. E você escreve muito bem. Melhor até que muitos advogados que conheço – ele me elogiou.
- Isso também não importa mais. Cansei de me importar com coisas pequeninas.
- Achei que fosse isso que você queria – ele disse.
- Era isso. Há quase um ano! Não agora, quando eu estou prestes a lançar o maldito livro, Max! – minha voz estava alterada, mas eu não podia lutar contra aquilo; eu estava furiosa.
- Eu não estava com tempo antes.
- Mentiroso! Você sempre tem tempo para o que você quiser, você só não estava interessado, até que viu que isso estava ameaçando o nosso relacionamento! – eu falei, com a minha voz alta demais.
- Desculpe – ele me pediu, todo cabisbaixo. Ha, mas aquilo nunquinha iria funcionar. Eu não iria nunca conseguir perdoá-lo.
- Vou tomar um banho – eu disse, ignorando seu pedido de desculpas. Por que deveria me importar, se ele não tinha se importado em me magoar?
- Tudo bem – ele me disse, então ficou quieto, apenas me observando sair da sala e entrar no banheiro do nosso quarto.
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Narrado por: Lily Evans
Local: Salão Jorkins
Horário: 19h
Quando: 27/FEVEREIRO – segunda-feira
Enfim, era o meu dia. Meu. Só meu.
Eu tinha esperado aquela noite por anos e anos. Desde o colégio. Eu sonhava com aquilo. Com as luzes, as pessoas, os vestidos elegantes.
E o mais legal é que não era nenhum baile de escola, não.
Era a minha noite de lançamento. Do meu livro. Entendeu?
Então, nada, nadinha mesmo, iria destruir aquela noite.
Nem mesmo o mau-humor de Max. Não que ele não estivesse melhorando naquilo tudo; porque ele realmente melhorou. Mas depois que ele percebeu que o que tínhamos sumiu (talvez o amor, ou talvez, apenas o respeito), ele não se esforçava tanto. Melhorou a situação, claro. Mas não estava como antes, entende? Só estávamos levando aquilo.
Ele tinha lido o meu livro e tinha dito que tinha gostado. Disse também que não sabia que estava prestes a se casar com uma ótima escritora (não que eu soubesse que aquilo era mentira, porque se eu não fosse ao menos uma boa escritora, meu livro não estava sendo lançado naquela noite, mas podia até mesmo ser exagero da parte dele).
Kathleen, na semana anterior, tinha me ajudado a dar uma vistoriada no departamento de vestidos, para que eu arranjasse um realmente bom. No final das contas, meu vestido era preto. Kathleen queria um que fosse rosa ou vermelho, mas eu estava contente com aquele meu vestido preto. Porque ele não era, de jeito algum, simples demais. Ele tinha umas rendinhas fofas nas mangas, que iam até um pouco abaixo dos meus cotovelos e tinham também alguns paetês que brilhavam na noite. Fevereiro ainda estava friozinho, mas eu não estava querendo algo longo, sabe? Por isso o vestido acabava um pouco antes dos meus joelhos. Além do mais, o salão era bem quentinho e não tinha como sentir muito frio (principalmente com toda a euforia que eu estava sentindo).
O Max estava andando todo impaciente pelo local; ele tinha desmarcado um jantar de negócios para estar ali, então eu bem sabia o quanto ele estava irritado.
- Ah, meu Deus, tem tanta gente aqui, Lily! – Kathleen sussurrou para mim.
- Eu sei, estou tão nervosa! Meu cabelo ainda está bem? – perguntei, porque por mais que nas laterais tivessem grandes espelhos, eu não era capaz de chegar até eles, porque eu estava naquela mesa decorada e não podia sair dali.
- Está, sim. Depois a gente dá uma passadinha no banheiro e eu prego de novo os grampos.
- Ah, meu Deus. E o James? Cadê ele? – sussurrei de volta, olhando afobada para os lados.
- Ele deixou uma mensagem no seu celular. Disse que estava a caminho – ela me disse.
Kath estava com um vestido prateado, também de paetês e com um sapato fechado. Havia caras por ali que estavam olhando muito para ela. Mas eu ficava feliz.
- Muito bem, eu estou calma. Ah, meu Deus, tem certeza de que...
- Lily, caramba. Pare com isso. Sem ataque histérico, certo? – e então ela abaixou ainda mais a voz: - Você voltou a vê-lo?
- A ver quem?
- O James! – ela exclamou, ainda naquela voz sussurrada.
- Ah. Certo. É. Algumas vezes. Sabe como é.
