O diário de KatWood
"A arte é o espelho e a crónica da sua época."
O salão comunal da Bolts estava completamente vazio e Mikaella aproveitou para dar uma espiada no dormitório masculino. Alex também não estava lá, nem ninguém.
Mikaella verificou as horas no relógio dependurado acima da lareira que havia na sala. Ainda eram 19h45min e o jantar só servido às 21h00min, num é possível que todos já estivessem no salão principal. Fazendo o que num se sabe, mas o bilhete de Michelly tinha alguma coisa a ver com isso.
A escadaria também estava deserta, não havia nenhum movimento de alunos. Era assustador em comparação a Wiztron tumultuada. Mikaela foi para o Salão Principal assim mesmo, mas intrigada.
Antes de abrir a porta do salão ela encostou a orelha na madeira fria. Havia um silêncio mortal lá dentro. Vários casos se passaram pela cabeça de Mikaella. Será que os dementadores voltaram e todos estão desmaiados, ou mortos? Será que os comensais da morte seqüestraram todos? Várias perguntas latejavam na cabeça da menina.
Ela respirou fundo, reuniu coragem e abriu a porta hesitante.
Estava tudo funestamente escuro lá dentro. Seu coração acelerou e ela começou a ofegar.
Num momento repentino Mikaella foi brevemente cegada pela luz que se acendeu do nada seguida do coro gritado por várias vozes:
- Feliz Aniversário, Mikaella!
Mikaella recuperou sua visão e viu que todos, todos os alunos estavam ali, cada um segurando uma velinha que soltava faíscas coloridas para todos os lados. Mikaella sorriu e sentiu seu coração aliviar.
Bem no meio do salão havia uma faixa, e nela escrita:
Mikaella sorriu quando percebeu que eles fizeram o pingo do I e os outros pingos com pequenas bombinhas explosivas coloridas. Depois ela olhou todos aqueles rostinhos sorridentes para ela. Mikaella abriu os braços como se fosse abraçar alguém e todos avançara para abraçá-la.
- Feliz Aniversário, Mika.
- Meus parabéns!
- Muitos anos de vida, Mika.
- Ah, um ano mais velha – disse Celine sorrindo toda cínica, abraçando Mikaella e pisando em seu pé propositalmente. – Que excitante.
Celine desfez o abraço e sentiu um puxão bruto acima de sua nuca. Depois viu uma mecha arrancada de seu cabelo na mão de Mikaella.
- A propósito – disse Mikaella jogando a mecha no chão e logo pisando na mesma –, amei o presentinho.
Celine continuou perplexa olhando para mecha de seu cabelo no chão, pisada.
- De nada – disse ela entre dentes e depois sumiu na multidão.
Os abraços, os elogios, e os parabéns continuaram.
Estavam todos, inclusive...
- Benjamin! – Mikaella correu para abraçar o amigo de quem tanto sentia falta e que não vira dede o começo do ano letivo.
Eles se abraçaram tão forte que dava para ouvir seus ossinhos estalando.
- Ah, Mika, senti tanta sua falta – lamentou-se Benji – Me desculpe, me desculpe, prometo numa mais me afastar de você, prometo te procurar no término de cada aula...
- Calma, Benji – disse Mikaella sorrindo – Eu também senti muito sua falta, e sabe que parte da culpa é minha.
Benjamin sorriu ao ver o sorriso de Mikaella, ele sentia tanta falta daquilo. Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e lhe beijou as duas bochechas. Depois deixou Mikaella para cumprimentar os outros centos alunos.
Era extremamente difícil de descrever a emoção naquela hora. Mikaella não sentia tanta felicidade assim desde que ela havia recebido a carta de Wiztron – mesmo isso sendo um fato óbvio. Tinha pessoas ali que ela nunca viu em Wiztron, mas abraçou a todos mesmo não conhecendo – e ela podia jurar que viu um garoto igualzinho ao Alex, só que mais magro...
Abraçou sua irmã bem forte, e abraçou o Alex tão rápido que seus braços nem chegou a envolvê-lo – ainda tinham que se manter afastados. O abraço com o Thomas teve direito a vários selinhos afetivos.
Os beijos, o abraço... Alex sentia uma coisa estranha e dolorida no peito. Ele via Mikaella sorrindo juntamente a Thomas – o seu namorado –, a via sorrindo enquanto abraçava os outros, como seu cabelo oscilava a cada movimento que ela fazia. Ela realmente parecia feliz. E ele queria senti-la em seus braços como hoje à tarde na mansão dos Hawgeoff. Era injusto. Tudo era injusto.
Os abraços e sorrisos eram intermináveis. Nathanel, depois seu irmão mais novo, o Nicholas, a enfermeira Jeniffer, o Peter, depois uma legião de pessoas que ela mal conhecia. Isabelle, Matthew, Lucas, Kyra, Mitchel...
