Capítulo 4.





– Pés.


"Você me deixa tão quente
Me faz querer deixar levar
 Isso é tão ridículo
Eu mal consigo parar...”  
Avril Lavigne.
 


Na segunda–feira, cheguei atrasada como sempre. Estava com um péssimo humor, muito pior do que ele andava ultimamente, desde que me sentei no banco do carro e cheguei à escola estava decidida a sentar longe de você, o mais longe possível, caso contrário eu não me responsabilizaria pelos meus atos. Apenas com a lembrança do seu cheiro, eu já ficava estranhamente estranha. Quando entrei na sala de aula vi que Lily tinha guardado o meu lugar de sempre, atrás de Julie, apenas uma pessoa de distância de nós, e Lily ao meu lado, você ainda não tinha chegado, mas seu lugar estava salvo, Lauren nunca deixaria de guardar um lugar para você. Eu sabia que você viria, então resolvi me sentar do outro lado da sala com Alice, que me recebeu sorrindo, e Lily pareceu realmente brava por eu ter desprezado o lugar que ela havia guardado pra mim, uma coisa que eu não gosto de Lily, ela tem muito ciúmes apesar de nunca falar...


Não deu 5 minutos e você chegou, como sempre, cabelo jogado, com uma camiseta que te deixava super sexy, com um sorriso descontraído no rosto, como eu estava próxima da porta pude sentir seu perfume quando você passou, você parou um pouco distante da onde se sentaria (como Lauren havia guardado seu lugar) olhou para sala inteira, quando pareceu achar o que procurava se sentou na fileira ao meu lado, só que algumas carteiras atrás, eu sei que estava longe de onde Lauren e as outras estavam, mas pude jurar que a ouvi bufar daqui.

Estava falando com Alice sobre um assunto qualquer, (mais um motivo para eu vir me sentar com Alice, mesmo que ela babe por você, ela não usa seu nome em todas as frases do mundo, na verdade ela fala muito de Frank, seu futuro namorado) quando senti uma bola de papel me bater na cabeça, olhei para Lily brava, ela me encarava brava, mas fez que não quando percebeu que eu achei que tinha sido ela que tinha jogado, olhei então para você, que agora fazia uma falsa cara de concentrado, segurando o riso, maldito.


- O que você quer seu idiota? Perdeu a noção do perigo? – perguntei estressada, afinal, eu queria me livrar de você, já você conseguia fazer isso parecer tão impossível! Na sua fileira só havia garotos, e todos olharam espantados para mim, ainda bem que a professora não ouviu.


- Meu Deus, calma, só estava chamando a sua atenção para você prestar atenção na aula! – você disse rindo.


- Você realmente não tem coisas mais importantes para fazer do que cuidar da minha vida? – perguntei em uma tentativa frustrada de erguer apenas uma sobrancelha.


- Não leve isso pro lado pessoal Lene, eu gosto de cuidar da vida de todos. – agora sim, você deu o meu sorriso, senti que estava ficando vermelha, então virei para frente bufando. Simplesmente odeio como você me deixa, por apenas me chamar de “Lene”, fico igual uma otária.


Na aula seguinte Lily me arrastou para o lugar que ela havia guardado para mim, fiquei feliz por não estar perto de você, mas novamente você veio, e ainda pediu para se sentar no lugar de Julie (que se sentava na minha frente) com a desculpa de que queria dormir sem que Lauren o irritasse. Fiquei novamente irritada, qualquer coisa que Lily falava eu resmungava, até quando avisaram que era aula livre porque o professor tinha faltado.


- Fala sério Marlene McKinnon, qual é o motivo da sua rebeldia de hoje em especial?- fiz uma careta. – Já sei, seu irmão passou o pé em você hoje! – Arregalei os olhos, eu simplesmente odeio pés, por tudo que é mais sagrado na minha vida, nunca passe o pé em mim.


- Se ele tivesse passado o pé em mim, eu com certeza não estaria com essa cara. – você que até agora, estava com a cabeça deitada na carteira, levantou se e virou para trás.


 - Quer dizer que você não gosta de pés? – você me encarou, e eu corei.


- Ela não gosta de pés, ela simplesmente odeia pés, tem repulsa de pés, tem nojo de pés, tem... – Lily começou a falar.


- Ok, Lily, obrigada por dar o ouro para o bandido. – disse com cara de poucos amigos enquanto você dava um sorriso malicioso.


- Bem Marlene, meu pé é tão bonitinho, você poderia fazer uma massagem nele que tal? – você disse tirando o tênis e eu fiz uma careta na hora. – HAHAH não acredito, é sério isso? – me concentrei a fazer apenas uma cara de caneca(?) para você. – Você odeia pés! Como assim? Por quê?


