A missão



Hermione não podia acreditar, Harry estava ali na sua frente. Num segundo sua mente foi invadida por lembranças dolorosas que ela tanto quisera esquecer. Depois do casamento dos amigos, foram poucas as vezes que se encontraram, e com o passar dos anos acabaram perdendo o contato. Ficar de frente com ele, fez seu coração disparar, sensação que só mesmo o Harry conseguia provocar. Harry também não podia acreditar no que via, também encontrou na distância, uma maneira de tentar esquecê-la. O silêncio foi quebrado por Dumbledore, que trazia na face um sorriso sereno.



_ Achei que seria mais confortável para você Hermione, se fosse um auror conhecido – Dumbledore explicou-se. Hermione pareceu voltar a realidade – Sente-se Harry, vamos lhe explicar a situação – Harry sentou-se ao lado de Hermione.



_ Eu não quero incomodar o Harry, sei que ele é bastante ocupado – disse Hermione. Foi naquele momento que percebeu a gravidade da situação: viajar sozinha com Harry poderia reacender um amor que lhe causara tanta dor.



_ Não seria incomodo Hermione – Harry ficou um pouco emburrado com o comentário, chegou até a pensar que a amiga não queria sua companhia.



_ Mas não seria arriscado demais? Se Voldemort aproveitar para atacar Harry? – Hermione tentaria evitar aquilo, não poderia em hipótese alguma viajar com Harry.



_ Pode ser, entretanto não confio em mais ninguém para missão tão importante. Harry é nosso melhor auror – Dumbledore falou.



_ Mas... – Hermione ia contestar, mas foi interrompida.



_ O que foi Hermione, não estou entendendo! Não quer que eu acompanhe ou é impressão minha? – Harry perguntou.



_ Não Harry, não é isso, é que... – ela não podia falar.



_ É o que então? – Harry realmente ficou irritado. Como Hermione poderia não querer que ele a acompanhasse? Será que já esquecera dos bons momentos que passaram juntos? Será que não lembrava mais da amizade que existia entre eles? Tudo bem que se afastou dela por alguns anos, mas como ela poderia preferir outro auror a ele? Harry com certeza não estava pensando no que aquela viagem com Hermione poderia significar.



_ Pode ser perigoso pra você – disse Hermione. Apesar de não ser a principal razão dela não querer que ele a acompanhasse, não deixava de ser verdade.



_ Não se preocupe, eu sei me cuidar.



_ Como eu ia dizendo... – Dumbledore interveio – Harry, você acompanhará Hermione até o local sagrado.



_ Certo, e o que vamos buscar? – Harry perguntou, agora não olhava mais para Hermione.



_ A varinha sagrada de Merlim. Ela está protegida por uma magia antiga, a tradução nos indicou a localização e a maneira de ultrapassar essa barreira mágica – explicou Dumbledore.



_ Nós traremos a varinha – ele disse convicto. Agora aquela missão era questão de honra, mostraria a Hermione que ele era capaz.



_ Gostaria de alertar uma coisa. Voldemort descobriu sobre a varinha, mas ele não tem a localização, nem sabe como passar pela barreira que a protege. Acredito que se forem atacar, será quando já estiverem com a varinha em mãos. Por isso, atenção dobrada na volta – completou Dumbledore.



_ Ok – Harry disse. Hermione parecia entretida em seus pensamentos novamente. Não teria jeito, a viagem seria com Harry. Finalmente ela o olhou, Harry estava tão charmoso. “Não Hermione, nada de pensar nessas coisas!”, reprimiu-se em pensamento.



_ Amanhã vocês se encontram aqui, as nove da manhã – Dumbledore disse.



_ Certo – Harry e Hermione falaram ao mesmo tempo.



Em seguida despediram-se de Dumbledore e saíram. Andaram juntos até o elevador, mas não trocaram nenhuma palavra. Estava sendo desconfortável, não parecia que outrora foram muito íntimos. Foi então que Hermione falou:



_ Harry, me desculpe lá dentro – Hermione olhava para o chão.