Era quase uma tortura.
Repentinamente Alex soltou a mão de Michelly e começou a abrir aminho entre os outros até chegar a Mikaela... E a abraçou de verdade.
Mikaela arfou e seus braços demoraram a entender que Alex a abraçara. Ela finalmente correspondeu ao abraço. Os braços hesitantes e lentos.
- Dane-se – sussurrou Alex perto de seu ouvido – Dane-se tudo! – Ele a soltou e esboçou um sorriso no seu rosto perfeito – Feliz aniversário.
Michelly não saiu de onde estava, continuou ali parada ignorando aquela cena com o seu suave olhar hostil fixado em Mikaella.
O tumulto durou até a hora do jantar. Uma hora inteirinha de abraços, sorrisos e “obrigada”. Mesmo assim, na hora do jantar, ainda tinha alguns que acenavam para ela. Benjamin sentou-se ao seu lado e ele simplesmente não parava de falar. Mikaella só ouvia 48% do que ele dizia porque felicidade lhe dava ansiedade, e quando ela estava ansiosa ela sentia fome.
- É verdade que você ta namorando a Belle? – perguntou Mikaella levando uma garfada de bolo de cenoura com calda de morango e vinho a boca.
Benjamin deu de ombros.
- Já faz um tempinho, mas eu num to namorando exatamente. Ela é meio difícil.
Mikaella assentiu devagar brinando com os farelinhos que havia em volta do bolo.
- Sei... A Belle num é de se apaixonar – disse Mikaella com o desapontamento agudando sua voz.
Isso era difícil, Belle era uma pessoa difícil. Pode-se dizer que – desde que Mikaella entrou em Wiztron – ela já viu Belle ficar com quase a metade dos garotos da escola – e olha que são muitos –, mas nunca viu Belle se apaixonar, ela dizia que amor é uma coisa tola, um sentimento fútil que te corrói a custo de nada.
Benjamin deu um gole no suco de groselha e limão.
- É, eu sei disso – disse ele por fim.
Ao longo da noite, Mikaella não parava de trocar olhares relutantes com Alex. Era quase que espontâneo que seus olhos se encontravam e Mikaella quase que enterrara a cabeça no prato quando ele lhe sorriu discretamente. Como ele podia ser tão provocante?
A festa havia terminado quase meia noite. Alguns alunos já estavam tontos de sono, e havia outros que ficariam lá até o amanhecer – Mikaella era um desses.
O Thomas a levou até a sala comunal – desta vez ele não seria detido, pois a festa terminou tarde e os alunos teriam de estar na cama, o mais tardar, três da manhã –, mas eles param nos corredores várias vezes para uma série de beijos
Ela ficou rondando a sala comunal por um bom tempo descrevendo para Michelly a felicidade que ela sentira na hora que abriu a porta do salão principal, Michelly estava no sofá com a cabeça tombada e os olhos fracos de tanto sono, e Mikaella não parava de falar.
Mikaella teve que Michelly para o dormitório feminino apoiando-a em seu ombro se não ela desmaiaria no meio da escada.
Depois de um bom tempo meditativo sentada na beira de sua cama ela, febrilmente, procurou por seu diário debaixo do colchão.
Mas a capa era de veludo branco com bordados dourados, bem diferente da de Mikaella, de veludo lilás com bordados roxos. E em vez de seu nome personalizado bordado na capa – MiFox Devonne –, estava escrito KatWood Hawgeoff.
- Hawgeoff? – ecoou ela – Não é possível.
Ela enfiou o diário de volta debaixo da cama e se deitou. Esperava que ela já estivesse sonhando, ou que a felicidade foi tanta que seus neurônios estivessem pifados. Amanhã de manhã ela acordaria e veria seu diário de capa de veludo lilás como o seu nome bordado.
***
Os olhos de Mikaella radiaram com a luz fraca do sol do alvorecer da segunda-feira dia 14 de setembro. Era inacreditável, só se passaram 14 dias! Quatorzes eternos dias. E como sempre, Mikaella acordara primeiro que todas. Ainda eram 06h15min, mas ela se levantou da cama ansiosa. Ansiosa pela resposta de Zorah, ansiosa para ver seu diário de novo de capa lilás com o bordado roxinho.
Mordendo o lábio inferior, Mikaella, silenciosamente, pegou o diário debaixo da cama e soltou um gemido de indignação ao ver o diário branco de bordado dourado.
Ela bufou, contou até dez e abriu o diário. A caligrafia da KatWood era elegante, parecia a de uma adolescente da Renascença Italiana. Os fatos da Kat eram bem diferentes do de Mikaella, mas assustadoramente semelhantes. Por exemplo, no trecho:
Eu sei que isso é errado. Eu deveria esquecer o Stefan, aliás, ele é namorado de minha irmã Margareth e é assim que tem que ser, é assim que deve ser.
