Sem ressentimentos
Na manhã seguinte, na mansão Malfoy, Hermione preparava-se para a jornada, ao lado de Harry. Enquanto vestia-se, pensava na peça que o destino lhe pregara. Tanto tempo evitando encontrá-lo, tantas desculpas inventadas para não estar no mesmo local, poderiam ir por água abaixo por causa daquela missão, mas ela não tinha escapatória, precisava encontrar aquela varinha para vencer Voldemort.
_ Está pronta? – Draco perguntou entrando no quarto.
_ Sim, já podemos ir! – Hermione respondeu.
_ Deixe-me ajudá-la com isso – Draco foi até próximo da cama e pegou uma sacola de tamanho razoável, sorte deles serem bruxos e possuírem esse tipo de equipamento, nos métodos trouxas, Hermione precisaria de umas três ou quatro sacolas para levar toda sua bagagem.
_ Vou buscar Jack, me espera no carro? – ela falou enquanto ia saindo, mas Draco a puxou pelo braço.
_ Vou sentir sua falta – disse olhando nos olhos dela, Hermione sentiu temor nos olhos deles, mas não tinha certeza se seria pelo perigo da missão, ou pelo fato da viagem ser com Harry, provavelmente pelos dois.
_ Eu também vou sentir saudades – ela o abraçou forte, como se tentasse demonstrar todo carinho e gratidão que sentia por ele.
_ É melhor irmos agora – Draco disse se afastando, mas foi a vez de Hermione puxá-lo para próximo de si, olharam-se por alguns segundos e se beijaram. Parecia que aquele beijo representava todo sentimento que construíram com o passar daqueles anos, um sentimento que não podiam chamar de amor, mas que era especial, uma mistura de afeto, carinho, respeito e ternura. Quando terminaram o beijo, ficaram se encarando, ainda abraçados. Seria aquele beijo uma despedida? Será que aquela jornada mudaria a vida deles para sempre?
_ Vamos? – perguntou Hermione. Draco apenas confirmou com a cabeça, Hermione não era a única com dúvidas sobre aquela viagem. Depois que pegaram o filho, seguiram de carro para a Ordem.
Harry chegara na Ordem com Gina e Vick, por volta das oito e meia da manhã, pretendia deixá-las e seguir para o Ministério para encontrar Hermione. A Ordem continuava a ser na antiga casa dos Blacks, mas agora a casa estava melhor arrumada e mais confortável, pois vez ou outra, quando tinha reuniões até muito tarde, os aurores que quisessem podiam passar a noite ali. Harry despedia-se de Gina, já estava quase na hora de partir.
_ Desejo-lhe sorte! – Gina disse sorrindo para ele.
_ Obrigado. Vou sentir a falta de vocês – Harry falou, ele estava de frente para Gina, com Vick nos braços.
_ Volta logo papai – a menina disse para Harry, na noite anterior explicaram-lhe que Harry partiria para uma viagem, um pouco longa.
_ Vou voltar o mais rápido possível ta? – Harry beijou-lhe a face, fazendo-a sorrir.
_ Vem com a mamãe, que papai tem que ir – Gina chamou a filha, que se despediu de Harry com um abraço e um beijo.
Quando Harry entregou a criança a Gina, ouviram um barulho vindo da porta de entrada, alguém acabara de chegar. Foi então que viram Hermione e Draco entrarem.
_ Mione! Nossa, quanto tempo! – Gina foi empolgada ao encontro da amiga. Para ajudar Harry teve que se afastar de uma pessoa muito querida.
_ Gina, como você está? – Hermione aproximava-se.
_ Bem. Então esse é o Jack? – falou olhando o bebê que Hermione trazia nos braços, os cabelos loiros da criança fizeram Harry lembrar de quem ele era filho.
_ Sim, está com seis meses – disse Hermione orgulhosa.
_ Pareci um anjinho – Gina disse, fazendo Draco sorrir – O que foi? – perguntou confusa ao notar que este ria.
