Capitulo 5
***Capitulo 5 ***
Hermione saiu do banho com cautela pra não escorregar no piso totalmente molhado, encharcado depois de seu banh. Era sempre assim; Sempre deixava o banheiro ensopado.
- Odeio ser atrapalhada, droga de vida!
Pegou a toalha amarela, estendida, de forma minuciosa e organizada.
Passou a fibra pelo corpo, e secou seus vastos cabelos com um toque da varinha.
Ficaram perfeitos como sempre.
Mais um aceno da varinha e o banheiro também estava seco.
- Ah, doce magia, esse foi o feitiço mais útil que aprendi...
Sorriu.
Colocou uma camiseta cinza, bem maior que o seu tamanho.
Olhou pela janela, o mar calmo, a brisa leve. Parecia perfeito, fazia tempo que não tinha um momento de paz como esse. Trovões anunciavam a chuva que não demoraria a cair.
Respirou fundo, e no silêncio ouviu o seu estômago reclamar, afinal há horas ela não fazia uma refeição decente.
Pegou o número de uma pizzaria, que tinha a Dona mais simpática de toda Londres. Ligaria mais tarde, ainda era cedo para jantar.
Desceu descalço as escadas de sua casa, entrou na cozinha no intuito de fazer um café ou qualquer coisa do gênero que enganasse a fome, até a hora que ela resolvesse pedir de uma vez a pizza.
O cheiro de café recém moído invadiu todos os cômodos da casa, enquanto ela o tirava da cafeteira a campainha tocou de forma desesperada, fazendo-a levar um susto, deixou cair metade do conteúdo no chão branco e limpo da cozinha. Praguejou o tanto quanto podia.
E chamando todos os nomes feios que conhecia, ela foi atender a porta.
- Tudo que eu queria era uma visita agora... Perfeito... – Disse a castanha e foi em direção a porta, pois o barulho da campainha que ainda não havia parado...
***
Dirigiu calado. Pensando e repensando no que ele deveria falar para ela.
Parou na gente da floricultura.
“Flores, é meio forçado certo? Bom, não custa tentar.”
Adentrou pela grande porta de ferro verde escuro, o local era arejado e tinha um cheiro fresco, paredes cor de rosa, clarinho, davam ao local um jeito ainda mais harmonioso: Tudo ali parecia perfeito.
Uma moça loira e alta, que estava atrás do balcão, levantou os olhos do computador quando ouviu o sino da porta anunciar a chegada de um cliente. Um belo cliente.
- Olá – Disse Draco sorrindo para a atendente.
- Ah, oi... Posso ajudar? – Disse a moça não escondendo a admiração pela beleza do loiro. O sorriso que ela deu estava longe de ser apenas simpático.
- Na verdade sim, eu gostaria de um Buquê bonito... – Hesitou – E romântico... Um pouco.
Pela primeira vez na vida ele ficou vermelho.
- Ah, é casado? – Disse a ela, um pouco menos feliz do que antes.
- Não, solt... Namo.. Noivo... Isso. Sou noivo. – Disse mais uma vez sem graça.
- Eu recomendo rosas...
- Rosas são muito clichê, ela é diferente...
- Ela é uma mulher de sorte, senhor. – Sorriu galanteadora.
- Se você acha. – Disse ele da mesma forma.
- Bom, se ela é diferente eu sugiro flores do campo, nós sempre adoramos.
- Claro que sim. – disse displicente - Serão essas então.
Pagou, pegou as flores, e sorriu para a moça que mesmo sabendo que ele era comprometido não parou de lhe jogar olhares sugestivos.
Entrou no carro, e no momento que fechou a porta a chuva começou a cair, foi rápido pelas ruas desertas e quando avistou o mar,desacelerou, observando a paisagem que rodeava a casa de Hermione.
Os penhascos banhados não só pela água do mar como também pela água da chuva, serviam de moldura, uma moldura perfeita, para o mar azul e agitado, que batia fortemente nas pedras.
Mais ao fundo uma casa de tamanho médio, construção tosca, simples, formato antigo e totalmente branca, apenas as janelas se diferenciavam: Amarelas, como os girassóis que cercavam a pequena mansão.
- Perfeita... A cara da Hermione...
Sorriu.
Pegou a pasta.
E as flores... e ficou olhando para o ramalhete.
- Levo ou não? Levo ou não? Droga..
Pegou o buquê já irritado consigo mesmo.
Entrou na chuva, e correndo chegou até a porta da casa.
Estava tudo tão silencioso, e calmo, que ele jurava que Hermione estava fora.
Foi quando sentiu cheiro de café.