_ Tudo bem, eu entendo. Provavelmente você iria preferir que Malfoy a acompanhasse não é? – ele também não a olhava. Hermione lembrou que sugeriu imediatamente que Draco a acompanhasse, mas foi um impulso, se teria que levar alguém, melhor seria seu marido, não alguém que ela tentava esquecer.



_ Não Harry, você não entende – Hermione disse com a voz fraca. Harry ficou confuso com aquilo, e finalmente olhou para Hermione, que ainda encarava o chão.



_ O que eu não entendo? – Harry pareceu mais gentil, voltou a seu estado normal, não estava mais irritado. Nesse momento o elevador abriu, indicando que já tinham chegado ao destino desejado.



_ Nos vemos amanhã – ela disse e saiu. Harry continuou no elevador, foi nesse momento que despertou, viajaria sozinho com Hermione. Estava tão preocupado em se firmar na missão que esqueceu o que ela significaria: conviver por algum tempo com alguém que ainda mexia com seu coração.



Hermione foi para sua sala, sua cabeça fervia. Lembrava de seu ultimo ano em Hogwarts, quando se deu conta que amava Harry. O beijo, ah, claro, como ela poderia esquecer? Nunca um beijo conseguiu provocar-lhe tanto prazer quanto aquele, pareciam conectados, unidos por um intenso sentimento comum naquele momento, mas provavelmente se enganara. Harry não a amava, ele gostava de Gina, namorava Gina, casou-se com Gina! Não Hermione, não é Gina a culpada, ela era sua amiga, sua melhor amiga, nem mesmo o Harry, eles não tinham culpa de se gostarem, a culpa só poderia ser de seu coração, por se apaixonar logo por seu melhor amigo.



Foi então que ela viu, num porta-retrato sobre a mesa, sua família. Sim, a família que construíra ao lado de Draco, aquele que a apoiou e confortou quando seu mundo desabou. Na foto estava com seu marido e o filhinho, eram felizes, ele conseguiu fazê-la feliz como prometera e Hermione esforçava-se para retribuir. A distância e o tempo conseguiram tirar Harry de seus pensamentos, até aquele momento o sentimento que ela carregava por ele estava guardado, escondido em seu coração. Por que tinha que reencontrá-lo agora? Hermione soube, assim que o viu e sentiu seu coração disparar, que esse sentimento estava ali, vivo em seu coração. Uma lágrima rolou pelo seu rosto.



Entretanto ela não permitiria que voltasse, não sofreria tudo de novo, não choraria novamente por aquele amor não correspondido. Voltou a olhar para aquela foto, não permitiria que sua felicidade acabasse, seria forte, lutaria com todas as forças para controlar seu coração, mesmo sabendo que não seria nada fácil. Enxugou a face, e tentou afastar aqueles pensamentos, para poder enfim trabalhar.



***********************************



Harry ficou no elevador, ainda pensando no que acabara de fazer. Insistiu numa jornada longa e perigosa ao lado da mulher que ele sempre amou. Como foi “burro”, estragaria tudo que conseguiu nesses anos, afastando-se de Hermione. Era feliz com Gina, sua presença foi fundamental para que Harry encontrasse a felicidade, pois quando descobriu que Hermione gostava de Draco, achou que sua vida não teria mais sentido. E ainda tinha Vick, a garotinha com certeza completava sua alegria. Harry não poderia deixar-se envolver durante o período que estaria com Hermione, mas como faria isso? Só de reencontrá-la minutos atrás seu coração parecia ter ganhado vida e uma vontade de abraçá-la e beijá-la invadiu seu corpo. Pelo visto essa seria a missão mais difícil da vida dele.



Harry ia saindo do ministério, quando uma moça o parou na portaria, entregando-lhe um pergaminho que fora enviado por Dumbledore. Ele agradeceu e partiu, leria quando chegasse em casa. Aparatou em seu quarto, provavelmente aquele horário Gina não havia retornado. Ele então leu o pergaminho, e logo após ouviu uma zoada no andar de baixo, deveria ser Gina.



_ Harry? Você já voltou? – Gina chamou, subindo as escadas.



_ Sim, estou em nosso quarto – ele respondeu.



_ E então como foi lá no ministério?



_ Dumbledore me apresentou a tradutora do pergaminho – na noite anterior Harry ficou sabendo que foi escolhido para uma missão juntamente com a tradutora de um pergaminho sagrado.



