Caminhos que se cruzam
Hermione estava no seu quarto sentada no chão envolta por diversos papeis. Em menos de um mês após o nascimento do filho ela voltou a trabalhar, ainda que em casa, na tradução do antigo pergaminho. Por diversas vezes Draco a reclamou, achava que ela deveria repousar e cuidar apenas do filho, mas o máximo que conseguiu foi fazer Hermione trabalhar em casa, pelo menos enquanto ela terminava aquela tradução.
_ Amor, eu não acredito! – Draco acabara de chegar, deveria ser umas seis da noite, ele viu Hermione completamente envolvida no que fazia.
_ Você sabe que não posso parar até terminar isso, é muito importante – ela disse. Draco foi até ela e sentou ao seu lado, em seguida deu-lhe um selinho.
_ Você deveria aproveitar esse tempo e descansar, como está o Jack? – ele perguntou. Apesar de saber que Hermione trabalhava duro naquela tradução, sabia que ela sempre colocava o filho em primeiro lugar.
_ Dormiu a pouco, ele anda muito sapeca sabia? Acho que não foi apenas eu que dei banho nele hoje – disse ela sorrindo lembrando da cena com o filho. Este havia molhado quase tudo, inclusive ela, balançando os bracinhos na banheira.
_ Acho que ele me lembra alguém... – disse ele sorrindo para a esposa – Espero eu que não tenha herdado todas as características da mãe.
_ Ei!! Então é assim é? – ela o empurrou de leve, sorrindo.
_ Já pensou se ele for tão teimoso quanto você? – fez cara desespero.
_ Você adora confundir minha perseverança com teimosia – ela disse.
_ Não se preocupe, apesar de saber que vou ficar com cabelos brancos antes do tempo, se ele também for “perseverante” como você, eu vou amá-lo do mesmo jeito.
_ Adoro você sabia? – ela disse beijando-o.
_ Vem jantar comigo? – ele perguntou.
_ Claro, quando você terminar o banho me avise – Hermione respondeu.
Draco saiu em seguida e ela voltou ao pergaminho. Faltavam dois parágrafos que ela deduzia ser a chave daquilo tudo. Depois de mais de um ano traduzindo, Hermione sentia-se eufórica por estar quase no fim, sabia que seria de extrema importância na vitória contra Voldemort.
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Gina estava lendo na sala de estar, enquanto sua filha dormia sossegada com a cabeça no colo da mãe. Harry acabara de chegar do trabalho. Devido a seus conhecimentos em DCAT, o tempo que passou na escola de aurores foi menor, e agora ele já exercia a profissão.
_ Ela está dormindo? – perguntou sussurrando, aproximando-se de Gina.
_ Sim, queria te esperar, mas acabou pegando no sono.
_ Deixa que eu a levo para a cama – Harry pegou a garotinha nos braços e em
seguida subiu as escadas. Gina o acompanhou e depois de colocar a pequena Vick na cama eles seguiram para o outro quarto.
_ Como foi no trabalho hoje? – ela perguntou.
_ Recebemos a visita de Dumbledore – ele disse enquanto tirava a camisa.
_ Dumbledore? Aconteceu alguma coisa, Voldemort apareceu? – Gina perguntou preocupada.
_ Pareci que descobriram algo que pode aumentar as forças dos bruxos – Harry entrou no banheiro e começou a tomar banho. Gina estava sentada na cama, ouvindo com atenção as palavras do marido – Mas é algo que pode servir tanto para o bem quanto para o mal.
_ E o que é?
_ Não sei, Dumbledore não contou. O que aconteceu foi que Voldemort de alguma maneira descobriu sobre isso também, então vão precisar da ajuda de um auror.
_ Você vai para alguma missão? – Gina odiava quando Harry tinha que viajar, temia pela vida dele.
_ Não sei, haverá uma seleção, apenas um auror será escolhido – explicou Harry.
_ Espero que isso nos ajude a acabar de vez com essa guerra.
_ E se depender de mim será o mais breve possível – disse Harry.
_ Papaiiiii – Vick entrou no quarto correndo para os braços de Harry.
_ Mocinha, eu pensei que estivesse dormindo – Harry a pegou no colo, estava só de toalha, ainda um pouco molhado.
_ Sim, mas acodei – disse a garotinha sorrindo.
_ Vick, vem aqui, deixa seu pai se vestir – Gina a chamou, ela foi até a cama e sentou com a mãe.
_ Pera que eu já volto – Harry pegou uma roupa, e voltou ao banheiro para se trocar.
_ Quando o papai terminar vamos sair? – Vick perguntou a Gina, que sorriu.
