Infiltrados no Hospital



    Eles aparataram na casa de Anne. Rapidamente, ambos começaram a encher duas mochilas com comida, e outras duas com vestes (caso você não lembre, Dough passou a noite na casa de Anne), afinal o último lugar em que eles deveriam estar era em suas casas.


   - Para onde vamos? - perguntou Dough, fechando uma das mochilas de comida.


   - Floresta de Deão! - respondeu Anne, falando em seguida um Feitiço para Expandir. - Pronto agora agente pode colocar o fogão... Tá faltando alguma coisa?


   - Não. - respondeu Dough.


    Quando Anne voltou da cozinha, Dough estendeu o braço para que ela o tocasse e desaparataram.


    Quando aparataram, virão que naquele lugar teriam de usar roupas pesadas, já que a neve estava por toda parte. Anne pegou logo a varinha e começou a murmurar encantamentos anti-trouxa, de invisibilidade, outro para que não os ouvisse, entre outros.


   Dough começou a montar a barraca. Por fora parecia muito pequena. Mas por dentro era do tamanho de um flat. Logo que terminaram de arrumar tudo dentro da barraca, eles sentaram-se em um beliche que já vinha com a barraca.


   - Como foi que Stewart nos achou? - perguntou Anne a Dough.


   - Tom contou a ele.


   - Mas o Tom ajudou agente e...


   Dough mostrou-lhe o jornal e explicou tudo: que Tom iria preso se não dissesse nada, a mentira que inventaram para não dizer que eles tinham fugido do Ministério e seus aurores e como, de uma hora para outra, ele haviam virado as pessoas mais procuradas do país, inclusive mais do que os quatro que fugiram de Azkaban.


   - Mas isso é horrível. - disse Anne ao terminar de ler. - Não somos piores que eles. Quero dizer, os criminosos. Eles mataram pessoas. Nós só... Atacamos o Ministro da Magia, um auror, danificamos as estruturas do Ministério e fizemos alguém se arriscar para nos salvar.


   Os dois caíram na gargalhada.


* * *


   O Profeta Diário dizia que era 5 de dezembro. Portanto eles resolveram, no outro dia, começar a planejar a infiltração no Hospital para apanhar a Horcrux. O difícil não era saber onde estava o corpo de Joseph. o difícil era eles conseguirem entrar no hospital, já que eram as pessoas mais procuradas no país.


   - Temos as seguintes possibilidades - começou Anne. - Poção Polissuco, Feitiço da Desilusão, disfarce de Curandeiro, e capa da invisibilidade. São os únicos meios.


   - O problema é que: não podemos aparecer no Beco Diagonal para comprar uma capa da invisibilidade, nosso feitiço da desilusão não é muito forte, não temos um mês para preparar poção polissuco e não temos os uniformes de curandeiro. - disse Dough.


   - Nosso feitiço da desilusão não é muito forte, mas pode nos camuflar o suficiente para entrarmos despercebidos e pegar uniformes. - arriscou Anne.


   Dough concordou. Talvez realmente fosse a única maneira.


   - Vamos arriscar amanhã. - disse ele com firmeza. Anne concordou.


* * *


   O dia amanheceu nublado e Dough constatou que estava nevando. Quando eles tinham acabado de tomar café, Anne usou o Feitiço da Desilusão em Dough e vice-versa. O efeito fora instantâneo. Dough e Anne estavam quase que transparentes.


   - E lembre-se: se se encoste às paredes sempre que puder. Se não eles podem te notar. - disse Anne e Dough assentiu.


   Os dois com as varinhas na mão aparataram em uma rua quase deserta, devido a incidência da neve. Normalmente era uma rua movimentada. Eles estavam de frente a uma loja, Purga e Sonda Ltda., que dizia Fechada para reforma. Na vitrine só havia um manequim muito feio.


   Dough inclinou a cabeça e falou com o manequim:


   - Queremos ver Joseph Langdon.


   - Sim. - respondeu o manequim.


   Assim como na plataforma 9 3/4, eles atravessaram a vitrine da loja e quando deram por si já estavam no hospital.


   A recepção estava estranhamente quase vazia, para a sorte deles.


   - Vem Dough... - disse Anne num sussurro.


   Em vez de seguir para as escadas que levavam para os andares superiores do Hospital, desceram um nível, por uma escada muito larga. Por duas vezes, tiveram que se espremer nas paredes, a fim de não tocarem em grupos de curandeiros que passavam, todos com varinhas na mão.


   Chegaram à sala de funcionários e encontraram um homem e uma mulher conversando sobre as notícias do Profeta Diário.


   - Prenderam um dos fugitivos de Azkaban. O nome dele era... Se eu não me engano, Justin Langdon.


   Langdon?


   - Anne. -disse Dough olhando para a parede. Mas falara alto demais.


   - Quem está aí? - perguntou o homem, empunhando a varinha exatamente na direção de Anne. - Finite Incantatem!


   Dough conseguiu ver Anne.


   - Estupefaça! - disse o homem e Anne bateu contra a parede inconsciente.


   - Levicorpus. - era um feitiço muito fraco, mas foi a primeira coisa em que Dough pensou. Foi como se uma mão invisível segurasse seu pé e o pendurasse no ar de cabeça para baixo. Sua varinha ficou no chão, esquecida. 


   - Quem mais está aí? - perguntou a mulher. - Apareça. - ela empunhou a varinha.