_ Nada não, você vai ficar aqui também? – perguntou curioso.
_ Sim, por quê?
_ Você vai perceber que ele só é um anjinho assim, quando está dormindo – disse ele. Gina o encarou, Malfoy estava um homem bonito e charmoso, se já o achava interessante nos tempos de Hogwarts, agora então. “Gina Weasley, isso é coisa que se pense do marido dos outros?”, Gina reprimiu-se em pensamento.
_ E essa é a filha de vocês? – Hermione perguntou olhando a criança que Gina tinha nos braços, os cabelos ruivos da menina confirmavam que era uma Weasley.
_ Essa é a Vick, diga “oi” para eles filha – Gina pediu a menina, que timidamente cumprimentou Hermione e Draco.
_ Ela é muito linda, é a sua cara Gina – disse Hermione.
_ Você está indo para o Ministério? – Harry perguntou a Hermione.
_ Sim, vim deixar Draco e Jack, em seguida iria para lá – disse Hermione.
_ Você quer ir comigo? – Harry perguntou timidamente, mas Draco não gostou nem um pouco daquilo.
_ Tudo bem, eu deixo o carro aqui com você, amor – ela falou para Draco, agora um pouco emburrado. “Isso mesmo Hermione, aja com naturalidade, é só por algum tempo, nada pode acontecer em tão pouco tempo”, Hermione tentava agir como se Harry fosse apenas um amigo, talvez assim seus sentimentos não viessem à tona.
_ Ok, vamos então? – Harry chamou. “Está vendo, é simples, só precisa lembrar 25 horas por dia que ela é sua amiga, Hermione Granger”, Harry falava para seu coração, se teria que passar algum tempo com Hermione que pelo menos fosse um período agradável, sem sofrimentos.
_ Vou sentir saudade, fica bem ta? – Draco falou para a esposa, que o beijou. Talvez isso fosse necessário para Harry, assim ele lembraria que ela já tinha alguém.
_ Fica bem, você também – ela entregou a criança para Draco, em seguida beijou a testa do filho e se despediu dizendo que o amava.
_ Boa sorte amor! – foi a vez de Gina se despedir, Hermione agora se sentia um pouco enciumada.
_ Se cuida! – Harry a beijou, em seguida deu um beijo em Vick.
_ Tchau papai – a garotinha falou.
_ Vamos? – Harry perguntou, Hermione apenas confirmou com a cabeça. Gina desejou mais uma vez boa sorte aos dois, e saíram em seguida.
_ Dá pra acreditar que ficaremos trancafiados aqui Weasley? – perguntou Malfoy olhando para Gina, a mulher que outrora fora uma das mais bonitas de Hogwarts, mantinha uma beleza encantadora.
_ Fazer o que não é? – ela disse colocando a filha no chão.
_ Realmente é uma criança muito bonita, mas somente porque só se pareci com a mãe – Gina entendeu aquilo como um elogio, porém ficou desconsertada.
_ Pelo visto a Hermione conseguiu mudá-lo mesmo, quem diria que teríamos uma conversa civilizada algum dia? – Gina lembrava-se de todas as ofensas ditas por Malfoy a ela e à sua família.
_ Difícil de acreditar não é Weasley?
_ Gina, pode me chamar de Gina – ela falou, se teria que conviver algum tempo com Malfoy seria melhor que eles se dessem bem.
_ Então Gina, peço sinceras desculpas pelos meus erros do passado.
_ Desculpas aceitas – ela disse sorrindo. De fato jamais imaginara que pudesse ter uma conversa agradável com Draco, quem sabe até não pudessem se tornar amigos...
_ Onde você vai ficar?
_ Num quarto no primeiro andar, já levei minhas coisas pra lá. Acho que vocês vão ficar no quarto ao lado – Gina disse.
_ Certo, então vou colocar minhas coisas lá – ele disse, mas estava um pouco atrapalhado, pois tinha o filho nos braços e não sabia como pegar as malas.
