Natal. O presente é a morte

24 de novembro de 2007  23:29 hs

Passei o dia treinando com Rony.

Ele parecia estar forte e confiante.

Agora eu estava em minha cama, o papel e o fio de cabelo estavam escondidos em meu armário.

– Toc toc toc – disse alguém – Posso entrar?

Sentei na cama e passei a mão em meu cabelo.

– Claro! – afirmei.

Harry adentrou meu quarto.

– O que quer Potter? – perguntei.

– Amanhã vamos cedo no Beco, antes das lojas abrirem temos que sair daqui, para chegarmos na hora.

– Ah, sim. O que mais? – eu estava sendo grosseira com potter.

– Nada. – ele apertou os lábios – Boa noite Gina.

Ele dizia fechando a porta. Certamente esperando alguma resposta.

Quando ele terminou de fechar a porta eu disse...

– Boa noite Harry Potter – deitei e fechei os olhos – Durma bem meu amor.

 

 

22 de dezembro 2007  14:29 hs

Hoje, fazia quase um mês que fizemos a poção polissuco.

Ela estaria pronta em breve.

Em um mês eu fiz pouca coisa.

Fui algumas vezes no Beco Diagonal, ajude mamãe, e treinei com Rony.

Duas vezes por semana Thomas me escrevia, e eu a ele.

Ele estava na Grécia com sua família. Aproveitando as férias do senhor Diggory.

Mandei um convite para eles da festa de natal, e eles confirmaram a presença.

Eu não via Thomas a quase um mês, e eu e Harry estávamos cada vez mais próximos.

Ele me pedia desculpas quase todos os dias pelo beijo que Hermione o dera.

Eu o entendia.

– Mamãe! Você convidou quantas pessoas para depois de amanhã? – perguntei olhando a lista de convidados

– Cem. Eu acho! – ela estava arrumando a decoração.

– Oh Merlin! – eu fiquei apavorada.

 

24 de dezembro de 2007  08:28 hs

Acordei com barulho de conversa na sala.

Logo que acordei já me levantei.

Penteei os cabelos. Passei a mão em meu rosto. Espreguicei-me, como de costume.

Optei por colocar meu roupão por cima da roupa.

Desci as escadas.

Todos estavam sentados no chão, ou sofá, abrindo seus presentes.

Fiquei observando.

E sorri.

Olhei os presentes que faltavam na arvore, provavelmente seriam os meus.

Um entre eles era novo e muito chamativo.

Um buquê de flores.

– Gina, esse é para você! – disse Hermione, amigável.

Desci as escadas, peguei o buquê.

A calegrafia era de extrema delicadeza e perfeição.

“Espero que goste de lírios.

Foi o mais trouxa possível que achei no Beco hoje pela manhã.

Feliz Natal boneca.

Thomas James Diggory.”

Foram os dizeres do cartão.

Eu sorri.

Abri meus presentes, de papai e mamãe eu ganhara uma capa. Toda professora que se prestasse tinha uma capa escura.

De Rony ganhei um medalhão com um pomo de ouro, feito do ouro mais puro.

De Harry ganhei um distintivo a Grifinória, novo em folha.

E de Hermione, ganhei um livro sobre qudribol.

Todos estavam animados com a minha decisão de lecionar Quadribol.

Fui subindo com o buque e meus presentes para cima, novamente.

Eu estava encantada.

 

 

24 de dezembro de 2007  19:26 hs

Os convidados estavam chegando cada vez mais rápido.

Fiz questão de acomodar todos em casa. Ajudar mamãe com chás e biscoitos.

A tenda era a mesma usada no casamento de Fleur e Gui.

Enorme.

Toda família Weasley e mais convidados.

Em torno de 100 convidados, junto com a família.

Meu banho fora um tanto rápido.

Fui para meu quarto.

Abri meu armário. Ele estava lá.

O vestido que Thomas me dera.

Na verdade, Thomas me dera um vestido, um par de brincos, flores e um colar. Até agora. De cor creme e decote bem aberto, era perfeito para o colar ficar a mostra.

Eu o peguei. Deixei em cima da cama e fui arrumar meu cabelo.

Optei por ele preso com alguns fios soltos.

Maquiagem leve e brincos de porte médio.

Sapatos pretos, peep toe.

Eu estava pronta, e linda.

No espelho avaliei todos os detalhes. Não poderia falhar naquela noite.

 

24 de dezembro de 2007  21:03 hs

Eu escutei lá de cima.

– Boa noite – era Thomas, eu sabia. – Gina? – ele perguntou.

Eu descia as escadas lentamente. Como uma bailarina dança sua coreografia preferida e vai ao encontro de seu bailarino, como a princesa faz seu desfile até o príncipe.

Thomas olhou para mim sorridente.

– Ficou lindo em você! – ele disse.

– O que? O vestido, brincos, ou o colar que você escolheu? – perguntei ironicamente.

– O conjunto, você é perfeita! – ele afirmou.

– Olha quem fala – pisquei.

