Whitehall



 Prólogo
Sutilmente, ele levantou-se e, enquanto todos se abraçavam, ele finalmente rumou para a entrada do Ministério.


   Sem parar nem ao menos para descansar, ele entrou, rodopiou e finamente apareceu no Ministério da Magia.


   O Ministério estava vazio e silencioso. Não se ouvia nada do que acontecia lá fora, na batalha. Os passos de Dough ecoavam por toda aquela imensidão, sabendo que qualquer ruído que ele fizesse, poderia ser o último antes da morte.


    A qualquer momento, alguém poderia aparecer ali e matá-lo, principalmente agora que estava tão perto do fim: ou para ele ou para aquela pessoa.


    Tinha de ser assim. Dough teria de matá-lo. 
 



Capítulo 1


Joseph atravessava a rua mal atrevendo olhar para os lados. Ele tinha acabado de aparatar em Charing Cross e estava a um quilômetro de Whitehall, a Rua do Ministério da Magia.


   Lembrava-se perfeitamente do que acontecera. E havia descoberto uma coisa que poderia mudar o destino do Mundo Bruxo inteiro.


   Logo depois de ouvir tudo, ele desaparatara, mas alguém havia segurado em sua perna e veio junto com ele. E ele estava bem perto do Ministério agora. Só precisava virar mais uma esquina e estaria bem perto da entrada de visitantes.


   Já deviam passar das onze e meia.


   Quase não agüentava mais; estava sem fôlego e a coisa que ele carregava no pescoço era muito pesada. Ficou perguntando-se como os trouxas conseguiam viver sem vassouras e magia. Virou a esquina e a viu.


   Uma mulher alta, com cabelos negros e soltos e uma varinha na mão. Ela chegou bem perto. Com um aceno rápido e mexendo a boca quase que imperceptivelmente fez a varinha dele, a qual ele acabara de pegar, voar de sua mão. E logo depois a apontou para ele, na direção de seu peito.


   Um jorro de luz verde e Joseph caiu no chão como um boneco que estava em pé e recebe um empurrão. A mulher aproximou-se dele, aparentemente procurando por alguma coisa.


   - Morreu a toa. - ela disse. Largou a varinha no chão e desaparatou.


   Os olhos de Joseph continuavam abertos, contemplando o céu que agora ele já não mais podia ver.


 


* * *


   Dough continuou parado ali na Rua Withehall contemplando o corpo de Joseph, lembrando-se de todos os bons momentos que tiveram em Hogwarts, Hogsmead... Como tinham sido escolhidos para Grifinória.


   Ele e os outros aurores chegaram ao local do crime às seis horas da manhã. A notícia chegara aos ouvidos de Dough logo que ele desaparatou no Ministério da Magia. Anne e outra bruxa do Hospital St. Mungus Para Doenças e Acidentes mágicos levaram Joseph para o Hospital.


   - Com certeza foi uma maldição da morte. Ele está sem arranhão algum! - disse Anne tristemente, assim que voltou do hospital que não ficava muito longe dali. - Ele estava em missão?


   - Não. - Dough respondeu. Anne olhou-o incrédula.


   - Mas que diabos...


   - Não sei o que ele estava fazendo, mas eu vou descobrir.


   Durante o caminho para a entrada de funcionários do ministério (o banheiro de uma estação de trem) fez-se um silêncio completo.


   Entraram no sanitário, rodopiaram e foram parar em uma lareira, bem no Mistério da Magia. Já estava bastante movimentado. Vários bruxos e bruxas emergiam das lareiras. Passaram em um lugar no qual havia um homem vendendo o Profeta Diário. Sem hesitar, Dough olhou para a primeira manchete e a morte de Joseph já estava sendo noticiada.


   Pegaram o elevador até o segundo nível: o andar onde era o Quartel General dos Aurores, onde Dough e Joseph trabalhavam. Anne era do Departamento Internacional de Cooperação em Magia. Contudo ela não permaneceu no elevador e continuou a segui-lo.


   - Está pensando em dar uma olhada no cubículo onde Joseph ficava? - perguntou ela a Dough.


   - Está usando legilimência ou o quê?


   - Vocês aurores são bem previsíveis. - ela sorriu, mas rapidamente voltou a entristecer-se, assim que entraram na cabine de Joseph.


   Havia fotos dos quatro prisioneiros de alta periculosidade que haviam escapado da prisão de Azkaban há três dias. Em cima da mesa estava um a pilha de livros. Dough não precisou de muito tempo para perceber que eram de magia negra.


   No primeiro livro que pegou, uma página estava marcada com o título Horcrux. Ele leu que Horcrux eram objetos que os bruxos guardavam suas almas, se quisessem, obviamente, e de certa forma eles permaneciam vivos. Contudo, para se fazer uma era preciso dividir a alma e a única forma de fazê-lo era matando.


   - Finite. - murmurou Anne, apontando sua varinha para a mesa.


   No mesmo instante, um pequeno baú, que cabia na palma da mão, apareceu.


   Dough abriu-o e viu uma carta.


   Aguardem. Está prestes a acontecer. Mantenham a pedra verde o salvo.