Tudo bem, era mentira. Mas acho que eu estava mandando bem. Mentindo para a minha melhor amiga, quero dizer. Porque até parece que eu tinha tido coragem de contar que eu tinha meio que “voltado” para o meu ex-namorado, que inclusive era o cara que ela julgava como o par perfeito para mim. Eu não tinha nem contado sobre aquela tarde maluca com ele, que, hm, “sem querer” nós fomos para a cama. Duas vezes. Mas é. Eu não estava nadinha me sentindo culpada.
Eu estava é feliz. Porque parecia que nada, nadinha mesmo, ia dar errado, sabe?
Ainda que o Percy tivesse me dito que ainda estava me devendo a resposta da Mojo, eu não estava nem um pouco com medo. Porque o James sempre me dizia que eu ia conseguir, e eu não conseguia duvidar dele.
Eu tinha que dar autógrafos e sorrir para as fotos. Não era tão ruim. Eu não estava acostumada àquelas coisas, mas até que era excitante, sabe? Não tinha nada a ver com o meu mundo, mas eu podia me habituar com aquilo.
Eu estava conversando com um cara careca com uma gravata horrorosa, quando olhei para a entrada do salão e vi um certo alguém de smoking. Meu coração se acelerou ainda mais.
Sorri.
James caminhou até mim, com um andar maroto.
- Oi – ele me disse – Quando vai assinar o meu livro?
Eu sorri, tentando desviar minha atenção dele, porque o Max e a Kathleen estavam por perto. Eu não podia deixar que eles soubessem que eu estava quase babando publicamente pelo meu ex.
- Já, já. Tem que pegar a fila – eu apontei para o final da fila.
- Tenho uma coisa para você.
- O que é? – fiquei curiosa.
- Depois – ele me garantiu – E mais uma coisa. Você está linda.
Corei. Droga.
- Obrigada – falei – Mas é melhor pegar leve e pegar a fila.
- Okay. Vejo você daqui a pouco – ele piscou para mim e se misturou com as outras pessoas.
Meu coração não desacelerou, porque eu sabia que ele estava por perto.
Max caminhava com a mesma impaciência, mas parou um pouco com aquilo quando eu autografei seu livro.
- Falta muito? Eu estou perdendo... – ele começou, assim que eu lhe entreguei o livro.
- Você disse que não fazia mal de estar aqui, lembra? Agora, se prefere jantar com caras executivos a me ver feliz, o problema é seu – eu disse, admito, um pouco grossa demais.
- Caramba, Lily, eu só estava comentando.
- Não estou lhe impedindo de sair daqui, estou? Então, vá fazer o que tiver de fazer.
- Tudo bem, não importa – ele disse, então se afastou, indo conversar com Kathleen.
Passado alguns minutos, James apareceu.
- Oi, de novo – ele sorriu, entregando-me seu livro.
- Como está? – eu perguntei, educada.
- Melhor agora – ele continuou a sorrir – Como está o seu dia?
- Conturbado. É bem estranho tudo isso, mas é legal.
Assinei seu livro e deixei uma dedicatória fofa.
- Prontinho – eu disse – O que é aquela coisa que você tem para mim?
Ele sorriu.
- Isso – ele me entregou uma caixinha.
- Vou me casar com você? Está me propondo casamento? – eu perguntei com humor.
- Não, ainda não.
Abri a caixinha prateada e encontrei uma pulseira dourada.
- Coraçõezinhos – eu passei os dedos pelos corações pendurados na correntinha – Obrigada.
- Guarde, está bem?
- Claro – deixei que a caixinha escorregasse para dentro da minha bolsa de mão.
- Vemo-nos depois?
- Amanhã, pode ser? Hoje não dá.
- Tudo bem. Sabe, me sinto um fugitivo, mas até que é legal – ele comentou.
- Desculpa, me você sabe que... – minha voz se abaixou, porque eu sabia que aquele assunto não entrava na lista dos Assuntos A Serem Discutidos Perto De Max.
- Está tudo bem. Não estou reclamando, estou? – ele riu, demonstrando bom humor.
Limitei-me em lhe dar um sorriso singelo.
Eu sabia que independentemente do que o meu futuro me reservava tudo estaria maravilhoso se Deus não arrancasse de mim, mais uma vez, James Potter de minha vida.
Mais tarde naquele dia quase insuportável – sinceramente eu não sabia como as estrelas de cinema agüentavam o dia do Oscar, porque parecia realmente o Dia Mundial do Inferno na Terra -, eu estava tirando o vestido e os sapatos, finalmente. Estava apenas aspirando a um banho bem quente e à cama.
Mas claro que Max estava com planos bem diferentes, porque nossa briga começou quando ele perguntou sobre a resposta de Percy.
- Ainda não sei de nada. Ele disse que está bastante difícil admitir novas jornalistas – eu lhe respondi.
