Capítulo 12
AVISO IMPORTANTE:
Gente, minha beta ficou simplesmente atarefada até a orelha e não betou o capítulo 12 já faz quase 4 meses... _ _' por isso estou colocando aqui a versão original, cheia de prováveis erros, mas por favor, tenham paciência, ok? u.u Irei colocar o certo assim que puder!
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- E viveram felizes para sempre. – falava uma voz aguda e fria, ao terminar um conto de fadas.
O quarto tinha uma decoração cheia de tigres e dragões, num estilo de desenho infantil, por todas as paredes. Voldemort encontrava-se sentado em uma cadeira ao lado de um berço de madeira que, colocando o livro em sua outra mão, começara a balançar calmamente.
Parecia haver alguém no berço, algum bebê. Queria saber quem era e pareceu arranjar a situação perfeita quando viu que Voldemort levantava-se e começava a se inclinar na direção do berço. Pretendia olhar por cima do ombro dele.
Não fora preciso. A cena mudou, antes disso, e acabou se transformando no seu objeto de curiosidade, descobrindo também quem encontrava-se ali. Harry via-se de repente cara a cara com seu maior inimigo que, mesmo não tendo os indícios do que pretendia fazer sabia o que lhe era reservado logo mais.
- Cuidado com o que pode descobrir... – os olhos vermelhos brilhavam malevolamente em sua direção, enquanto sentia-se impotente.
Ele se aproximou e Harry já sabia que ele seria bombardeado com um carinhoso e nojento beijo de boa noite. No entanto, quando piscara os olhos com força para ver se realmente estava acontecendo aquilo, seu coração deu um pulo, quando viu o buraco negro do capuz de Lacbel a observá-lo de perto.
- Acorde, Potter. – ouvira sua voz imperativa.
Harry abrira os olhos com brusquidão, sentindo todo seu corpo estremecer. Sentia seu coração aos pulos, parecendo tentar sair correndo de dentro de si desesperadamente. Sentia o suor a escorrer por sua testa, enquanto fixava seu olhar à sua frente. Sua visão do teto era impedida, pois Lacbel encontrava-se inclinado sobre ele.
- La-lac-cbel? – ele conseguiu dizer fracamente, quando conseguira sair um pouco do choque por acordar bruscamente.
- Consigo entender porque ser tão resistente a receber um feitiço, mas não entendo para que o contrário. – ele dissera indiferente, ficando novamente ereto, virando-se e saindo de seu campo de visão.
Quando finalmente Harry decidiu sair da paralisia provocada pelo sonho aterrorizante e pelo encontro com Lacbel, levantou-se da tábua e conseguiu parar Lacbel em tempo – pois este já se encontrava quase saindo pela porta da sua cela quando decidira se pronunciar.
- Espere! – nem mesmo notou o quão alto isso soou no momento.
Harry não tinha motivos para querer que Lacbel esperasse, fora apenas um impulso para fazê-lo parar, o que funcionara tempo o suficiente para conseguir perceber a estranheza da situação.
Fora acordado por Lacbel que se encontrava dentro da sua cela, com a porta aberta. Isso poderia não ser comum, nem muito lógico, mas poderia ser possível. Mas ter cinco comensais nocauteados do lado de fora da cela já não condizia com “possível”, muito menos com “comum”. A conclusão óbvia, para qualquer ser naquele planeta, era que Lacbel desejava que ele fugisse.
- Potter, tenho tarefas demais para esperar que você decida novamente falar. – a voz de Lacbel trouxe Harry novamente para o chão.
Novamente, por impulso, Harry dera apenas longos dois passos e tentou – com sucesso pelo que percebia – segurar no braço de Lacbel e faze-lo parar antes mesmo de conseguir dar mais algum passo em frente. Queria saber o que estava acontecendo e ia arrancar dele.
Assim que ele fez Lacbel ficar de frente, por algum motivo, seu medalhão chamou-lhe a atenção como nunca em seus meses de reclusão.
Com aquela proximidade, percebeu os detalhes do desenho em alto relevo. O dragão tinha um corpo delgado e curvilíneo. As asas eram abertas uma de cada lado do corpo, deixando-o com um ar feroz, mas elegante. Era a parte mais chamativa do desenho. Ao seguir pelo corpo esguio, em sua cauda, formando um S, ele parecia segurar alguma coisa. O símbolo do Yin e Yang parecia um complemento da imagem significativo, apesar de não tão chamativo.