_ Deixa eu te ajudar, eu levo Jack – ela se aproximou e tomou o menino do colo dele com cuidado.
_ Obrigado – disse ele, em seguida pegou as malas e subiram. Gina levava o bebê nos braços e era seguida por Draco e Vick.
Chegando ao quarto Draco viu que já estava pronto para eles, pois tinha uma cama e ao lado um berço, colocou as coisas próximo a cama, enquanto Gina deixava Jack no berço.
_ O bebê é lindo, não é mamãe? – Vick perguntou enquanto olhava Jack dormindo, Gina sorriu.
_ É que ele tem um pai muito bonito, sabe? – Draco aproximou-se da criança.
_ E convencido também – Gina disse sorrindo, Draco ajoelhou próximo a Vick.
_ Você não acha? Não acha que o pai dele é um bonitão? – ele fez cara de convencido, e a garotinha riu.
_ O senhor é o pai dele? – perguntou ela.
_ Sou.
_ O senhor é bonito sim, não é mamãe? – ela perguntou a Gina, que não respondeu – Mamãe, a senhora não acha que ele é bonito? – Draco estava adorando aquela menina, ela estava deixando a mãe totalmente sem graça, e isso era muito engraçado.
_ Sim filha – foi tudo que Gina respondeu – Agora vem aqui, Malfoy deve estar querendo descansar – Vick correu até a mãe, mas antes deu um beijo no rosto de Draco e disse “tchau”.
_ Você também pode me chamar pelo nome – ele disse.
_ Até depois Draco – ela falou enquanto saia.
_ Tchau – Vick também se despediu.
_ Tchau – ele respondeu e em seguida ficou sozinho no quarto. Aproximou-se do berço do filho e começou a admirá-lo, este ainda dormia tranquilamente. Apesar de parecer fisicamente com o pai, Draco achava que grande parte da personalidade do filho seria semelhante a da mãe, foi então que se lembrou Hermione. Adorava a esposa, sempre fazia o possível para fazê-la feliz, a vida que construíra com Hermione lhe proporcionou felicidades singulares.
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Harry e Hermione saíram, indo em direção aos carros. Ela precisava pegar sua sacola, então Harry a acompanhou até seu carro. Harry tentou convencê-la a deixá-lo carregar sua sacola, mas ela não permitiu, depois disso seguiram para o Ministério. Dumbledore esperava logo na entrada, e assim que chegaram o viram.
_ Bom dia para vocês – Dumbledore cumprimentou.
_ Bom dia! – responderam juntos.
_ Estão prontos para a viagem?
_ Sim, só falta o senhor devolver a tradução – disse Hermione que parecia um pouco ansiosa.
_ Aqui está – ele entregou o pergaminho com a tradução a Hermione – Tomem muito cuidado, como já disse principalmente na volta.
_ Pode deixar, eu protegerei tanto a Hermione quanto a varinha, quando a tivermos nas mãos – Harry disse.
_ Confio em vocês.
_ Voltaremos com a varinha – Hermione pareceu mais confiante, Harry então lhe sorriu.
_ Estarei esperando – Dumbledore falou.
_ Pronto? – perguntou Hermione e Harry confirmou com a cabeça. Em seguida sumiram da frente de Dumbledore.
Eles apareceram num local com uma vegetação abundante, aquele era o ponto máximo que seria permitido aparatar, teriam que seguir a pé a partir dali. Harry observava maravilhado a região, o verde do local era predominante, havia arvores imensas e os mais variados tipos de plantas.
_ É incrível não é? – perguntou a Hermione.
_ Sim, é tudo muito lindo – ela respondeu, Harry ia começar a andar, mas sentiu a mão de Hermione puxá-lo pelo braço – Precisamos ter muito cuidado, além dos comensais, há o perigo natural da floresta amazônica.
_ Não se preocupe, eu vou cuidar de você – ele disse carinhosamente, olhando-a com ternura. “Ai Harry, porque você faz isso comigo?”, Hermione questionou-se quando sentiu seu coração bater num ritmo diferente.