_ E quem é ela? – perguntou Gina.



_ Hermione – Harry tentou fingir que aquilo não lhe atingira.



_ Mione?



_ Sim, ela mesmo.



_ Eu deveria imaginar que ela estaria por trás dessa tradução! – Gina disse sorrindo, sabia como a amiga era inteligente e esforçada.



_ Iremos amanhã mesmo, só poderemos aparatar alguns quilômetros antes do local, depois seguiremos a pé – disse Harry.



_ A pé? Quilômetros?



_ Sim, só podemos chegar lá a pé.



_ Então será uma viagem longa, quanto tempo vai durar? – Gina perguntou.



_ Não sei, mas pode demorar alguns dias. Dumbledore me sugeriu, nesse pergaminho, que você e Vick fossem para a Ordem – disse Harry estendendo o pergaminho que recebeu da moça no ministério.



_ Será mesmo necessário? – Gina não queria sair de sua casa.



_ É mais seguro amor, lá tem muitos aurores, vocês ficarão mais protegidas – disse Harry.



_ Tudo bem. Há algo mais que te preocupa não é? – Gina disse aproximando-se de Harry.



_ A tradutora tinha que ser a Hermione? Justo ela? – Harry abaixou as vistas, Gina tocou-lhe o rosto.



_ Você ainda gosta muito dela não é?



_ Não Gina, não é isso, eu já esqueci a Mione, minha vida se resume a você e a Vick – Gina sorriu com o que ele disse.



_ Você não me engana Harry, te conheço. Além disso, o que você sentia pela Mione não era algo tão fraco assim – ela reconhecia o amor que Harry sentia pela amiga, ficara triste por ele quando este contou que não era correspondido.



_ Não se preocupe, não vai acontecer nada entre nós – ele disse olhando para Gina, esta apenas lhe sorriu.



_ Preciso ir para a Ordem amanhã mesmo? – ela perguntou.



_ Sim, irei para o ministério as nove, mas antes levo vocês até a Ordem – Harry respondeu.



_ Tudo bem, provavelmente a Vick vai adorar a idéia – Gina disse sorrindo.



_ Ah, com certeza! Vou ficar com saudades de vocês – Harry beijou a testa da esposa.



_ Nós também – ela disse – Bem, acho que seria bom começarmos a arrumar as coisas não é? – Harry concordou.



************************************



Para sorte de Hermione a manhã passou rápido. Os últimos detalhes da viagem ocuparam sua mente, dessa forma não pensou mais em Harry. Perto da hora do almoço, ela voltou pra casa. Como viajaria no dia seguinte, não voltaria mais ao ministério naquele dia. Aparatou na sala de estar, e estranhou o silêncio na casa. Subiu as escadas devagar, dirigindo-se para o quarto do filho, mas quando chegou no aposento estava vazio. O coração de Hermione começou a bater mais forte, o medo de que algo de ruim pudesse acontecer ao seu filho surgiu, ela então começou a chamar pelo marido, que não respondia. Hermione correu para seu quarto, se não estivessem ali provavelmente se desesperaria. Quando abriu a porta, um sorriso aliviado formou-se em seus lábios.



Draco estava sentando, numa poltrona que havia no quarto do casal, próximo a janela, com o filho nos braços que dormia tranquilamente. Hermione vagarosamente foi se aproximando deles, não queria acordar o filho. Quando chegou perto o bastante tocou o ombro do marido.



_ Que bom que já está de volta – ele disse sorrindo para ela.



_ Como foi sua manhã? O bebê Malfoy lhe deu muito trabalho? – ela perguntou sussurrando.



_ Claro que não, você sabe que ele é um anjinho... – Draco respondeu ironizando. O filhinho deles era como uma mistura de Draco e Hermione. Ela sorriu.



_ Mas é claro que é um anjinho, afinal puxou a mãe – disse Hermione, Draco sorriu.



_ E como foi lá? Falou com Dumbledore? – parece que toda a alegria de Hermione foi embora naquele momento – Que foi, por que essa cara? – ele percebeu a mudança na fisionomia da esposa.