_ Hoje não filha, vamos ficar em casa mesmo – devido à guerra, raramente Vick saia.
_ Tá - ela assentiu um pouco emburrada.
_ Olha, eu prometo que quando der nós faremos uma visita a seus avós certo? – Gina disse, a menina pareceu animar-se.
_ Será que faço parte do plano dessas lindas garotas? – perguntou Harry aproximando-se delas.
_ Simmmm – Vick disse com um sorriso, e Harry beijou carinhosamente a testa da criança. Gina os observa, Harry era muito carinhoso, tanto com ela quanto com Vick.
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Hermione não conseguia se conter de felicidade, finalmente terminou de traduzir o pergaminho, iria imediatamente ao Ministério avisar. Enquanto tomava café da manhã com Draco, não escondia o sorriso.
_ Você está radiante hoje – ele disse.
_ Estou tão feliz, logo poderemos viver em paz – Hermione sorria.
_ Tomara que as informações sejam verdadeiras – Ela já havia lhe contado tudo que descobrira.
_ Nem pensa o contrário!
_ Você vai agora para o Ministério? – Draco perguntou.
_ Sim, será que você poderia ficar com o Jack hoje? – eles não deixavam o garoto sozinho com outras pessoas, a não ser os pais de Hermione, mas estes não estavam no país.
_ Tudo bem, eu não vou trabalhar hoje não. Você vai de carro ou vai aparatar?
_ Acho que aparatar, assim será mais rápido. Amor, eu vou indo – disse ela já levantando.
_ Boa sorte – ele falou. Hermione beijou o marido e em seguida seguiu para o Ministério. Chegando lá, Hermione foi direto para a sala do ministro, este já a esperava.
_ Bom dia Dumbledore – disse ela, sentando-se em frente a ele. Dumbledore era o ministro desde que ela terminara Hogwarts.
_ Hermione, quanto tempo. Como está o pequeno Jack? – com aquele jeito sereno de sempre, ele perguntou.
_ Muito bem – ela sorriu – Espero novamente por uma visita sua.
_ Breve – ele disse – E então, trouxe a tradução?
_ Está tudo aqui, como imaginávamos é realmente algo que nos ajudará muito.
_ Finalmente a localização da antiga varinha de Merlim, com certeza se conseguirmos encontrá-la primeiro a vitória estará conosco – disse ele olhando os pergaminhos com a tradução que Hermione lhe entregara.
_ Nós vamos conseguir, professor – Hermione estampava um sorriso no rosto.
_ Hermione, sua ajuda foi fundamental para as informações que temos agora. Entretanto, acredito que devo passar a outra pessoa a missão de ir atrás da varinha.
_ Como assim? Professor, eu não sei se outra pessoa, mesmo seguindo todas as indicações conseguirá chegar lá, é muito complicado, eu preciso ir.
_ Mas sabes que é uma jornada longa, e seu filho – ele a fitava, Hermione parou para pensar, morreria de saudade da criança.
_ É por ele que devo ir. Enquanto Voldemort não for destruído meu filho não crescerá em segurança, eu vou conseguir, não importe o tempo que levará.
_ Entendo, irá então amanhã mesmo. No entanto, tomei a liberdade para escolher um auror para acompanhá-la.
_ Auror? Não será necessário, mais se insistir que leve alguém, Draco pode ir comigo.
_ Não acho prudente que Draco vá, ele apesar de fazer parte da Ordem não é um auror e você sabe que Voldemort também estará atrás da varinha. Além disso, não pode deixar seu filho sozinho.
_ Tem razão – Hermione parecia refletir, no entanto, não queria ir numa viagem longa com alguém que nem conhecia.
_ Aconselho que aceite o auror que eu indicar. Além disso, Draco poderia mudar para a Ordem com seu filho, pelo menos até sua volta. A casa de vocês não é segura o suficiente.
_ Falarei com ele. E quanto auror, eu aceito – disse Hermione.
_ Sabia que concordaria. Bem, vou mandá-lo entrar agora mesmo – disse Dumbledore. “Nossa, ele já está aqui?”, pensou Hermione.
_ Bom dia Dumbledore – o homem entrou, Hermione que estava de costas não reconheceu a voz.
_ Venha, aqui está a sua companheira de viagem, ela que sabe a localização da varinha – aquele homem adentrou na sala e quando Hermione virou-se para conhecê-lo não pôde acreditar no que seus olhos lhe mostrava.
_ Hermione – ele disse tão surpreso quanto ela.
_ Harry? – ela falou, ainda olhando para ele. Aquele adolescente tornara-se um charmoso homem.
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