   - Expelliarmus! Estupefaça! - Disse Dough ainda camuflado e a mulher caiu inconsciente e sua varinha voou cinco metros.


   Rapidamente, Dough retirou a capa e a máscara verdes do curandeiro e vestiu-se. Desfez o feitiço da desilusão e retirou o uniforme da mulher. Desiludiu os dois curandeiros, antes retirou os crachás, colocando eles e suas varinhas em um canto.


   Chegou perto de Anne e disse Enevarte! E ela retomou a consciência. Ela recuperou-se muito rápido e dois minutos depois, os dois já faziam feitiços para transfigurar a aparência um no outro, de acordo com as fotos dos crachás.


   Subiram a escada apressadamente e logo um dos curandeiros em quem Dough quase esbarrara falou com Anne.


   - Terry. Ouvi barulhos o que aconteceu? - ele olhou-a desconfiado. - Está diferente...


   - Bom é que nós... Ele conjurou um gato e tivemos que fazê-lo parar. Foi um horror.


   - Sua voz... - Disse o curandeiro.


   - Nós temos que ir. - disse Anne horrorizada, puxando Dough e eles rumaram para o último andar.


   - Nossa que desculpa! - disse Dough.


   - Tente arranjar outra melhor. - disse Anne irritada.


   Quando chegaram ao quinto piso eles rumaram para a última sala; era o lugar em que provavelmente o corpo de Joseph estava. Quando Dough tocou na maçaneta alguém gritou:


   - Mack! Mack!


   Dough não deu ouvidos e abriua porta. Ali jazia o corpo inerte de Joseph Langdon.


    - Mack!


 


   - Dough! - exclamou Anne - Mack é você!


   Dough virou-se. A mulher entrara na sala de supetão e disse:


   - Stewart recuperou-se muito. Lembra de parte da infância. Aparentemente o feitiço da memória foi mal feito.


   - Stewart? O do Ministério? - perguntou Dough.


   - Claro! Venha logo.


   - Mas...


   - Sem mas...


   - Espere. - disse Anne. - Onde estão as coisas dele? -ela apontou para o corpo de Joseph.


   - Na gaveta em baixo da cama. Por quê? - perguntou a curandeira.


   - Assunto ministerial.


   Meio confusa, a curandeira abriu a porta e Dough foi junto. Eles desceram até o quarto nível. O corredor principal era uma cópia do corredor onde eles estavam. Entraram na primeira sala a direita e Dough teve que se conter para não rir.


   Stewart, o auror do ministério, estava sentado no chão brincando com um bisbilhoscópio que, assim que Dough entrou, começou a girar freneticamente. Estranho. Disse a curandeira olhando Dough, neste caso, Mack, da cabeça aos pés.


   - Parece que quem fez o feitiço não era muito bom ou era velho demais. É por isso que Tom, o dono do bar Caldeirão Furado, sofreu um inquérito para apurar o que realmente aconteceu. Parece que ele vai ser preso. O Ministério sabe que nem o tal de Dough Anderson e aquela Anne Martins não errariam um feitiço a esse ponto.


   Dough sentiu uma horrível pontada de culpa.


   Naquele mesmo instante, o mesmo curandeiro que falara com Anne... Ou melhor, Terry entrara na sala dizendo:


   - Encontramos os curandeiros Mack e Terry jogados no chão da sala dos funcionários. - ele olhou espantado para Dough.


   Dough desatou a correr e lançou Protego! na porta, a fim de bloquear a passagem com escudo. Ele tinha que chegar logo à sala onde estava Anne e avisá-la. Porém, para a sua surpresa, ela já vinha descendo.


   - Descobriram! - Dough gritou.


   - Eu sei. - E eles começaram a correr.


   - E a Horcrux?


   - Eu peguei! - e ao dizer isso, ela tirou o colar com a pedra verde de dentro do bolso da jeans.


   Quando chegaram ao terceiro nível, encontraram curandeiros com as varinhas nas mãos e correndo para todos os lados. Anne colocou a máscara mais para cima e cobrir o rosto, deixando apenas os olhos à mostra. Dough fez a mesma coisa. Logo voltaram a correr.


   Desceram mais dois níveis e logo estavam no térreo. Dois aurores do Ministério guardavam a entrado do hospital. Que droga! pensou Dough. Ele e Anne ficaram parados, pensando furiosamente no que fazer para sair.


   - Estupefaça! - gritou Dough e o feitiço atingiu em cheio um dos aurores.


   - Estupefaça! - disse Anne, mas o auror defendeu-se com o Protego.


   - Incarcerous! - disse o auror e cordas vindas da ponta de sua varinha se enrolaram em Anne.


   Dough e o auror travavam um duelo mortal. Mas se tinha uma coisa na qual ele era bom era em duelos. Um dos feitiços do auror fez com que o balcão da recepção desmoronasse.


   Anne pedia socorro. Estava sufocada e as cordas deviam doer muito.


   - Crucio! - disse o auror.


   - Não pode! - exclamou Dough, sentindo a pior dor de sua vida. Ele contorcia-se e gritava de dor. Tudo piorou quando veio uma segunda maldição e ele não conseguia mais falar, tal era a dor que sentia.


   - Posso. - o auror riu. - Assunto de segurança nacional.


   E com um estampido vermelho, tudo desapareceu.

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