Lamento dizer isso...
Mas é tarde demais para tentar enxergar as coisas de outra maneira.
Eu estou completamente e irrevogavelmente apaixonada pelo Stefan Hapburton.
Ela sentiu seu coração acelerar e sua boca abrir involuntariamente enquanto ela desfolhava o diário de KatWood Hawgeoff.
- Bom dia!
Mikaella fechou o diário instintivamente quando Delila Van Blurnin exclamou um bom dia toda animada.
- Bom dia – disse Mikaella num suspiro.
Delila foi direto para o banheiro feminino bagunçando os cabelos louros alaranjados. Mikaella fitou o diário por um bom tempo. As meninas já iam acordar, porque quando acorda uma, acorda todas. Ela colocou o diário de volta em baixo do colchão e foi o banheiro tomar banho e vestir o uniforme.
Como ninguém tem mais paciência de ler o Profeta Diário – porque dizem que é jornal para velhos – e a Swee Scan aqui conseguiu conquistar os alunos (modéstia parte), então eu tenho notícias mega importantes do mundo para vocês, mon cherries:
O nosso Ministro Teofillus Bragge (o suposto bisneto do chefe do Conselho era Barberus Bragge de 1269; 867 a.V.) foi expulso do ministério por falsificação de identidade. Como a velha história do Crouch Jr, o Bragge era dependente da Poção Polissuco e seu verdadeiro nome é Marconi Nobless Asttron, marquem esse nome! Ele diz ser ex-comensal, mas como toda vadia nunca deixará de ser vadia, num é um comensal da morte que vai deixar de ser um comensal da morte. Ele está em Azkaban aguardando julgamento.
Fofocas, fofocas, fofocas!
Michelly Devonne ainda ta de birra com o nosso galã, Alex Gallabriel, por causa de Mikaella Devonne. Queridinhos, eu vi tudo! Parece que Alex não se contentou com o breve abraço de Mikaella – que o abraçou só para manter as formas já que ela fez questão de abraçar a todos naquele salão – e voltou para lhe dar um abraço de urso, mas Michelly se recompôs... ou não, eu vi suas bochechinhas vermelhas de ciúmes, Michy.
Agora um conselho de amiga para a Michelly: mon cherrie, você sabe que é linda, inteligente, popular e até divertida, mas a nossa Mikaella é própria caixinha de pandora e o nosso Alex é um aventureiro nato. Pense bem antes de apertar a coleira do pobre cãozinho.
Flagrados no maior amasso na sala dos professores – parece que as reuniões de conselho de classe estão cada vez mais quentes. Depois que todos se retiraram eles continuaram lá “corrigindo trabalhos”. Desculpe, darling, mas como são professores eu não posso citar nomes... mas posso citar as primeiras letrinhas que são D e S.
Já sabem quem são? Hehe.
O Torneio Óctubruxo!
Hoje à noite antes do jantar é que vamos saber quem foram os sortudos – ou os azarados – que foram escolhidos para o Torneio Óctubruxo. Sei que muitos estão com medo, e outros não agüentam mais esperar para arriscar a vidinha. Acredite, adrenalina de quase-morte é a mais intensa de todas e esse torneio num é brincadeira não, mon cherries.
Para quem pensa que o torneio é como uma excursão junto com o tio Jonckov para conhecer dragões, ou acham que é como os duelos que o tio Prather organiza... estão enganados.
Amanhã estará aqui dependurado os nomes dos mon queridos que forem escolhidos.
Desejo sorte a todos!
Beijinhos mon cherries, Swee Scan.
Como de costume, todos os alunos paravam para ler as notícias da Sweet, mas era sempre desconfortável Mikaella lê-las quando Michelly estava por perto. Mesmo que ela não lhe dirigisse nenhum olhar hostil que a fazia se sentir culpada, nem uma palavra que a acusa-se, Mikaella podia sentir a raiva de Michelly correr por suas veias – mesmo que ela não demonstrasse isso.
No café-da-manhã Michelly mimava Alex como uma criança. “Quer bolo, amor?”, dizia ela com a voz suave oferecendo-lhe uma garfada na boca. Alex não rejeitava por educação. O pão-de-ló desceu arranhando a garganta de Mikaella, ela sentia náusea por ter que ver essas ceninhas de “casalzinho feliz” todos os dias. E logo de manhã!
Mikaella forçou um sorriso quando Thomas adentrou ao salão principal. E alargou o sorriso quando sentiu um beijinho soprado perto da sua orelha.
- Bom dia, Benji! – disse Mika, pelo menos ele era uma das estrelinhas que brilhavam em seu céu, um motivo para ela sorrir de manhã.
- Bom dia, Mika – respondeu Benjamin calorosamente – Dormiu bem? – perguntou ele servindo-se de uma fatia do delicioso bolo de laranja.