_ Quero que cuide de você próprio também – ela falou preocupada.
_ Vai dar tudo certo Mi.
_ Vai sim! – ela sorriu para ele – Bom, vamos em frente então? – Harry concordou, em seguida começaram a caminhar. Hermione tinha a tradução nas mãos, era necessário estar atenta aos desvios que deveria fazer e prestar atenção nos símbolos naturais que a floresta amazônica exibia para indicar o caminho correto. Caminharam quase o dia todo, fazendo algumas paradas de vez quando para tomar água, se alimentar ou descansar. Estava começando a anoitecer, o mais certo seria armar a barraca.
_ Aqui está bom? – Harry perguntou.
_ Sim, perfeito. Cadê sua barraca?
_ Barraca? Eu não trouxe barraca, trouxe apenas um saco de dormir! – disse ele como se fosse a coisa mais natural do mundo.
_ Harry, você deveria ter trazido uma barraca, não estamos acampando num local qualquer, estamos no Amazonas.
_ E daí? – Harry não entendia porque Hermione estava tão preocupada.
_ Aqui chove quase todo o dia, é por isso que em minha opinião algumas matérias trouxas deveriam ser ensinadas em Hogwarts.
_ Não acho que vai chover, não senti nenhum vento frio – ele disse.
_ Harry! Estamos num clima equatorial, aqui é sempre quente e úmido.
_ Tudo bem Mione, já entendi, não precisa começar uma aula de geografia, pois eu já sofri bastante com essa matéria enquanto eu ainda estudava em escolas trouxas.
_ Você deveria ter trazido uma barraca, esse saco de dormir não vai ajudar em nada, além dissso a minha tem até camuflagem – disse Hermione. Em seguida tirou da sacola uma pequena bolsa e a jogou no chão. Segundos depois a bolsa abriu, tranformando-se numa barraca bem grande.
_ Acho que da até pra fazer uma festa ai dentro – Harry brincou, mas quando terminou de falar sentiu um pingo, momentos depois uma chuva forte caiu no local, e eles tiveram que se refugiar na barraca.
_ E então, vai querer ficar só no saco de dormir? – ela perguntou com um sorriso maroto nos labios.
_ Engraçadinha! – Harry olhava para aquela forte chuva – Será que poderia me convidar para passar a noite na sua humilde barraca?
_ Tudo bem – ela falou.
_ Obrigado! É melhor você fechar esse treco, antes que inunde tudo – ele alertou, Hermione pegou a varinha e com um feitiço a “porta” da barraca se fechou e a camuflagem foi ativada.
Harry observava o local, lembrou-se da barraca dos Weasley quando certa vez os acompanhou na copa mundial de quadribol; a barraca era semelhante, porém menor. Comeram alguma coisa, e depois foram dormir. Hermione dormia num colchonete e Harry ao seu lado, no seu saco de dormir. A principio ela estava virada para a “parede” da barraca, mas depois acabou virando-se, ficando de frente para Harry que ainda estava acordado. Ficou por alguns minutos fitando Hermione, estava ainda mais bonita, sentiu seu coração disparar quando seus olhos encontraram os labios de Hermione. Nunca outros labios conseguiram proporcionar sensação tão singular e prazerosa quanto os de Hermione. Foi lembrando do único beijo deles que Harry adormeceu.
N/A: : ) Gente, eu tinha que escolher um lugar para ser o local sagrado! : ) eu pensei em colocar Egito, mas teria que pesquisar sobre o local e tudo mais! : ) etão decidi aproveitar as aulinhas de geografia (tortura para falar a verdade!!) e coloquei a floresta amazônica como cenário, heheheheheheheh! Até que a matéria serviu para alguma coisa... : ) bem, acho o capitulo não ficou muito bom não, vou tentar melhorar nos próximos! Obrigada por lerem, comentarem e votarem!! Beijusss!! Pink_Potter : )
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