Por Ordem do Ministério



  Dough e Anne aparataram no banheiro masculino da estação de Charin Cross. Eles sabiam que os aurores não arriscariam o segredo do Mundo Bruxo lançando feitiços contra eles em plena luz do dia.


   Eles trataram de andar o mais rápido possível para a estação de metrô. Só havia um local no qual eles poderiam se hospedar em Londres: o Caldeirão Furado.


   - Mas isso é absurdo! O Ministério todo está atrás da gente! - disse Dough.


   - Duvido muito que a notícia de que nós dois escapamos de um grupo de doze aurores vá vazar com essa pressa. - argumentou Anne. - Eles vão agir com cautela. Como se já não bastasse a fuga em Azkaban.


   - E os dementadores?


   - O Ministério não os mandaria. Os dementadores já fugiram do controle uma vez. Não poderiam arriscar novamente.


   - Você é realmente muito inteligente. - ao Dough dizer isso, ela corou.


   Desembarcaram do trem e rumaram sem ao menos olhar para trás direto para o Caldeirão Furado.


   Dough sentiu que o bar continuava hospitaleiro como sempre e assim que entrou, Tom os recebeu como se fossem velhos amigos. Ficou com o quarto número 10 no primeiro andar. Dough pagou três galeões a mais para receber o Profeta Diário no outro dia.


   Dough e Anne pegaram um quarto com duas camas de solteiro.


   Logo começaram a traçar os planos para o próximo dia.


   - Não podemos sair hoje sem as coisas planejadas. - disse Dough.


   - Isso é certo. - concordou Anne.


   - Só falta saber como começamos a provar nossa inocência. - Dough parou por um instante. - Acho que você não devia ir.


   Anne olhou-o incrédula.


   - Diga que eu lhe lancei uma Maldição Imperius ou alguma coisa do tipo. se você está enrascada a culpa é minha.


   - Não! Eu entrei nessa porque eu quis. - ela objetou. - E estou nessa por você.


   Ela beijou-o com carinho.


   - Ok. Então, por onde começamos? - Dough perguntou.


   - Acho que devíamos ir atrás da Horcrux. Eu tenho certeza de que aquele colar é uma. Era pesado demais para algo que parecia das trevas. E quando a toquei, senti algo esquisito.


   - Mas como vamos saber de quem é a Horcrux?


   - Se é a alma de alguém que está dentro dela, o colar deve conter alguma coisa da pessoa, algo que agente possa usar para identificá-la.


   - Então deve ser por isso que mataram Joseph. - disse Dough. - Não há alternativa. Ninguém mata por... Quero dizer, não é muito comum alguém matar por brincadeira.


   Pensar nos tempos em que Voldemort governou pela segunda vez era muito difícil.


   - Então podemos presumir - continuou Anne - que a pessoa que o matou não viu a Horcrux que estava com ele. Para falar a verdade, se eu não a tivesse sentido nem saberia que estava com ele.


   - E essa pessoa é a dona ou é cúmplice do dono dessa Horcrux. - disse Dough. - E tem também a carta...


   Anne retirou o pequeno envelope do bolso de sua calça e leu em voz alta as poucas palavras:


Aguardem. Está prestes a acontecer. Mantenham a pedra verde a salvo.


   - Parece que a Horcrux vai servir para o começo de alguma coisa, mas eu não consigo pensar... - Anne olhou para mim e aparentemente o mesmo ocorreu a ela.


   - Alguém vai ressurgir.


   Mas não poderia ser Voldemort. Harry Potter o liquidou e junto foram suas Horcrux. Pelo visto era uma ameaça tão perigosa quanto ele. Mas quem?


* * *


   Dough acordou às seis horas da manhã, como já era de costume. Foi à porta e pegou o exemplar do Profeta Diário.


   Antes de lê-lo, tomou banho, vestiu-se e foi até o balcão onde Tom atendia.


   - Alô, Tom!


   - Olá, Sr. Anderson. - ele disse - Creio que veio pegar o seu café da manhã? Quer levar para a Srta. Martins?


   - Sim.


   Quando Dough voltou, Anne estava tomando banho e arrumando-se. Enquanto a esperava, começou a ler o Profeta Diário. Na primeira página, havia uma foto dele e de Anne. A notícia dizia:


Por Ordem do Ministério


 


   Informamos a toda a comunidade bruxa que uma testemunha foi encontrada e ela afirmou que quem matou o auror Joseph Langdon foi um outro auror do Ministério da Magia, Dough Anderson. Ele também tinha uma cúmplice: a secretária sênior do Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Declaramos também que de agora em diante, quem os vir qualquer lugar avise ao Ministério imediatamente e receberá uma recompensa de dez galeões por informação. Quem os acobertar, será considerado cúmplice e também irá se levado para Azkaban. Pedimos à comunidade bruxa total cautela com eles.


   Queremos avisar também que os quatro prisioneiros que fugiram de Azkaban estão prestes a ser encontrados. Pedimos a todos que fiquem calmos. Todos os fora da lei aqui relatados serão encontrados e receberão as devidas punições.


   E por último, queremos informar que os dementadores estão agora sobre total vigilância e não há motivo para pânico.


   


   - Anne! Anne! - gritou Dough.


   - O que foi? - Ela apareceu assustada.


   - Temos que sair daqui. - ela ia perguntar o porquê e então Dough gritou - AGORA!


   Eles arrumaram tudo em um piscar de olhos. Eles não podiam desaparatar de dentro do Caldeirão Furado e por isso tinham de correr. O pior disso tudo é que se Tom os visse, ou seria o que contaria ou Tom seria preso por ser considerado cúmplice.


   Com um barulho estrondoso, a porta foi arremessada e Stewart apareceu apontando a varinha para os dois.


   - Ora, ora, ora. Apanhei-os! - disse ele. - Vejo que vou ganhar uma Ordem de Merlim por prendê-los.


   - Obliviate! - disse Tom. - Fujam!


   - Mas e você? - perguntou Dough.


   - Esse é o feitiço da memória. Ele não vai lembrar de nada quando acordar.


   - Mas vão pensar que foi agente. - disse Anne.


   - Acho que já estamos enrascados o suficiente. Uma acusação a mais não vai fazer diferença. - disse Dough.


   - Use alguns feitiços para que não identifiquem a sua como sendo a que causou isso. - disse Anne a Tom e este concordou. - Dough, use o feitiço da memória em qualquer lugar.


   Dough obedeceu.


   - Muito obrigado. - disseram Anne e Dough e saíram da hospedaria. Colocaram um pé para fora e desaparataram sem que ninguém os visse.

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