Ela estava. E de repente ele ficou nervoso, antes que desistisse ele apertou a campainha e não satisfeito, apertou mais uma, e mais uma, e mais uma...
E então ela atendeu, com uma camiseta que poderia servir nele, descalço, mostrando as unhas Pink que não condiziam com o jeito sério que ela tinha.
“Vai ver eu não a conheço muito bem...Ainda”
Foi o que ele pensou. Sorrindo.
Continuou a fitá-la.
Os grandes cachos castanhos-dourados caindo pelos ombros, a boca rosada, entre aberta por causa do choque de ver logo quem parado a sua porta.
Olhos amendoados, o observando.
Ele foi o primeiro a falar:
- Oi, posso entrar? – Disse já mostrando as flores.
- O que faz aqui? – Disse ela de forma grosseira, mesmo sem querer. – Quer dizer, bom, desculpa... – pegou as flores, suavizando a voz – Mas eu não esperava visitas, olha a roupa que eu estou.
Corou ao se olhar.
- Ah meu Merlin, olha a roupa que eu estou! – Repetiu com a voz um tanto aguda.
Draco riu.
- Não se preocupe – tremeu de frio, a noite estava gélida daquele lado da cidade - Hermione, hã... Eu to meio que molhado... Posso entrar? Se não se importar, é claro – Disse irônico.
- Ah, lógico desculpe.
- Sem problemas.
Ele entrou, e não pode deixar de reparar que a casa era belíssima, móveis em tons escuros, um sofá grande e confortável, bege e simples, muitas almofadas verde musgo, um tapete grande e felpudo no centro da sala, Uma televisão gigante... “Trouxas” pensou, não de forma rude ou debochado, era apenas um comentário que para ele já tinha virado rotina.
Olhou as cortinas nas janelas, eram vermelhas. Então ele lembrou...
Flash back on:
Hermione estava sentada em sua mesa olhando revistas trouxas de todos os formatos e tamanhos, quando Draco entrou no recinto.
- Já assinou os papéis que pedi?
Silêncio.
- Hermione?
Mais silêncio.
- Hermione?
Ergueu os olhos:
- Desculpe, Estou meio distraída com isso aqui...
Sorriu.
- Sem problemas Hermione, são esses os papéis que pedi?
Ela confirmou.
- Então, O que é isso afinal?
Perguntou ele não muito interessado.
- Revistas de decoração, acabei de me mudar e não tenho a mínima idéia do que comprar, sou péssima com isso.
Admitiu.
- Já decidiu se vai levar alguma coisa?
Ela pensou por alguns instantes.
- Gostei dessas cortinas pretas...
- Pretas? A tenha dó, não, de jeito nenhum... Que breguice... – Disse ele dando a volta pela sala e parando atrás da mesa da castanha. – Essas... Perfeitas...
- Vermelhas? Não, credo... E desde de quando você se tornou um “Expert” em decoração, posso saber?
Disse ela de forma arrogante.
Ele riu.
- Você não sabe muitas coisas sobre mim, minha cara...
E fazendo o mesmo trajeto ele saiu da sala, calado, como entrou.
Ela guardou as revistas.
- Humpf... Cortinas vermelhas... Até parece...
Flash back off.
Sorriu e a encarou:
- Cortinas vermelhas? - Disse ele em um tom mais que enigmático.
No mesmo instante ela ficou escarlate. “Ô memória boa que esse garoto tem, tão bonito e tão... Aff, esquece...”
- Obrigada pelas flores... – Disse em uma tentativa de tirar o foco das cortinas – Nossa você ta encharcado, vou pegar uma toalha pra você... Se quiser subir...
Acrescentou quando viu que ele ficou um tanto perdido pela sala.
Ele a seguiu com alívio
- Esse é meu quarto - Sorriu, estava mais contente do que imaginara por ele estar ali, Surpresa sim, mais feliz também... -Bom, meu pai vem me visitar de vês em quando, portanto eu devo ter algumas peças dele por aqui.
Draco se sentou na cama grande e confortável, o quarto tinha um cheiro delicioso, o cheiro de Hermione... O cômodo era básico e claro, transparecia uma calmaria fora do comum, e por um momento ele se deixou relaxar, o que foi um grande erro - pois, segundos depois ele já estava imaginando Hermione deitada na cama, dormindo como um anjo, nos braços dele...
“O que está acontecendo comigo afinal, por Merlin...” Pensou ele já cansado desses devaneios fora de hora.
- Acho que essa serve em você – Disse Hermione saindo, do que Draco achava que era um closet, com uma camiseta de flanela xadrez , e outra branca na mão... – Vai precisar de uma calça também, certo?