Foi uma tempestade de idéias desesperadoras ao perceber aquele pequeno símbolo seguro na cauda do dragão. Em menos de um segundo, respostas e perguntas jorraram em sua mente deixando-o cada vez mais perturbado.
A primeira verdade que caiu como uma pedra fora a certeza de não ter tido qualquer alucinação lá dentro. A conversa entre ele e Voldemort fora completamente real e palpável e, em meio às respostas venenosas, ele havia lhe dado alguma informação de extrema valia que, provavelmente, apenas o próprio Lorde sabia. Mas a pergunta seguinte era sobre o porquê dele ter lhe dado tal informação. Não teria motivos lógicos para dividi-la, principalmente com ele!
Bom, já não havia um motivo de valia para ele se dar ao trabalho de se encaminhar até sua cela reclusa nas Masmorras para fazê-lo. Pior, aquele lunático o estava deixando louco igual à ele, dando uma informação e depois um aviso – que poderia ser muito bem interpretado como ameaça – sobre o perigo de continuar a conhecer Lacbel.
Lacbel não estava diferente das estranhezas, também. Dentro daquela lenda – que ele não gravara muita coisa, para deixá-lo cada vez mais desesperado – devia estar explicações que Lacbel estava querendo, quando fez aquele interrogatório. Mas se Lacbel também não era uma alucinação, então qual era a razão da emotividade dele?
Tudo era tão mais simples quando acreditava que estava endoidando por ouvir e ver coisas fora do contexto que acreditava ser normal.
Assim como todos aqueles pensamentos passaram como um furacão em sua mente, sua mão não precisou esperar pensar para saber o que queria. Precisava ver mais de perto aquele medalhão. Parecia haver ainda alguns símbolos nas bordas. De repente, o que antes para ele era apenas um símbolo que identificava Lacbel do restante dos comensais, se tornara mais do que apenas isso. O broxe estranho – que com a convivência não lhe parecia tão mais estranho assim – ganhara uma impressionante atenção por parte de Harry.
Porém, ao invés de sentir o metal em suas mãos, sentiu as pedras caiadas da parede de sua cela na parte de trás de todo seu corpo. Seus olhos se fecharam de tanta dor pelo impacto. A batida fora forte o suficiente para deixa-lo atordoado e a sensação ficava ainda pior, pois era comprimido com ainda mais intensidade contra a parede.
Quando conseguiu entreabrir os olhos, Lacbel tinha a varinha apontada diretamente para ele. Pelo pouco que ainda conseguia raciocinar, notou como Lacbel parecia tremer, enquanto o fazia grudar-se à parede. A mão livre segurava o medalhão com força contra si mesmo.
- Nunca, Potter... Nunca, nem em sonhos, pense em tirar essa... – ele hesitou por alguns momentos, antes de continuar. No silêncio, dava para ouvir sua respiração ruidosa como se estivesse se esforçando de algum modo – tocar esse broxe. – continuara, corrigindo a fala anterior, provavelmente dita às pressas. Sua voz rouca como era comum, tremia. Era estranho de se ouvir, mas cada palavra pronunciada saía tremida, como uma pessoa que está morrendo de frio e os dentes não param de bater. – Prometa isso!
- Quê? – Harry estava perplexo. Além de estar quase sendo esmagado contra a parede, Lacbel decidira faze-lo prometer algo sem sentido. Não fora uma boa idéia. Sua interjeição piorou a situação, tornando o aperto mais intenso ainda. Temeu que, se aquilo continuasse, não poderia mais respirar.
- Promete, Potter! – exigiu Lacbel rispidamente. Parecia muito instável e quanto mais demorava para falar aquilo, pior ficava. Seu temor estava a ponto de tornar-se real.
- Pro... Prome... to... – ele conseguiu dizer o melhor possível, sem muitas opções sobre o que responder. Caiu de quatro no chão logo em seguida quando Lacbel desfez o feitiço opressivo e a sua primeira reação foi respirar o mais fundo possível.
Seguiu-se um momento de silêncio, quebrado apenas pela respiração ruidosa de ambos. Harry, enquanto ainda fazia esse exercício, sentou-se e olhou Lacbel levemente temeroso. Claro que havia notado que ele ainda continuava a tremer sem controle e uma das mãos agarrava-se firmemente ao broxe, escondendo-o completamente sob a luva negra, como se temesse que aquilo fosse sair pulando por vontade própria.
Jamais o vira tão agressivo e fora do controle. Acreditava que fora o único, ou pelo menos um dos poucos, que fizera Lacbel se descontrolar daquela forma. Fosse o que fosse, descobriu que o aviso não fora exatamente sem propósito. Ele tinha tocado em algum ponto muito sensível de Lacbel para quase virar papel.