- Nem adianta perguntar Sirius, ela nunca contou para mim! – Lily fez um beicinho.


- Mas para mim ela vai contar não vai Lene? – você também fez esse maldito beicinho.


- Basta você saber que é um trauma de infância. - disse séria.


- Me conte o que aconteceu, eu quero ser psicólogo mesmo. – ah, é claro, eu ia contar para você que meu irmão fez eu lamber o dedo do pé do meu pai para entrar no “grupo” dele, com certeza eu falaria.


- Não interessa a ninguém o meu trauma ok? – respondi grossa.


 - Ela também sempre faz isso comigo... – Lily comentou com você, que por sinal me olhou com uma cara de cachorro sem dono.


 - Eu ainda vou descobrir, ah se eu vou. – dei uma risada pelo nariz.


- Lily, pegou o James? – mudei de assunto.


- Claro que não Marlene, isso é coisa de ficar gritando pros quatro cantos do mundo? – me repreendeu.


- Eu não gritei, só perguntei se você tinha pegado o James!- disse sorrindo.


- Eles se pegaram sim Marlene. A propósito, ele gostou, e você? – você perguntou olhando para Lily que estava vermelha.


- É claro que gostou, olha só a cara dela! Aposto que ela tá caidinha por ele, mais do que já tava...


- Hey, eu não tava caidinha por ele, a gente se conheceu há um dia! É praticamente impossível ok? – Amo deixar Lily sem graça.


- Então eu corrijo pra você Lene, ela não estava caidinha por ele, mas agora, ela com certeza está! – você deu um sorriso maroto e eu dei uma risada.


- Então vocês agora estão juntinhos zoando com a minha cara? Bonito! – disse Lily me encarando brava.


- Calma senhorita James Potter, não precisa chamar o seu homem para nos dar um corretivo! – disse rindo e você me acompanhou.


- HÁ-HÁ-HÁ! Desculpa eu tô procurando a graça – Lily realmente ficou brava.


- Eu vou te mostrar a graça Lily, - você se levantou – está bem... Aqui! – então sem mais nem menos eu senti, foi como se de repende tudo estivesse parado, foi em câmera lenta, o ódio me consumiu por inteiro.


Você simplesmente passou o em mim, mais precisamente na minha mão esquerda que se encontrava caída ao lado do meu corpo. Senti meu corpo inteiro esquentar, não um calor que os apaixonados têm, mais um calor bem pior, de ódio, eu sabia que meu rosto estava vermelho, e sabia também que meu olhar estava realmente como se fosse matar alguém (sei disso porque Lily me olhou com um medo que ela nunca tinha me olhado), antes de me virar pra você, fiz o que sempre mandam fazer quando se está muito bravo: respirar e contar até dez, eu confesso que isso não adiantou nada nesse caso, mesmo assim me virei e te encontrei rindo, rindo muito, como se estivesse vendo um show de circo, isso me fez ficar com mais ódio ainda, fui me levantando lentamente olhando para você como se pudesse te matar com o olhar, e você também me olhava, mas não como eu, seu olhar era brincalhão, você estava se divertido as minhas custas, ninguém se diverte as minhas custas. Assim que fiquei em pé e nossos olhares ainda estavam conectados, vendo você rindo, e o seu olhar risonho, me fez subir à cabeça, então eu comecei a te socar/estapear.


Como você é mais alto não conseguia atingir o seu rosto, afinal você com os seus 1,78 ficava praticamente impossível de eu atingir o seu rosto, comecei a estapear o peitoral perfeito “Eu nunca sinto nada quando batem no meu peitoral, sério um dia meu pai deu um soco nele e eu nem senti...”  lembro de ouvir você dizer um dia para Lauren, e então comecei a socar os seus braços e você apenas ria, dava gargalhadas para ser mais exata, pude sentir vários olhares para nós.


- Você é desprezível Black! – falei enquanto dava tapas em todos os lugares que eu alcançava.


- Calma Lene!HUSAHUSHUAUHS – isso para mim era um convite para eu te bater com mais força ainda.


Então você me segurou fortemente pelos pulsos e eu lutava igual a uma doida para me livrar das suas mãos, escutava algumas vozes, mas não entendia direito, estava concentrada demais em te matar dolorosamente que pouco me importava o que terceiros falavam. Quanto mais eu tentava me soltar, mais você apertava meu pulso, pensei de verdade em te dar uma cabeçada, mas quando eu estava pronta para fazer esse ato, você fez algo que me deixou de verdade sem reação, mesmo com aquela minha raiva e vontade imensa de arrancar cada membro do seu corpo com você ainda vivo, você simplesmente em um movimento rápido me puxou para um abraço, novamente por uns 10 segundos me deixou sem defesas. Foi a primeira vez que você me abraçou, bem forte, diga-se de passagem, provavelmente para eu não conseguir tirar meus braços do seu abraço.