- Percebeu que cada dia que passa parece que você só sabe pensar mais em si mesma?
Eu fechei os olhos, porque já tínhamos tido aquele tipo de “conversa” muitas outras vezes desde o dia da entrevista com Percy.
- Porque quero a minha felicidade? – perguntei arisca.
- Não, Lily, você apenas quer um sonho impossível. E se você não conseguir nada, o que vai fazer?
- Continuar batalhando. Aliás, se não quer me ver completamente furiosa com você, é melhor você parar de falar que não irei conseguir nada.
- Mas e se não conseguir de fato, Lily? Quero dizer, você só vai ficar se sacrificando na Fifteen.
- Max, no início, eu achava que nossas brigas eram por conta do meu salário. Eu sei que não ganho tão bem quanto você, mas eu estou feliz assim. Posso comprar o que eu bem entender, sem realmente estar enrascada. Mas aí você começou a falar do esforço que eu tinha que fazer todos os dias para estar na Fifteen, e eu pensei que era porque trabalhávamos demais e mal podíamos ter um dia livre. Só que eu me lembrei que depois que saímos da faculdade, a única coisa em que você pensa é em trabalho, então por que eu deveria me importar com um dia de folga com você, se você não se importa?
- Eu me importo. Acho que deveríamos, realmente, pegar um tempo para nós, sabe? Que nem fizemos naquela viagem para Veneza.
- Max, eu não vou viajar com você. Estou prestes a receber uma oferta de emprego e tudo o que você consegue pensar é em si mesmo.
- Eu só consigo pensar em mim mesmo? Está brincando, não está?
- Na verdade, você sempre apenas conseguiu pensar em si mesmo. Mas eu era ingênua e não enxergava isso.
- Quer saber? Eu adorava a Lily ingênua, agora você só... sei lá. Por que você ficou assim, Lily? Você transformou o nosso relacionamento em uma porcaria!
Não acreditei, realmente não acreditei.
- Ha, eu transformei, foi? Está vendo? Você é um cego! Você é que transformou. Quando eu apenas chegava em casa em busca de um cara fofo e carinhoso, encontrava-o mergulhado em casos e mais casos, e quando eu realmente precisei de você, onde você estava? Trabalhando! Você acha que eu era feliz assim?
- Nós éramos felizes. Até você vir com essa história da Mojo.
- Eu sempre falei sobre a Mojo, mas agora que estou prestes a ter a oportunidade da minha vida, o que você faz? Simplesmente não entende e fica aí com ciúme!
- Você acha que estou com ciúme? – ele berrou incrédulo.
- Claro, porque qualquer companheiro normal teria ficado feliz por mim! – gritei.
- Quer saber? Apenas vá se deitar, okay? Vou dormir no sofá do escritório. Amanhã conversamos direito! – ele disse, e se foi do quarto, pisando duro.
E foi isso que eu fiz mesmo. Fui me deitar. Mas claro que antes eu mandei uma mensagem de boa noite para James, porque ninguém se importava mais comigo do que ele, e eu bem sabia daquilo.
Meu relacionamento com Max estava tão desgastado que eu não suportava nem mesmo dormir no mesmo quarto que ele. Nosso relacionamento, eu tinha certeza, tinha acabado.
Não que eu estivesse triste por aquilo, mas era o Max. Eu achava que pudesse confiar nele. Mas não. Tudo o que eu ganhei foi esnobação e ciúme. E nenhum relacionamento é sustentado por essas coisas.
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ps: para quem quer "ver" o vestido da Lily na noite da publicação do livro está aí:
http://4makestyle.blogspot.com/2010/12/to-querendo-vestido-taylor-swift.html
(sim, eu adoro a Taylor Swift, então pensei logo nela, porque ela sempre está fofa e bela nas premiações)
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N/a: hey hey, garotas! (não sei se algum garoto lê isso, mas né). Hoje eu nem escutei Paramore e o capítulo ficou pronto rapidinho. Espero realmente que todas estejam gostando da fic, porque é reta final :/ Só tem mais dois capítulo o.o Então, aproveitem ao máximo, amores *-* E adoro vocês, de verdade. Vocês me fazem feliz por comentarem e tudo *-*
#agradecimento especial à dominique que fez uma capa muito fofa para mim *-* obrigada, mermã *o*
Nina H.
09/03/2011
Comentários (1)
ohhhhhhhhhh adorei a noite de autografos da lily... se deus quiser um dia vou ter a minha tb!!! Adorei o cap!!! O james é tãooo fofo!! Já disse que odeio o max?? pq a lily não termina com esse imbecil logo?? Ai Ai viu!!! Adorei!! Posta logo hein!!
2011-03-09