Energia
Nergal sempre foi... o meu melhor amigo e eu nunca soube... Eu tenho que acordar. Não posso deixar esse mundo sem revelar que eu sei. Não posso sair daqui. Não posso... Ai! O que foi isso?
Acordei subitamente, com Nergal dando tapinhas no meu rosto. Podia ver que Dan também me observava, e que haviam duas outras pessoas ali, mas ao fundo...
Dan: Você nos deu um susto, garoto!
Nergal: Charles!
Charles: Eu sei... Não vê? Eu agora me lembro das duas semanas...
Nergal: É mesmo, Charles?
Charles: Gale. Ele matou seu pai e selou minhas memórias... mas por que ele fez tudo isso?
Nergal: É claro! Eles descobriram sobre mim. E por isso, desfizeram todos os obstáculos para que eu fosse com eles para Valor.
Eu me levantei, calmo e um tanto revigorado.
Charles: Sophie. Os toques falsos foram bem úteis, sabia?
Dan: Então essa coisa nunca funcionou?
Sophie: Nunca. Somos irmãos. Eu usava meu dom para fazer a música tocar e quando ele “atendia”, conversávamos telepaticamente.
Charles: Uma pergunta: como você conseguiu fazer algo tão poderoso?
Ela hesitou, mas por causa de nossa conexão, eu já sabia o que acontecera antes de perguntar: ela usou a energia de Alberto, que eu não sei como, tinha parado ali. Ele estava deitado, suado e fraco, mas levantou o rosto e falou comigo:
Alberto: Não a culpe... Eu sugeri esse plano...
Charles: Mas isso pode te matar, Alberto!
Alberto: Eu sei... Mas você é a única família que eu tenho... Eu precisava te ver novamente... Nem que fosse para dizer adeus.
Alberto então desmaiou. Eu corri até ele e percebi que ele estava vivo, mas for um fio.
Charles: Nergal! Dan! Carreguem Alberto! Sophie, tente deixá-lo vivo!
Dan: Mas-mas ele não me parece ferido!
Charles: É pior. Ele cedeu muita energia para Sophie usar em nosso resgate. O corpo dele está intacto, mas ele não consegue sustentá-lo energeticamente.
Nergal: Mas isso é muito grave! O que poderíamos fazer?
Olhei para Nergal com extrema confiança e disse meu plano maluco com a certeza de que ele daria certo:
Charles: Simples. Já que falta energia para ele, vamos roubar a energia e dá-la para ele.
Sophie: É possível. Se eu peguei energia dele, por que não fazer o oposto?
Eu sorri. Então minha irmã conseguia pensar que o plano era possível. Logo depois, puxei algo de lá de cima pesado. Um guarda caiu ali, na nossa frente, com armadura e tudo.
Guarda: Achei os traidores! Glória e riqueza a apenas dois assassinatos de distância!
Dan: Posso?
Charles: Claro.
Dan deu uma bofetada no guarda antes que ele pudesse atacar. O cara caiu desacordado no chão. Estávamos prontos. Tirei a camiseta de Alberto, porque uma conexão mais direta era necessária. Me sentei entre os dois, coloquei uma de minhas mãos na testa do soldado e outra no tronco de Alberto. Eu só me lembro então de sentir um fluxo muito forte de algo inexplicável passando por mim...
Alberto: ...Charles... O que você está... fazendo...?
Charles: Salvando sua vida.
Sophie: Posso sentir... a vitalidade de Alberto foi restaurada, Charles.
Eu parei de tocar os dois. Estava feito.
Alberto: Charlie... como eu posso retribuir...
Charles: Acredite... você já o fez...
Sophie me deu um cutucão e percebi. Estava deixando minhas emoções me controlar. Eu apenas respirei fundo e me levantei, ajudando Alberto a se levantar logo em seguida.
Alberto: Cadê a minha camiseta, Charles?
Charles: Oh, aqui!
Eu passei a camiseta para ele. Nergal resolveu falar comigo.
Nergal: E agora, Charles? Pensei que você sempre tivesse um plano.
Charles: Claro que tenho. Mataremos o Imperador.
Nergal: Mas...
Sophie: Sim, parece impossível. Mas nós seremos perseguidos pelos Generais, quer dizer; pessoas que sabem do segredo da Organização XXI. Não podemos continuar vivos, do ponto de vista deles.
Dan: E como vamos derrotar esses tais Generais?
Sophie: É simples. Há um rastreador em Nergal e um em Charles, mais provavelmente em suas roupas; afinal eles as ganharam assim que se tornaram Generais, não é? Se um deles tirar essas roupas e colocarmos em um lugar falso, os Generais se separarão e definitivamente podemos derrotar um deles solitário.
Alberto: Charles... Por que está tão quieto?
Eu estava muito pensativo. Depois de alguns instantes, uma idéia surgiu em minha mente. Uma idéia que poderia ser uma boa notícia ou uma péssima notícia, eu ainda não sabia qual dos dois era. Mas disse para eles, sem saber no que isso poderia acarretar:
Charles: O círculo de magia do Imperador. Eu já aquelas figuras antes... Em Macchu Picchu.
Sophie: Macchu Picchu?! Tem certeza, Charles?
Charles: Uh, sim... Sophie, poderia ir com Alberto para Valor? Preciso que... me arranjem algumas roupas?
Alberto: Por que nós?
Charles: Bem, vocês não são procurados. Mas antes, vamos sair daqui. Lumos.
Minha varinha se iluminou. Percebi atrás de mim que Sophie e Nergal faziam o mesmo. Seguimos por quase uma hora, até que eu percebi um pequeno raio de luz saindo da pedra. Apontei para ele e sem hesitar entoei:
Charles: Bombarda!
A parede explodiu um pouco, mas o buraco feito era pequeno demais para que alguém além de mim e Sophie pudesse passar. Tentei de novo:
Charles: Bombarda!
O feitiço acertou a pedra, mas ele não fez nada. Tentei várias outras vezes, mas alguma coisa bloqueava a minha magia! Pedi para que Sophie tentasse. Nada. Nergal também não conseguia abrir um buraco maior! Ninguém conseguia usar magia! Olhei para Sophie e tentei abrir um buraco maior, mas a rocha era dura demais para ser, de alguma forma, separada. Estávamos presos e sem nenhuma possibilidade de usar magia também!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!