- Desculpa Marlene. – você disse alto. E eu finalmente consegui te empurrar para longe de mim (nem tanto).


- Eu te odeio Black, você me dá náuseas. – saí da sala sem ao menos comunicar ao tiozinho que estava nos “vigiando” apenas disse “banheiro” quando ele me olhou. Confesso que eu realizei um sonho, tipo, eu e Lily sempre quisemos dizer “você me dá náuseas” para alguém, somos meio retardadas.


Cheguei ao banheiro e me olhei no espelho, não sei como você não teve medo de mim, eu estava super vermelha, tremendo de raiva, meus olhos estavam transmitindo meu ódio para qualquer um que eu olhasse, peguei o sabão e comecei a esfregar minha mão, se eu pudesse a arrancaria do meu corpo para poder lavá-la melhor, depois que terminei de esfregar, me olhei no espelho e estava mais calma, pelo menos já não estava tremendo, nem tão vermelha, estava apenas rosada. Olhei para meus pulsos que estavam vermelhos com a marca de suas mãos. Me lembrei de novo do que você fez comigo, não o fato de você ter passado o pé em mim, mas de você ter me abraçado, só agora que eu havia de fato me tocado do que o seu abraço fez comigo, seu perfume ainda estava em mim, MEU DEUS preciso saber o nome dele, para comprá-lo e ficar cheirando sem precisar ter você por perto. Lavei o rosto e resolvi voltar para a sala antes que Lily ou qualquer outra garota viesse me procurar, não queria armar um escândalo apesar de já ter feito isso.


Assim que entrei na sala, estava você e Lily conversando você rindo e Lily com cara de brava. Assim que ela me viu abriu um sorriso tipo “que bom que você se recuperou!” já você abriu o meu sorriso e antes que Lily pensasse em vir falar comigo, você simplesmente veio me abraçar.


- Tá mais calma? Desculpa mas ver você assim foi a coisa mais engraçada que eu já vi na minha vida! – você sussurrou em meu ouvido. Fiquei paralisada.


- Sai daqui Black, você não escutou o que eu disse? Você é podre! Fique longe de mim! – com um grande esforço te empurrei. Estava muito bom sentir o seu cheiro tão de perto, mas infelizmente eu tenho uma reputação a zelar.


- Você é impossível! – você disse saindo assim que bateu o sinal para o intervalo.


Saí e me sentei em um banco próximo esperando Lily.


- E então, como você está? – ela me perguntou assim que me avistou.


- Nunca mais quero ter que falar com o Black novamente. – esse era realmente o meu sentimento no momento.


- Ok, ok, vamos à cantina? Tô morta de fome! – rumamos até cantina (que ficava no andar de baixo, onde a maioria das pessoas ficavam também) em silêncio.


Chegando lá, Lily comprou o seu diário pão de queijo e me empurrou para algum lugar vago para nos sentarmos, lugar que por sinal estava perto de você, eu fingi não me importar e me sentei com Lily ainda fingindo que nem percebi que você estava por perto, aposto que Lily resolveu não falar nada.


- Acho que sou a única pessoa da escola e talvez do mundo que não gosta de pão de queijo! – exclamei, assim que ela me oferecia pela milésima vez um pedaço de seu pão de queijo.


- É Lene, você é única no mundo, eu nunca conheci ninguém tão... Tão... Diferente igual á você! – Lily fez uma cara engraçada.


- Devo levar isso como um elogio Evans? – eu sempre tento erguer a sobrancelha mas nunca consigo >.<


- Sim, é uma coisa que eu admiro em você, você é sempre você mesma, sempre faz o que você acha certo, não ta nem aí pro que os outros falam de verdade! Você não é igual algumas pessoas que falam que não ligam para o que os outros pensam, mas sempre que podem, querem agradar, você não é assim! Você segue a sua tendência, não fica igual a uma doida atrás dos caras bonitos, não fica desfilando por ai com calças apertadíssimas de ginástica... Eu também não faço essas coisas, mas, o ponto é, não importa o que aconteça, você sempre é você. Eu te admiro por isso! – estava boba com que Lily havia me falado, eu não acho essas coisas de mim, muito pelo contrário, eu estava me sentindo a mais hipócrita das hipócritas e sinceramente, tinha razão.