No meio de seus devaneios, Lacbel decidiu ir embora sem dar qualquer explicação ou nem mesmo uma palavra. Sabia que Lacbel tinha tentado usar a habilidade de Passos Etéreos, mas alguma coisa o debilitava, pois apesar de estar sendo rápido, dava para ver sua silhueta a se mover antes dele sumir pelo corredor.
Harry acalmou-se lentamente da experiência desagradável, isso até perceber que se encontrava em sérios problemas.
Se ele quisesse fugir, a situação era perfeita. Lacbel parecia tão atordoado que deixara a porta da cela aberta e os cinco comensais nocauteados do lado de fora. A passagem estava completamente livre. Era só pegar a varinha de um comensal para nocautear aqueles que o vissem fugindo em meio do caminho para não avisar os outros e ter tempo de chegar à Floresta Proibida. Lá ele se viraria.
Mas o problema era que ele não queria fugir dali. Não, enquanto sentisse que devia ajudar Lacbel, apesar de cada vez mais sentir-se uma inutilidade. No entanto, era teimoso o suficiente para ainda prosseguir. Uma hora suas mãos iriam desatar e seu cérebro conseguiria arranjar coerência naquele conjunto de informações desconexas que captava ali e acolá.
Mas agora a pergunta principal era: o que iria fazer?
- Você adora me deixar no meio do fogo cruzado, Lacbel, adora... – ele resmungou, enquanto seu cérebro processava o melhor método de disfarçar sua chance perfeita de fuga.
Hermione observava a tintura cada vez mais baixa. Usara um pouco no dia anterior, pois seu cabelo já havia crescido e começado a demonstrar, próximo ao seu couro cabeludo, a verdadeira cor deles. Mas se não fizesse algo com urgência, a tintura acabaria e não haveria como repô-la.
Subitamente, como se houvesse caído do céu a resposta dentro de sua mente, percebeu que não passava de um feitiço muito simples de duplicação. Algo tão óbvio, tão simples, que não enxergava. Se duplicasse a tintura, ela não acabaria. Acreditava que não haveria problemas em fazer uma magia tão simples.
Estava “fabricando” sua tintura, quando bateram na porta. Havia até mesmo se assustado, pois parecia que a hora não havia passado enquanto o fazia. Olhou no relógio e percebeu que a hora realmente não havia passado. Não sabia que o Lorde das Trevas queria encontra-la tão cedo.
Guardou rapidamente tudo e foi o mais rápido possível para a porta, dando de cara com Wiltord. Começava a achar que o Lorde havia escolhido-o como seu guia particular.
- Bom dia, senhorita. – ele cumprimentou formalmente, olhando-a através do vão da porta que abrira. – Já está pronta? Achei que deveria vir um pouco antes para que pudesse se arrumar, ao invés de chegar em cima da hora. – ele informou, antes que pudesse fazer alguma pergunta a respeito, apesar de que acabaria não fazendo.
- Ah, sim, compreendo. Agradeço a preocupação, mas acredito que não foi necessária. – ela abriu totalmente a porta, para sair do seu aposento e a fechou novamente. – Estou pronta, já. Não gosto de ser pega de surpresa.
Wiltord foi quem pareceu surpreso, por alguns momentos, pela afirmação. Talvez ele nunca tivesse encontrado uma mulher realmente prática. Dava para compreender...
- Se quiser que eu venha mais tarde... – ele argumentou, mas Hermione não queria. Era melhor não ficar sendo surpreendida aquele dia no seu aposento.
Com a negação, Wiltord começou a guia-la pelos corredores, andando a passos de tartaruga. Isso com certeza significava que ele parecia esperar um tempo realmente longo até as mulheres se arrumarem.
Em uma parte do percurso, Wiltord decidiu também conversar. Perguntou se ela já havia se adaptado com as escadas móveis e os corredores intermináveis. Arrependera-se ao responder, com uma calma distraída, que tudo o que conseguira era ter encontrado o caminho para a Biblioteca e o Salão Principal, mas que aborrecia quando acabava se perdendo pelo castelo ao tentar encontrar outros locais, não gostava de se sentir perdida. Wiltord logo ofereceu-se para guia-la pelo castelo e mostrar mais lugares e caminhos de interesse. Na opinião de Hermione, Wiltord estava sendo prestativo demais com uma novata qualquer. Tentou negar educadamente, mas simplesmente não estava adiantando e, para a sorte de Wiltord, antes dela pensar em negar de um modo menos gentil, acabaram chegando.