   Dough achou estranha uma carta tão pequena. Não tinha destinatário nem remetente.


   Automaticamente, a mão de Dough foi parar no casaco, mas sua varinha não estava com ele. Então se lembrara de que a esquecera em sua cabine do dia anterior.


   - Anne, você viu Joseph usar algum colar?


   - Vi, sim. Era um colar com uma pedra verde. Por quê?


   Dough entregou-lhe a carta. Ela leu e olhou para ele.


   - O quê? Você acha que Joseph estava usando o calar que esta carta descreve?


   Ele confirmou.


   Nesse instante, Stewart entrou na cabine. Anne guardou rapidamente a carta e, propositalmente derrubou os livros no chão. Stewart olhou desconfiado e então disse:


   - O Ministro quer te ver.


   E saiu.


   - Por que fez isso? - perguntou Dough a Anne.


   - Stewart não gostaria de ver livros de magia das trevas por aqui!


   Ele compreendeu e dirigiu-se para o primeiro nível, Anne em seus calcanhares.


   No amplo gabinete do Ministro, ele conversava com um homem que Dough já tinha visto, mas nunca falara com ele.


   - Mande aurores para lá! Digam para eles usarem patronos, mas não espantem os dementadores. Isso pode provocá-los. Mantenha-os em ordem.


   O homem saiu da sala.


   O Ministro olhou-o e abriu a gaveta de sua escrivaninha. Dela retirou... a varinha de Dough!


   - Onde esteve ontem à noite?


   - Em casa, com Anne. - Dough achou a pergunta estranha.


   Dough inclinou-se para pegar a sua varinha, mas Stewart não deixou.


   - Você matou Joseph Langdon, não foi? - perguntou o Ministro.


   Não respondi. Estava tudo muito confuso.


   - Encontramos a sua varinha - ele prosseguiu - Perto da cena do crime.


   - Mas... - Dough começou.


   O Ministro encostou a ponta de sua varinha na da varinha de Dough.


   - Prior Incantato! - ele disse. E da varinha de Dough saiu uma fumaça verde.


   Dough conhecia aquele feitiço muito bem. Era esse feitiço que revelava a última coisa que a varinha fez e, nesse caso, ela tinha feito a maldição da morte. Mas, não poderia ter sido ele...


   - E então... Stewart pegue o soro da verdade!


   - Petrificus Totalus. - disse Stewart e Dough caiu no chão sem mexer-se.


   - Não pode fazer isso! - disse Anne.


   - Dei carta branca a Stewart! - disse o Ministro. - Estamos lidando com o assassino de Langdon!


   - Ele estava comigo quando aconteceu...


   - Basta! As provas são incontestáveis! Só precisamos de mais uma. Vamos logo Stewart!


   - Estupefaça - gritou Anne e Stewart caiu imóvel no chão.


   Com um aceno da varinha, Anne desimobilizou Dough.


   - Expelliarmus! - gritou em direção ao Ministro.


   Ela correu, apanhou a varinha de Dough e os dois desataram a correr.


   Assim que chegaram ao elevador, apertaram o botão para o nível oito, onde estava a saída para o Ministério.


   - Por que fez isso? - perguntou Dough sem fôlego - Eles agora vão ter certeza de que fui eu!


   - O Ministro está pirando nos últimos dias! Você não sabe se o que ele iria lhe dar era realmente veritaserum. Só há uma maneira de salvar você! Provando sua inocência! Uma coisa que você não vai poder fazer em Azkaban!


   Então uma voz ecoou e parecia que vinha de todos os lugares. Era a voz do ministro:


   Atenção! Dough Anderson é um assassino e está tentando fugir do Ministério da Magia. Anne Martins é sua cúmplice. Não deixem que escapem! 


   Agora não tinha mais saída. O Átrio era muito movimentado, afinal era a entrada do ministério.


   - Temos que arriscar! - disse Anne, entregando a varinha de Dough a ele.


   O elevador parou. Com o coração disparado Dough saiu. Anne logo atrás. E então...


   Uma dúzia de aurores aparatou ali mesmo, fechando o cerco. O restante dos bruxos que estava no Átrio recuou. Um dos aurores era Régulo. Ele e Dough foram amigos em Hogwarts.


   Então doze lampejos de luz vermelha cortaram o ar.


   - Protego! - disse Anne.


   O feitiço conseguiu cobrir toda a entrada do elevador e os salvou por pouco.


   - Bombarda Máxima! - Dough gritou. Quase que imediatamente, o chão em que estavam os aurores explodiu, fazendo-os serem arremessados no ar.


   Anne puxou Dough e os dois correram em direção às lareiras. Quando estavam chegando, alguém gritou:


   - PAREM! - era um auror.


   Um jorro de luz vermelha atingiu-o no rosto e Dough percebeu que fora régulo. O auror foi atirado para trás e caiu inconsciente no chão.


   - VÃO! - disse Régulo.


   Anne entrou na lareira. Logo depois foi a vez de Dough. Mas antes que as chamas verdes da lareira o envolvessem completamente, ele viu um jorro de luz vermelha atingir o amigo Régulo exatamente no lugar do coração.

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