Ele sorriu ao olhar as peças que provavelmente não serviriam nele.
- Eu não quero incomodar, só vim trazer isso. - Mostrou a pasta. – Acredito que seja seu.
Ela confirmou.
- É, é minha mesmo, obrigada... Mais não me lembro de ter deixado com você...
- A Sarah provavelmente achava que era minha... Só isso... Bom, acho que deveria
ir.
Foi quando um trovão estourou lá fora.
E Hermione se sentiu péssima ao pensar que ficaria mais uma noite inteira, mais um fim de semana inteiro totalmente sozinha... Um aperto no coração veio antes dela dizer:
- Você não precisa ir embora, ta chovendo muito... Você pode usar as roupas do meu pai por hoje...
Sorriu, na tentativa de não demonstrar o desespero que continha em sua voz.
- Quer que eu fique?
Riu por dentro, ele também queria ficar ali, era óbvio, mais ouvi - lá dizer que ELA queria que ele ficasse era prazeroso demais...
- Bom, sim... Quero dizer está perigoso certo? Essas ruas desertas, essa chuva...
E mais um trovão estourou, confirmando o perigo que Hermione tanto frisou.
- Bom, se é assim. Mais você não tem nenhum compromisso tem? Como eu disse, eu não quero incomodar...
- Ah não, não mesmo... Bom, já que você vai dormir aqui pode ir tomar um banho, eu vou tentar achar uma calça pra você... E também uma... – pigarreou em sinal de desconforto – Uma peça íntima...
Falou mais baixo do que queria.
- Uma o quê?
- Hum... Peça íntima, sabe? As que os homens usam.
Ele riu mais do que nunca, e ela depois de um tempo o acompanhou...
- Não se preocupe eu me viro.. Você não saberia escolher minhas “Peças íntimas” como eu gosto... O closet é ali certo?
E uma Hermione totalmente escarlate mexeu com a cabeça confirmando a direção do armário.
- Enquanto isso eu vou pedir algo pra comer em casa.. Você gosta de pizza?
- Sim, adoro, mais. Eles vão vir com essa chuva?
- Sim, eles mandam pela rede de Flu...
E por um momento ela pensou que Draco sugeriria que ele, também, poderia ir para a casa através da rede de Flu... Porém, ele permaneceu quieto, e ela permaneceu feliz.
- Ah sim, eu poderia ir para casa pela rede de Flu, ou simplesmente aparatar. Não te incomodaria – Hermione prendeu a respiração e mordeu os lábios com força por ter mencionado a rede de Flu. – Mas o seu café me fascina. – os dois riram e a morena relaxou um pouco. – Se não te incomodar eu preferiria ficar. Já que vamos nos casar e estamos apaixonados deveríamos nos conhecer melhor para não responder perguntas inconvenientes depois. Por que você sabe. As pessoas falam demais.
Hermione corou pelo rumo de seus pensamentos. Apenas assentiu e desceu as escadas e tomou finalmente o seu café.
Quando o sonserino desceu minutos depois, serviu uma xícara, afinal estava frio, e ele havia mencionado que havia notado o cheiro delicioso de seu café.
Foi quando ouviu mais uma vez um estrondoso trovão, e se encolheu. Olhou o loiro e este a observava e ela parou pra olhar com atenção ao homem. Quase suspirou. Estava lindo como sempre, com uma camiseta branca regata, a blusa de flanela que ela havia escolhido também estava ali, só que aberta por cima da blusa básica que ele usava, o jeans surrado o deixava ainda mais lindo... Estava descalço e sorria para ela.
- Pode parar de me secar agora... – riu-se ele
- Acredito que você lembra da conversa que tivemos sobres ironias, certo?
Gargalhou.
- Essa regra também vale na sua casa? – Aceitou a xícara que ela oferecia, e assim aspirou aroma do café, mas antes retrucou o comentário – Você é chata em todo lugar então... Interessante...
Ela se fez de ofendida, mas não por muito tempo, logo já estava rindo junto com ele.
- Muito engraçado, e sim, essa regra se aplica principalmente aqui em casa.
A cozinha era branca e organizada, como tudo na casa de Hermione, tinha uma grande janela cuja a paisagem era o mar, revolto a essas horas.
- Gostei da sua casa... – Disse o loiro por fim, após observar tão atentamente a visão da janela. – Me deixa tranqüilo...
Sorriu para ela, a olhou nos olhos, pegou sua mão. O coração a mil por hora. O dela e o dele.
E então...
A campainha toca...
- Você já pediu a pizza?
** Continua...
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