– Estão todos nos esperando – ele disse olhando para a tenda. – Melhor irmos, ou vou apreciar a sua beleza sozinho. – ele riu.

– Ok – eu sorri.

Thomas me olhou, parecia que seus olhos estavam lacrimejando.

– Que saudade. – ele desabafou.

– Nem me fale – eu o abracei. – Não me importei se o vestido amassasse. Eu queria estar nos braços dele, só dele.

 

24 de dezembro de 2007  21:20 hs

 

Thomas me abraçou encantadoramente.

Delicado, mais um abraço apertado.

Ele me confortou.

Seus lábios passearam pela minha bochecha até chegarem perto de meus lábios.

Ele hesitou. E sorriu.

Ele pegou em minha mão e fomos até a tenda.

Chegando lá, os olhares se voltaram a nós.

Talvez pelo meu vestido decotado demais. Ou pelo meu colar novo e brilhante.

Mas nenhum desses motivos era tão claro quanto ao casal Gina Weasley e Thomas Diggory.

Ele virou o rosto para mim e disse:

– Se algum garoto olhar mais meio segundo para você, eu quebro um por um – ele riu.

Mordisquei o canto do lábio. Parecia que todos voltaram ao normal, menos Harry.

Que estava no canto da tenda, com um copo na mão. Na hora que entramos, Hermione estava falando algo para ele. Não compreendi, mais foi estranho.

– Quero lhe apresentar a minha família – ele disse.

Eu senti que estava começando a corar.

– Papai, mamãe. Essa é Gina Weasley.

– Olá Senhor e Senhora Diggory. – eu sorri.

– Ela é mais bonita do que você comentou Thomas! – disse sua mãe.

Eu sorri.

– Sim, ela é incrível mamãe – ele sorriu.

No decorrer da noite eu passara com Thomas. Na hora do jantar sentei na mesa da minha família. Rony, Fred, Gui, Papai e Mamãe estavam na mesa.

Era algo de família.

 

24 de dezembro de 2007  22:53 hs

Após o jantar, era tradição a dança. Parecia uma valsa trouxa e Thomas me olhou na hora que começou a música.

Me levantei.

Eu estava indo ao encontro de Thomas, mas um braço passou em minha cintura e me puxou.

– Me daria a honra dessa dança? – Potter perguntou

– Porque não? – eu sorri.

Harry estava com sua barba crescendo, novamente. Ele estava descuidado de um certo ponto.

– Você tem que fazer a barba Harry – eu ri.

– Para que? – ele riu.

– Harry, por favor! – Eu sorri.

Dançamos alguns minutos.

– Aonde está Hermione? – perguntei.

Harry olhou para os lados.

– Ela me disse que estava se sentindo meio mal, acho que tomou muita cerveja amanteigada.

Rimos juntos.

– Posso? – Thomas se referia a dançar comigo.

– Claro, toda sua – Harry disse ironicamente e piscou para mim. Nos deixando para trás.

– Não gosto desse sujeitinho perto de você – Disse ele.

E olhei para baixo e apertei os lábios.

Dançamos, mais Thomas estava sério e frio.

– Não acha que está faltando alguma coisa Gina? – ele disse levantando a sobrancelha.

Colocou a mão bruscamente me meu pescoço.

Seu rosto estava ficando estranho. Seus cabelos castanhos.

Eu coloquei a mão em seu ombro.

– Não, Thomas. – eu dizia lutando contra ele.

Olhei para o lado e Harry vinha em minha direção, mas foi interrompido por uma onda de fumaça negra.

 

24 de dezembro de 2007  23:19 hs

– Bartolomeu, por favor. – uma voz extremamente familiar preencheu a tenda.

Eram capas escuras e máscaras acinzentadas sendo tiradas pouco a pouco.

– Lúcio, mais cinco minutos e eu teria beijado a garotinha

Quando me dei conta, não era mais Thomas em minha frente. Bartolomeu Crouch Júnior, o homem que se infiltrou na escola no terceiro ano. E nem seus pais mais existiam, todos comensais.

Ele me jogou no chão e foi até Lúcio.

– Ela é tão feinha – após essa frase, Lúcio soltou uma gargalhada.

– O que fazem aqui? O lugar de todos vocês é em Azkaban! – gritou Harry.

– Olha o querido Harry Potter, que nos condenou a viver perpetuamente em Azkaban – disse ele.

Meu pescoço foi esmagado por uma corrente forte.

Senti que o colar estava me sufocando.

Comecei a me contorcer e sufocada sem ar, eu tentava pedir ajuda.

Molly gritou.

Nessa hora eu estava completamente corroída por dentro de meu pescoço.

Senti meu coração pulsar mais rápido, bombeando sangue sem parar.

– Own, o que foi? A garotinha não gostou do presente? – perguntou Bartolomeu.

– Faça isso parar! – gritou Harry.

Uma onda de risadas surgiu entre os 10 comensais.

Eles sumiram. E o meu ar também.

Tudo ficou apagado.

Eu estava morrendo.

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