O assunto morreu sem um término. Wiltord pareceu novamente nervoso, olhando para os lados como se esperasse que algo aparecesse do nada e os flagrasse fazendo algo muito errado. Ele novamente falou a senha que não havia modificado desde a outra vez que fora ali só confirmando que não havia escutado errado e seguiram pelas escadas, em mais completo silêncio. Chegando ao escritório, não havia ninguém. No entanto, Wiltord não queria esperar pelo Lorde das Trevas junto com ela. Pelo que havia dito, estava atarefado e logo sumiu do aposento. Poderia jurar que ele não estava com pressa nenhuma no caminho até ali, pelo jeito relaxado com que conversavam.
Assim que viu-se sozinha, observou o aposento vazio se perguntando o que fazer. Seria lógico ir até a cadeira logo de frente para a escrivaninha e esperar, mas o momento era propício demais para não ser aproveitado. Naquele escritório devia ter os registros da garota desaparecida, algum tipo de relatório a respeito de seu desempenho nas aulas. Qualquer coisa seria valiosa. Observou o relógio em seu pulso. Parecia ser cedo, então teria tempo suficiente para fazer uma procura, mas o que adiantaria se demorasse demais procurando? Precisava encurtar o tempo da procura e alongar o tempo de pesquisa. E só havia um jeito estando lá dentro...
- Professor? – chamou Hermione baixo ao se aproximar do quadro do velho diretor que começou lentamente a sair de sua soneca, meio atordoado pelo chamado. Não queria ser ouvida por outros quadros.
- Hum? Olá? – ele falou, de modo educado, ajeitando os óculos e analisando melhor Hermione. Parecia não reconhece-la.
- Desculpe interrompe-lo em seu sono, mas gostaria de saber se existe em Hogwarts algum registro dos alunos que adentram a escola. – ela já fora direto ao ponto que queria. Não tinha tempo de bater papo.
- Vejo que tem pressa. – ele comentou, enquanto entrelaçava os dedos e se ajeitava melhor na cadeira, deixando Hermione levemente estressada com a calma – Sim, existe. Estão naquela prateleira. – ele então indicara com o dedo – Ordenados por ano. Cada livro registra um ano. Mas acredito que não seja uma boa ide... – antes dele terminar, Hermione já tinha ido até a prateleira e achado o livro que gostaria. O diretor apenas suspirou, enquanto voltava a falar – Posso saber seu interesse por isso, srta?
- Parece que não me reconhece. – Hermione sorriu de canto, enquanto voltava a se aproximar do quadro para que este ouvisse seus sussurros. Já folheava o livro à procura da garota. – Sou Hermione Granger, prof Dumbledore.
- Srta Granger? Oh, perfeito disfarce, nem eu consegui reconhece-la. O que fez para não usar magia, mas mudar sua aparência tanto? – ele perguntara de modo curioso, mas acabou fazendo outra pergunta logo em seguida, ao verificar a rapidez com que folheava o registro – O que tanto procura nesse registro antigo?
- Uma garota, professor. – ela dissera displicentemente, sem retirar os olhos das páginas, cheias de figuras, uma para cada aluno.
- Nicole Tiger. – ele sussurrou e Hermione ergueu a cabeça. Apesar de ter sido sussurrado, conseguira ouvir perfeitamente.
- Como disse? – ela perguntou, até mesmo parando sua procura.
- Nada, srta. Devaneios de um velho quadro. – pelo olhar descrente de Hermione, Dumbledore apenas deu um pequeno riso e continuou – Devo imaginar que Harry, prevendo que acabaria se encontrando no seu atual estado, acabaria impossibilitado de continuar com essa busca e tenha passado essa missão a você. Mas desista de procurar aqui. Os registros foram apagados.
Hermione olhou-o meio perdida com aquelas revelações. Afinal... como ele sabia de tudo aquilo? Não se conteve antes de colocar em palavras todas as perguntas que brotaram em sua mente.
- Como sabe dessa missão dele? Sabe onde está o Harry? E o que quer dizer com “os registros foram apagados”? – sentia seu coração palpitar. Dumbledore parecia ser uma perfeita pista.