- É – respondeu Mikaella meio desanimada – E você? Teve bons sonhos?
- Pesadelos! – disse Benjamin.
- Ah, que pena – disse Mikaella fazendo beicinho –, então num foi comigo desta vez.
Benjamin riu.
Era espontâneo, quase natural Mikaella conseguir fazer Benjamin sorrir.
As aulas seguiram-se monótonas, exceto a parte em que Mikaella teve de fazer par com Alex na aula de poções. E eles explodiram um caldeirão quando adicionaram cumari demais na mistura da poção estimulante e o liquido espirrou em todos da sala. Mikaella e Alex ficaram encharcados de poção, e como a poção faz com a pessoa tenha vontade de fazer tudo o que desejar – independente das conseqüências – cada um foi para um canto da sala, o máximo que puderam se afastar e tentaram também não olhar um para outro enquanto o professor Goleman reclamava.
Depois de falar e falar o professor liberou os alunos, já faltavam 10 minutos para o final da aula, ele já estava estressado e não tinha condições de continuar a aula com aquela bagunça.
Alex e Mikaella foram um dos últimos a sair, lentamente. E como o corredor ainda estava deserto eles deixaram a poção estimulante fluir, se é que você entende.
Com um movimento repentino Alex encostou Mikaella na parede e os dois se beijaram febrilmente, como se precisasse disso para viver. Os dedos de Alex cravados na cintura de Mikaella enquanto ela apertava seu braço musculoso com uma mão e com a outra acariciava – bagunçava – os seus cabelos.
O sino tocou três vezes. Era o término das aulas e os corredores lotariam em três... dois... E Mikaella e Alex já haviam se separado num breve movimento, cada um em um lado do corredor, ofegantes, tentando recompor-se do beijo enquanto gradualmente o corredor enchia de alunos e Alex e Mikaella se perdiam na multidão.
Mikaella voltou para o salão comunal da Bolts subindo direto para o dormitório, tomou um banho para tirar os resíduos da poção estimulante, vestiu uma calça jeans, um moletom de capuz, uma bota sem salto de cano médio e pegou o diário de KatWood debaixo de sua cama. Ela pegou alguns livros que ela tinha que devolver à bibliotecária e enfiou-os na mochila junto com o diário.
Ela devolveu os livros à madame Heloe Weader com um sorrisinho de gratidão e voltou para sentar-se à mesa comprida da biblioteca.
Mikaella abriu o diário nas últimas páginas onde Kat ainda não tinha escrito. Ela pegou uma caneta tentando de uma forma estúpida pensar em escrever alguma coisa enquanto tamborilava a caneta na superfície da folha, e ela percebeu que as bolinhas produzidas pela caneta sumiam depois de alguns segundos. Ela encarou o diário por um tempo mordendo o lábio inferior.
"Quem é você?"
Escreveu ela sentindo-se estúpida por tentar conversar com um diário.
Suas letras se fragmentaram formando outra frase.
"Katherine Wood Hawgeoff. E você?"
- Katherine – sussurrou Mikaella para si mesma.
Mikaella olhou para os lados para saber se ninguém estava olhando e tornou a escrever.
"Mikaella Fox Devonne. Você sabe onde está meu diário de verdade?"
Mikaella esperou e Katherine respondeu.
"Este é o seu diário de verdade, querida, só que há alguns séculos atrás..."
Mikaella franziu o cenho.
"O que quer dizer? Quem é você? E o que você quer? Olha, se foi porque eu entrei na sua casa, me desculpe! Eu não volto mais lá, prometo. Agora pode devolver meu diário?"
"Ah, Mikaella... Sempre fazendo perguntas demais, falando demais. Se o que quer é me conhecer então me conhecerá e eu lhe direi tudo. Enquanto ao seu diário? Pode confiar em mim se quiser..."
Mikaella bufou, tamborilando os dedos na mesa de mogno e encarando o diário.
"Eu quero te ver."
Escreveu ela com tanta convicção que chegou a se perguntar se era uma boa idéia ver uma pessoa que já morreu há séculos. Mas já era tarde demais para pensar em apagar, sua frase se diluiu formando a resposta de Katherine.
"Procure um espelho, é a única forma de eu aparecer para você..."
Lendo isso, Mikaella fechou o diário rapidamente com a caneta dentro do mesmo, jogou-o dentro da mochila e subiu para o salão comunal. Ela largou a mochila em cima da cama e foi para o banheiro. Parou em frente de uma das pias onde havia um espelho e o encarou ansiosa.
- Katherine – chamou Mikaella, com os dedos cravados na borda da pia de tão tensa que estava.
Mikaella respirava com dificuldade, seu coração acelerava e ela podia sentir seu sangue correndo freneticamente por suas veias e latejando em seus pulsos.
A sua imagem no espelho sorriu...
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