- Apesar de eu não merecer a sua admiração, eu te agradeço Lils, eu também te admiro muito, e sinceramente não sei o que seria de mim sem você nessa escola! Você é minha base! – ela me deu um sorriso. – agora senhora Potter, será que você poderia falar o que achou do seu novo gato? Uhsahushuah – tive que rir da cara de Lily, e aproveitei pra fugir do assunto. Eu simplesmente odeio esses momentos “fofinhos”, nunca fui boa com eles, normalmente eu sou grossa.


- Aff! Se aproveitou do momento né? Mas eu falo, eu gostei, e pelo visto ele também... Não sei direito, ele pediu meu telefone, isso conta?


- Claro que conta! – abri um sorriso, eu amo ouvir a história dos outros, não sei por que me deixa sempre feliz.


- Hey! Aqui está você Marlene! – fechei a cara na hora, fechei os olhos em uma tentativa inútil de tentar desaparecer. – Vamos, fala comigo! Me desculpa vai? – você estava com mais um amigo (que ria igual a um imbecil) e de longe pude ver Paul Hott nos olhando, desculpa o palavreado mas ele estava puto da vida, o que será que aquela falsa Barbie acha que está rolando entre eu e você?


Pause um pouco para explicar melhor Paul Hott. Ele é gay, apesar de nunca ter assumido e de o verem ficando com uma menina aqui, outra ali, minha teoria é de que ou ele tem vergonha de assumir sua opção sexual e como fica muito na cara, ele fica com algumas garotas para despistar os curiosos, ou seja eu, essa é a mais provável, ou então ele é total flex, caso você não tenha entendido, ele pode ser bi. Até hoje, as poucas vezes que penso nele me pergunto o que eu fiz pra ele me odiar tanto! Toda vez que ele vê que eu estou por perto faz uma careta e começa a falar de mim descaradamente, por isso que eu digo, bixa louca!


- Nem vem Black, eu já disse que não quero falar com você! E olha você deixou meu pulso todo vermelho! – mostrei meu pulso pra você que ria e me segurou de novo.


- Você não pode ficar brava comigo por uma coisa bobinha dessas! – você tentava a qualquer custo me puxar para perto de você e eu lutando contra você e contra eu mesma.


- Lily ajuda aqui! – disse pra ruiva que ria. – Sirius, me larga por favor, tá me machucando! – disse séria, mas quando eu olhei para você não pude deixar de sorrir.


- Você riu? YES! Tô perdoado! – você me largou e voltou para o lugar que estava, me deixando com uma cara de caneca.


- Eu ainda mato Sirius Black, escreva isso! – disse bufando.


- É claro que sim! – Lily ria.


Infelizmente o resto do dia eu não resisti e realmente voltei a falar com você, conversamos bastante sobre diversas coisas, eu dei uma critica da sua banda, e você adorou e Lauren toda hora tentava se intrometer, mas nós a ignorávamos.


Na saída eu estava discando para o meu pai, quando eu sinto de novo o seu pé na minha mão esquerda DE NOVO!


O seu amigo que estava no intervalo com você começou a rir e eu comecei a te espancar novamente, só que agora como a saída estava lotada, ninguém ligou, podia fazer o que eu quisesse.


- IDIOTA, BESTA, MONGOL, PODRE, RATO, BARATA, CHATO... – te batia, e você ria e seu amigo também.


- CALMA MULHER! – que raiva de você!


Então eu olhei para meu celular, meu pai tinha ouvido TUDINHO!


- Sirius seu idiota, meu pai ouviu tudo! – falei desesperada – Oii pai!


- Filha aconteceu alguma coisa? – meu pai parecia preocupado.


- Nada não, só uma pessoa idiota me atormentando... – Antes que meu pai falasse algo mais – já chegou?


- Não, mas tô quase relaxa! Beijos!


- Beijos! – desliguei e fuzilei você.


- Era mesmo o seu pai? – eu confirmei com a cabeça e você deu uma risada nervosa. – você...


- Sirius, ainda bem que eu te achei, vamos logo! – falou a sua carona te puxando para longe.


- TCHAU LENE! – você disse dando o meu sorriso e eu me contentei em apenas acenar.


Mesmo você sendo um idiota, me provocando da pior maneira possível, tudo que eu queria era você.


 






N/B: Que.raiva.do.Sirius! Sério, que menino mais...pentelho!
AHHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAH
 Ameeeeeeeeeeei esse capítulo!
Achei bem cara dele fazer isso com a coitada da Lene E...que nojo! Lamber o dedão do pé do pai (?) ECA!
Comentem pessoas *-*
 <3 


N/A: Fala se esse Sirius não é uma peste?
Hahaha
Garanto que de agora em diante ele realmente so vai ser mas assim... Sirius(?)
HUSAHUSAHU é isso!
 Obrigada a todos que comentaram!
 Beiijos!
Comentem mais!
:*


Fê Black Potter


28/03/2010

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