- Vamos com calma, srta Granger. Calma. – ele dissera com sua voz macia. Hermione tivera saudades de ouvir sua voz e era estranhamente nostálgico estar, novamente, recebendo informações do velho diretor, mesmo que este tivesse se tornado um quadro. – Vou responder em ordem. Primeiro, fui eu mesmo que dei essa missão ao sr Potter. Estou absolutamente encantado de que ele continue com tanto afinco. – ele dissera com um ar sonhador e continuou, antes de Hermione interrompe-lo. – E sim, eu sei onde se encontra o sr Potter. De acordo com as informações que recebi através dos meus contatos ele está nas masmorras numa cela isolada. Encontra-se também vários professores e funcionários lá embaixo. Finalmente... – Hermione estava frustrada, pois fora novamente interrompida ao querer falar. – Tudo que havia sobre a srta Tiger nos registros foi apagado. Com extrema eficiência, devo complementar. De acordo com os registros modificados, a srta Tiger nunca existiu.
Hermione ficou boquiaberta. Era impossível alguém conseguir apagar algo com tanta eficiência, mas provavelmente era a única resposta plausível para não ter encontrado o nome da garota ali. Estava em perfeita ordem os registros e ela sabia quem procurar. No entanto, procurou por toda a letra “T” e nada havia encontrado e, num desespero de causa, procurara pela letra “N”, mas igualmente dando em uma pesquisa infrutífera.
- Hey, mas espera, como sabe tudo isso? Você fica dormindo o dia todo! – ela exclamou, meio exasperada. Ela com todos os sentidos ligados não tinha descoberto coisa nenhuma, mesmo com quase 3 semanas de procuras incessantes.
Dumbledore apenas sorriu, quando voltou a falar.
- Esse é o meu disfarce. – ele então voltou-se a um ar mais pensativo – Porque todos acham que quadros precisam dormir?
- Professor, não tenho tempo para suas perguntas filosóficas. Porque mandou o Harry encontrar essa menina viva ou morta? Quem está apagando as provas de que ela um dia existiu?
- Srta Lavransdatter, esqueci de mencionar que o Lorde das Trevas não gosta que mexam em suas coisas.
- O que?
Sua confusão com a mudança repentina do assunto tivera pouco tempo. Apenas ouviu o barulho característico de um livro fechando-se com força e suas mãos segurando o vento, assustando-a e fazendo-a olhar diretamente para a frente.
O medalhão dourado brilhava como uma ameaça aos olhos de Hermione ao sentir-se flagrada. O registro que encontrava-se em suas mãos agora estavam fechados, para ela praticamente lacrados, nos braços de Lacbel que parecia encara-la por debaixo do capuz negro.
Hermione ainda estava paralisada, quando Lacbel mexeu-se. Ele levantou a mão livre, com o dedo indicador em riste e voltou-se para dentro do capuz. Hermione entendeu claramente o gesto de que era para ficar em silêncio. Mudando de mão o livro, Lacbel fez um feitiço sobre este que Hermione reconheceu. Normalmente era utilizado para refazer uma armadilha que já havia sido desfeita por alguém ter caído nela, apagando as impressões da antiga. Mas o que ele estava fazendo?
Logo após ele indicou a cadeira onde ela deveria estar sentada, enquanto dava a volta nela para guardar novamente o livro na prateleira.
- Creio que seja mais confortável continuar sua espera sentada. – falava Dumbledore com displicência e extremamente a vontade com a situação inusitada. – Não deve demorar. Poderemos continuar nossa conversa outro dia sobre mais alguns alunos que achava notáveis.
- Cla-claro. – ela ainda estava meio paralisada. Ainda sentia-se um livro aberto, ele teria descoberto alguma coisa? Não o viu chegando... não viu e nem ouviu nada.
Sentou-se e, apesar de desconfortável com a situação, tentou demonstrar uma calma que não tinha. Viu Lacbel voltar-se ao lugar que ocupara da última vez que tivera uma reunião com o Lorde das Trevas. Exatamente no mesmo local, como uma máquina programada a fazer exatamente as mesmas coisas todos os dias.
Entretanto nos últimos segundos ele não parecia em nada programado ou robotizado. Ele estava claramente apagando seus rastros de xeretice, mas com que intuito? Com que propósito? Estaria preparando o terreno para começar a ameaça-la?
Não estava conseguindo lutar contra o intenso desejo de descobrir mais sobre o estranho comensal. O aviso de Wiltord ainda reverberava em sua cabeça, lembrando-a da conseqüência que isso poderia acarretar.
“Mas não vai acontecer isso se eu for bem sutil.”, pensou, finalmente parando de batalhar contra seu instinto explorativo.
Lacbel moveu-se, retirando-a de seus pensamentos. Tomou uma posição mais ereta e rígida. Parecia uma estátua.
Ela soube que Voldemort estava chegando.
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