_ Vamos colocar o Jack no quarto, depois eu te conto – ela sugeriu. Com cuidado Draco levantou e levou o filho até o outro quarto, enquanto Hermione o esperava.



_ Pronto, agora me conta, o que foi que aconteceu? – Draco estava novamente no quarto, sentou-se ao lado de Hermione.



_ Dumbledore também acredita que a varinha continue lá, irei amanhã mesmo tentar encontrá-la – ela disse encarando Draco.



_ Você? Hermione, isso vai levar dias, você vai ter que seguir a pé, sem falar na barreira mágica – disse ele preocupado.



_ Eu sei, mas preciso ir, o caminho é muito complicado, outra pessoa poderia se perder.



_ E o Jack? – ele perguntou.



_ Não fale como se eu na desse importância pra ele – ela reclamou, odiava quando Draco fazia isso.



_ Não foi isso que disse, mas você vai ter que ficar muito tempo longe dele.



_ Eu sei, mas é por ele que preciso encontrar essa varinha, finalmente Voldemort poderá ser derrotado, eu preciso que meu filho cresça num mundo sem medo de morrer ao cruzar uma esquina – ela ficou nervosa, sempre que pensava na possibilidade de algo acontecer com o filho entristecia-se.



_ Desculpa amor, eu entendo, mas é que acho perigoso – ele se aproximou e a abraçou.



_ Dumbledore disse para você e Jack passarem esse tempo lá na Ordem – disse Hermione.



_ Na Ordem? Pra que? – pelo visto Hermione teria certo trabalho pra convencê-lo a sair de casa.



_ É mais seguro.



_ Aqui também é seguro, eu posso me defender.



_ Draco, Voldemort sabe da varinha, ele pode querer nos atingir fazendo mal ao nosso filho, ou até mesmo a você – Hermione disse preocupada.



_ Eu posso contratar alguém para protegê-lo.



_ Não é só ele, você também pode ficar em perigo, você precisa ficar na Ordem.



_ Então eu não vou poder sair ou trabalhar? – ele perguntou.



_ Você deveria fazer o máximo para evitar sair.



_ Mas amor, eu não vou conseguir – ele então viu lágrimas se formarem no rosto dela.



_ Draco, será uma missão muito arriscada, eu quero que você fique protegido, caso eu... – ele não deixou que ela terminasse de falar.



_ Nem diga isso! Nada vai te acontecer, você vai ver nosso filho crescer, entendeu? Eu não posso criá-lo sozinho, já disse que ele é parecido demais com uma tal de Hermione – ele tentou brincar, para descontrair aquela situação, Hermione então sorriu um pouco – Me deixe ir com você.



_ Não seria prudente, é melhor que um de nós fique cuidando do Jack – Draco a abraçou mais forte.



_ Vão te deixar ir sozinha? Como pode?



_ Um auror vai comigo – ela disse. Draco não sabia se ficava aliviado ou mais preocupado, ele era “um pouco” ciumento.



_ Quem? – perguntou, Hermione demorou um pouco pra responder.



_ Harry – Draco não conseguiu acreditar.



_ Potter?



_ Sim, ele é o melhor auror que eles têm, Dumbledore achou que seria o acompanhante ideal.



_ E o que você acha disso? – ele perguntou, Hermione olhou para o chão. Ele entendia cada expressão dela, sabia que deveria estar confusa com aquilo.



_ Você sempre soube dos meus sentimentos, mesmo assim me aceitou e me fez muito feliz. Não quero estragar tudo que conseguimos juntos – disse sinceramente. Hermione tentaria ao máximo evitar que seus sentimentos por Harry novamente ganhassem força, mas será que conseguiria? Será que podemos controlar um grande amor? Será que podemos evitar que ele reapareça?



_ Vai dar tudo certo – ele falou.



N/A: Taí o capitulo 8 pra vocês! : ) ele ficou grandinho, né?! Ainda tinha mais coisa, a jornada deveria começar neste mesmo capítulo, mas preferi deixar pro próximo! : ) Espero que estejam curtindo a fic!! Obrigada pelos comentários e pelos votos! Podem comentar a vontade oks?! Hehehehehehhhehe!! Beijuss!! Pink_Potter : )



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